José Kopke Fróes

CENTENÁRIO DO HOSPITAL SANTA TERESA – AS IRMÃS DE SANTA CATARINA

  CENTENÁRIO DO HOSPITAL SANTA TERESA – AS IRMÃS DE SANTA CATARINA José Kopke Fróes Quando o Hospital Santa Teresa foi entregue à Congregação das Irmãs de Santa Catarina, em 29 de janeiro de 1901, por Decreto do Presidente do Estado do Rio de Janeiro, contava o edifício com duas enfermarias para homens, uma de medicina, outra de cirurgia, e duas para mulheres, além de quartos particulares, modesta capela, farmácia, secretaria, sala do médico. Irmã Lídia era a Superiora naquele momento, e conservou-se no cargo até 1907, tempo em que os recursos financeiros eram muito reduzidos. Sucedeu-a a Irmã Macrina, também com a mesma situação, por três anos. De 1910 a 1920, a Superiora foi a Irmã Julieta, em cuja direção foi construída a capela atual, inaugurada em 1.º de novembro de 1912, sendo também no mesmo ano inaugurado o andar térreo de Sanatório S. José, logo depois o pavilhão S. Geraldo, destinado a isolar doentes tuberculosos, e iniciada a construção do necrotério. No ano de 1915, ainda sob a direção de Irmã Julieta, foi construída a casa para as Irmãs, ali de serviço, que ocupavam pequenos quartos nos porões do edifício, sem o menor conforto, sujeitos às enchentes. Continuando na direção, Irmã Julieta, foram construídas 3 amplas enfermarias e a seção de maternidade. De 1920 a 1926, a Superiora foi a Irmã Eulalia, que, como era natural, encontrou grandes dívidas, liquidadas em sua administração. De 1927 a 1933, a Superiora foi a muito nossa conhecida Irmã Agatonia, muito estimada de todos os que passaram pela casa, e que, felizmente, vive hoje em dependência anexa ao Hospital. Irmã Agatonia promoveu a aquisição do Raio X, e a renovação da canalização de água. Durante sua administração ali esteve internado o Presidente Vargas, vítima de acidente na serra de Petrópolis, que mais atingiu sua esposa D. Darci Vargas, durante um mês. De 1933 a 1939, Irmã Eustoquium foi a Superiora, de grande atividade, construindo o segundo pavimento do Sanatório, a maternidade, a enfermaria infantil, a nova lavanderia e a nova farmácia. Nos anos de 1939 a 1942, a Superiora Irmã Thadeia, instalou o laboratório de pesquisas clínicas, o aumento da maternidade. Finalmente, chegamos à bondosa Irmã Paula Schaeffer, decana das Irmãs do Hospital, Superiora de 1942 a 1948 e de 1950 a 1956. Em seu primeiro ano de administração, em convênio com a Prefeitura, a 7 de setembro de 1942, foi inaugurado […] Read More

CENTENÁRIO DO HOSPITAL SANTA TERESA (O) – DATA HISTÓRICA DA CIDADE IMPERIAL

  O CENTENÁRIO DO HOSPITAL SANTA TERESA – DATA HISTÓRICA DA CIDADE IMPERIAL José Kopke Fróes Dois acontecimentos de grande importância na vida da pequenina cidade de Petrópolis tiveram lugar no dia 12 de março de 1876: pela manhã, o lançamento da pedra fundamental da nova Igreja Matriz e, à tarde, a inauguração do Hospital de Santa Teresa. Deixamos ao “Mercantil”, único jornal da época, em sua linguagem simples, a descrição dos fatos citados, em seu número de 15 de março seguinte, escrita por Bartolomeu Pereira Sudré, proprietário e editor do periódico: “Notícias diversas – foi ontem o dia natalício de Sua Magestade a virtuosa e estimada Imperatriz do Brasil. Sua Magestade completou 54 anos de idade. Conforme anteriormente noticiamos, realizou-se domingo 12 do corrente, às 8 horas da manhã, no morro de S. Pedro, nesta cidade, com a assistência de S. M. o Imperador e Suas Altezas Imperiais, a colocação da pedra fundamental para a nova igreja matriz, e a sagração do terreno em que se vai construir a mesma igreja, sendo em seguida celebrada a primeira missa em um pavilhão convenientemente preparado para esse fim. Depois de assinado o respectivo auto e depositado em uma caixa de madeira com os jornais da Côrte e da Província do Rio de Janeiro, bem como os exemplares de todas as moedas de ouro, prata e cobre, cunhadas neste Império, S. M. O Imperador fechou a referida caixa, e entregou a chave ao Sr. Presidente de nossa Câmara Municipal, para ser arquivada. As cerimônias religiosas foram celebradas pelo Exmo. Monsenhor Luiz Bruschetti, coadjuvado pelos Revmos. Padres Vigário Germain, Teodoro Esch e João Batista. Assistiram a tão edificante solenidade os Exmos. Srs. Ministros da Fazenda, Justiça e Império, Presidente da Província, a Câmara Municipal desta cidade, a Irmandade do S.S. Sacramento, as autoridades civis e militares, alguns titulares nacionais e estrangeiros, funcionários públicos, grande número de famílias e cavalheiros. Duas bandas de música tocaram durante a solenidade, e uma sociedade de canto alemã acompanhou os atos religiosos. Findas as cerimônias do estilo, o Sr. Comendador Paulino Nunes levantou vivas á Augusta Família Imperial e ao dia 12 de março que acabava de assinalar a existência de mais um alicerce firmado para celebração do culto externo e público de nossa religião. O dia 12 de março não devia prender-se à memória dos petropolitanos só por esse acontecimento; um outro tanto mais magestoso quanto do […] Read More

PRIMEIROS FORMANDOS DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS

  PRIMEIROS FORMANDOS DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS José Kopke Fróes Revolvendo há dias meu arquivo de papéis sobre a história da nossa cidade, encontrei o suplemento de 28 de fevereiro de 1959 de JORNAL DE PETRÓPOLIS, comemorativo da colação de grau dos primeiros advogados e professôres da nossa Universidade e não resisti à vontade de fazer reviver aquele acontecimento notável, decorridos hoje apenas um pouco mais de dez anos, a fim de que o mesmo sirva de estímulo a todos aqueles que estudam no conceituado estabelecimento, que ainda era denominado Faculdades Católicas Petropolitanas. Pela manhã daquele glorioso dia, na Catedral, foi rezada missa solene procedendo-se à benção dos anéis de formatura. Em seguida, no saguão do novo edifício da Rua Barão de Amazonas, realizou-se a cerimônia da colocação de uma grande placa de bronze, discursando o bacharelando Mauro Carrano de Castro. O ponto alto das solenidades foi realizado, às 16 horas, no Teatro Mecanizado do Hotel Quitandinha, fazendo parte da mesa D. Armando Lombardi, Núncio Apostólico do Brasil, Dr. Roberto Silveira, Governador do Estado do Rio, Dr. Nelson de Sá Earp, Prefeito de Petrópolis, Dr. Paulo Hervé, Presidente da Câmara Municipal, Dr. Nelson Lacerda Rodrigues, Juiz de Direito, Dr. J. J. Serpa de Carvalho, Procurador do Estado, D. Manuel Pedro da Cunha Cintra, Revmo. Bispo de Petrópolis, Monsenhor Gentil Costa, Vigário Geral, Monsenhor Nabuco, Deputado Adolfo de Oliveira, Representante do 1º Batalhão de Caçadores, e o Dr. Arthur de Sá Earp Netto, Magnífico Reitor das Faculdades, que foi também o paraninfo das duas turmas de formandos. Eram Diretores, da Faculdade Católica de Direito o Dr. Aloysio Maria Teixeira, e da Faculdade Católica de Filosofia, Ciências e Letras Dom José Fernandes Veloso. Prestado o juramento solene pelos formandos, discursaram seus oradores Paulo Tostes e Raul Teixeira de Siqueira Magalhães, ouvindo-se depois o discurso do paraninfo Dr. Arthur de Sá Earp Netto, e por último Dom Armando Lombardi. Eis os nomes dos Bacharelandos em Direito: Aloysio Ribeiro de Almeida; Alynthor Teixeira de Rezende; Ana Maria de Araujo Lima; Antônio Luiz Cardoso de Melo e Silva; Armando José do Vale; Ary José dos Santos; Augusto Romão Guimarães; Ascendino Machado Fagundes; Benedito da Silva Martins; Benjamin Cynamon; Carlos Alberto da Cunha; Carlos Nessi Soares de Sá; Décio Lobo; Djalma do O’ Monteiro Filho; Durval Antônio de Oliveira; Fernando Carlos Vasconcellos de Macedo; Francisco Eugênio Meyer de Souza; Geraldo Augusto de Alencar Fabião; Germano […] Read More

PRIMEIROS TEMPOS DA INSTRUÇÃO PÚBLICA EM PETRÓPOLIS

  PRIMEIROS TEMPOS DA INSTRUÇÃO PÚBLICA EM PETRÓPOLIS José Kopke Fróes Ao comemorar a cidade mais um aniversário da sua fundação – 16 de março de 1843 – acreditamos ser este um assunto valioso, cuja história ainda não foi escrita e que tem por ponto de partida o relatório do Presidente da Província do Rio de Janeiro, Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho, em 1º de março de 1846, a respeito de Petrópolis. “Em novembro do ano passado fui visitar esta Colônia, em companhia do Mordomo da Casa Imperial, que no cumprimento de ordens de S. M. o Imperador, relativas à povoação de Petrópolis, e ao auxílio e proteção aos colonos, tem mostrado um zelo incansável. “A presença dos dois delegados do Soberano que iam ver este nascente estabelecimento, e prover as suas mais urgentes necessidades, entusiasmou os colonos, que mostraram seu contentamento entoando hinos de louvor e agradecimento ao Imperador do Brasil, que tão benignamente os acolhia. “Então, todas estas laboriosas famílias pediram como primeiro benefício serem considerados cidadãos brasileiros, terem escolas para educação de seus filhos, e párocos ou pastores de suas religiões”. O Major Júlio Frederico Koeler, Diretor da Colônia de Petrópolis desde a instalação da mesma em 29 de junho de 1845, redigiu dois regulamentos, aprovados pelo Presidente da Província, para os trabalhos em geral, e outro para sua direção técnica e administrativa. Por este regulamento, estabeleceu o Diretor a Caixa de Socorros, e instituiu o ensino obrigatório, com a multa de 40 réis em favor da Caixa, a todo colono que não mandasse seus filhos de 7 a 12 anos às escolas, pelo menos três vezes por semana. Criou seis escolas para meninos, duas para meninas exclusivamente, e uma de música. Quase todas entraram em atividade no começo do ano de 1846, tendo por professores, três cidadãos católicos e três evangélicos, nomeados por Koeler. Funcionaram a princípio no prédio da Diretoria da Colônia, com exceção de uma, dirigida pelo professor Marlin Dupont, instalada no local conhecido por Duas Pontes, que desde aquela época fica em importante cruzamento de caminhos ou estradas. Conforme relatório do Major Júlio Frederico Koeler, enviado ao Governo Provincial, referente ao ano de 1846, documento por demais minucioso, ficamos sabendo os nomes dos primeiros mestres petropolitanos, bem assim o número das crianças que freqüentaram as escolas, sendo de notar que no primeiro semestre daquele ano, o número de alunos foi bem maior […] Read More

PETRÓPOLIS CAPITAL DO ESTADO

PETRÓPOLIS CAPITAL DO ESTADO José Kopke Fróes, Patrono  da cadeira nº26 –  A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro foi a capital da antiga capitania e da província até 1834, quando, pelo Ato Adicional de 12 de agosto daquele mesmo ano, que reformou a Constituição de 1824 e criou as Assembléias Legislativas Provinciais, ficou separado o Município da Corte, também chamado Neutro, da Província do Rio de Janeiro. O decreto de 23 de agosto de 1834 designou a Vila Real da Praia Grande para a primeira reunião da Assembléia Legislativa da província do Rio de Janeiro e a Lei n.º 2 de 26 de março de 1835 declarou a mesma Vila Real da Praia Grande capital da Província. Provavelmente os legisladores sentiram, como nós estávamos sentindo, a impropriedade de uma vila, com um nome tão esquisito, ser a capital da província. Dois dias depois, a Lei n.º 6 elevou a Vila Real da Praia Grande à categoria de cidade, com a denominação de Niterói, que na opinião de uns significa rio de água fria, enquanto o visconde de Porto Seguro traduz para água escondida, e Teodoro Sampaio mar escondido. Durante o tempo em que Petrópolis pertenceu administrativamente à Vila da Estrela esteve subordinada, indiretamente, à cidade de Niterói. Tudo isto, porém, cessou felizmente, com elevação à categoria de município, conquista gloriosa, cujo centenário foi bem comemorado. No tempo do Império, por algumas vezes falou-se na mudança da capital da província que, na opinião de alguns, não estava bem localizada em Niterói. Entretanto, nenhuma providência foi tomada naquele sentido. Proclamada a República, nomeado o governador do estado o Dr. Francisco Portela, viu-se assediado por republicanos fluminenses que desejavam fosse a sede do governo levada para o interior do território. Não foi, porém, o nosso estado com a primeira administração republicana. O Dr. Portela, por Decreto de 19 de maio de 1890, firmou um contrato absurdo com uma empresa particular, garantindo-lhe juros para construção de uma estrada de ferro entre Niterói e Teresópolis, e inúmeros privilégios por 70 anos para exploração de todos os serviços públicos, neles compreendidos abastecimento de água, luz, esgotos, telégrafos, telefones, bondes, além do direito de desapropriações e outras vantagens, como a construção de edifícios públicos . Para completar, em 6 de outubro daquele mesmo ano de 1890, baixou novo decreto transferindo para Teresópolis a capital do estado do Rio de Janeiro. Este e outro desmandos […] Read More