A ELEVAÇÃO DE PETRÓPOLIS A CIDADE Ascânio Dá Mesquita Pimentel “Exmo. Sr. Carlos Magalhães Bastos, Prefeito do Município; Exmo. Sr. Embaixador Macedo Soares, membro da Comissão de Codificação do Direito Internacional e Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; Sr. Dr. Leão Teixeira Filho, Presidente do Instituto Histórico de Petrópolis; Sr. Comandante do Batalhão de Caçadores aquartelado nesta cidade; Sr. representante do Sr. Secretário de Estado de Negócios do Interior e Justiça; Sr. Dr. Alcindo Sodré, Secretario Geral da Comissão do Centenário de Petrópolis, Diretor do Museu Histórico e animador principal dos modernos estudos sobre a história deste Município; Minhas Senhoras; Meus Senhores. Como preparação e estímulo do público para as festas que se projetam em comemoração do primeiro centenário da fundação de Petrópolis, a comissão nomeada para esse fim pelo Sr. Prefeito tem promovido conferências explicativas sobre as primeiras datas da história petropolitana. Tratou o Dr. Alcindo Sodré da fundação do povoado; o Dr. Rangel Pestana da colonização alemã; o Dr. Leão Teixeira Filho da atuação urbanística de Koeler. Cabe-me hoje – interrompendo a lista desses nomes ilustres – falar sobre a elevação de Petrópolis à categoria de cidade. Na época em que isso ocorreu Petrópolis contava pouco mais de uma dúzia de anos de existência. Era uma povoação numerosa e progressiva. Pelo seu território, pertencente, como até hoje, à Fazenda Imperial, dependia desta, em todas as operações sobre a propriedade imóvel, visto se haver constituído em regime de enfiteuse. Pela localização em sua periferia dos imigrantes alemães chegados aqui em grandes turmas no ano de 1845, ficara sujeita, no que concernia ao exercício do trabalho e à aquisição da propriedade rural por estes, ao sistema de colônia para esse fim organizado pelo Governo do Império. Enfim pelo estabelecimento e crescimento na parte central ou propriamente urbana da antiga fazenda, de uma população nacional livre, enquadrava-se nos moldes gerais da administração pública então vigorantes e que dividiam o poder, aproximadamente como hoje, entre os três grandes aparelhamentos administrativos justapostos e concêntricos: o imperial, o provincial e o municipal, – este último subdividido, ainda, consoante convinha, em freguesias e curatos, distritos de paz, termos e comarcas. O povoado de Petrópolis que, ao nascer, era um simples curato anexo à Freguesia de São José do Rio Preto, da Vila de Paraíba do Sul, de cujo distrito de paz fazia parte, já em 29 de março de 1844 fora separado deste […] Read More