No conturbado período da vida pública brasileira que transcorreu entre 1830 e 1847, abrangendo a abdicação de D. Pedro I em 07 de abril, passando pelas chamadas crises da minoridade, com as Regências Provisória, Trina e Una, a crise da Maioridade em 1840 até a organização do Conselho de Ministros com a figura do Presidente do Conselho em 1847, que passou ao Primeiro Ministro, a escolha de mais membros do gabinete para aprovação do Imperador. Avulta de maneira singular a personalidade de Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho, pelas posições que então ocupava e pela sua ação. Nascido em 21 de julho de 1800, filho do Coronel de Engenheiros Aureliano de Souza e Oliveira e de Dona Francisca Flávia Proença Coutinho, na freguesia de Itaipu, pertencente a Vila Real da Praia Grande, hoje Niterói. Teve uma educação cuidadosa, primeiro no Seminário São José, então um dos melhores colégios do Rio de Janeiro, onde se distinguiu como excelente aluno. Dali passou para a Academia Militar, mas não desejando seguir a carreira das armas, conseguiu uma pensão de D. João VI para estudar em Coimbra, dada pelo Rei como prêmio aos excelentes serviços prestados pelo pai nas fortificações da costa fluminense. Seguiu para Portugal em 1820, regressou em fins de 1825, portando um diploma de Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade de Coimbra. Com tal título e uma personalidade agradável e maneiras refinadas não foi difícil a nomeação para Juiz de Fora e Ouvidor em São João Del Rei e após em Outro Preto. Ainda em Minas Gerais, casou em São João Del Rei com Adelaide Guilhermina de Castro Rosa, filha de abastado comerciante. O trabalho realizado em Minas Gerais foi de tal forma apreciado pelo povo local que ao regressar ao Rio de Janeiro, viu-se eleito deputado geral segunda legislatura do Império ( 1830 – 1833 ). Devido a sua atitude moderada e discreta granjeou a simpatia dos deputados do chamado grau de moderados, que o indicaram para Presidente da Província de São Paulo que estava em efervescência com o assassinato do jornalista João Liberó Badaró. Ali permaneceu por apenas três meses se relacionando então com o Padre Antônio Diogo Feijó. Regressando ao Rio de Janeiro foi nomeado Juiz de Órfãos e Independente Geral da Polícia do Rio de Janeiro, tornando-se assim, o principal auxiliar do então Ministro da Justiça Diogo Feijó. Mostrou-se nessa ocasião um severo aplicador […] Read More