A CALÇADA DE PEDRA Carlos Oliveira Fróes, ex-Associado Titular, Cadeira n.º 18 – Patrono Gabriel Kopke Fróes, falecido Introdução O artigo “A Calçada de Pedra da Serra da Estrela”, publicado na edição de 1989 da Revista do Instituto Histórico de Petrópolis foi o resultado de um primoroso trabalho de pesquisa elaborado pelo competente Luiz de Oliveira. É em memória desse saudoso confrade do I. H. P. que decidimos apreciar a “Calçada de Pedra” em forma mais abrangente, estendida ao cenário do desabrochar do maravilhoso Século XIX. Também, aproveitamos a oportunidade para antecipar algo que pudesse chamar atenção para a Efeméride “O Início da Construção da Calçada de Pedra”, cujo segundo centenário será celebrado no ano de 2002. Foi esta predestinada via que, após o fim do Ciclo do Ouro e dos Diamantes, garantiu que a principal rota para o “hinterland” brasileiro ficasse mantida através do “Território Pré-Colonial Petropolitano”. Portanto, entendemos que o conhecimento pleno, em todos os seus aspectos, é assunto da maior importância para a História Petropolitana. Novas perspectivas para o Caminho Geral de Minas Gerais No limiar do Século XIX, a Metrópole passava a ver com outros olhos a sua tricentenária Colônia do Brasil, há um quartel alçada à condição de Vice-Reinado. Não havia mais esperanças de um outro miraculoso ciclo mineral. Em contrapartida, durante o século que terminara, havia se desenvolvido na grande região dos exauridos campos auríferos e diamantíferos das Alterosas o maior mercado de produção e consumo do Brasil. E a agropecuária, até então predominantemente de subsistência, despontava como opção para pretensões mais amplas, o que aliás condizia com a nova Política Econômica que o Conselho Ultramarino português reajustara em relação ao Brasil. E os nossos competentes planejadores lusitanos sabiam que, para a manutenção da Capitania de Minas Gerais como Pólo Econômico, deveria ser incrementado o setor de produção, condição “sine-qua-non” para que o mercado de consumo não declinasse. Nesse quadro, as exportações e as importações assumiram papel capital. Diferindo dos tempos dos Ciclos do Ouro e dos Diamantes, o valor específico das cargas transportadas diminuíra vertiginosamente. Conseqüentemente, o volume das mesmas crescia geometricamente. As antigas tropas de muares não mais seriam a unânime opção e a necessidade de substituí-las por carros de tração animal era óbvia. As vias de transporte não mais poderiam cingir-se aos caminhos — apenas aptos para viandantes e tropas — e suas substituições ou reconstruções em forma de estradas eram imperiosas e prementes. O açúcar ocupava o primeiro lugar na pauta de exportações […] Read More