DESTINO EM TRILHA RETA

Joaquim Eloy Santos

O turismo em Petrópolis depende exclusivamente de seu povo e da vontade política dos detentores do poder.

O povo precisa ser educado no respeito aos bens culturais e incentivado ao poder de polícia, como guarda vigilante da ainda rica herança patrimonial. Sua ação estará deitada ao interesse público e a denúncia que fizer, deve ter fundamento no coração de petropolitano, na visão de futuro e no amor à terra que é dos descendentes. É a sobrevivência que está em jogo, de tudo e de todos, disciplinado o destino turístico-cultural a essa brigada de defensores-agentes da preservação ambiental, cultural, patrimonial, enfim, a herança que recebemos e devemos passar aos que chegam, sejam naturais, sejam adotados.

De passagem, a aplicação de rígida xenofobia quanto aos invasores do negócio fácil (as drogas, por exemplo) e aos geradores da violência e do desamor, fatores enfraquecedores da auto-estima.

Preservando e explorando os bens herdados, mantendo-os dignos do foro de civilização, estaremos garantindo a autonomia futura de nosso recanto e seu desenvolvimento como um lugar bom para viver.

Também deve ser norte de projetos turístico-culturais imediatos e objetivos, a reabilitação de personagens de nossa história, através de novos bens a serem edificados, bem como a criteriosa identificação dos topônimos urbanos, como existe em cidades que já acordaram para essa galinha-dos-ovos-de-ouro. Não deixar a política de resultados imediatistas sobrepor-se ao destino municipal e porque a ganância especulativa não pode agigantar-se acima das legítimas aspirações em favor de nosso futuro.

Por muitos anos tenho batido em algumas teclas, sob apoio da imprensa atenta e de pessoas de sentimento cívico, no sentido de ampliar as ofertas turísticas e duas conquistas necessitam ter apoio político imediato e sensibilidade objetiva e que são:

1) um monumento à Princesa Isabel, nos moldes dos modernos Carlos Drummond de Andrade, em Copacabana e Brigitte Bardot, em Búzios, e outros já instalados em alguns pontos do país. A Princesa Isabel seria representada em escultura de tamanho natural, tirada de uma fotografia na qual acha-se sentada, com duas amigas, no Palácio de Cristal; a escultura marcaria uma grande atração para os visitantes e os habitantes do Município;

2) Brigadeiro Eduardo Gomes, petropolitano nato, morador da cidade, grande nome da Aeronáutica Brasileira, herói de nossa história, que ainda não possui qualquer homenagem no Município (corrijam-me, se estou equivocado), que mereceria uma estátua em tamanho natural e seu nome em logradouro público. Apesar de ser contrário à substituição de nomes de logradouros já consagrados, nosso brigadeiro ficaria bem no Centro Histórico, na Praça da Inconfidência, onde não existe qualquer monumento e o nome nada diz com Petrópolis. Cidadão católico praticante e fervoroso, Eduardo Gomes teria sua homenagem diante da bela Igreja de N. S. do Rosário, que freqüentou com sua família.

Ao novo governo municipal está conferida a responsabilidade de caminhar em direção ao futuro que Petrópolis merece e deve atingir para sobreviver. Ainda é tempo para deitar o precioso olhar de D. Pedro II, do Barão de Mauá, de Franklin Sampaio, do povo residente e trabalhadores, na reformulação do nosso destino porque todos desejam ser felizes em sua terra, como harmoniza com propriedade nosso Hino de Petrópolis. Façamos jus a ele.