Notícias 2018

CHARRETES

“Petrópolis! (…). a viagem começava com a partida da barca na Prainha às duas horas da tarde até Mauá, onde os vagões esperavam os passageiros, depois na raiz da Serra, com os carros para a subida e, por fim, a chegada, já noite, ao Palatinado, com os cocheiros falando um português arrevesado e sotaque alemão (…) Sou dos raros que ainda alcançaram esses tempos: a barca, o trem, a diligência (crônica de Max Fleiuss, publicada no Jornal do Commercio, em 12 de maio de 1940).   O Instituto Histórico de Petrópolis, associação cultural que há 80 anos atua na preservação da história e da tradição de nossa “Cidade Imperial”, tendo em vista a realização de um plebiscito no dia 7 de outubro próximo, vem a público manifestar-se pela continuidade do passeio em “Vitórias” por tração animal, que há tantos anos encanta moradores, visitantes e turistas, pela experiência que proporciona, e que remonta ao século XIX, considerando o cuidado com os animais, a qualificação dos profissionais envolvidos na atividade, bem como a adequada manutenção dos veículos, tudo sob a égide da fiscalização pública.   As charretes, os monumentos, as festas como, por exemplo, a Bauernfest, os prédios, museus, as pontes vermelhas, são marcos simbólicos de Petrópolis. Não podemos destruir tudo aquilo que nos caracteriza e nos diferencia dos outros lugares. As ações impensadas ou movidas por interesses imediatos, muitas das vezes, são irreversíveis. Em tudo há prós e contra. É preciso buscar harmonia e equilíbrio.

ANIVERSÁRIO DE 80 ANOS DO IHP – CONFERÊNCIA DE LÚCIA MARIA PASCHOAL GUIMARÃES – MAX FLEIUSS

ANIVERSÁRIO DE 80 ANOS DO IHP Ontem na sessão solene comemorativa do aniversário de seus 80 anos, o Instituto Histórico de Petrópolis recebeu a historiadora Lúcia Maria Paschoal Guimarães, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro-UERJ e 1ª secretária do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que proferiu a conferência “RECORDANDO: CASOS E PERFIS”. PETRÓPOLIS NA CRÔNICA DE MAX FLEIUSS. A Dra. Lúcia Guimarães discorreu sobre a trajetória de seu bisavô, dando ênfase em sua relação com a cidade de Petrópolis e com o nosso Instituto. Selecionamos aqui alguns trechos de sua conferência. Max Fleiuss, Bacharel em direito pela Faculdade do Rio de Janeiro. Max Fleiuss colaborou em órgãos da imprensa, mas dedicou-se, sobretudo, ao magistério e aos estudos históricos. Sua carreira de historiador teve início em 1900, com a monografia “Centenários do Brasil”, apresentada para admissão no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro-IHGB. Max “entendia a história como uma espécie de totalidade. Não no sentido que mais tarde seria definido por Fernand Braudel, cabe esclarecer. Mas sim como um complexo sistema, cujas engrenagens são interdependentes.” Deixou volumosa produção bibliográfica, que ultrapassa cinquenta títulos, afora as colaborações na imprensa e um conjunto de textos redigidos sob o pseudônimo Frederico Martins. Max visitava Petrópolis desde a juventude. No período imperial, secretário-particular do ministro dos Estrangeiros, conselheiro Rodrigo Silva, costumava acompanhá-lo nos despachos com o visconde de Ouro Preto, que aqui veraneava. Depois passou a frequentar os almoços domingueiros da Vila Petiote, no Alto da Serra, onde residia o seu amigo e compadre, o conde de Afonso Celso. Mais tarde, já como primeiro secretário do IHGB, subia a serra constantemente para se avistar com o barão do Rio Branco, que na época exercia a presidência do Instituto. Em 1937, convocado pelo prefeito Yeddo Fiuza, integrou a Comissão do Centenário de Petrópolis. Logo depois, como membro desta Comissão foi convidado e aceitou ingressar como sócio fundador do Instituto Histórico de Petrópolis. Teve participação na campanha em prol da transferência dos restos mortais dos imperadores para o Brasil, liderada pelo IHGB desde 1905. Conde de Afonso Celso e Max Fleiuss cumpriram papéis meritórios, na qualidade de presidente e de primeiro secretário do IHGB, na organização do cerimonial de desembarque e recepção dos ataúdes de D. Pedro II e de D. Teresa Cristina, no Rio de Janeiro, em 8 de janeiro de 1921, assim como do cortejo que os levou à antiga Catedral da Sé. […] Read More