MEIO AMBIENTE E ECOLOGIA

  MEIO AMBIENTE E ECOLOGIA! Aurea Maria de Freitas Carvalho, ex-Associada Titular, Cadeira n.º 4 – Patrono Arthur Alves Barbosa, falecida Meio Ambiente e Ecologia! Duas palavras que se costuma pronunciar muito ultimamente, pois nos deixam com a sensação de modernos e entendidos sobre aquilo que nos faz bem. Entretanto no nosso dia a dia parecemos esquecer o que representam. Acordamos e dirigimo-nos ao trabalho esquecendo-nos que no dia anterior deixamos de mandar regular o carro que está fazendo um “barulhinho” que pode transformar-se num barulho bem incômodo para os outros. E as companhias de ônibus? A maioria, pelo menos, põe nas linhas, carros que não estão em condições, soltando aquela fumaça negra que nos prejudica os pulmões e que, com seu peso, fazem estremecer as construções prejudicando, talvez, os alicerces. Se por acaso temos a sorte de possuir um terreno maior que tenha nem que seja uma faixa de ZPE (Zona de Proteção Especial) queremos logo trocar a classificação do terreno sem nos lembrarmos que o nosso vizinho tem o mesmo direito e vai com certeza pleitear a mesma coisa futuramente e assim vamos acabando com uma grande parte dos terrenos daquela classificação. E que falar dos terrenos que ainda pertencem, em grande parte, à Mata Atlântica e que estão abandonados, sem vigilância e à mercê de quem queira ocupá-los como é o caso do Parque Ecológico, existente na Rua Ypiranga, fonte de ar ainda puro, de plantas e de animais de médio porte e de alguns de cuja existência nem suspeitamos, tão minúsculos eles são, mas que contribuem para o equilíbrio da ecologia. Algumas famílias os ocupam por uma causa justa, como casa e acomodações para pessoas menos favorecidas pela sorte mas, para isso vemos uma solução viável e perfeitamente humana que pode ser posta em prática pela prefeitura pois existem terrenos menos bem localizados e por isso mais acessíveis que ela pode por à disposição dessas famílias como vem fazendo com os desabrigados pelos temporais. Outros procuram o Parque para fins menos nobres como caçar indiscriminadamente, prejudicando a fauna e também a flora com trilhas e clareiras abertas de qualquer maneira. Há também viciados em drogas que usam o parque para entregar-se a esses vícios, e pequenos ladrões que usam-no para esconder seus furtos. Acabo de ler no jornal Tribuna de Petrópolis de 18 de junho, que lá foi encontrado o corpo de um homem assassinado a […] Read More

HÁ ALGO ERRADO!

  HÁ ALGO ERRADO! Aurea Maria de Freitas Carvalho, ex-Associada Titular, Cadeira n.º 4 – Patrono Arthur Alves Barbosa, falecida Há algo errado na psicologia das eleições e, sobretudo, uma mentalidade imediatista que conta com a memória curta dos possíveis eleitores. Sempre ouvi dizer que véspera de eleição é época de político fazer mil promessas que, na sua maioria não poderão e não serão cumpridas, mas há interesse da parte dos candidatos de satisfazer os desejos dos eleitores. Entretanto não é isso que vem ocorrendo. Eu faço parte, como Conselheira de Preservação, da Ama Centro Histórico, e como tal participei da entrega do abaixo-assinado entregue ao Prefeito, no palácio Fadel, com inúmeras assinaturas de moradores da rua Ipiranga ou não em 30.03.03, pedindo a criação do Parque Ecológico, e do lançamento da pedra fundamental deste, situado no final da rua Ipiranga, no dia 31 de março de 2002, se não me falha a memória. Bonita cerimônia, diga-se de passagem. Com direito a discurso do Prefeito e o comparecimento de várias autoridades. Foram feitas muitas promessas na ocasião: cercar o parque, colocar guarita para evitar invasão, demarcar a área etc… Fiados em todas estas promessas, organizamos já vários eventos no local, com a presença de representantes de várias ONGS, de colégios e de bastante público, pessoas interessadas em terem um local amplo, livre de poluição e de trânsito que possibilite caminhadas tranqüilas, seguidas de um descanso livre de descargas de ônibus e de carros. A nossa parte de divulgação tem sido feita com grande êxito. Qual não foi o nosso espanto ao constatarmos, que da parte das autoridades não foi acrescentado no papel um ponto sequer ao que fora prometido assim como na prática nada fora feito. E, isto, agora, nas vésperas das eleições! Parece-me um contra-senso uma vez que isso garantiria, quando nada, algumas dezenas de votos pela confiança que daria no cumprimento do prometido! Parece que os candidatos preferem nesta época lançar mão de um artifício de angariar votos mais rápido, mais fácil e menos dispendioso que é distribuir cestas básicas para as famílias mais carentes que, passadas as eleições, eles esquecem e pronto! E não se fale na criação de trabalho e de empregos que trazem as construções, na maioria feitas irregularmente em terrenos de preservação permanente (como é o caso do Parque Ecológico), porque estas, além de não serem bem remuneradas, também chegam ao fim. O ideal, […] Read More

PRESERVAÇÃO AMBIENTAL E INSTINTO SEXUAL

  PRESERVAÇÃO AMBIENTAL E INSTINTO SEXUAL Aurea Maria de Freitas Carvalho, ex-Associada Titular, Cadeira n.º 4 – Patrono Arthur Alves Barbosa, falecida Muitos hão de estar se perguntando o que tem a ver uma coisa com a outra e eu digo que tem tudo. Os dois assuntos dizem respeito à preservação da vida, um refere-se à vida saudável, digna de ser vivida, e o outro à vida puramente biológica! O instinto sexual é inerente a todo ser humano e animal, infelizmente o mesmo não se dá com o desejo ou antes, a compreensão, da preservação ambiental. Hoje em dia vivemos já, em alguns lugares uma vida poluída, indigna de ser chamada de humana. Por que? Porque nos esquecemos de preservar aquilo que nos pode proporcionar meios de “viver” realmente como seres humanos e inteligentes. Por ambição e inconseqüência nos privamos daquilo que é necessário à saúde, e não pensemos que são simples o assunto e a solução. Uma vida saudável depende de uma série de fatores que diariamente não percebemos ou dos quais não tomamos conhecimento, de outras vidas, de seres animais e vegetais de cuja existência muitas vezes nem temos conhecimento: minúsculas e insignificantes plantinhas que proporcionam condições de vida a outras, seja com a preservação da umidade e da fecundidade da terra, seja servindo de alimento a animais de que nós, que não somos estudiosos do assunto, nem suspeitamos da existência e que, no entanto, são importantes na escala dos seres vivos, que mal podemos distinguir com nossos sentidos, mas garantem o “habitat” propício aos seres que nos favorecem diretamente, como é o caso da vegetação maior, das árvores nativas que proporcionam o nosso bem, no momento, tão ameaçados como os mananciais de água, as nascentes que destruímos com tanto descaso. Às vezes, para ganhar ou até, o que é mais grave, para “lavar” dinheiro ganho com negócios não muito honestos, constroem-se edifícios em locais de preservação, esquecendo que, desse modo, está se comprometendo a saúde das gerações futuras, dos próprios descendentes dos responsáveis pelas construções de hoje e os pobres operários, que hoje ficam felizes porque arranjaram emprego, nem desconfiam que estão contribuindo para comprometer a saúde de seus de filhos e netos. Não queremos pregar com isso que deixemos as florestas dominarem todo o solo disponível em detrimento da existência urbana e produtiva, mas façamos isso de maneira racional e inteligente, procurando danificar o mínimo possível […] Read More

CONDESSA DE BARRAL (A)

  A CONDESSA DE BARRAL Aurea Maria de Freitas Carvalho, ex-Associada Titular, Cadeira n.º 4 – Patrono Arthur Alves Barbosa, falecida Luisa Margarida Portugal de Barros, a Condessa de Barral e de Pedra Branca, merece mais de que uma simples e fria menção nas biografias das princesas Isabel e Leopoldina como preceptora; também não deve haver espaço para risinhos maliciosos ou irônicos quando seu nome é associado ao do Imperador Pedro II. Ela merece muito mais do que isto; foi uma mulher nada vulgar, possuidora de uma inteligência aguda, de uma cultura muito superior à que possuíam as mulheres de sua época, mormente as brasileiras, e possuidora de qualidades invejáveis. Luisa Margarida nasceu na Bahia em 13 de abril de 1816, filha de Domingos Borges de Barros, homem culto, literato, poeta e político que logo ocupou cargos no exterior, primeiro representando a Bahia nas Cortes Portuguesas, mesmo antes da Independência do Brasil, depois em França onde trabalhou pelo reconhecimento da nossa Independência e tão bem desempenhou esta função que mereceu o título de Barão de Pedra Branca em l825, logo depois elevado para Visconde. Embora fosse nomeado senador no Brasil ia-se deixando ficar em França. Havia, por certo, boas razões para isso e uma delas era certamente a filha que em Paris poderia cursar educandários bem superiores aos colégios para meninas do Rio de Janeiro de então, também a vida social no Brasil era acanhada e não se comparava à de Paris. Além disso levava-a a viajar por outros países como Suíça, Alemanha, Itália etc. proporcionando-lhe o conhecimento de várias línguas. Em l831 Luisa Margarida perdeu a mãe e em 1833 veio ao Brasil mas a estadia foi curta e logo pai e filha retornaram à Europa. Ainda bem jovem cogitou-se do futuro casamento de Luisa Margarida com Miguel Calmon du Pin e Almeida, que veio a ser mais tarde Marquês de Abrantes mas o pretendente era vinte anos mais idoso do ela e radicado no Brasil, o que naturalmente não agradou à jovem que opôs-se com energia aos planos paternos casando-se com o escolhido de seu coração, o Chevalier de Barral, filho do Conde de Barral e Marquês de Monferrat, com quem veio à Bahia passar uma temporada em 1839. Por esse tempo realizou-se o casamento de D. Francisca, irmã de D. Pedro II com o Príncipe de Joinville, devendo esta portanto ir viver na Corte do marido, em […] Read More

PRESERVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

  PRESERVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO Aurea Maria de Freitas Carvalho, ex-Associada Titular, Cadeira n.º 4 – Patrono Arthur Alves Barbosa, falecida Há pessoas que confundem desenvolvimento com modernidade. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. É muito bom podermos contar com o desenvolvimento de uma cidade; vê-la bem desenvolvida no que diz respeito, por exemplo, quanto aos métodos de saneamento, quanto aos serviços prestados pelos órgãos municipais eficientes e acessíveis a todos os cidadãos, quanto à economia tanto pública quanto à privada, permitindo aos cidadãos desenvolver trabalhos que facilitem o sustento das famílias sem o prejuízo de ninguém nem de nada que signifique entrave na qualidade de vida ou prejuízo futuro a fontes de riqueza para a cidade como um todo. Para conseguir esses intentos é preciso um mínimo de visão do futuro, de planejamento inteligente e isso nada tem a ver com modernidade que compreende apenas o aspecto exterior da cidade que pode apresentar um aspecto “moderníssimo” sem o verdadeiro desenvolvimento, ser apenas uma cidade “maquiada”. Petrópolis, queiramos ou não, é uma cidade pequena, do interior, e não vai aqui nenhuma ofensa nem intenção de desdouro, pelo contrário. Petrópolis teve a sorte de já nascer diferenciada: uma fazenda que servia de ligação com o interior do país e era percorrida por mineiros e desbravadores que iam em busca das “minas gerais” de ouro, diamantes e outras riquezas, o que ocasionou a abertura de caminhos e mais tarde de boas estradas a começar pela Estrada das Lajes Soltas mandada construir por D. João VI, em 1809. Sua proximidade com a próspera fazenda do Padre Correia também contribuiu para selar o seu destino pois, cativado pelo clima saudável e ameno desta, D. Pedro I decidiu adquirir uma propriedade nos arredores, vindo a comprar a Fazenda do Córrego Seco, em 1830, para no local mandar construir um palácio onde a família pudesse refugiar-se do calor e das ocasionais epidemias que ocasionalmente assolavam o Rio de Janeiro de então. Infelizmente sua abdicação, no ano seguinte, adiou esse projeto por muitos anos, apenas sendo concretizado por seu filho D. Pedro II. Em 1843, seguindo sugestões do engenheiro Júlio Frederico Koeler e do mordomo da Casa Imperial, Paulo Barbosa da Silva, D. Pedro II assinou o decreto que dava a Petrópolis a dupla função de local de “séjour” para a família imperial e colônia. E, são as informações e remanescentes desse duplo destino […] Read More

ARQUIVO PÚBLICO MUNICIPAL

  ARQUIVO PÚBLICO MUNICIPAL Aurea Maria de Freitas Carvalho, ex-Associada Titular, Cadeira n.º 4 – Patrono Arthur Alves Barbosa, falecida Segunda feira passada tivemos a oportunidade de assistir, no Instituto Histórico, uma palestra de Marise da Silva Gomes que exerce a função de chefe do Arquivo Histórico e de obras raras. Queremos, antes de mais nada, parabenizá-la pela inteligência e dedicação com que vem desempenhado tais funçoes. Tão importante acervo não poderia estar em melhores mãos. Infelizmente não podemos dizer o mesmo do local onde se encontra o Arquivo e da falta de recursos para mantê-lo, higienizá-lo e conservá-lo, no entanto é ali que se encontram as informações fidedignas e minuciosas sobre nossa história. Petrópolis foi o 1º município fluminense a criar um Arquivo Histórico. Pelo Decreto nº 198 de 07 de janeiro de 1977, o então Prefeito Paulo Rates criou o Arquivo Público Municipal compreendendo dois setores específicos: o Arquivo Administrativo, de caráter corrente ou ativo e o Arquivo Histórico, de caráter permanente. É do Arquivo Histórico que nos ocuparemos a seguir. Abrange documentação, de 1859 a 1968. A primeira parte de seu acervo é constituída por documentos produzidos e acumulados pela Câmara Municipal de Petrópolis até 1916, quando foi criada a Prefeitura, e representa imprescindível fonte para a reconstituição da realidade sócio-econômica, política e cultural. Com a criação da Prefeitura em 28 de julho de 1916 a documentação da Câmara Municipal foi reunida aos papéis dos diversos órgãos criados posteriormente pelo natural desdobramento do novo poder executivo. O Arquivo Histórico passou então a abrigar registros e originais produzidos e acumulados pela municipalidade desde sua instalação até 1968. Este considerável acervo de documentos disponíveis permite traçar um perfil de Petrópolis no final do XIX e delinear as bases estruturais da economia e da sociedade. As séries documentais custodiadas pelo Arquivo Histórico abrangem: – Requerimentos, Legislação, Certidões de óbito, Indústrias e Profissões, Imposto Predial e Territorial, Livros de averbações, Contratos e Ajustes, Folhas e Processos de Pagamento, Livros Contábeis, Contratos, Fichas funcionais, Autógrafos de Portarias, Deliberações, Atos do Executivo, Decretos-Leis..

VOCAÇÕES DE PETRÓPOLIS E O TURISMO (AS)

  AS VOCAÇÕES DE PETRÓPOLIS E O TURISMO Aurea Maria de Freitas Carvalho, ex-Associada Titular, Cadeira n.º 4 – Patrono Arthur Alves Barbosa, falecida Petrópolis é uma localidade que já viveu várias etapas significativas em sua trajetória de parte de uma sesmaria até hoje. Foi trecho de um caminho para o interior do país na busca das riquezas minerais da região. Local de veraneio da Família Imperial, da Nobreza e da Diplomacia na época do Império, o mesmo acontecendo na época da República. Cidade fabril de grande produção , exportando seu produto até para a Europa igualando-se em importância com São Paulo. Local de concentração de educandários, tanto masculinos quanto femininos por oferecer clima saudável e agradável numa época em que o Estado do Rio era assolado por febres e doenças diversas, Colônia alemã se bem que prejudicada em suas características pelo convívio dos veranistas e nobres que faziam parte da “entourage” do Imperador. Recanto de calma e belezas naturais que sempre atraiu e atrai escritores, filósofos e artistas. E outras que agora não me ocorrem agora. Como local onde o chefe do Estado passava grande parte do ano foi a pioneira em várias melhorias dos diferentes aspectos da vida e inventos úteis etc. Neste aspecto também teve grande importância a proximidade com o Rio de Janeiro, quando este era a capital do País. Hoje continuam algumas de suas vocações, modificadas pelas circunstâncias como é o caso dos estabelecimentos de ensino que, atualmente compreendem Faculdades, na sua maioria. Outras vezes está atualizada em suas preferências como no caso da informática que encontrou grande interesse. Suas grandes vocações, atualmente, parecem ser para santa e mártir. Santa porque em cada bairro, em cada rua surgem todos os dias igrejas, templos e casas de oração dos mais diversos credos: católicos, crentes, etc. Menos mal, precisamos mesmo muito de orações! Mártir porque estão sendo destruídas todos os indícios que a caracterizam como uma cidade que já viveu todas as vocações que mencionamos, que são a prova de seu passado, enfim que fazem parte de sua história. Temos prédios grandiosos que atestam a importância que teve como centro industrial como é o caso do complexo que formou a Fábrica Petropolitana, de Cascatinha e que é hoje quase uma ruína, o prédio da ex-fabrica de São Pedro de Alcântara que corre o mesmo risco por não haver pessoas que tenham posses e sensibilidade para aproveitar o […] Read More

MATANDO A GALINHA DOS OVOS DE OURO!

  MATANDO A GALINHA DOS OVOS DE OURO! Aurea Maria de Freitas Carvalho, ex-Associada Titular, Cadeira n.º 4 – Patrono Arthur Alves Barbosa, falecida Petrópolis não é um ponto turístico do Rio de Janeiro. Petrópolis é uma cidade histórica. Sua primeira referência pode ser a de um pequeno trecho do caminho que levava às “minas gerais”. Fazenda mal sucedida, teve a sorte de ser adquirida pelo imperador, D. Pedro I, para aqui ser construído o palácio de veraneio da família imperial, intento somente realizado mais de 10 anos depois, por seu filho, Dom Pedro II, sob influência do major Júlio Frederico Koeler, um engenheiro alemão que idealizou desenvolver aqui uma colônia. Esta, apesar dos tropeços e dificuldades teve sucesso, graças à energia e ao trabalho metódico de seu idealizador. Chegou a ser importante na produção industrial, tendo sido exportador de produtos têxteis para o exterior, da mesma importância de São Paulo, citado em obras de autores estrangeiros sobre industrialização. Quanto à função de vilegiatura da corte, cumpriu-a perfeitamente. O centro histórico e seus arredores, apesar de já haverem sido bastante sacrificados, nos dão uma boa idéia daquela época que abrange a consolidação da Revolução Industrial, causadora de importantes modificações na sociedade, sobretudo na classe trabalhadora e na produção industrial. Modificações também observadas na arquitetura, não só em Petrópolis e no Brasil como em grande parte do mundo civilizado. O ferro deixa de ser utilizado apenas na construção de pontes e pavilhões e como sustentação e passa a fazer parte dos acessórios aparentes da construção, elementos tais como grades, gradis, portões etc. Na avenida Koeler, por exemplo, quase todas as vivendas datam do final do século XIX e princípio do século XX, época em que predominava o denominado Neoclassicismo, porém um neoclassicismo bastante modificado nos seus elementos simplificados tanto na forma quanto no número, e o Ecletismo. Além da arquitetura das grandes vivendas, das ricas moradias do Centro Histórico, Petrópolis apresenta ainda, habitações não tão luxuosas, mais simples, que datam da mesma época e dão idéia de como vivia o petropolitano de então. Uma característica encantadora e que deve ser conservada e respeitada são os lambrequins de madeira dos telhados e das varandas que são verdadeiras obras de arte. Esses testemunhos do passado que nos mostram Petrópolis como uma cidade operosa e calma também merecem ser preservados. Na indústria e na formação da população de Petrópolis também foi grande a influência […] Read More

TURISMO HISTÓRICO

  TURISMO HISTÓRICO Aurea Maria de Freitas Carvalho, ex-Associada Titular, Cadeira n.º 4 – Patrono Arthur Alves Barbosa, falecida A vocação de Petrópolis, como é geralmente proclamada, tende a ser o desenvolvimento do turismo e da tecnologia de ponta. Deixemos a tecnologia para quem entende do assunto. Quanto ao turismo movido pelo interesse na informação histórica, o desenvolvimento não pode depender de uma atuação que se limita simplesmente a enumerar e mostrar prédios que foram habitados por gente ilustre ou utilizados para funções importantes. Isto é o que não falta em Petrópolis, onde o mais importante é, naturalmente, o antigo palácio de verão do Imperador, atual Museu Imperial. Seguem-se casas de veranistas ilustres, embaixadores, políticos, artistas – existem ruas inteiras tombadas: rua do Imperador, avenidas Koeler e Ipiranga etc. É necessário que as informações sobre tais prédios sejam seguras e bastante minuciosas para atender ao interesse e curiosidade dos turistas. É preciso também que tais prédios estejam em estado satisfatório quanto às suas características arquitetônicas, sua volumetria, seu entorno, seus ornamentos e tudo que foi sendo acrescentado durante a vida útil até a data de seu tombamento, preservando o que é importante para a sua história. Cada um desses prédios foi, e deve ser, estudado criteriosamente. Consegue-se, ou melhor, dever-se-ia conseguir estas informações nos documentos oficiais. Infelizmente tais documentos às vezes não existem, seja porque os responsáveis pela obra não deram entrada na repartição competente, ou porque conseguiram licença para retirar as plantas e documentos do arquivo por algum motivo (o que está erradíssimo mas infelizmente acontece) e não se deram ao trabalho de devolvê-los. Aconteceu comigo um caso interessante. Contratada para pesquisar um prédio histórico, consegui a localização exata, com as primitivas plantas dos terrenos, pois compreendia dois prazos de terra quando ainda não havia construção: suas dimensões originais, os foreiros que os possuíram, seu desmembramento posterior. Tudo isso conservado num dos arquivos mais completos de Petrópolis, o da Companhia Imobiliária de Petrópolis, de propriedade da Família Imperial. Infelizmente a construção da casa e as sucessivas obras e modificações não foram notificadas. Consultei então o órgão competente da Prefeitura Municipal – onde deveria haver as plantas originais e toda a documentação sobre qualquer reforma externa e interna do prédio – e nada encontrei senão uma ficha com o nome da proprietária. Tive a esperança de conseguir as informações num outro tipo de documento: os requerimentos que se fazia à […] Read More

MENTALIDADE QUE SE ETERNIZA (UMA)

UMA MENTALIDADE QUE SE ETERNIZA Aurea Maria de Freitas Carvalho, ex-Associada Titular, Cadeira n.º 4 – Patrono Arthur Alves Barbosa, falecida Dia em que se festeja o Zumbi dos Palmares, um feriado para comemorar o personagem que se tornou símbolo da luta contra a prática vergonhosa da escravização de seres humanos por outros seres humanos, da opressão de uma raça cuja única diferença consistia numa característica física: a cor. Felizmente, há 113 anos tivemos uma princesa que se viu tocada pela sorte de tantos e tantos desgraçados que sofriam já do ponto de vista físico, pois havia senhores de escravos que lhes infligiam castigos desumanos despejando sobre eles sua crueldade insensata, como do ponto de vista moral começando pela humilhação de serem vendidos em mercados corno animais. A vida de alguns daqueles infelizes era mesmo insustentável e se assemelhavam as piores fantasias que até hoje se fazem do inferno. Havia, na época da abolição da escravidão um grande movimento de almas já nem vou denominá-las boas ou caridosas – mas justas e sadias que se insurgiam contra essa abominável prática, sentindo-se mesmo envergonhadas e, até humilhadas, de viverem em um país que, sobretudo por questões financeiras, se sujeitava à execração mundial provocada por aquele estado de coisas. As pressões políticas eram grandes, tanto no sentido de acabar com a escravidão como no sentido de deixar as coisas como estavam. A princesa Isabel, aproveitando a oportunidade de uma viagem de seu pai, o imperador Pedro II, que a colocou no trono como Regente, deu fim à tão deplorável pratica extinguindo a escravidão no dia 13 de maio de 1888. Dia abençoado, dia em que os corações bondosos sentiram-se mais leves, dia luminoso para as almas bem formadas. A liberdade no Brasil atingia a todos, independente de onde tivessem nascido ou de que cor fosse a sua pele. Todos eram livres Mas aí começava um outro problema ao qual as nobres almas empenhadas no bem-estar dos escravos não haviam pensado: como iriam se sustentar aqueles ex-escravos, não tinham profissão, conheciam apenas os trabalhos que executavam para seus senhores, trabalhos de lavoura sem qualificação. A grande maioria deve ter continuado nas lavouras dos antigos donos. Quase nas mesmas condições anteriores apenas não podendo ser castigados fisicamente, mas carentes das condições de uma vida humana digna. Felizmente alguns já eram considerados quase como membros da família e ficaram como agregados, tendo casa e comida […] Read More