OITO PRAÇAS DESAPARECIDAS (AS)

AS OITO PRAÇAS DESAPARECIDAS Arthur Leonardo de Sá Earp, Associado Titular, Cadeira n.º 25 – Patrono Hermogênio Pereira da Silva Tem sido sempre uma indagação de muitos quais eram as praças previstas por Koeler e o lugar em que se situavam elas. Esta é mais uma das riquezas do planejamento de Petrópolis, que atendia, sobretudo, às exigências de uma vida humana em condições excelentes. O abandono, voluntário ou por incúria, de algumas das características do plano fez com que se perdessem elementos importantes para a convivência social, como a existência de praças públicas, espaços essenciais à reunião e à saúde física e mental do membros da comunidade e ao equilíbrio ecológico da ocupação do território da cidade. Apresenta-se a seguir um breve estudo comparativo entre a planta de Koeler e a de Otto Reimarus, visando a mostrar a localização, em termos atuais, das praças públicas da pioneira urbanização. O material cotejado foi colhido da Planta de Petrópolis, Mandada levantar pelo Presidente da Província do Rio de Janeiro O Excell.mo Snr. Conselheiro Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho, para se juntar ao seu relatório, 1846, assinada por Koeler, reprodução depositada na Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, sob a referência ARC 14-4-32, e da Planta da Imperial Colonia de Petrópolis, reduzida para guia dos visitantes, por Otto Reimarus, em 1854, reprodução depositada na mesma Biblioteca sob a referência ARC 3-1-10. A planta de Koeler não menciona o número de qualquer prazo, mas contém o nome das praças nas suas situações. A de Reimarus, ao contrário, que em suas legendas com números arábicos só dá o nome de quatro praças, tem inscrita a numeração dos prazos, mas não inclui a designação das demais praças, apenas as representando por símbolo em sua posição. Daí a necessidade de se casar o que cada uma tem para se atingir o conhecimento da localização das praças com referências atuais. Facilita a tarefa o fato de que o curso dos rios consta das duas. Há cinco praças de ambas as plantas que ainda existem, posto que em proporções diferentes por vezes. São elas: 1) Praça de S. Pedro de Alcântara, na área da atual Praça Princesa Isabel e da Catedral; 2) Praça D. Afonso, hoje Praça de Liberdade; 3) Praça da Confluência; 4) Praça do Imperador (representada nas duas plantas mas só nomeada na de Koeler), área das atuais praças D. Pedro II e dos Expedicionários; 5) Praça […] Read More

PALÁCIO SÉRGIO FADEL

PALÁCIO SÉRGIO FADEL Arthur Leonardo de Sá Earp, Associado Titular, cadeira nº 25 – Vi há dias um convite da Fundação de Cultura em que se mencionava Palácio Koeler como local do evento. Talvez reprodução de modelo faz tempo não atualizado, o engano tipográfico por certo passou desapercebido aos maiores responsáveis pela instituição, gente que tenho por séria, culta e sabedora de sua obrigação de cumprir as leis, além de ciente do peso do exemplo das ações praticadas pelas autoridades. O Instituto Histórico de Petrópolis, em um de seus mais específicos estudos e pronunciamentos da matéria que lhe é própria, expressamente analisou a troca legal da designação do palácio da sede do poder executivo municipal e concluiu que não havia ofensa à história e à boa tradição petropolitanas. Na verdade, o prédio não tem qualquer vinculação histórica com o sempre admirável e reverenciado Koeler. O nome respeitável foi atribuído em circunstâncias bem conhecidas porque participadas pelo presidente do Instituto. Estas circunstâncias estavam principalmente marcadas pelo fato da ausência de predominante apelativo anterior do prédio com notas de tradição. Da mesma forma, quando alterado, tal primitivo nome oficial ainda não tivera utilização por aquela larga extensão de tempo que carateriza uma tradição. Ou seja, não se elevara a “hábito transmitido de geração em geração” conforme tecnicamente se conceitua tradição. Foram pouco mais de dois anos de duração do Decreto n.º 733/96. O pronunciamento do Instituto foi objetivo e isento. Por outro lado, o imóvel tem tudo a ver com o Prefeito Sérgio Fadel e a história do poder executivo municipal petropolitano. Desde a criação republicana do cargo, a ele conferidas as funções executivas que antes competiam ao presidente da Câmara juntamente com as legislativas, o prefeito de Petrópolis foi um sem teto. Esteve de favor no prédio da Câmara Municipal, desde Oswaldo Cruz até Paulo Gratacós. Este, almejando mais alto, mas não tendo podido chegar a tanto, transferiu condignamente a sede do executivo para o Palácio Mauá, alugado para isto. Foi uma cerimônia tocante, assistida com forte emoção, cheia de significado muito bem ressaltado pelo Prefeito. O poder por ele representado principiou a externar no espaço físico do território serrano a independência prevista em lei. Mas os alcaides petropolitanos ainda continuavam em casa alheia. Foi Sérgio Fadel quem consolidou a posição correta do executivo, instalando-o com a devida dignidade, em imóvel cuja aquisição negociou, concluiu e quitou. Comportamento administrativo perfeito, acabado, […] Read More