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BIBLIOTECA MUNICIPAL: PRESERVAÇÃO E ACESSO

BIBLIOTECA MUNICIPAL: PRESERVAÇÃO E ACESSO Maria de Fátima Moraes Argon, Associada Titular, cadeira nº 28 – O acesso e a preservação são duas funções vitais dos Centros de Documentação, mas muitas vezes são antagônicas. A primeira entendida aqui como a possibilidade de consulta, como resultado da existência de instrumentos de pesquisa e a segunda como um conjunto de atividades envolvendo o acondicionamento,o armazenamento,a conservação e a restauração de documentos. Ainda, esclarecendo esses conceitos lembramos que: acondicionamento = embalagem destinada a proteger os documentos e a facilitar seu manuseio. armazenamento = guarda de documentos em mobiliário ou equipamentos próprios, em áreas que lhes são destinadas. conservação = conjunto de procedimentos e medidas destinadas a assegurar a proteção física dos documentos contra agentes de deterioração. restauração = conjunto de procedimentos específicos para recuperação e reforço de documentos deteriorados e danificados. E como andam estas questões na Biblioteca Municipal de Petrópolis? Bem , na semana passada, pesquisando no Diário de Petrópolis de 30 de agosto de 1987, portanto há 10 anos atrás, um artigo me chamou atenção, Biblioteca Municipal dá um passo gigantesco na sua história. Tratava-se da assinatura de um convênio da Biblioteca com a Fundação Nacional PróMemória, integrando-se no Plano Nacional de Microfilmagem de Periódicos Brasileiros, criado em 1978, que tinha como objetivo principal a identificação, a localização, a organização, a preservação e a divulgação dos periódicos editados no Brasil. No mesmo artigo, a então bibliotecária Yedda Maria Lobo Xavier da Silva diz que o primeiro lote compreenderia todos os jornais editados em Petrópolis no século passado (de 1857 a 1900), e que depois deste todos os outros periódicos seriam também microfilmados. Infelizmente, após quase 10 anos, constatamos que foram microfilmados apenas os jornais deste primeiro lote. Outra vez fico surpresa, quando solicito o primeiro exemplar do jornal O Paraíba, o segundo editado na cidade, em 1857, ano da elevação de Petrópolis à categoria de cidade, e me vem às mãos o original bastante danificado. Então começo a questionar. Esse jornal já não está microfilmado? E se está, por que não me deram o microfilme? A resposta é simples, não há uma máquina leitora. Se não há uma leitora, o acesso continua através do original e o microfilme passa a servir apenas como mais uma cópia de segurança, já que essa se encontra na Biblioteca Nacional. Então, na verdade, o que se conseguiu foi assegurar as informações contidas nesses jornais, que […] Read More

OSCAR WEINSCHENCK, 2º PREFEITO DE PETRÓPOLIS

OSCAR WEINSCHENCK, 2º PREFEITO DE PETRÓPOLIS (1917 – 1921) Raul Lopes, ex-Associado Titular, falecido – (Nota: Este resumo biográfico foi extraído da pesquisa de Joaquim Eloy Duarte dos Santos, membro do I.H.P., publicada em 1993.) Oswaldo Gonçalves Cruz, cientista de fama internacional, nosso 1º prefeito, por motivo de doença e hostilizado por políticos da terra, deixou o cargo em 31 de janeiro de 1917. Com a vacância do cargo, o presidente do Estado do Rio de Janeiro, Nilo Peçanha, “iniciou a pinçagem de um nome para ocupar tão relevante posto”. Desejava o presidente continuar a obra tão bem iniciada por Oswaldo Cruz, firmando definitivamente a Prefeitura Municipal de Petrópolis. Candidatos não faltaram. Ele queria nomear uma pessoa de peso, apolítico como Oswaldo Cruz. Ponderava, ouvia, e não se deixava envolver. Nesse período de espera, Petrópolis vinha sendo administrada, interinamente, pelos vereadores-presidente da Casa Legislativa: José Leopoldo de Bulhões Júnior e Domingos de Souza Nogueira. Nessa época, destacava-se em suas atividades profissionais e participativas em várias comissões de estudos em favor da comunidade, nestas sem remuneração, o engenheiro Oscar Weinschenck, atuando na Capital e no Estado do Rio de Janeiro. Nilo Peçanha, após ponderações políticas, não vacilou em nomear para segundo prefeito de Petrópolis o Dr. Oscar Weinschenck. Ele era natural do Rio de Janeiro, onde nasceu no ano de 1880. Formou-se em engenharia e tornou-se, apoliticamente, um homem público de notória probidade e eficiência. No dia 05 de maio de 1917, finalmente assumia a Prefeitura Municipal de Petrópolis, como seu 2º Prefeito, recebido e empossado sob geral expectativa. Seu primeiro ato foi nomear o engenheiro Antonio de Andrade Botelho, Diretor Geral da Prefeitura. Sua operosidade foi marcante, reestruturando eficientemente a Prefeitura e as normas que disciplinariam a vida da cidade. As deliberações e atos assinados durante seu governo foram inúmeros e de primordiais importância. “Dentro dos assuntos da relevância que Oscar Weinschenck deitou especial atenção e resolveu em benefício da cidade, merecem ser destacados: Em 1917 organização de um serviço de extinção de incêndios da cidade, assunto que fora veiculado na administração de Oswaldo Cruz; aquisição de terrenos para alargamento do cemitério municipal do 1º distrito; ampliação dos serviços de diligências entre bairros e distritos; reorganização da Inspetoria de Higiene e Assistência Municipal; criação da Inspetoria Agrícola; subvenção às linhas de Tiro, inclusive com a construção do “stand” para o Tiro nº 302; criação de diversos cargos na Prefeitura, tais […] Read More

BIBLIOTECA MUNICIPAL X CENTRO DE CULTURA

BIBLIOTECA MUNICIPAL X CENTRO DE CULTURA Raul Lopes, ex-Associado Titular, falecido – Por volta de 1974/75/76 a Biblioteca Municipal, situada no antigo prédio que existia na esquina da atual Rua da Imperatriz com a Praça Visconde de Mauá, não comportava mais o grande acervo de volumes e documentos de que dispunha. Necessitava de novas instalações amplas que assegurassem ao acervo sua preservação e consulta. O governo da época abriu um concurso público para o projeto de um novo prédio, ocupando toda a extensão da testada da praça. Venceu o arquiteto, pai do atual Centro de Cultura. Alguns erros básicos não foram levados em conta pelo arquiteto, nem pela comissão julgadora. Por exemplo, as escadas de acesso da rua ao 2º pavimento e deste para o terceiro. Ninguém, talvez por serem jovens, levou em conta a existência de idosos, cardíacos e deficientes físicos. Teria sido muito mais humano e inteligente se tivessem projetado rampas elegantes e de aclive suave. O projeto incluía uma climatização total do prédio. Chegou-se a instalar equipamentos internos interligados a uma central, central esta que nunca se viu instalada. O que aconteceu com ela, talvez ninguém saiba explicar… Muitas críticas que se fazem ao “clima” interno procede, porém no projeto a climatização constava e não era para existir o problema, se não fosse a não instalação da central. Quanto à frieza arquitetônica a comissão julgadora que explique… Para abrigar a nova Biblioteca, símbolo de cultura moderna, o esquema inteligente que serviu de base para o projeto, foi o seguinte: Acervo da época 80.000 volumes. Hoje muito delapidado pelo descaso sucessivo de administrações e depredações de consulentes. Era a maior biblioteca, em acervo, de todo o interior do Estado do Rio de Janeiro, um patrimônio cultural de Petrópolis. A organização interna prevista para a nova biblioteca foi assim planejada: Primeiro pavimento (térreo), 1.498m2: – Acervo de volumes; encadernação; administração geral do prédio; garagens, sendo que uma abrigaria a Biblioteca volante; almoxarifado e depósito. Segundo pavimento, 1.322m2: – Chefia; grande salão para exposições (galeria de arte); sala de pesquisa e leitura; serviços técnicos da biblioteca; reprografia; biblioteca Braile; setores de: obras raras, historiografia petropolitana (Mapoteca) e arquivo histórico do Município; setor de periódicos; permuta e banco de permuta. Terceiro pavimento, 1.322m2: – Conselho Municipal de Cultura; biblioteca infantil; mini-auditório; discoteca-áudio-visual; escolinha de arte e setor de recreação. Todo este esquema compreenderia a nova Biblioteca Municipal de Petrópolis. A mentora […] Read More

PRIMEIRA ESTRADA DE FERRO DO BRASIL (A)

A PRIMEIRA ESTRADA DE FERRO DO BRASIL José Nicolau Tinoco de Almeida Nota: Transcrição da obra rara “Petrópolis – Guia de Viagem” – de J. Tinoco, editada no Rio de Janeiro, em 1885. Raul Lopes (…) Chega o viajante ao têrmo da viagem por mar avistando o pôrto de Mauá, situado entre as duas capelas da Guia (antiga Ermida de Santa Margarida) à esquerda e dos Remédios à direita. Daí a viagem é por via férrea. Começando no pôrto de Mauá a primitiva Estrada de Ferro de Mauá, a primeira que se inaugurou no Brasil, percorria, sem vencer dificuldades, terrenos pouco acidentados até a Raiz da Serra da Estrêla. A bitola era de 1,68m., a declividade máxima de 1,25%, o raio mínimo das curvas 290,32m., tendo zona privilegiada de 20 quilômetros ao lado. Por decreto nº 987 de 12 de junho de 1852 o govêrno concedeu privilégio por 10 anos para navegação a vapor entre a cidade do Rio de Janeiro e o Pôrto da Estrêla, donde começaria a construção de uma estrada de ferro até a Raiz da Serra, que foi concedida pela província a 27 de abril do mesmo ano. O concessionário da estrada foi o cidadão Irineu Evangelista de Sousa, barão e mais tarde visconde de Mauá com grandeza. A Companhia teve os estatutos aprovados por decreto nº 1.101 de 29 de dezembro de 1852; os trabalhos de campo foram encetados a 29 de agôsto do mesmo ano, entregando-se ao tráfego a 30 de abril de 1854 a 1ª secção, sendo inaugurado o trecho, que restava, em 16 de dezembro de 1856. O decreto nº 2.464 de 19 de setembro de 1860 aprovou os novos estatutos e ampliou por 30 anos o prazo do privilégio anteriormente fixado em 10. O marcado no privilégio concedido pelo então presidente da província Luís Pedreira do Couto Ferraz, depois visconde do Bom-Retiro, em 27 de abril de 1852 foi prorrogado por mais 70 anos em 21 de fevereiro de 1883. É esta a via férrea primogênita do Brasil, a patriarcal Estrada de Ferro de Mauá, cujo nome desapareceu para ser batizada com o de Estrada de Ferro Príncipe do Grão-Pará. Assim transformada ela parte do Pôrto de Mauá, galga o vale e Serra da Estrêla, vai a Petrópolis e prolonga-se até S. José do Rio Prêto. Foram concessionários os srs. Calógeras e Berrini, mas dela já havia falado o prestante cidadão […] Read More

ESTABELECIMENTO HIDROTERÁPICO

ESTABELECIMENTO HIDROTERÁPICO Thomás Cameron Nota: “O Imperial Estabelecimento Hidroterápico funcionava à Rua de Nassau nº 8 (Av. Piabanha, 350). Foi instalado no prazo nº 648 do quarteirão Nassau, que pertencera, primitivamente, a João Meyer, conforme a planta de Petrópolis do major Koeler. Passou, posteriormente, a Bernardo José Falletti que o transferiu ao cidadão francês Antoine Court. Informa Alcindo Sodré (Centenário de Petrópolis – Trabalhos da Comissão, vol. VI, pág. 90) ali se praticava, com requinte hidroterápico, a ducha à la reine, ducha mitigada e ducha escocesa”. O texto foi transcrito da obra rara “Os estabelecimentos úteis de Petrópolis” de Thomás Cameron, editada em Petrópolis, em 1870 *. Raul Lopes * 1870 = data correta 1879 (edição de 23/10/2019) A hidroterapia ou método de tratamento que consiste em combater as moléstias pelo uso da água fria, conhecida em tôdas as épocas da história da medicina, foi desde 1828 posta em voga por um aldeão da Silésia, chamado V. Priessnitz, que morreu em 1851, e exercida por espaço de trinta anos em um estabelecimento fundado por êle em Graefenberg. Mais tarde muitos estabelecimentos análogos ao de Graefenberg foram fundados na Prússia – em Marienberg, e em França – em Paris, Bellevue, Auteuil, Issy, Lyon, Dijon, Divonne, etc. A respeito dêsse sistema muito escreveram Scouletten, Schedel, Gillebert-Dhercourt, e outros profissionais. Reconhecida a hidroterapia como sistema que dava bons resultados em muitas enfermidades vulgarizou-se ela, de forma a caber-nos por nossa vez. Mas para que mais eficaz seja o resultado e mais pronta a cura, é de necessidade que a escolha da água seja o primeiro cuidado do que tomar a si a criação do estabelecimento destinado a êsse fim. Porque é da qualidade da água que depende a maior ou menor presteza na obtenção da cura – como já o têm dito os que do assunto se têm ocupado. O sr. A. Court, cidadão francês, residente nesta cidade, encontrou aqui, na rua Nassau, um terreno – escabroso na verdade – mas que lhe oferecia uma excelente água com a altura suficiente, e além do mais com vantagem da localidade – a mais aprazível que se pode imaginar. Outro que não êle, medindo a extensão do sacrifício e calculando os esforços de que teria de lançar mão para vencer as escabrosidades do terreno até poder edificar o importante estabelecimento que ali hoje se apresenta, de certo recuaria, considerando a emprêsa – não só dificílima – mas […] Read More

PALÁCIO SÉRGIO FADEL

PALÁCIO SÉRGIO FADEL Arthur Leonardo de Sá Earp, Associado Titular, cadeira nº 25 – Vi há dias um convite da Fundação de Cultura em que se mencionava Palácio Koeler como local do evento. Talvez reprodução de modelo faz tempo não atualizado, o engano tipográfico por certo passou desapercebido aos maiores responsáveis pela instituição, gente que tenho por séria, culta e sabedora de sua obrigação de cumprir as leis, além de ciente do peso do exemplo das ações praticadas pelas autoridades. O Instituto Histórico de Petrópolis, em um de seus mais específicos estudos e pronunciamentos da matéria que lhe é própria, expressamente analisou a troca legal da designação do palácio da sede do poder executivo municipal e concluiu que não havia ofensa à história e à boa tradição petropolitanas. Na verdade, o prédio não tem qualquer vinculação histórica com o sempre admirável e reverenciado Koeler. O nome respeitável foi atribuído em circunstâncias bem conhecidas porque participadas pelo presidente do Instituto. Estas circunstâncias estavam principalmente marcadas pelo fato da ausência de predominante apelativo anterior do prédio com notas de tradição. Da mesma forma, quando alterado, tal primitivo nome oficial ainda não tivera utilização por aquela larga extensão de tempo que carateriza uma tradição. Ou seja, não se elevara a “hábito transmitido de geração em geração” conforme tecnicamente se conceitua tradição. Foram pouco mais de dois anos de duração do Decreto n.º 733/96. O pronunciamento do Instituto foi objetivo e isento. Por outro lado, o imóvel tem tudo a ver com o Prefeito Sérgio Fadel e a história do poder executivo municipal petropolitano. Desde a criação republicana do cargo, a ele conferidas as funções executivas que antes competiam ao presidente da Câmara juntamente com as legislativas, o prefeito de Petrópolis foi um sem teto. Esteve de favor no prédio da Câmara Municipal, desde Oswaldo Cruz até Paulo Gratacós. Este, almejando mais alto, mas não tendo podido chegar a tanto, transferiu condignamente a sede do executivo para o Palácio Mauá, alugado para isto. Foi uma cerimônia tocante, assistida com forte emoção, cheia de significado muito bem ressaltado pelo Prefeito. O poder por ele representado principiou a externar no espaço físico do território serrano a independência prevista em lei. Mas os alcaides petropolitanos ainda continuavam em casa alheia. Foi Sérgio Fadel quem consolidou a posição correta do executivo, instalando-o com a devida dignidade, em imóvel cuja aquisição negociou, concluiu e quitou. Comportamento administrativo perfeito, acabado, […] Read More

CENTENÁRIO DA MORTE DO VISCONDE DE TAUNAY (O)

O CENTENÁRIO DA MORTE DO VISCONDE DE TAUNAY Francisco de Vasconcellos, Associado Emérito –  O teuto-riograndense Karl von Koseritz, crítico desabrido e contundente das mazelas do Brasil Império, cronista do Rio e de Petrópolis durante sua viagem de 1.883, foi quiçá o primeiro a fazer um esboço bio-bibliográfico do Visconde de Taunay. Fe-lo em meados dos anos oitenta do século passado, ainda em vida do retratado, através de um opúsculo, cuja segunda edição, existente no Museu Imperial é de 1886. Este folheto fez carreira brilhante e não incorreria em erro quem afirmasse ter sido aquele esboço a fonte de que se socorreram ao longo dos anos, os que intentaram construir a imagem dessa figura singular da intelectualidade brasileira, que recebeu na pia batismal o nome de Alfredo Maria Adriano D’Escragnole Taunay. Alfredo nasceu no Rio de Janeiro aos 22 de fevereiro de 1843. Filho do comendador Felix Emílio Taunay, Barão de Taunay (1795/1881) e de Gabriela Hermínia D’Escragnole Taunay, era neto paterno de Nicolau Antonio de Taunay, que foi um dos fundadores da Academia de Belas Artes. Descendia na verdade de dois velhos troncos da nobreza da França e da aristocracia de espírito daquele país. Menino de muito talento, demonstrando desde cedo múltiplos pendores, tornou-se bacharel em ciências físicas e matemáticas, graduando-se como engenheiro geógrafo em 1863. Tinha então vinte anos e já metido na carreira militar, pois sentara praça em 1861, acabou engajando-se na campanha do Paraguai, tendo participado da histórica e dramática retirada da Laguna, que lhe deu argumento para escrever obra de renome internacional, já que foi traduzida até para o sueco. Fez-se auxiliar direto do Conde D’Eu, já na última fase da guerra e voltou ao Rio de Janeiro coberto de glórias, fazendo jus à medalha do Mérito Militar, que recebeu com todas as honras. Chegou ao posto de major. Foi professor de história e línguas, na Escola Militar. Superada essa fase guerreira, Alfredo D’Escragnole Taunay dedicou-se à política, às letras e às artes. Trabalhou como jornalista, historiador, romancista, crítico, músico e pintor. Em 1869, ingressou no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, de que foi membro dos mais destacados e laboriosos. Em 1874 casou-se com Cristina Teixeira Leite, filha do Barão de Vassouras. Taunay era oficial da Ordem da Rosa e cavaleiro das ordens do Cruzeiro, de Cristo e de São Bento da Aviz. No apagar das luzes do Império, a 6 de setembro de 1.889, […] Read More

MENSAGEM – 2016 19/12

MENSAGEM DA DIRETORIA Quando a treva da noite foi surpreendida por uma luz tão diferente, bela, convidando à paz e à reflexão, algo aconteceu no mundo que a tudo mudou suavizando os corações em conflito. Nascia o elo maior entre o Criador e sua criatura, personificada em um menino, nascido de Maria, em meio a almas carentes de conforto e paz.. Simples pastores, curiosos faiscados pela luz, príncipes e reis em contrição e respeito, visitaram a maior promessa de salvação de todos os tempos. Jesus, filho de Deus, chegava à terra para viver e ensinar a paz e o amor aos homens de boa vontade. O Instituto Histórico de Petrópolis saúda a boa nova, desejando aos associados um Feliz Natal de 2016 e um Ano Novo de 2017 com muitas felicidades e realizações. 19 de dezembro de 2016 Maria de Fátima Moraes Argon

S O S PARA O ÓRGÃO DA CATEDRAL

S O S PARA O ÓRGÃO DA CATEDRAL Raul Ferreira da Silva Lopes, ex-Associado Titular, falecido O órgão da Catedral, há aproximadamente vinte anos, emudeceu! É lamentável que um instrumento tão valioso como ele esteja relegado ao silêncio por falta de manutenção! Ele é um patrimônio cultural-musical da Catedral e de nossa cidade. Sua potência e sonoridade o colocam entre os maiores do Brasil. Projetado e fabricado no Rio de Janeiro nas oficinas do organeiro alemão, Guilherme Berner, por muitos anos deu suntuosidade musical à Catedral. Vejamos como o vespertino do Rio de Janeiro “A NOITE”, nos anunciou sua inauguração: “Petrópolis, 26.01.1937 (Da Sucursal de “A Noite”) – A Catedral de Petrópolis que guarda os despojos dos Imperadores, vai cada dia que passa, constituindo-se num valioso monumento de arte, mercê das doações dos fiéis com que é beneficiada. Agora, será um magnífico órgão, o maior e o mais pomposo do Brasil, que virá acrescentar, à majestade interior da história matriz, uma nota viva de grandeza e suntuosidade. O instrumento é oferta da Sra. D. Olga Rheingantz Porciúncula. Foi projetado e construído no Rio de Janeiro, com materiais e mão de obra nacionais, pelo artista organeiro Guilherme Berner, introdutor da indústria do órgão no Brasil. Montado sobre vigas de ferro, na nave posterior do templo, pesa 9 toneladas, medindo 8 metros de largura por 9 de altura. Dispõe de mil e quinhentos tubos sonoros – (na primeira fase) – dos quais o maior mede 6 metros. Funciona por um moderníssimo sistema eletro-pneumático e acionado por um grupo motor-ventilador-dínamo de 2 HP. A consola, móvel e ultra-moderna, é provida de 18 registros, com duas combinações livres, para dois teclados. Um terceiro teclado será instalado em futuro próximo – (2ª fase). Foram empregados 8000 metros de fio nas diversas ligações. É, enfim, um instrumento que honra sobremodo a iniciante indústria nacional. A solene inauguração do novo órgão terá lugar no próximo domingo, 31 de janeiro, às 9 horas, com a presença do bispo diocesano, D. José Pereira Alves, que procederá à sua benção, pronunciando, no ato, ligeira alocução. Logo após, o vigário de Petrópolis, padre Gentil da Costa, que muito se esforçou para que o órgão viesse a integrar o patrimônio da Catedral, oficiará missa solene, com assistência pontifical.” Para iniciar um movimento de S O S para o órgão que necessita de uma restauração plena na parte elétrica, nas válvulas e na […] Read More

QUATROCENTOS ANOS DO PADRE ANCHIETA (OS)

OS QUATROCENTOS ANOS DO PADRE ANCHIETA Paulo Roberto Martins de Oliveira, Associado Titular, cadeira nº 10 – Não posso iniciar este trabalho, sem antes lembrar o saudoso amigo José Leonisse De Cusatis, sabendo que jamais o teremos materialmente entre nós. Porém o que nos confortará, será a sua lembrança como exemplo de grande educador, historiador, pesquisador e escritor responsável por tantas obras que nos legou. Dedicado às causas nobres de Petrópolis, deu parte de um bom tempo de sua vida, nas páginas e mais páginas da nossa histórica cidade Imperial. Para este ano, De Cusatis programou várias palestras, escolheu as datas e os oradores. Em dezembro passado, recebi um telefonema do nosso saudoso presidente, convidando-me para ser um dos palestrantes e fiquei lisonjeado por ter sido escolhido entre tantos ilustres historiadores. De pronto imaginei que poderia ser algo relacionado à colonização germânica. Mas pelo contrário, De Cusatis já havia escolhido o tema ou melhor os temas: “A Revolução Francesa” (devido a data marcada da palestra para 14 de julho – dia Nacional da França) e “Os 400 Anos do Padre Anchieta”. A princípio relutei. Pois voltado para os meus estudos histórico-genealógicos e de acordo com a data que me apresentou, este seria um período que estaríamos comemorando ainda a data de chegada dos nossos colonizadores. Dei até uma sugestão a De Cusatis. Porque não convidas o Professor Jerônimo para a palestra sobre o Anchieta. Pois sabemos que ele é um profundo conhecedor e pesquisador dos assuntos religiosos. Com aquelas palavras francas, dísse-me: “eu já esperava esta tua reação, porém não adianta reclamar. Pois o Jerônimo terá outra missão”. Hoje vejo o amigo e ilustre Professor Jerônimo Ferreira Alves presidindo esta casa e me pergunto. Será que esta era a missão a que se referia o saudoso De Cusatis? Passado alguns meses do primeiro contato, em meados do mês de maio, De Cusatis participou-me que o tema “A Revolução Francesa”, poderia ser feita por uma outra pessoa. Caso não me opusesse. Porém ficou de passar maiores informações, o que infelizmente não foi possível. Em recentes entendimentos com os consócios: Hamilton C. Frias Martins e o atual presidente Jerônimo Ferreira Alves Netto, decidimos então que o ilustre Advogado Guy La D Vocat, pessoa totalmente simpática ao nosso Instituto e pelo seu grande interesse pelas causas históricas francesas, fizesse então esta parte das palestras, que, com certeza nos levará ao século XVIII num […] Read More