RECORDAÇÕES DO BRASIL NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL Cláudio Moreira Bento, associado correspondente O dia 8 de maio de 2012 evoca o 67º aniversário do Dia da Vitória da Democracia e da Liberdade Mundial ameaçada pelo nazifascismo. O Brasil então participou do esforço de guerra aliada em defesa da Democracia e da Liberdade Mundial, a partir de 22 de agosto de 1942, quando entrou na guerra, depois de reconhecer o estado de beligerância contra ele de parte do Eixo e, até 8 de maio de 1945 – Dia da Vitória. Sua extensão geográfica (a quinta do mundo), sua posição geopolítica debruçada sobre o Atlântico e mais a sua solidariedade ao continente americano, não lhe permitiram ficar neutro. Assim participou, do esforço de guerra aliado, nos teatros de operações do Atlântico e do Mediterrâneo, em decorrência do Acordo Bilateral Brasil-EUA, de 23 de maio de 1942, que foi coordenado pela Comissão Mista de Defesa Brasil-EUA, desdobrada em Washington e no Rio de Janeiro. As Forças Armadas Brasileiras assim participaram: o Exército defendeu o território brasileiro e as instalações militares nele existentes, com ênfase na Zona de Guerra então criada, e, dentro desta, o Saliente Nordestino (RN, PB, PE, AL) e nele o triângulo Natal-Recife-Arquipélago de Fernando de Noronha, além do envio da Força Expedicionária Brasileira – FEB ao teatro de operações do Mediterrâneo, integrando o V Exército dos EUA. A Marinha encarregou-se da defesa dos portos, patrulhamento oceânico e escolta de comboios marítimos, isoladamente, ou integrando a 4ª Esquadra Americana, com Quartel General no Recife. A Aeronáutica executou ações de patrulhamento oceânico e proteção de comboios, isoladamente, ou integrando a 4ª Esquadra Americana, além do envio de um grupo de caça (1º Grupo de Caça) que integrou a Força Aérea Aliada do Mediterrâneo e uma Esquadrilha de Ligação e Observação (1ª ELO) que combateu sobre o controle operacional da FEB, também na Itália. A cooperação do Brasil com os aliados inicialmente ficou restrita ao continente americano. Cessada a ameaça de uma ação do Eixo de invasão das Américas pelo Saliente Nordestino, resolução da Comissão Mista de Defesa Brasil-EUA de n.º 16, de 21 de agosto de 1943, ampliou a ação militar do Brasil o que se traduziu, na prática, no envio de tropas de terra e ar para o teatro do Mediterrâneo e ação de nossa Marinha além de águas continentais americanas. Em contrapartida o Brasil recebeu dos EUA para o […] Read More
TITULARES NA SERRA DE PETRÓPOLIS
TITULARES NA SERRA DE PETRÓPOLIS Mariza da Silva Gomes, associada honorária Nobreza Brasileira “A Nobreza Brasileira de A-Z” (Transcrita do Archivo Nobiliarchico Brasileiro) A Nobreza brasileira compreendia a família imperial brasileira, os detentores dos títulos nobiliárquicos agraciados durante o Império do Brasil e os membros não-titulados de famílias nobres brasileiras. Tendo parte da nobreza brasileira ascendência na fidalguia e nobreza portuguesa. Também, somente nobres podiam ser veadores e damas de companhia da Casa Imperial, oficiais-mores (camareiro-mor, mordomo-mor, capitão-mor), condecorados com as imperiais ordens honoríficas, oficiais da Guarda Nacional, fidalgos, membros da Imperial Guarda de Honra dos Mosqueteiros de Dom Pedro I (chamados Dragões da Independência) e oficiais generais do exército brasileiro e da marinha do Brasil. A nobreza brasileira tinha como ofícios principais a política, medicina, diplomacia, senhorio de propriedade rural latifundiária, comércio em larga escala, magistratura, promotoria, procuradoria, oficialato das Forças Armadas, inspetoria da Alfândega, engenharia, advocacia, certos tipos de arte, sacerdócio católico, e intelectualismo em geral, visto que, à época, no Brasil a educação era muito cara e escassa. Os filhos da nobreza também tinham o direito de entrar na marinha do Brasil diretamente no posto de aspirante e no exército brasileiro como cadete. A formação da nobreza do Brasil teve como base a nobreza de Portugal, tendo os títulos nobiliárquicos de duque, marquês, conde, visconde e barão. Hierarquicamente, os membros da elite do país pertencentes à nobreza encontravam-se acima da elite não nobre, pois pertencer ao estamento servia como forma de ostentação de poder político e/ou origem familiar ilustre. Com a transferência da corte portuguesa para o Brasil, entre 1808 e 1820, Dom João VI deu início a nobreza brasileira, distribuindo títulos nobiliárquicos, tendo, até 1821, agraciado 28 marqueses, 8 condes, 16 viscondes e 21 barões, quatro deles brasileiros natos: Baronesa de São Salvador de Campos de Goiatacases, Barão de Santo Amaro, Barão de São João Marcos e Barão de Goiana. Em seus primeiros oito anos no Brasil Dom João VI outorgou mais títulos de nobreza do que em todos os 300 anos anteriores da história da Monarquia Portuguesa, facto que não teve continuidade, pois nos outros anos da época imperial brasileira era apenas uma vez ao ano que o imperador agraciava membros da nobiliarquia com títulos nobiliárquicos. História Os títulos nobiliárquicos serviam como ostentação de poder político entre a elite, notadamente os grandes proprietários rurais. Muitos dos nobilitados, entretanto, eram descendentes directos da nobreza portuguesa, […] Read More
POSSE DE WOLMAR OLYMPIO NOGUEIRA BORGES
POSSE DE WOLMAR OLYMPIO NOGUEIRA BORGES Wolmar Olympio Nogueira Borges, associado correspondente Transponho os umbrais da Casa de Cláudio de Souza com a emoção desmedida dos neófitos que se deslumbram com os valores superiores nela representados por personalidades de escol a se dedicarem ao amor da pátria e a sua gente. E me comovo por ser guiado, no instante, pelas mãos de um dos mais generosos amigos, membro do Instituto Histórico, Antônio Eugênio de Azevedo Taulois e me alegro por testemunhar que o ilustre padrinho intelectual seja acolitado, nas démarches oficiosas da recepção através da simpatia e trepidância de outro consócio, amigo, Paulo José de Podestá Filho, também, arraigado às tradições históricas de Petrópolis. Para um mineiro da gema, antigo aluno do Colégio São Vicente de Paulo, dos Cônegos Premonstratenses integrar-se aos quadros do Instituto Histórico da cidade, constitui honraria que o enobrecerá pela vida a fora. E, mais, ainda o fará reverenciar os fastos da História Petropolitana a fim de compreender melhor a beleza do significado da saga heróica dos primeiros posseiros, caminheiros, conforme Carta Regia de Agosto de 1686 doando SESMARIA na subida da Serra da Estrela a Francisco Siqueira e a João Matos de Souza; e outra SESMARIA (Setembro de 1686) “no sertão do Inhomirin de serra acima” a João Silveira e João Gonçalo Pires; homens indômitos oriundos doutras plagas que, aberto o caminho-novo para as Minas de Ouro dos Cataguás e já alcançado o Porto da Estrela, nos extremos da Baia de Guanabara, galgavam com sofreguidão a serra acima, a visualizarem a conquista de incomensuráveis riquezas descobertas sertão adentro. Ou, rememorar as trilhas orvalhadas que demandavam à SESMARIA de Domingos Rodrigues Teixeira (fazendas Quitandinha, Velasco, Morro Queimado), à SESMARIA do Córrego Seco e do Itamarati, 1721, de Bernardo Soares Proença (Fazenda Rancho da Farinha) e de Manuel Vieira Afonso, 1770; também a descerem e a seguir pelas vielas dos boqueirões sinuosos nas fragas de morros penhascosos até atingir a SESMARIA da Samambaia, de Luiz Peixoto da Silva (fazendas do Rio Morto e de Corrêias), posteriormente propriedade do Padre Antonio Tomás de Aquino Corrêia da Silva Goulão, ao lado da Capela de Nossa Senhora do Amor Divino. Tanto quanto, trazer viva na memória a evidência da compra, efetuada pelo Imperador D. Pedro I, a José Vieira Afonso através escritura de 1830, e o empenho que devotara, à ideia de construir o Palácio de verão denominado Concórdia. […] Read More
POSSE DE ENRICO MATTIEVICH
POSSE DE ENRICO MATTIEVICH Enrico Mattievich, associado titular, cadeira n.º 12, patrono Claudionor de Souza Adão Senhor Presidente Luiz Carlos Gomes, senhores membros do Instituto Histórico de Petrópolis, senhoras e senhores. Em primeiro lugar quero agradecer ao Sr. Presidente e aos associados titulares: Sr. Arthur Leonardo de Sá Earp, ao Professor Antonio Eugênio Taulois e ao Tenente Coronel Ivo de Albuquerque, pela indicação do meu nome. É grande a honra que me conferem ao me admitirem no quadro de associados titulares desta prestigiosa instituição, que durante sua setuagenária existência, tem reunido destacados cidadãos de Petrópolis. A partir de hoje ocuparei a cadeira n.º 12, cujo patrono é Claudionor de Souza Adão, brilhante cidadão nascido em Petrópolis, em 26 de agosto de 1917. Formado em Direito, em 1945, tornou-se um dos melhores e mais respeitados advogados na área de Direito Trabalhista. A sua atuação nos diversos campos de atividades, poderia preencher extensas paginas. Foi pesquisador de História, dirigente de clubes esportivos e culturais, foi Presidente do Instituto Histórico de Petrópolis e do Rotary Clube de Petrópolis. Orador brilhante, de cativante eloqüência, foi associado titular da Academia Petropolitana de Letras, chegando a prestar eficientes serviços como secretário dessa instituição. Jornalista apurado, foi diretor da sucursal do jornal “A Noite” e secretário da “Tribuna de Petrópolis”; atuou no jornalismo da Radio Nacional, da Rádio Ministério da Educação e muitas outras empresas de comunicação. Ademais de todas essas relevantes atividades, pelo depoimento da sua própria filha, a Professora Regina Maria Barcellos Adão, com muita disposição ainda encontrava tempo para orientar os alunos nas escolas, dar conselhos e palestras. Meu patrono faleceu a 6 de fevereiro de 1993. Ocupou a cadeira 12 do nosso instituto – portanto meu antecessor – o brilhante estudioso Luiz Cláudio D’Alamo Louzada, falecido em 2008. Eu resido nesta bela cidade há apenas dez anos, a partir de 2002; mais, desde a minha chegada ao Brasil, em 1969, e a primeira visita a Petrópolis, meu sonho foi residir e escrever minhas memórias aqui. Cheguei ao Brasil convidado pelo brilhante químico e físico Jacques A. Danon, pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (C B P F) do CNPq, para estudar em pós-graduação e pesquisar nessa instituição, mediante uma bolsa da Fundação Ford, que me foi outorgada sendo Professor de Física na Universidade Nacional Major de San Marcos, em Lima, Peru. Depois de cinco anos, em 1974, orientado pelo Professor Danon, […] Read More
ARQUIVO BORBÔNICO DE NÁPOLES E A SUA HISTÓRIA (O)
O ARQUIVO BORBÔNICO DE NÁPOLES E A SUA HISTÓRIA Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança (Dom), associado correspondente Falar de arquivos é sempre um argumento difícil, sobretudo por quem como eu não é arquivista. Peço portanto aos amáveis ouvintes que não aguardem um desfile de fascículos, dossiers, pastas e documentos. Desejo, antes de mais nada, apresentar os detentores do arquivo em questão, fazendo uma introdução, que possa posicionar do ponto de vista histórico a presente comunicação. Será somente um tênue fio que nos levará do momento da passagem do Vice-Reinado espanhol e da ocupação austríaca ao Reino das Duas Sicílias até ao seu desaparecimento. Temos que omitir, por falta de espaço, muitíssimos acontecimentos políticos importantes desse período a fim de seguir exclusivamente a continuidade da família real e a preservação dessa valiosa documentação. O dia 10 de maio de 1734 foi um dia importante para Nápoles. Concluíam-se vinte sete anos de ocupação da Áustria, que foram precedidos por dois séculos de Vice-Reinado espanhol. Esta data mudou o destino do Reino das Duas Sicílias e Nápoles voltava a ser uma capital. Era um reino autônomo e independente apesar da tutela de Madrid. O novo rei foi Carlos, filho de Philippe V da Espanha e de Elisabetta Farnese. Tinha apenas 18 anos e foi originariamente Duque de Parma e Piacenza. O jovem Carlos encontrou um reino saqueado e em grande desordem, mas ele se jogou de corpo e alma nesta tarefa, para o saneamento do estado. Casou com 22 anos com Maria Amália, filha do Rei da Saxônia, que tinha no momento da assinatura do contrato matrimonial 14 anos. Tiveram 13 filhos. Carlos trouxe para Nápoles o precioso arquivo, repleto de valiosos pergaminhos, todas as coleções e tesouros artísticos herdados dos Farnese, começando as construções mais imponentes, que ainda hoje enfeitam o ex-reino. Podemos mencionar o “Albergo dei poveri”, onde centenas de deserdados encontraram abrigo, assim como os palácios de Portici e Capodimonte. Foi um bom rei, mas com a morte do meio irmão Ferdinando VI foi chamado a reinar sobre a Espanha com o nome de Carlos III. A sua aventura napolitana acabou, depois de 20 anos em 6 de outubro de 1759 com a sua abdicação e a investidura do herdeiro. Foi um homem justo e honesto. Antes de embarcar, entregando aos ministros as jóias da coroa, tirou um anel do dedo, encontrado nas escavações de Pompéia, dizendo: “este […] Read More
PETRÓPOLIS FASCISTA (UMA): CAMISAS NEGRAS, PARDAS E “GALINHAS VERDES”
UMA PETRÓPOLIS FASCISTA: CAMISAS NEGRAS, PARDAS & “GALINHAS VERDES” Oazinguito Ferreira da Silveira Filho, associado titular, cadeira n.º 13, patrono Coronel Amaro Emílio da Veiga A notícia da coluna de Ricardo Boechat no jornal O DIA de 09/11/2006, p.5, não surpreenderia aos petropolitanos que conviveram próximos ou vivenciaram o descrito. Ela cita o andamento de uma tese de doutorado de Cléa Shiavo, “Pioneiros alemães de Nova Filadélfia: relatos de mulheres”, sobre uma célula fascista na zona norte do Rio, mais precisamente em Campo Grande, entre os anos 20 e 45. Eu já sabia que a representatividade comunista na mesma área fora muito grande, pois meu pai, oriundo de Bangu pertencera às fileiras do partidão, mas desconhecia esta presença fascista. No caso de Petrópolis, desde as publicações para o Centenário da Tribuna de Petrópolis, apresentamos descrições desta forte presença. Enquanto na Capital o aliancismo marchava com recrutamentos recordes no interior, principalmente na região serrana, caso petropolitano, a expansão nazifacista se processava abertamente. Encontramos em 18/07/1933, a notícia de uma festa que foi promovida pela colônia italiana local em homenagem ao agente consular, Sr. Felipe Gelli, e que foi idealizada pelo secretário da célula do “fascio” local, Vicente Marchese. Festa esta idealizada pela secção feminina do mesmo “fascio”. Já em 17/10 do mesmo ano, os jornais noticiavam, com fotos, a inauguração da nova sede do “fascio” petropolitano que agora se fazia presente na Avenida XV de Novembro n.º 275, e que comportava o “do polavoro” (associação) e um curso de língua italiana anexo ao mesmo conjunto. “O dia de anteontem há de ficar assinado na história da colônia italiana de Petrópolis com letras de ouro” (Tribuna de Petrópolis). O que denunciava que havia uma cumplicidade do redator da época. Em 01/11/1936, o jornal noticiava com destaque (foto), a ocorrência comemorativa da “Marcha sobre Roma”, e que uma festa patriótica se realizava em Petrópolis convidando o povo, “O Fascio Paolo Diana, desta cidade, celebrando o aniversário da Marcha sobre Roma e da Fundação do novo império realizará hoje, as 15horas, na sede da Sociedade Italiana, uma sessão solene, com a presença de toda a colectividade”. Paralelo ao crescimento do “fascio”, os alemães também se apresentavam com comemorações e palestras que ocorriam no Clube da Rua 13 de Maio, ou com maior envergadura no Teatro Petrópolis onde o símbolo nazista e manifestações se seguiam (foto do Arquivo do Museu Imperial, presente no fascículo […] Read More
COMBATE DE MONTE CASTELLO (O) – 67º ANIVERSÁRIO
0 COMBATE DE MONTE CASTELLO – SEXAGÉSIMO SÉTIMO ANIVERSÁRIO Cláudio Moreira Bento, associado correspondente HOMENAGEM AOS HERÓIS DA CONQUISTA DE MONTE CASTELLO No transcurso, em 21 fevereiro de 2012 (3ª feira de Carnaval) do 67º aniversário da vitória brasileira na conquista de Monte Castello, a homenagem da Federação de Academias de História Militar Terrestre do Brasil (FAHIMTB), a sucessora, em 23 de abril de 2011, Bicentenário da AMAN, da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB), aos bravos que ali combateram e, em especial, aos que ali perderam suas vidas, em defesa da democracia e da liberdade mundial. E uma referência aos historiadores militares e patronos de cadeiras da FAHIMTB que ali conduziram as armas brasileiras à vitória, os Marechais João Baptista Mascarenhas de Morais e Humberto de Alencar Castelo , respectivamente comandante da 1ª DIE e seu Oficial de Operações e, sem esquecermos os patronos de cadeiras da FAHIMTB General Carlos de Meira Mattos que além de integraram a 1ª DIE tiveram atuação destacada junto com os Marechais Mascarenhas de Morais e Castelo Branco, no registro, preservação e divulgação da memória histórica da FEB. Aqui também reverencio a memória do acadêmico Coronel Cecil Wall Barbosa de Carvalho, professor de Direito na AMAN, por largo período, o qual como tenente, com um tiro certeiro de morteiro, silenciou uma posição de metralhadora inimiga que ameaçava a progressão do seu Regimento Sampaio, consagrando-se em uma crônica militar intitulada Um Tiro Feliz , como o seu personagem. INTRODUÇÃO A matéria a seguir sobre o combate de Monte Castello é um exemplo de análise histórica crítica militar que produzimos, em 1978, como instrutor de História Militar na AMAN. Matéria que havíamos inserido em nosso livro Como estudar e pesquisar a História do Exercito Brasileiro editado pelo Estado-Maior do Exercito em 1978 e 1999 e disponível em Livros no site da Academia www. ahimtb.org.br. O combate de Monte Castello é abordado criticamente, ou militarmente, nos Apêndices 5-1 a 5-3, à luz dos Fundamentos da Arte e Ciência Militar que abordamos no capitulo 4 – Fundamentos para o estudo crítico da História Militar, em 28 páginas. História militar: crítica a ser realizada em especial por profissionais militares com o Curso de Estado-Maior, à luz de reconstituições de História Militar descritivas feitas com isenção, por profissionais de História, com o apoio de fontes históricas classificadas como fidedignas, autênticas e íntegras. E este exemplo nos foi […] Read More
RELÓGIO DE SOL NO MUSEU IMPERIAL
RELÓGIO DE SOL NO PALÁCIO IMPERIAL Arthur Leonardo de Sá Earp, associado titular, cadeira n.º 25, patrono Hermogênio Silva (Ao saudoso companheiro Manoel Lordeiro, com quem tenho a certeza passaria horas deliciosas e enriquecedoras a discutir a matéria e a preparar este trabalho) Há três pessoas de grande importância. Para Petrópolis, de um modo geral e em matérias específicas, e para mim pessoalmente. Estou me referindo a Lourenço Luiz Lacombe, Maria Antonieta Abreu e Silva e Dora Maria Pereira Rego Correia. Lacombe foi professor, sem exagero, de grande parte da população da cidade, de várias gerações. Fui seu aluno, no Colégio São Vicente de Paulo, estimado, não pela aplicação, mas pelas ligações de família e pela sempre alegre admiração que lhe devotava. Fez parte da cúpula intelectual do Município e da Nação. Ocupou com distinção e por largos anos o comando do Museu Imperial. Antonieta, culta e inteligente, uma querida amiga. Serviu ao Museu com competência em alto cargo. Dora, dedicada e meticulosa, também me distinguiu com amizade invejável. Por igual prestou inestimáveis serviços à direção do Museu Imperial. Teci apenas alguns elogios aos tão prezados amigos, dentre os muitíssimos mais que lhes são devidos, para situá-los na problemática situação em que há tempos me envolveram e da qual só agora tenho a impressão de me estar livrando, mal e mal, porque a saída encontrada lançou-me em novos labirintos. Mas destes tenho a satisfação de dizer que não me ocuparei diretamente, porque me criam eles um novo entusiasmo. É que espero, ansioso, despertar em cabeças mais vivas, jovens e capazes a curiosidade e o ânimo de procurar e encontrar o que resta oculto ou sem explicação. Faz bastante tempo, já eu companheiro de Lacombe no Instituto Histórico, chamou-me ele à parte e, com a intimidade com que me distinguia, indagou se eu percebia, na foto em papel que apresentava, algum Relógio de Sol. A imagem não era nada boa. Reproduzia a fachada da entrada principal do Museu. E Lacombe perguntou, mais ou menos nestes termos: “aí no balcão ou sacada, você não vê nada?”. Fachada principal do Palácio Imperial. Talvez tenha sido esta a foto apresentada por Lacombe. (Acervo do Museu Imperial – AN-CSVP-005) Entre outros motivos, penso que ele me escolheu para o teste, porquanto sou amante de Astronomia e faço parte do Clube de Astronomia do Rio de Janeiro, tendo aludido no discurso de posse no Instituto […] Read More
ENCANTADA (A) – LUMINÁRIA – IDENTIFICAÇÃO DE DESENHO
A ENCANTADA – LUMINÁRIA – IDENTIFICAÇÃO DE DESENHO Manoel de Souza Lordeiro, ex-associado titular, cadeira n.º 24, patrono Henrique Pinto Ferreira, falecido a 21/07/2008 Trata-se de luminária que teria sido presenteada ao inventor pela Princesa Isabel após o incidente envolvendo o balão dirigível S-D n.º 5 em julho de 1901. Nessa ocasião a aeronave, perdendo altura, foi chocar-se com um dos mais altos castanheiros da propriedade de Edmond de Rotschild, próxima à residência da Princesa Isabel, Condessa D´Eu, então no exílio, em Paris. Sabedora da ocorrência e de que o inventor lá estava dependurado à espera de resgate pelos bombeiros, apressou-se em enviar-lhe um almoço que foi providencialmente içado por uma corda. Superado o incidente, Santos-Dumont foi visitar a princesa para agradecer-lhe o almoço e narrar a aventura. Posteriormente a princesa enviou-lhe uma medalha de São Benedito que, segundo ela, “iria proteger-lhe contra acidentes”. Desse relacionamento teria resultado um novo presente: a luminária que hoje integra o acervo da Encantada por doação do sobrinho-neto do inventor, Jorge Henrique Dumont Dodsworth. O desenho que adorna a luminária é uma policromia representando o pavilhão imperial de D. Pedro I. O pavilhão, sinônimo de bandeira, insígnia ou estandarte, teve origem nos selos reais. É composto pelo manto ou mantel, em geral representado na parte externa pelo esmalte púrpura e é rematado pela coroa real (ou imperial). No caso em estudo o mantel é rematado pela coroa de D. Pedro I, facilmente identificável não somente pela forma como pelo gorro (forro interno) que é de cor vermelha (o de D. Pedro II é de cor verde). Sobre o mantel está representado o brasão de armas do Brasil do Primeiro Reinado, que é igualmente encimado pela coroa imperial, daí a duplicidade da mesma. O pavilhão d´armas do Império do Brasil no Segundo Reinado é bem mais, digamos, elaborado, dele constando o cetro e a Mão da Justiça, símbolos da autoridade soberana. Um exemplar desse pavilhão, esculpido em cedro e pintado a óleo, faz parte do acervo do Museu Imperial. Petrópolis, março de 2002 Fontes consultadas: Lello Universal. Porto, Portugal: Lello & Irmão, s/d. SANTOS-DUMONT, Alberto. Os meus balões. Rio de Janeiro: Fundação Projeto Rondon – Ministério da Aeronáutica, 1986. TOSTES, Vera Bottrel. Princípios de heráldica. Petrópolis, Museu Imperial / Fundação MUDES, 1983.
RÁDIO IMPERIAL
RÁDIO IMPERIAL Fernando Antônio de Souza da Costa, Associado Titular, Cadeira n.º 19, patrono Galdino Justiniano da Silva Pimentel Pena que a maioria da população apenas se lembre que a Rádio Imperial de Petrópolis existe por ocasião de catástrofes a exemplo das inundações que assolaram a cidade nos anos 60, 80, 90 e 2000… Lamentável, mas poucos sabem que esse tão importante veículo de comunicação é uma emissora da Igreja de Cristo em diuturna evangelização, por isso mesmo não aceita comerciais de cigarros, bebidas e congêneres, enfrentando uma série de dificuldades no cumprimento de suas obrigações fiscais. É de trivial sabença que uma empresa suporta inúmeros gastos previdenciários, trabalhistas, sem contar as obrigações junto ao fisco municipal, estadual e federal. E o ônus administrativo, mantença e outros mais? É uma rádio que não visa lucros e destina seu resultado financeiro às obras sociais e caritativas. São inegáveis os relevantes serviços prestados à coletividade e nem por isso goza de privilégios, muito menos recebe, na proporção que deveria, o apoio das empresas e autoridades constituídas, com as ressalvas e honrosas exceções de poucos abnegados que alcançam seus nobres ideais, sintetizadas em servir ao próximo, à luz das Sagradas Escrituras. A Rádio Imperial de Petrópolis – 1550-AM – com o costumeiro apoio da Paróquia da Catedral São Pedro de Alcântara promove inúmeros eventos beneficentes, um deles é o “Inverno com mais calor humano”, e incentivando as visitas aos idosos, hospitais, casas de repousos, conclamando a todos a levarem agasalhos às famílias carentes, encurtando a distância através do estreitamento das amizades, quebrando assim o gelo, aquecendo as almas, através do amor e da solidariedade. Um grupo de amigos, em sua maioria formado por paroquianos de São Pedro de Alcântara fundaram o Clube dos Amigos da Rádio Imperial de Petrópolis, que organiza mensalmente um jantar com objetivo de angariar fundos para manter a rádio funcionando, principalmente destinando o resultado desses eventos ao pagamento dos alugueres do terreno onde está instalado o transmissor. Anualmente a Rádio Imperial realiza memorável festa em homenagem aos pais, sob o título “Meu pai, meu exemplo” e dentre eles são escolhidos dez pais, cujos filhos escolheram as mesmas profissões paternas. Fiquemos, pois, atentos porque essa cerimônia está programada para o dia 5 de agosto vindouro. Os convites poderão ser adquiridos diretamente na Rádio Imperial de Petrópolis. Fundada com o título de Rádio Quitandinha, em 1958 recebeu autorização para funcionar como […] Read More