AQUECIMENTO GLOBAL. ONDE O CARBONO?

  AQUECIMENTO GLOBAL. ONDE O CARBONO? Fernando de Mello Gomide 0. COMO DISTINGUIR NO IML UM DEFUNTO PAULISTANO DE UM ADVENTÍCIO? COMBATER A POLUIÇÃO É DEFENDER A SAÚDE É sabido que a cidade de São Paulo é uma das mais poluídas do mundo. É claro, não tanto quanto a cidade do México. Dois defuntos, um de São Paulo, e outro, de alguma origem exterior entrando no IML da cidade, podem ser identificados como originários da city ou de outras paragens. É só analisar o tecido pulmonar dos ditos cujos. O tecido pulmonar do defunto paulistano vai se apresentar cinza, e, outro, com a coloração normal de um autêntico ente humano. Bem, a capital do Estado de São Paulo, com suas inumeráveis indústrias poluentes e seus milhões de automóveis, e, sobretudo ônibus e caminhões movidos pelos abomináveis motores inventados por Herr Diesel, empestam a atmosfera da cidade. Pobres pulmões, especialmente das crianças. Essa poluição atmosférica mais a poluição dos rios com esgoto promovida por políticos que afanam as verbas de saneamento básico para suas campanhas eleitorais, constituem crime de homicídio. Isto tem que ser combatido. Eu sempre defendi o uso do etanol em vez da gasolina: a poluição atmosférica seria altamente reduzida. Não vou tratar deste assunto específico de estatura ética transcendental, porque meu objetivo é abordar uma questão de natureza científica que vem sendo sistematicamente embrulhada com a defesa do meio ambiente, que é substancialmente relacionada com a saúde da população. É a algaravia propagada em torno do aquecimento global do planeta devido à queima de combustíveis fósseis. Aqui existe uma discussão mal formulada sobre as verdadeiras causas para a subida da temperatura média da Terra nestas últimas décadas. Insisto: isto não tem a ver com a proteção do meio ambiente para defender a saúde dos entes humanos. Trata-se de uma questão científica de natureza complexa que tem sido abordada especialmente pela ONU, como necessária para salvar a Terra e a humanidade. Vou desmistificar tal farsa. 1. UNANIMIDADE EM CIÊNCIA É FRUTO DE UMA EVOLUÇÃO ÁRDUA. DUVIDAR DE CONSENSO FÁCIL Existe nestas últimas décadas, uma propaganda sistemática a induzir a idéia de que os cientistas especialistas em climatologia são concordes com a tese de que o aquecimento de nosso planeta é antropogênico: a grande injeção de gás carbônico em nossa atmosfera devido à crescente queima de combustíveis fósseis seria determinante de um efeito estufa, ou seja, o CO2 na atmosfera […] Read More

GÊNIO. QUEM É E QUEM NÃO PODE SER

  GÊNIO. QUEM É E QUEM NÃO PODE SER Fernando M. Gomide Há muitos anos atrás, meu pai e eu fomos a um concerto no Teatro Municipal do Rio a fim de assistirmos à apresentação da Descoberta do Brasil, peça coral sinfônica de Heitor Villa-Lobos. Meu pai, diplomata muito patriota ficou empolgado com a obra e exclamou: ele é um gênio! Fiquei pensativo e conclui mais tarde: sim, Villa-Lobos é um gênio da música clássica. Ele pode figurar entre os gênios da música do século XX, como Gustav Mahler, Ian Sibelius, Richard Strauss, Otorino Respiphi, Gustav Holst. Mas quem é um gênio? Um artista de sensibilidade sutil, um escritor dotado de profundo senso psicológico, um filósofo de pensamentos profundos, um cientista possuidor de uma lógica rigorosa e abrangente e espírito criativo…? Um escritor católico francês do século XIX Ernest Hello, prenhe de reflexões profundas e argumentação percuciente à semelhança com o grande matemático e pensador do século XVII, Blaise Pascal, procurou nos dar uma definição distintiva do gênio e do talento. Disse Hello que o número de talentos em comparação com o de gênios, deve ser da ordem de 10 mil para 1. Talentos pois há muitos, ao passo que é relativamente raro nos depararmos com um gênio. Assim por exemplo, Johann Sebastian Bach e Handel são dois gigantes em meio a uma multidão de compositores barrocos dotados de inconfundível talento. Vivaldi, creio eu, foi dos mais exímios autores da música barroca entre os italianos, mas não parece ter sido um gênio. Então quê distingue um talento de um gênio? Hello em sua análise penetrante da temática nos dá esta distinção definidora das excelências consideradas: o talento caracteriza uma excelência restrita a uma área do pensamento, da pintura, da filosofia, da ciência, etc, ao passo que o gênio possui o dom das visualizações universais e totalizantes (E.H. Le Siècle. Perrin et Cie. Lib., Ed. Paris, 1923). Um grande oboísta por exemplo, exímio intérprete de Mozart e Haydn, deve ser visto como um talento. Ele poderá vir a ser um grande compositor e realizar sinfonias como as de Anton Bruckner. Então poderei considerá-lo gênio. Hello nos diz a este propósito que o talento é uma especialidade enquanto que o gênio uma superioridade geral. O gênio possui visão intuitiva e por isso abarca a totalidade e isto tem a ver com o espírito altamente criativo. Isto que digo aqui pode ser visto […] Read More

JUÍZO TEMERÁRIO

  JUÍZO TEMERÁRIO Fernando de Mello Gomide Recentemente assistindo sermão de sacerdote por ocasião da missa de 08-07-07, ouvi do mesmo, juízo temerário sobre a Igreja e em especial sobre o laicato de 50 anos atrás. Dizia o padre considerado, que, há cinqüenta anos quando ele ainda usava calças curtas, a Igreja era muito diferente: então os leigos católicos não faziam quase nada de apostolado, já que tudo era considerado como tarefa da hierarquia eclesiástica, ou seja, o laicato católico dormitava alheio à vida da Igreja e não se interessava pela missa porque não entendia latim. Bem, eu tive a graça de Deus de ter completado agora 80 anos de idade, e, há 50 anos atrás não usava calças curtas e conhecia muito bem a vida da Igreja. Meu conhecimento e vivência do catolicismo nos meus 30 anos de idade contraditavam o infeliz e equivocado juízo do atual padre. Havia sim um laicato católico ativo, nada tendo a ver com a caricata visualização da Igreja que tive a infelicidade de ouvir. Esse julgamento temerário da Igreja formulado pelo sacerdote que há 50 anos ainda usava calças curtas, ele muito provavelmente ouviu de seus mestres no seminário, que já vinham sendo envenenados com uma falsa noção do catolicismo, oriunda do estiolamento do amor à verdade produzido pelo relativismo gnosiológico, praga que infesta a filosofia do século XX, a qual exerceu nefasta influência nos meios intelectuais da Igreja, especialmente eclesiásticos. Essa postura embasa as ridículas críticas ao papel do laicato de tempos passados não muito remotos. Até à década de 50 ou 60, houve associações de leigos católicos muito ativas onde se estudava a doutrina social da Igreja desenvolvida em especial nos documentos pontifícios que nós não ignorávamos. Quantas vezes eu e outros colegas fizemos palestras nas congregações marianas sobre temas doutrinários de diversos tipos, atividade essa freqüente no laicato? Que dizer de outras agremiações como as da ação católica, especialmente voltadas para o apostolado? E as conferências vicentinas voltadas para a ajuda aos pobres e à doutrinação religiosa? E a missa? Quero lembrar que o movimento litúrgico iniciado no século XIX pelo beneditino Dom Prosper Guéranger (L’ Année Liturgique, 1887), que visava valorar as orações litúrgicas da missa e a restaurar entre os católicos a devoção ao sacrifício eucarístico, produziu salutares efeitos no laicato, tendo no Brasil resultado numa melhor consciência do valor transcendental do santo sacrifício. Nessa época em que […] Read More

AMEAÇA DOS NEOs – FOGO, TREVAS, TSUNAMIS

  AMEAÇA DOS NEOs – FOGO, TREVAS, TSUNAMIS Fernando de Mello Gomide, Associado Emérito, ex-Titular da Cadeira n.º 23 – Patrono Henrique Kopke INTRODUÇÃO Significado dos termos NEO e tsunami. O primeiro é sigla da expressão inglesa Near Earth Objects, que em português quer dizer Objetos Próximos da Terra. Podem ser asteróides ou cometas. Já tsunami é palavra japonesa que está consagrada na literatura científica. Ela significa ondas oceânicas produzidas por erupções vulcânicas, por terremotos, impactos de asteróides ou cometas nos oceanos. São ondas gigantes que podem ser de 5 metros de altura até mais de 300 metros. Agora, logo depois do Natal de 2004, terremoto no fundo do Índico produziu tsunamis da ordem de 12 metros que mataram mais de 280 mil pessoas em 14 países da Ásia e da África. No Capítulo I abordamos a temática em torno dos possíveis ou prováveis choques futuros de cometas e asteróides em nosso planeta, além dos resultados de pesquisas científicas que confirmam a queda no passado desses objetos em nossa mansão. Um desses choques há 65 milhões de anos, varreu da face da Terra a fauna dos dinossauros e reduziu a cinzas as florestas da época. Isto deixou efeitos na Terra que foram pela primeira vez detectados em 1980 e ensejaram uma sistemática pesquisa com resultados realmente espetaculares. Mas existem dados observados em nossa época sobre o impacto de pedras destruidoras sobre a Terra e o planeta Júpiter. Em 1908 em Tunguska na Sibéria, um meteorito de uns 70 metros de diâmetro explodiu destruindo uma vasta floresta de pinheiros. Mortes humanas, parece não terem sido constatadas porque se tratava de região deserta. Mas a explosão desse evento foi ouvida a muitos quilômetros de distância. A energia liberada no estouro, segundo estimativa dos cientistas envolvidos, foi equivalente à da explosão da maior bomba de hidrogênio conhecida. Os ufólogos, gente que de modo geral carece de formação científica e aos quais não falta imaginação, acreditam que o evento de Tunguska foi explosão nuclear de nave extraterrestre. Cáspite! Outro acontecimento espetacular, este em 1994, observado pelos astrônomos mediante o telescópio espacial Hubble, o satélite Galileu e numerosos observatórios no solo, foi a queda no planeta Júpiter dos fragmentos do cometa Schoemaker-Levy 9. O núcleo original do cometa devia ter um diâmetro da ordem de um quilômetro e meio e a energia liberada no impacto deveria ser de 300 mil bombas de hidrogênio de um […] Read More

ANTICIÊNCIA: DO SÉCULO XV AOS PÓS-MODERNOS

  ANTICIÊNCIA: DO SÉCULO XV AOS PÓS-MODERNOS Fernando de Mello Gomide, Associado Emérito, ex-Titular da Cadeira n.º 23 – Patrono Henrique Kopke RESUMO A Física e a Astronomia de Aristóteles foram destronadas nos séculos XIII e XIV, devido especialmente à escola franciscana. Entretanto do século XV ao XVII, foram reinstaladas na escolástica, com a responsabilidade principal do Papa Nicolau V e dos dominicanos. A poderosa influência de Aristóteles daí decorrente, exercida sobre filósofos católicos e não-católicos, determinou uma generalizada hostilidade face à ciência nas várias escolas do pensamento filosófico ao longo dos séculos até nossos dias. ABSTRACT Aristotle’s physics and astronomy which were dethroned during the XIIIth and XIVth centuries, specially by the Franciscan School, were nevertheless reinstalled in scholasticism from the XVth to the XVIIth centuries. The chief responsability for that falls on Pope Nicholas V and the Dominicans. The powerful influence of Aristotle thereof was exerted on Catholic and non-Catholic philosophers alike, and that has determined an overall hostility towards science among the various schools of philosophical thought along subsequent centuries till our days. Certos filósofos escolásticos assim como filósofos não-católicos, pontificam parvoices empiristas, indutivistas e positivistas a propósito do conhecimento científico e mostram, como ADORNO, HORKHEIMER e HABERMAS, um inconfundível ódio à Ciência. Em meu livro “Filósofos, Cientistas e Anticiência”, (1) cito declarações absurdas desses filósofos. Também transcrevo trechos de certo prelado brasileiro em que afirma que nós físicos deixamos a “realidade totalmente depenada e oca”. Isto lembra o filósofo católico alemão não-escolástico FRITZ JOACHIN VON RINTELEN, que afirmava na década de 50, que físicos têm “intelecto inferior” e suas realizações científicas são positivismo e favorecem o ateísmo. Observemos que eles agravam sua ignorância sobre Ciência com uma atitude antiética, já que exibem desprezo e insultos. Bem, dois católicos com um nível ético não muito diferente daquele dos marxistas ADORNO e HORKHEIMER, que vociferam doestos contra os pesquisadores científicos. (1) (1) F.M. Gomide. Filósofos, Cientistas e Anticiência. Ed. Albert Einstein, Curitiba, 1996. Um exemplo superlativo de ignorância em matérias científicas e pretensão, aparece mais recentemente no brasileiro não-católico OLAVO DE CARVALHO adepto de ARISTÓTELES e do esotérico RENÉ GUÉNON. Em sua ignorância de história das ciências sentencia que o CARDEAL NICOLAU DE CUSA foi o iniciador da Física Matemática. (2) Ele raciocina com a incompleta lógica finitista aristotélica, visando a refutar as teorias de GEORG CANTOR sobre os conjuntos e os números transfinitos. (2) Lembremo-nos que CANTOR, […] Read More