QUESTÃO DO ARQUIVO PÚBLICO MUNICIPAL (A)

A QUESTÃO DO ARQUIVO PÚBLICO MUNICIPAL Aurea Maria de Freitas Carvalho, ex-Associada Titular, Cadeira n.º 4 – Patrono Arthur Alves Barbosa, falecida Maria de Fátima Moraes Argon, Associada Titular, Cadeira n.º 28 – Patrono Lourenço Luiz Lacombe   Mais uma vez voltamos ao tema: o Arquivo Público Municipal, que no ano passado foi objeto de noticiário de jornais ou de notícias orais que ora nos enchiam de esperança ora nos causavam a maior angústia, pois infelizmente as informações são passadas à população sem nenhum compromisso com atualização e, em alguns casos, até mesmo com a verdade. Criado pelo decreto nº 198, de 7 de janeiro de 1977 pelo então prefeito Paulo Rattes, compreende dois setores específicos: O arquivo administrativo subordinado à Secretaria de Administração e o arquivo histórico, hoje integrado à Fundação Petrópolis, Cultura, Esporte e Lazer, este nasceu da preocupação de duas bibliotecárias Maria Amélia Porto Migueis e Yedda Maria Lobo Xavier que, compreendendo a importância dos documentos oficiais para a história do município e sabendo da falta de espaço com que lutava a Secretaria de Administração, procuraram o Prefeito expondo-lhe os seus temores quanto ao destino dessa documentação. O resultado disso foi a criação do Arquivo Público Municipal e a transferência imediata de parte de seu acervo, considerada histórica, para dependências da Biblioteca Municipal até que se obtivesse um local adequado à sua importância e ao seu natural crescimento. Desde essa época os pesquisadores, historiadores, arquivistas e demais intelectuais preocupados com a memória de Petrópolis alternam momentos de esperança ao lerem cabeçalhos como os do jornal O Dia, de 15/06/97, Novos espaços para a memória, informando que o Arquivo Administrativo (651.692 documentos) até o fim do mês em curso sairia do porão do prédio da Câmara Municipal de Petrópolis para um prédio da área de entorno da antiga linha férrea de Petrópolis, na rua Doutor Sá Earp. Ou o do Jornal de Petrópolis, de 24-30 de agosto de 1997, Casa do Barão é salva mais uma vez pela COMDEP; Mendigos faziam fogueira no interior; Pode abrigar o Arquivo Público ou a Indústria e Comércio, abordando o problema de espaço do arquivo administrativo (localizado no porão do Palácio Amarelo) e do arquivo histórico (localizado em dependências da Biblioteca Municipal) com momentos de suma apreensão ao verem que, mais uma vez o Arquivo foi preterido. Outra nota publicada na imprensa informava que a Fundação Petrópolis – Cultura, Esportes e Lazer […] Read More

PETRÓPOLIS: NOVO ANO, NOVO SÉCULO, NOVO MILÊNIO E NOVAS PERSPECTIVAS

  Petrópolis, ou antes a Fazenda do Córrego Seco teve seu destino determinado pelo decreto imperial de 16 de março de 1843: construção de um palácio para o Imperador, com suas dependências e jardins, terreno para uma povoação que deveria ser aforado a particulares assim como cem braças dum e doutro lado da estrada geral que cortava a fazenda para também ser aforado a particulares (com dimensões determinadas). Havia, ainda a recomendação de demarcar terrenos para uma igreja com a invocação de São Pedro de Alcântara e para o cemitério da povoação. Assim seria local de vilegiatura para a Família Imperial e desenvolver-se-ia como uma povoação comum. A presença do Palácio atraiu a afluência de famílias ricas, nobres, de diplomatas e funcionários, enfim de pessoas de alguma maneira ligadas ao Imperador e sua família. Houve grande número de edificações de casarões e hotéis, muitos dos quais testemunham a arquitetura, a arte e o desenvolvimento cultural da segunda metade do século XIX; ao mesmo tempo a qualidade de vida, com ar puro e água limpa e abundante, livre das febres e epidemias que assolavam o Rio de Janeiro fez com que educadores de visão mandassem construir importantes instituições de ensino para meninos e meninas cujos pais desejassem proporcionar aos filhos educação em ambiente saudável. As construções que ainda existem, com seus jardins também de época, formam o que chamamos de “centro histórico”. Ao mesmo tempo, a necessidade de pessoas habilitadas ao serviço de desmatamento dos vales onde se instalariam os futuros habitantes segundo a planta elaborada por Koeler, as construções das habitações e serviços de transporte, alimentação e outros, provocaram a vinda dos colonos alemães e de outros estrangeiros que aqui vinham tentar a vida. No final do século XIX, com a chegada até nós da chamada “Revolução Industrial” que proporcionou o desenvolvimento de grandes fábricas de tecidos, Petrópolis tornou-se conhecido no mundo inteiro pela sua produção textil, desenvolvendo-se sobremaneira no setor econômico e também na sua população pois suas indústrias atraiam, não só operários oriundos de outros estados brasileiros, sobretudo Minas Gerais, como também de outros países como foi o caso da Companhia Petropolitana, em Cascatinha em que a quase totalidade da mão de obra veio da Itália trazendo, por conseguinte, outros costumes, outras tendências e, mesmo, outras formas de encarar o trabalho com diferente perspectiva. Politicamente Petrópolis passou de colônia e povoação a Cidade em 29 de setembro de […] Read More