ALMIRANTE DUQUE DE SAXE (O) Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança (Dom), Associado Correspondente Pouco antes da segunda visita da Rainha Victória e do Príncipe Consorte Alberto ao Rei Luís Philippe dos Franceses, no Castelo d`Eu, a fim de estabelecer a famosa “Entente Cordial”, nascia naquele Castelo, no dia 9 de agosto de 1845, Luís Augusto, Maria, Eudes de Saxe-Coburgo e Gotha, Duque de Saxe. O jovem rebento era neto do Rei Luís Philippe, que por sua vez era filho da Princesa Clementina e do Príncipe Augusto de Saxe-Coburgo, primo da rainha Victória. Winterhalter, num dos seus grandes e maravilhosos quadros, no qual registrou a visita dos monarcas ingleses, retrata o recém-nascido nos braços maternos, entre as duas rainhas, a da França e a da Inglaterra. Esta famosa tela é sem dúvida um retrato histórico da maior raridade. Para completar esta extraordinária casualidade, devemos mencionar também, entre outras, a presença dos príncipes de Salerno. O Príncipe era o irmão da Rainha dos Franceses, e sua esposa era a irmã mais jovem da nossa Imperatriz Dona Leopoldina. O batizado solene do pequeno Duque de Saxe se realizou no dia 27 de setembro de 1845, na capela de Santa Cruz, sempre no Castelo d`Eu, pelo vigário local, Metropolitano de Rouen. Os padrinhos foram, para completar as diversas coincidências, os Duques de Nemours, pais do Conde d`Eu. Podemos afirmar que o pequeno Luís Augusto teve todas as prerrogativas para um feliz e promissor início de vida. Os pais, naquele tempo, residiam num palácio em Coburgo, a pitoresca capital do Ducado, vindo frequentemente a Paris, a fim de visitar os avôs maternos. Em 1848, com a queda do Rei Burguês, as coisas mudaram, e os pais de Luís Augusto transferiram-se para Viena, onde ele passou a infância. No verão, eles recolhiam-se no Castelo de Ebenthal, uma pitoresca propriedade, distante 60 km de capital austríaca. Luís Augusto e o irmão mais velho, o Príncipe Philippe, receberam uma esmerada educação e um acurado ensino por parte de ótimos professores. Foram preparados para enfrentar bem a vida. Luís Augusto estava destinado a secundar o irmão mais velho na administração do grande morgado, herdado da avó paterna, a Princesa Antónia de Koháry, na Boémia e na Hungria. Luís Augusto era um amante da natureza, das florestas e das montanhas, acompanhando o pai a excursões e diversas caçadas. O seu interesse, todavia, era o mar. Sonhava grandes viagens, em […] Read More
DOM PEDRO II – O PATRONO DOS ASTRÔNOMOS BRASILEIROS
DOM PEDRO II – O PATRONO DOS ASTRÔNOMOS BRASILEIROS Dom Pedro II – O Patrono dos Astrônomos Brasileiros Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança (Dom), Associado Correspondente No período paleolítico a posição das estrelas e da lua, com as suas periocidades regulavam as diversas estações da natureza e a influência na migração dos animais, a fim de que a caça e a pesca pudessem ser bem-sucedidas. Nos países primitivos eram os sumos-sacerdotes que observavam não somente o firmamento, mas transmitiam ao povo a intuição sobre os fenômenos da natureza e o significado das fases lunares assim como dos corpos celestes em geral. Os cometas também causavam grande alarde. Parece-nos pertinente mencionar aquele que apareceu no ano do nascimento de Jesus. Os povos antigos fizeram da Musa Urânia a personificação da astronomia. Deram-lhe por atributos especiais uma esfera, uma coroa de estrelas e instrumentos matemáticos. Seria demasiado longo comentar as pesquisas astronômicas dos antigos Egípcios, dos Chineses, dos Gregos e dos Árabes. Estes povos desenvolveram os seus conhecimentos de maneira admirável. A importância da astronomia na idade média era tal que era incluída no número das sete artes liberais. No nosso continente, desde os primórdios, o firmamento tinha um significado muito especial. Os nossos índios tinham uma mitologia rica, e ainda hoje muitas vezes ignorada. Eles, como outros povos, relacionavam figuras fantásticas com aquilo que viam na abóbada celeste. Eles chegaram a mapear o céu, usando as manchas escuras, representando figuras que eles distinguiam sobretudo na Via-Láctea. Viam os animais comuns, interpretando os movimentos dos mesmos no firmamento. O Padre Antônio Vieira anotou como eles compreendiam que havia uma relação entre as marés e a lua. Os astros tinham para eles, como para todos os seres humanos, uma irresistível atração. Os índios chegaram a criar “calendários” com referências astronômicas, como na “Toca do Tapuio”, conforme nos testemunha a Professora em Geologia e Paleontologia Maria Beltrão. O primeiro observatório astronômico da América do Sul funcionou no Recife entre 1639 e 1643, erguido por George Margrave, sob a égide e graça da perspicácia de Maurício de Nassau. Como salientou Afonso de E. Taunay, este foi o primeiro explorador do firmamento do novo mundo e do hemisfério austral. Não podemos, no entanto, abster-nos de mencionar o Pe. Antônio Vieira e sua contribuição aos conhecimentos astronômicos no Brasil. Não somente os seus dotes de grande orador e escritor o imortalizaram, mas seus profundos conhecimentos das […] Read More
IMPERATRIZ DONA AMÉLIA (A), PRINCESA ITALIANA
A Imperatriz Dona Amélia, Princesa italiana Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança (Dom), Associado Correspondente Quando um rei é soberano de um país, presume-se que tenha a nacionalidade do território que governa. O mesmo acontece com um Vice-Rei, título pouco comum, mas que Napoleão criou dentro daquele seu espírito imprevisível. Bem, é verdade que até o século XIX, muitas dinastias eram criadas com príncipes estrangeiros. Era nos países que tinham adquirido a independência. Os novos reinantes eram automaticamente integrados, mesmo quando às vezes mal conheciam a língua do Estado que iriam governar. Não entrava em cogitação o “Jus Soli” ou o “Jus Sanguinis”. Não eram postas questões, mandava o mais forte, ditava o dominador. Foi o caso do Reino da Itália. Para o único filho legítimo, Napoleão tinha escolhido um título com sabor de lenda, o de “Rei de Roma”, mais uma autoglorificação e ao mesmo tempo um monitor ao poder papal. Quanto ao filho adotivo, Eugénio, este foi galardoado, mais modestamente, como Vice-Rei da Itália. Rei da Itália seria ele próprio, o todo-poderoso córsico que com a espada tinha mudado a face da Europa. Este reino foi criado em 1805 sobre as cinzas da República Cisalpina, fundada anteriormente pelo mesmo, antes de coroar-se Imperador. Abrangia boa parte do Norte da Itália e incluía uma boa fatia dos estados pontifícios. A capital desse efêmero Estado seria Milão. Napoleão, no entanto, não resistiu à grande tentação de fazer-se coroar com a famosa e antiquíssima Coroa de Ferro. Eugénio de Beauharnais foi instalado com a consorte, Augusta da Baviera, com grande pompa em sua função. Formou a sua corte, decretou leis, muitas das quais lhe eram enviadas, já redigidas de Paris. Não vinham somente as leis, pois eram acompanhadas, muitas vezes por recomendações pessoais escritas por Napoleão, que seguia muito de perto as atuações do jovem Vice-Rei, que então tinha apenas 24 anos. Numa destas recomendações, o Imperador se delonga em advertências e que bem mostram uma grande preocupação sobre o êxito de Eugénio em sua nova função: “…Como o senhor está numa idade na qual não se conhece ainda a perversidade do coração humano, não podemos nos refrear em aconselhar-vos muita prudência e sabedoria. Os nossos súditos italianos, podem, por natureza, dissimular-se melhor que os cidadãos franceses. O senhor somente tem um único meio para conservar o respeito e ser útil a si próprio, não concedendo a ninguém a […] Read More
DOM SEBASTIÃO, o INFANTE CARIOCA
DOM SEBASTIÃO, o INFANTE CARIOCA Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança (Dom), Associado Correspondente Muito se tem escrito sobre a chegada da família Real ao Brasil. Os 200 anos foram festejados com conferências, publicações e hóspedes ilustres foram trazidos à nossa terra. A importância desse evento para a Terra Santa Cruz foi festejado com entusiasmo e sublinhado dizendo-se que este acontecimento tinha sido um dos maiores, senão o maior, presente que Portugal nos fez. Nós o devemos ao senhor Bonaparte, um corso de origem italiana, que a si mesmo proclamou Imperador e que de qualquer maneira transformou o mundo de então. Em todos os acontecimentos, no entanto, fogem pequenos particulares. De um desses desejo ocupar-me. É uma migalha histórica, que passou desavisada nas imponentes dissertações que enfeitaram a vinda da Corte Lusitana para a ex-Colônia, para o Vice-Reino, para o Reino e para o futuro Império. Tivemos uma ascensão rápida e única na história. Dentro do turbilhão da chegada da Corte, passou quase desapercebido um jovem. Tinha 22 anos. Dizem que não era bonito, faltam-nos retratos para confirmar esta afirmação. Caminhava ao lado do Regente, era quase a sua sombra, era o seu sobrinho predileto, era o Infante Dom Pedro Carlos. Para se chegar ao personagem objeto desse estudo, temos que olhar para trás na história. Em 1785, a Infanta Dona Maria Ana Vitória, irmã de Dom João, casava com o riquíssimo Infante Dom Gabriel da Espanha, filho predileto do Rei Carlos III. A Infanta tinha 20 anos. Em 1786 nascia em Aranjuez Pedro Carlos; foi batizado e recebeu 18 nomes. (1) 1.Devemos a religiosidade da Casa de Bourbon à tradição de dar seus recém-nascidos uma imponente série de nomes de santos protetores. Um neto de Dom Pedro Carlos chegou ao primado de receber uma carga de bem 27 apelidos. Em geral a imposição dos nomes era aliviada, aplicando-se após pelo menos 15-20 denominações a fórmula: “y todos los santos”. A mortandade infantil naquele tempo era altíssima e assim esta praxe era uma invocação, um pedido a uma tão necessária proteção celeste. Seguiram-se dois partos infelizes. A varíola grassava na Espanha e em 1788, com a distância de 18 dias, o pequeno Pedro Carlos perdeu os pais. Tinha dois anos; o Rei Carlos III, prostrado com a morte do jovem casal, tomou a si a formação do neto. O menino tinha nascido debaixo de uma má constelação, pois vinte […] Read More
ARQUIVO BORBÔNICO DE NÁPOLES E A SUA HISTÓRIA (O)
O ARQUIVO BORBÔNICO DE NÁPOLES E A SUA HISTÓRIA Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança (Dom), associado correspondente Falar de arquivos é sempre um argumento difícil, sobretudo por quem como eu não é arquivista. Peço portanto aos amáveis ouvintes que não aguardem um desfile de fascículos, dossiers, pastas e documentos. Desejo, antes de mais nada, apresentar os detentores do arquivo em questão, fazendo uma introdução, que possa posicionar do ponto de vista histórico a presente comunicação. Será somente um tênue fio que nos levará do momento da passagem do Vice-Reinado espanhol e da ocupação austríaca ao Reino das Duas Sicílias até ao seu desaparecimento. Temos que omitir, por falta de espaço, muitíssimos acontecimentos políticos importantes desse período a fim de seguir exclusivamente a continuidade da família real e a preservação dessa valiosa documentação. O dia 10 de maio de 1734 foi um dia importante para Nápoles. Concluíam-se vinte sete anos de ocupação da Áustria, que foram precedidos por dois séculos de Vice-Reinado espanhol. Esta data mudou o destino do Reino das Duas Sicílias e Nápoles voltava a ser uma capital. Era um reino autônomo e independente apesar da tutela de Madrid. O novo rei foi Carlos, filho de Philippe V da Espanha e de Elisabetta Farnese. Tinha apenas 18 anos e foi originariamente Duque de Parma e Piacenza. O jovem Carlos encontrou um reino saqueado e em grande desordem, mas ele se jogou de corpo e alma nesta tarefa, para o saneamento do estado. Casou com 22 anos com Maria Amália, filha do Rei da Saxônia, que tinha no momento da assinatura do contrato matrimonial 14 anos. Tiveram 13 filhos. Carlos trouxe para Nápoles o precioso arquivo, repleto de valiosos pergaminhos, todas as coleções e tesouros artísticos herdados dos Farnese, começando as construções mais imponentes, que ainda hoje enfeitam o ex-reino. Podemos mencionar o “Albergo dei poveri”, onde centenas de deserdados encontraram abrigo, assim como os palácios de Portici e Capodimonte. Foi um bom rei, mas com a morte do meio irmão Ferdinando VI foi chamado a reinar sobre a Espanha com o nome de Carlos III. A sua aventura napolitana acabou, depois de 20 anos em 6 de outubro de 1759 com a sua abdicação e a investidura do herdeiro. Foi um homem justo e honesto. Antes de embarcar, entregando aos ministros as jóias da coroa, tirou um anel do dedo, encontrado nas escavações de Pompéia, dizendo: “este […] Read More
IMPERATRIZ DONA LEOPOLDINA – SUA PRESENÇA NOS JORNAIS DE VIENA E A SUA RENÚNCIA À COROA IMPERIAL DA ÁUSTRIA (A)
A IMPERATRIZ DONA LEOPOLDINA – SUA PRESENÇA NOS JORNAIS DE VIENA E A SUA RENÚNCIA À COROA IMPERIAL DA ÁUSTRIA Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança Sobre a nossa primeira Imperatriz amiúde se escreveu, grande parte de sua enorme correspondência foi publicada. Sua atuação política foi analisada. A importância da mesma em nossa Independência e a sua grande envergadura moral foi louvada. Leopoldina, Arquiduquesa d´Áustria, Princesa real de Portugal, do Brasil e de Algarves, Duquesa de Bragança (gravura de Artaria et Comp., Biblioteca Nacional, Viena) A vida familiar, os interesses intelectuais, o amor pelo Brasil, as suas aspirações, alegrias e as suas grandes provações são conhecidas. Mas como era vista pela imprensa a filha do Imperador Francisco II (1) na sua Viena? (1) Francisco II, com o falecimento de seu pai, Leopoldo II, em 1792 Imperador do Sagrado Romano Império Germânico. Com a dissolução do Sagrado Império R.G. em 11 de abril de 1804 assumiu o titulo de Francisco I da Áustria. Nasceu em Florença em 12 de fevereiro de 1768 e faleceu em Viena em 2 de março de 1835. Foi casado 4 vezes:1. com a Princesa Wilhelmine do Württemberg (1767-1790) em 6 de janeiro de 1788; 2. com a Princesa Maria Theresia de Bourbon das Duas Sicílias (1772-1807), em 19 de setembro de 1790; 3. com a Arquiduquesa Maria Ludovica da Áustria-Modena-Este (1787-1816), em 6 de janeiro de 1808; 4. com a Princesa Carolina Augusta da Baviera (1792-1873), em 10 de novembro de 1816. No início era uma das tantas Arquiduquesas, que mais tarde ou mais cedo, deveriam fornecer um objeto para alianças políticas. Leopoldina, todavia foi uma figura, que sobressaiu pelo seu casamento, fora do comum, pela expedição científica que a acompanhou no novo mundo, pela sua atuação política, por ser mãe do Imperador Dom Pedro II e de Dona Maria II e pelo seu prematuro fim. Ainda hoje ela é estudada e admirada no Brasil e na Áustria. Os jornais da época nos fornecem ainda detalhes, pequenos muitas vezes, mas que em parte, não foram considerados pelos historiadores. A imprensa naquele tempo era singela, não realizavam reportagens ou entrevistas, como hoje é uma normalidade. Os acontecimentos, mesmo aqueles da Corte, eram tratados de maneira simples, podemos dizer, quase como nos “Diários Oficiais” dos nossos dias. Apesar disso os diários são, sem duvida, ainda uma fonte preciosa, que nos permite seguir determinadas ocorrências, as quais […] Read More
TRABALHOS PUBLICADOS – Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança (Dom)
TRABALHOS PUBLICADOS Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança (Dom), associado correspondente LIVROS “Vultos do Brasil Imperial na Ordem Ernestina da Saxônia” Anais do Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro, vol. XII, 1961 “O Ramo Brasileiro da Casa de Bragança” Anais do Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro, vol. XVIII, 1868 “O Imperador e a Atriz” – Dom Pedro II e Adelaide Ristori Editora Universidade de Caxias do Sul, 2007 “A Princesa Flor” – Dona Maria Amélia, a filha mais linda de D. Pedro I do Brasil e IV do Nome de Portugal Edição Direção Regional Assuntos Culturais, Funchal, Madeira, 2009 Prêmio “8º Conde dos Arcos“ da Academia Portuguesa da História, no ano de 2010 “Dom Pedro II em Viena 1871-1877” Editora Insular, I.H.G.S.C., Florianópolis, 2010 “Dona Maria Amélia de Bragança” Academia Portuguesa da História Ed. e Conteudos S.A., Aveleda, Portugal, 2011 “A Intriga” – Retrospecto de Intricados Acontecimentos Históricos e suas Consequências no Brasil Imperial Editora Senac, São Paulo, 2011 “Dom Pedro na Alemanha” – Uma Amizade Tradicional Editora Senac, São Paulo, 2014 “O Mistério do Livro Perdido” (Romance histórico) Ed. Viajante do Tempo, Rio, 2018 DISCURSO DE PARANINFO Pronunciado na formatura da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Bento da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, no Teatro Colombo, a 7 de janeiro de 1953 “Jornal do Commércio”, Rio de Janeiro, 12 de janeiro de 1953 “Jornal de Petrópolis”, 11 de janeiro de 1953 “Reconquista”, Revista Trimestral, São Paulo, Janeiro-Março de 1953 “Revista da Universidade Católica de São Paulo”, vol. III, fasc. 5, 1953 ENSAIOS “Precioso Achado” A aliança nupcial de Dom Pedro I na Suécia “O Jornal”, Rio de Janeiro, 29 de novembro de 1953 “Rev. I.H.G.B.”, vol. 224, p. 316, ano 1954 “Pio XII e a Redentora” “O Jornal”, Rio de Janeiro, 27 de dezembro de 1953 “Rev. I.H.G.B.”, vol. 225, p. 267, ano 1955 “Poesias de Além Mar” Uma desconhecida glória do Brasil. “O Jornal”, Rio de Janeiro, 21 de fevereiro de 1954 “Rev. I.H.G.B.”, vol. 226, p. 267, ano 1955 “Joaquim Caetano da Silva – Contactos com D. Pedro II” “O Jornal”, Rio de Janeiro, 6 de abril de 1958 “Diario de São Paulo”, 20 de abril de 1958 “Rev. I.H.G.B.”, vol. 240, p. 84, ano 1958 “Rev. I.H.G.e A.”, do Ceará – LXXIII 1959 “Rev. I.H.G.S.P., vol. 55, 1959 “Os Taunay e a Família Imperial do Brasil” Palavras pronunciadas no Instituto […] Read More
DUQUE DE SANTA CRUZ – CONTRIBUIÇÃO À SUA BIOGRAFIA (O)
DUQUE DE SANTA CRUZ – CONTRIBUIÇÃO À SUA BIOGRAFIA (O) Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança (Dom), Associado Correspondente Sendo Augusto de Leuchtenberg o irmão mais velho da Imperatriz Dona Amélia desejo emitir uma apresentação, quanto à sua origem. Pouco se sabe no entanto sobre a sua existência a não ser a viagem ao Brasil, seu casamento com Dona Maria da Glória e o seu prematuro fim, deixado sempre envolvido num ar de mistério. Limitadas são também as fontes bibliográficas sobre a sua vida. Os Arquivos Bernadotte e Leuchtenberg me forneceram alguns dados, que aqui desejo apresentar, esperando animar algum dos nossos historiadores a escrever uma definitiva biografia do primeiro Duque Brasileiro. A família Beauharnais Leuchtenberg surgiu na história européia depois do Congresso de Viena. Eugênio, o filho adotivo de Napoleão, superou a debacle napoleônica graças à acolhida do sogro, Maximiliano I da Baviera, que o estimava como um filho e que o investiu do antigo Ducado de Leuchtenberg, cuja família se havia extinguido. Grandes também eram os meios financeiros do novo Duque de Leuchtenberg, que adquiriu posteriormente do Governo da Baviera, o Principado de Eichstätt, que lhe proporcionou um assento na Câmara dos Príncipes Alemães. Mandou construir em seguida um dos mais importantes palácios de Munique, instalou no mesmo uma verdadeira Corte, que irritou profundamente o então Príncipe Herdeiro, o futuro Rei Luís I. A Duquesa Augusta, com suas ligações de família e a sua ambição, fez o resto. Apesar de ter tido um casamento feliz com Eugênio, foi um conúbio forçado pelo pai, que recebeu em troca, por parte de Napoleão, a sua elevação de Príncipe Reinante a de Rei da Baviera. Ficou todavia o complexo, casada que foi com um nobre napoleônico, em quanto a irmã Charlotte contraiu núpcias antes com o Rei Württemberg e depois com Francisco I da Áustria. O irmão Luís, o futuro Rei Luís I em particular, como já mencionei, não via de bons olhos esta intrusão dos Leuchtenberg em Munique sob a proteção do seu real pai. A tensão entre os Leuchtenberg e Luís I nunca se acalmou. Augusta por isso também procurou, em revide, arranjar os melhores casamentos para seus numerosos filhos. Começa em unir a filha Josefina ao futuro Rei Oskar I da Suécia, em 1823. Em 1826 Eugênia ao Príncipe Herdeiro de Hohenzollern-Hechingen. Cada enlace era um acontecimento que Luís tinha de engolir e aos quais se limitava em […] Read More
PRINCESA ENTRE A CORTE E O MATO – THERESA DA BAVIERA – (UMA)
Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança – Associado Correspondente O Brasil sempre foi uma grande atração para os botânicos e etnólogos. Sobretudo os cientistas de língua alemã se distinguiram. Entre os primeiros que se notabilizaram, encontrava-se Maximiliano de Wied-Neuwied, o qual se aventurou no nosso interior de 1815 a 1817. Numa obra notável e ricamente por ele ilustrada, tornou o Brasil mais conhecido. Se até então uma grande parte de exploradores eram colecionadores, com a vinda de Dona Leopoldina ao Brasil isto mudou. Uma série de cientistas aproaram, em grande parte financiados pelos seus soberanos. Longa seria esta relação, mas não podemos nos subtrair de mencionar von Martius e von Spix. Mundialmente são conhecidas as obras destes eminentes sábios, que percorrendo o Brasil entre 1818 e 1820 deixaram, entre as inúmeras obras, a famosa “Flora Brasiliensis” universalmente conhecida, que Oliveira Lima denominou como “um dos mais notáveis monumentos da mente humana”. Não devemos esquecer também o grande naturalista Pohl, com a sua importante obra publicada entre 1832 e 1837, sobre a sua expedição ao interior do Brasil. Na longa lista de cientistas que analisaram o interior, sua famosa flora e etnologia merece outrossim uma menção, o Príncipe Alberto, sobrinho do Rei Guilherme III da Prússia. Este desembarcou no Rio em 1842, trazendo uma selecionada comitiva. Iniciou a sua viagem homenageando Dom Pedro II, pois trazia nas suas malas a Ordem da Águia Negra para ele, a maior distinção do seu país. Cumprida a missão diplomática, iniciou a missão científica. Esta consistia na exploração do Xingu, o então desconhecido afluente do Amazonas. Esta aventurosa expedição também teve como resultado uma importante publicação em 1842/43 que é um diário ilustrado pelo próprio Príncipe que encontrou grande apreciação de Humboldt. Na guarnecida lista de cientistas, von Martius permanece todavia a maior glória. Até ao fim da sua vida ele manteve contatos com o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do qual era membro, e Dom Pedro II em 1872, passando por Munique, foi depositar flores na sua tumba. Nós conhecemos o grande interesse da Imperatriz Dona Leopoldina pela fauna, flora e mineralogia do Brasil. É a primeira mulher que se interessou pela mesma e que através dos cientistas trazidos em sua comitiva, como Johann Natterer, enviou importantes objetos indígenas, os mais variados minerais, plantas e animais empalhados para o Museu de História Natural de Viena. O famoso Natterer ficou depois 18 anos percorrendo […] Read More