PETRÓPOLIS COMEMORA CEM ANOS DO SEU HOSPITAL

PETRÓPOLIS COMEMORA CEM ANOS DO SEU HOSPITAL Gustavo Ernesto Bauer, Patrono da cadeira n.º 21 Início da solenidade com o hasteamento da Bandeira Nacional pelo Coronel Milton Masselli Duarte (TP 14/03/1976 – Acervo Histórico de Gabriel Kopke Fróes) O Prefeito Paulo Rattes inaugurou placa do centenário na porta do hospital, vendo-se o Príncipe D. Pedro de Orleans e Bragança (TP 13/03/1976 – Acervo Histórico de Gabriel Kopke Fróes) Depois do precioso relato histórico escrito por José Kopke Fróes, sobre o secular Hospital Santa Teresa, qualquer tentativa para acrescentar mais algum detalhe, não ultrapassará o notável documento em que a história do Hospital Santa Teresa foi tão bem apresentada pelo ilustre historiador José Kopke Fróes . No entanto tentaremos, como petropolitano, prestar nossa modesta homenagem, colaborando para a importante data que será comemorada pela Cidade Imperial no dia 12 de março de 1976. Quando, repentinamente, em um lugar sem recursos chegam centenas de seres humanos, tentando melhorar suas condições de sobrevivência, é claro, os primeiros dias, semanas, até mesmo anos transformam-se em épocas de sofrimento, talvez piores do que aqueles, vividos anos seguidos, em sua terra natal. Aparecem, então sinais de arrependimento entre imigrantes por terem deixado seus lares, onde durante séculos foram mantidas velhas tradições, embora muitas vezes interrompidas por épocas difíceis; consequências dramáticas de guerras e más colheitas, em que a fome, as enfermidades e a miséria complentavam o cenário da região de onde, em 1845, vieram os colonos fundadores da Cidade nascida do meio de primitivas florestas e de ciclópicas formações geológicas. Imaginar o cenário com centenas de pessoas procurando vencer as dificuldades dos primeiros tempos da Colonização não é difícil, como concluir que a falta de conforto, iria trazer consequências trágicas entre aqueles colonos, vitimando na maior parte das vezes as crianças. Não havia nos primeiros tempos recursos materiais para combater doenças, mas havia a vontade e a energia de Júlio Koeler em transformar aquele ambiente coberto de florestas, em uma cidade, para isso, a preservação da saúde e da vida dos colonos era uma condição inadiável; assim no relatório de agosto de 1845 Koeler informa sobre casos de enfermidade entre os colonos, comunicando ainda ter contratado o Dr. Guilherme Boedecker, a dois mil réis por dia – dois mil réis por dia! Boedecker foi hospedado na casa do Diretor, iniciando suas visitas às humildes choupanas cobertas de palha, como eram as primeiras habitações dos colonos. Já, […] Read More

SINOS

  “LAUDO DEUM VERUM, PLEBEM VOCO, CONGREGO CLERUM, DEFUNCTOS FUGO, FESTA DECORO” Petrópolis viveu, no dia 22 de setembro, mais um capítulo emocionante de sua história, quando, pela primeira vez, ouviu o som dos sinos de sua Catedral. A sonoridade emitida pelo bronze plasmado por mãos dos artífices da velha Alemanha, cuja experiência remonta a séculos – A voz festiva irradiada da torre – anunciava à Petrópolis, a heráldica Petrópolis, que, daquela data em diante, os grandes acontecimentos da Cidade Imperial seriam celebrados de forma solene por intermédio das vibrações harmônicas do mais sagrado, do mais clássico dos instrumentos musicais! Petrópolis que teve como primeira população os colonos alemães, viu chegar para ser instalado na sua imponente Catedral o conjunto de sinos moldados por patrícios dessa primeira população e a Cidade seguiu com interesse e emoção as diversas fases da instalação desse conjunto, até chegar ao lugar na torre, subindo pela rampa de obra, vagarosamente, trazendo os assistentes em prolongado “suspense”, quando o sino maior, pesando cerca de 5 toneladas, era içado. Naquela noite de 13 de setembro de 1963, os petropolitanos assistiram essa cena de grande sentido histórico e que, certamente, não se repetirá tão cedo … Agora, devido ao fato, lembramo-nos de diversas curiosidades em torno do assunto. Consta que os primeiros sinos, destinados a cerimônias cristãs, foram fundidos lá pelo ano de 420, em Nola e Campania, obtendo, por isso, como primeira denominação Campana, Campanila ou Nola. Também no uso profano uma espécie de campainha – ainda derivado de campana – era conhecida para anunciar a abertura dos banhos e mercados, conhecida dos romanos por “Tintinnabulum”. Plínio nos relata que, no túmulo de Porsenna 400 anos A. C., havia um conjunto de campainhas que eram agitadas pelo vento espalhando sons ao longe … “Tintinnabula quae vento agitata longe sonitus referunt”. O uso dos sinos espalhou-se imediatamente em todo o ocidente, depois do século V, i. e., depois dos primeiros construídos, em Campania, passando a anunciar todas as cerimônias da Igreja, influindo no espírito das populações. Aos seus sons majestosos e solenes, ligavam-se contos e lendas. Atribuído ao maravilhoso efeito de sonoridade dos primeiros sinos, acreditava-se, na idade média, que esses efeitos sonoros punham em fuga os demônios; por isso, era muito comum pendurar no pescoço das crianças, miniaturas de sinos. Também nas tempestades violentas, apelava-se para o poder misterioso da música do sino para acalmá-las. Sinos enormes […] Read More