Jeronymo Ferreira Alves Netto

IRMÃ LUIZA EPPINGHAUS – IN MEMORIAM

IRMÃ LUIZA EPPINGHAUS – IN MEMORIAM Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette Domingo, dia 7 de março de 1999, fomos surpreendidos com a notícia do falecimento da Irmã Luiza Eppinghaus, da Congregação de São Vicente de Paulo, fundadora da Casa da Providência. Partiu discretamente, como viveu, mas deixou, para todos aqueles que tiveram o privilégio de a conhecer, o exemplo de uma vida de constante amor, desvelo e devotamento aos pobres e aos doentes. Nascida em Petrópolis, a 24 de novembro de 1899, a Irmã Luiza, que na pia batismal recebeu o nome de Alzira, descendia de uma das mais tradicionais famílias petropolitanas. Era a filha mais nova do casal Guilherme Eppinghaus e Deolinda Hingel Eppinghaus. Juntamente com seu irmão Guilherme Pedro e suas irmãs Olga e Bertha, recebeu de seus genitores primorosa educação. Alzira graduou-se com distinção na Escola Normal, estabelecimento de ensino do Estado, que na época funcionava em anexo ao Colégio Santa Isabel, após o que resolveu consagrar sua vida ao serviço de Deus, exercendo seu apostolado com extraordinário devotamento e eficiência. Em 1927, preocupada com a miséria em que se debatiam as classes menos favorecidas, iniciou, com a ajuda de outras irmãs da Ordem, um trabalho pioneiro, socorrendo famílias carentes que eram visitadas em suas casas, proporcionando-lhes, além da assistência material, o conforto de uma palavra amiga. Em pouco tempo, o número de famílias assistidas cresceu extraordinariamente, sendo amparadas pelo dispensário do Convento, ao mesmo tempo em que as crianças recebiam instrução e alimentação. Devido as dificuldades de socorros médicos, sobretudo às crianças, foi organizado, sob a direção do competente médico Dr. João Fontes de Oliveira, um serviço de Higiene Infantil e Puericultura. Assim nasceu – como um prolongamento do Convento localizado à Rua Paulo Lobo de Moraes – a Casa da Providência, que acabou se transformando num dos mais modernos e bem equipados hospitais da cidade. Em 1946, a Irmã Luiza foi transferida para São Paulo, onde permaneceu até 1951, quando foi nomeada Ecônoma e doze anos mais tarde Visitadora, cargo que ocupou até 1971, quando se tornou regente da Paróquia de Itacuruçá. De volta a Petrópolis, ocupou pela segunda vez o cargo de Superiora, nele permanecendo até 1975, quando foi removida para Nova Iguaçu. Em 1979, gravemente enferma, retornou a Petrópolis, aqui permanecendo até seu falecimento. Todos os seus atos, realizados no desempenho de sua missão […] Read More

PADRE BENEDITO AGUIAR RIBEIRO – IN MEMORIAM

PADRE BENEDITO AGUIAR RIBEIRO – IN MEMORIAM Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette Dia 14 de junho de 2001 fomos surpreendidos com a triste notícia do falecimento do Padre Benedito Aguiar Ribeiro, expressiva figura do clero brasileiro e professor de nossa Universidade Católica de Petrópolis. Nascido em Santa Bárbara, Minas Gerais, em 9 de novembro de 1917, filho de Joaquim Aleixo Ribeiro e de Clotilde de Aguiar Ribeiro, fez seus estudos iniciais na Escola Afonso Pena, em sua cidade natal, ingressando a seguir no famoso Colégio Caraça e, posteriormente, no Seminário São Vicente de Paulo, em Petrópolis. Ordenado sacerdote pelo Bispo de Niterói, Dom José Pereira Alves, em 19 de junho de 1943, celebrou sua primeira Missa Solene em Santa Bárbara, aos 27 dias do mês de junho do mesmo ano, seguindo para Irati, no Paraná, onde viveu, com grande entusiasmo, as primícias do seu sacerdócio e magistério, professor que foi do Colégio São Vicente de Paulo, naquela cidade. Retornando a Petrópolis, foi designado Procurador e Ecônomo do Seminário São Vicente de Paulo, cargo que desempenhou com o maior empenho e eficiência. Aqui devotou toda a sua existência ao sacerdócio e ao magistério, destacando-se, sobretudo, no ensino superior. Sacerdote perfeito, rigorosamente fiel à tradição, e sem desobedecer à Santa Madre Igreja, procurou seguir em linha reta os seus mandamentos. Enquanto se manteve em plena atividade, nunca se afastou de seus deveres religiosos, exercendo as mais diversas atividades. Assim, foi membro da Comissão Diocesana de Liturgia e Arte Sacra, Secretário do Congresso Eucarístico Diocesano de Petrópolis, Capelão do Colégio São José, Capelão do Instituto das Missionárias de Jesus Crucificado, Diretor da Congregação Mariana da Medalha Milagrosa, Encarregado da Assistência Religiosa na Capela da Escola de Engenharia da Universidade Católica de Petrópolis e Capelão do Colégio Santa Isabel. Ligado às atividades do magistério, sobretudo ao ensino universitário, lecionou Religião no Colégio São José, Teologia Fundamental, Teologia Especial, Introdução à Sagrada Escritura, Liturgia, Arte Sacra e Teologia Pastoral, no Seminário São Vicente de Paulo. Em 1955, ingressou nas Faculdades Católicas Petropolitanas, posteriormente transformadas em Universidade Católica de Petrópolis, lecionando Ciências Morais e Religiosas, em quase todos os seus cursos, por cerca de quarenta e quatro anos, expondo suas idéias com clareza e granjeando excelente renome como professor. Em nossa Universidade exerceu ainda vários cargos e funções administrativas. Foi membro do Conselho Departamental da Faculdade de […] Read More

GUILHERME PEDRO EPPINGHAUS ( DR.) – IN MEMORIAM

GUILHERME PEDRO EPPINGHAUS ( DR.) – IN MEMORIAM Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette Petrópolis perdeu na madrugada do dia 19 de março de 1998 um de seus mais ilustres filhos: Guilherme Pedro Eppinghaus. Pelas numerosas obras que realizou em nossa cidade; por sua condição de engenheiro civil, de longo tirocínio, quer à frente da Secretaria de Obras do Município por três longos períodos; pelos conhecimentos históricos que armazenou sobre a formação de Petrópolis, o Dr. Guilherme Pedro Eppinghaus foi o exemplo de uma existência ativa e gloriosamente modesta. Nasceu em nossa cidade, a 25 de fevereiro de 1897, na parte residencial da casa de comércio de seu pai, localizada à então Av. Quinze de Novembro, hoje Rua do Imperador. Seus pais, o comerciante Guilherme Eppinghaus e D. Deolinda Hingel Eppinghaus eram descentes de duas tradicionais famílias de colonos alemães. Guilherme Pedro recebeu esmerada educação, iniciando seus estudos no Colégio de D. Honorina Baptista, instalado na atual rua Washington Luiz, freqüentando posteriormente o Colégio Franco Brasileiro, dirigido pelo professor Jean Teulère, notável educador francês que havia se estabelecido em Petrópolis e, mais tarde, o Colégio São Vicente de Paulo, onde concluiu o curso secundário. Tendo decidido tornar-se engenheiro matriculou-se no Instituto Politécnico de Juiz de Fora, onde recebeu o grau de engenheiro eletricista e de obras públicas, em 1917 e, em 1928, o grau de engenheiro geógrafo, pela Escola de Engenharia de Juiz de Fora. Apesar de sua árdua e profícua atividade profissional, ainda encontrava tempo para dedicar-se à pesquisa e ao ensino, bem como desenvolver intensa participação na vida cultural e social da cidade. Membro efetivo do Instituto Histórico de Petrópolis, no qual foi admitido a 12 de novembro de 1959, publicou inúmeros trabalhos na imprensa local e na revista do referido Instituto. Dedicou-se também ao ensino, tendo sido professor da cadeira de Máquinas Hidráulicas, da Escola de Engenharia da Universidade Católica de Petrópolis, cujo Conselho Universitário lhe outorgou o título de “Professor Emérito”. Membro do Conselho Municipal de Cultura, até 1979 e do Conselho da Medalha Koeler, como representante do Instituto Histórico de Petrópolis, foi também sócio da Sociedade Artística Villa-Lobos, da Escola de Música Santa Cecília, do Clube de Engenharia e da Associação Petropolitana de Engenheiros e Arquitetos. Foi casado dom D. Carmem Tavares de Lacerda, natural de Guarapuava, no Paraná, formando um dos mais distintos e bem relacionados […] Read More

VICENTE TAPAJÓS – IN MEMORIAM

VICENTE TAPAJÓS – IN MEMORIAM Joaquim Eloy Duarte dos Santos, Associado Titular, Cadeira n.º 14 – Patrono João Duarte da Silveira Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 18 de fevereiro de 1998, aos 81 anos, o professor e historiador Vicente Costa Santos Tapajós. Petropolitano de nascimento, deixou atrás de si uma intensa e extensa produção histórica, além de uma brilhante atuação no magistério. A maior parte de sua vida foi dedicada à difícil missão de educar e ensinar, atuando como professor de História por mais de 50 anos, num contato diário e proveitoso com a juventude, à qual transmitiu sadios sentimentos de brasilidade, civismo e amor à terra natal. Lecionou no Colégio Pedro II, no Instituto de Educação, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Universidade Santa Úrsula, no Instituto Rio Branco e foi ainda assessor de História da TVE e da TV Rio, prestando deste modo uma contribuição magnífica à educação em nosso país. Sua atividade, no entanto, não se limitou a esse esforço admirável em formar as novas gerações. Sua obra de pesquisa histórica o define como um pesquisador instigado por uma curiosidade intelectual infindável, realista e honestíssimo nas conclusões de suas investigações. Assim, escreveu inúmeros livros didáticos sobre História, que muito contribuíram para tornar mais atraente e eficaz o ensino desta disciplina e inúmeras obras, entre as quais destacamos a “História da América” e a “História Administrativa do Brasil”, escritas com a melhor técnica da ciência histórica e que o definem, é justo reconhecer, como um grande historiador. Agraciado com vários títulos, Vicente Tapajós era membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, desde 1984, onde fez parte da Comissão de Pesquisas Históricas e ocupou a presidência de 1992 a 1995. Pertenceu também ao Instituto Histórico de Petrópolis, inicialmente como Sócio Efetivo e, posteriormente como sócio Emérito. Em nosso Instituto, integrou a Comissão de História de 1981 a 1982, proferiu palestras e publicou artigos. Sua morte desfalca o Brasil de um de seus mais dedicados educadores e expressivos historiógrafos.

PAULO GOMES DA SILVA, DR. – IN MEMORIAM

PAULO GOMES DA SILVA, DR. – IN MEMORIAM Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette Encontramo-nos reunidos para relembrar a personalidade de nosso consócio Paulo Gomes da Silva, arrebatado da existência terrena, a 22 de setembro de 1998. Nascido a 22 de dezembro de 1912, no Município de Sumidouro, no Estado do Rio de Janeiro, fez seus estudos iniciais na Fazenda São Francisco de Paula, tendo como professora sua irmã D. Antonieta Gomes da Silva, e o curso médio no Colégio Brasil, em Niterói, cidade onde também se bacharelou em Direito em 1937. Inclinando-se ao magistério, foi nomeado professor do Instituto de Educação do Estado do Rio de Janeiro, após ter sido aprovado em concurso de provas e títulos, para reger a cadeira de História da Civilização. Posteriormente, cursou a Faculdade Nacional de Filosofia, bacharelando-se em História da Filosofia, em 1942. Seis anos mais tarde, ingressou como professor de História da América, na Faculdade de Filosofia da Universidade Federal Fluminense e na Faculdade de Direito da mesma Universidade, na qual regeu as cadeiras de Direito Internacional Privado e Direito Comercial e Constitucional, chegando, por sua competência e dedicação a ocupar os cargos de Diretor da Faculdade de Direito e Reitor da citada Universidade, os quais exerceu com dinamismo e devotamento. Vindo residir em Petrópolis, em 1949, continuou sua brilhante carreira no magistério, lecionando nos Colégios São José e Werneck e na Escola Técnica de Serviço Social. Aqui, foi ainda professor fundador da Faculdade Católica de Direito de nossa Universidade, sendo, por duas vezes, diretor da mesma, conquistando, por suas qualidades, a amizade e o respeito dos alunos, professores e dirigentes da tradicional instituição de ensino superior. No Instituto Histórico de Petrópolis, foi admitido como sócio efetivo, a 3 de novembro de 1952, para a vaga aberta com o falecimento do sócio-efetivo-fundador, dr. Alcindo Sodré. Na oportunidade, a Comissão de História que examinou a proposta de sua admissão, teve como relator o renomado Prof. Hélio Vianna, que assim se pronunciou: “recomendo a aceitação de sua admissão por seu evidente interesse pelos temas da História do Brasil e regional, quer nos trabalhos das cátedras que tem exercido, quer nos artigos que tem publicado em jornais e revistas do país”. Em nosso Instituto, foi um sócio dedicado, destacando-se sempre por suas oportunas sugestões e pareceres, conquistando o reconhecimento de seus pares que o elevaram à dignidade […] Read More

REMINISCÊNCIAS DE ALGUMAS FESTAS BENEFICENTES EM FAVOR DAS OBRAS DA CATEDRAL

REMINISCÊNCIAS DE ALGUMAS FESTAS BENEFICENTES EM FAVOR DAS OBRAS DA CATEDRAL Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette Em 29 de novembro de l925, com imponente cerimônia religiosa, foi inaugurada a nova Matriz, posteriormente Catedral de Petrópolis, após quase cinqüenta anos de esforços. A grande inspiradora e principal benfeitora da construção da Catedral foi, sem dúvida, a Princesa Isabel. Foi ela quem insistiu junto ao Imperador, seu pai, na construção do novo templo, no morro do Belvedere, em razão das condições modestas da primeira Matriz, construída em l848, em frente ao Palácio Imperial. Em l2 de março de l876, foi lançada a pedra fundamental da nova Matriz, com a presença do Imperador Dom Pedro II, da Princesa Isabel e seu esposo o Conde D’Eu e das seguintes autoridades: Barão de Cotegipe, Ministro da Fazenda; José Bento da Cunha Figueiredo, Ministro da Justiça; Diogo Velho Cavalcante de Albuquerque, Ministro do Império; Conselheiro Pinto Lima, Presidente da Província; Paulino Afonso Pereira Nunes, Presidente da Câmara Municipal; todos os vereadores petropolitanos e a Irmandade do Santíssimo Sacramento de São Pedro de Alcântara. Na ocasião, num pavilhão erguido anteriormente, o internúncio apostólico, Monsenhor Luiz Bruschetti, celebrou uma missa, coadjuvado pelo padre Theodoro Esch. Segundo nos informa Fróes “esta solenidade do lançamento da pedra fundamental foi prematura, pois, o edifício ainda não tinha projeto, nem mesmo fundos para custeio…” (1). (1) FRÓES, José Kopke. A Catedral de Petrópolis e seu Jubileu de Ouro em 29 de novembro de l975. Tribuna de Petrópolis, lº de janeiro de l975. Segundo Caderno. Realmente, até l88l, nenhuma providência efetiva foi tomada em favor do início das obras. Neste ano, regressando a Princesa Isabel de uma viagem à Europa, insistiu junto ao Presidente da Província, Bernardo Avelino Gavião Peixoto, na retomada do projeto. Este encarregou o engenheiro Francisco Caminhoá de elaborar um projeto para a construção do novo templo, projeto este que foi orçado em aproximadamente mil contos de réis. O Presidente da Província solicitou à Assembléia a aprovação da abertura de um crédito de l00 contos de réis, e nomeou uma comissão para se encarregar das obras e angariar inclusive donativos para as mesmas. Foi então lançada a segunda pedra fundamental, em l8 de maio de l884, no lugar onde hoje fica o altar-mór e comprado o terreno e a casa pertencentes ao Barão do Flamengo, conforme noticiou o Mercantil, em 7 […] Read More

CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DO BISPO DE PALMAS, O PETROPOLITANO D. CARLOS EDUARDO SABÓIA BANDEIRA DE MELO

CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DO BISPO DE PALMAS, O PETROPOLITANO D. CARLOS EDUARDO SABÓIA BANDEIRA DE MELO Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette Comemora-se este ano o centenário de nascimento de Dom Carlos Eduardo Sabóia Bandeira de Melo, primeiro bispo da Diocese de Palmas no Paraná. Dom Carlos Eduardo nasceu em Petrópolis, à Rua Paulino Afonso, em l º de julho de 1902, sendo seus pais o desembargador João Pedro Sabóia Bandeira de Melo e D. Carolina Pinheiro Bandeira de Mello. Dom Carlos Eduardo foi o último filho da numerosa família Sabóia Bandeira de Melo, estimadíssima nos meios sociais petropolitanos, já que seu pai aqui exerceu durante longos anos as altas funções de Juiz de Direito, “deixando seu nome impresso em milhares de corações pela probidade e nobreza de sentimentos, amplamente patenteadas no longo exercício de suas altas funções” (1). Caráter forte e esclarecido, o Dr. João Pedro Sabóia Bandeira de Melo sempre primou pela mais perfeita probidade e imparcialidade no exercício de sua magistratura. Católico convicto, fez grande amizade com os religiosos franciscanos de nossa cidade, chegando a pertencer à Ordem Terceira de São Francisco. (1) Tribuna de Petrópolis, 09 de março de 1948. Dom Carlos Eduardo perdeu o pai com apenas quatro anos de idade e bem cedo sentiu sua inclinação para a vida religiosa, ingressando na Ordem Seráfica. Assim, em 10 de fevereiro de 1911, ingressou no Seminário Seráfico Santo Antônio, em Blumenau, Santa Catarina, onde em seis anos concluiu o Ginásio, entrando em seguida para o noviciado da Ordem Franciscana em Rodeio, no mesmo Estado. Em seguida cursou Filosofia no Convento Bom Jesus, em Curitiba, e logo após Teologia no Convento dos Franciscanos, em Petrópolis, cidade onde foi ordenado sacerdote, em 4 de janeiro de 1925, por Dom Agostinho Benassi, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus. Foi professor e prefeito do Seminário Seráfico de Rio Negro no Paraná e coadjutor e pregador nas paróquias de rio Negro e Mafra, em Santa Catarina. Eleito definidor provincial da Província da Imaculada Conceição no Brasil, encontrava-se no exercício destas funções, quando, a 1 º de agosto de 1936, foi nomeado administrador apostólico da Prelazia do Senhor Bom Jesus da Coluna dos Campos de Palmas, pelo Papa Pio XI. Foi o segundo prelado de Palmas que abrangia uma área de aproximadamente trinta mil quilômetros, onde habitavam cerca de cem mil almas, entre […] Read More

RIO BRANCO E A EPOPÉIA DO ACRE

RIO BRANCO E A EPOPÉIA DO ACRE Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette José Maria da Silva Paranhos Júnior, nasceu no Rio de Janeiro, na manhã do dia 20 de abril de 1845, sendo seus pais José Maria da Silva Paranhos, engenheiro militar, jornalista e destacado político do 2 º Reinado e D. Tereza de Figueiredo Rodrigues de Faria Paranhos. Estudou no Imperial Colégio Pedro II, onde, desde cedo, manifestou grande predileção por estudos de geografia, história e desenho, “chegando a compor singelas paisagens, retratos ou caricaturas, a bico de pena, em que chegou a ser bem hábil” (1). (1) BARROS E VASCONCELLOS. Mario de. O Barão do Rio Branco. Rio de Janeiro, Departamento de Imprensa Nacional, 1954, p.11 Concluídos seus estudos preparatórios, matriculou-se, em 1861, na Faculdade de Direito de São Paulo, transferindo-se já no 4 º ano para a Faculdade de Direito do Recife, “porque o pai queria que ele conhecesse também o norte do país” (2), onde bacharelou-se em 1866, aos vinte e um anos de idade. (2) RIO BRANCO, Raul do. Reminiscências do Barão do Rio Branco. Rio, 1948 Ainda estudante de Direito escreveu uma memória histórica, intitulada “Esboço biográfico do General José de Abreu, Barão do Serro Largo”, um dos heróis das lutas no Prata, ensaio que lhe valeu a entrada no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, na qualidade de sócio efetivo. Foi professor interino do Imperial Colégio Pedro II, onde lecionou Geografia e História do Brasil, de 23 de abril a 18 de junho de 1868 e Promotor Público, em Nova Friburgo, de 24 de dezembro de 1868 a 12 de fevereiro de 1869, antes de tornar-se deputado geral pela Província de Mato Grosso. Na Câmara destacou-se nos debates sobre as dificuldades do Brasil no Prata e também nos debates sobre a questão abolicionista. Em 1873, adquiriu, com alguns companheiros, o jornal “A Nação”, no qual escreveu magníficos artigos sobre assuntos diplomáticos, até ser nomeado, a 27 de maio de 1876, pela Princesa Isabel, então exercendo a Regência do Império, Cônsul Geral em Liverpool, tendo publicado na ocasião um “completo relatório sobre a navegação e comércio entre o Brasil e os portos de dependência do Consulado Geral do Império em Liverpool, no período de 1876-1877”. Em seguida foi nomeado Delegado do Governo Brasileiro na Exposição Internacional de São Petersburgo, desincumbindo-se tão bem no desempenho desta missão, […] Read More

FREI LEÃO E A IGREJA DE SÃO SEBASTIÃO

FREI LEÃO E A IGREJA DE SÃO SEBASTIÃO Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette Ao ensejo das comemorações de mais um aniversário da fundação da Igreja de São Sebastião, no bairro do mesmo nome, é de plena justiça evocar a memória de Frei Leão Hessling, sem dúvida o grande animador de sua construção. Nascido a 21 de novembro de 1897, na Alemanha, veio para o Brasil ainda moço, fazendo seus estudos iniciais, de 1912 a 1918, em Blumenau, Santa Catarina, sendo ordenado sacerdote a 10 de agosto de 1925, em Petrópolis. Exercia suas atividades sacerdotais em Santa Catarina, quando foi acometido por grave enfermidade, vindo, por ordem de seus superiores, convalescer em nossa cidade, no Convento do Sagrado Coração de Jesus. Recuperado, foi-lhe confiada a 21 de março de 1929, a assistência religiosa no Santuário de Santo Antônio do Alto da Serra, então simples Capela, já que sua elevação à dignidade de Paróquia, só ocorreu em 1933, diga-se de passagem, graças aos cuidados que lhe dispensou o zeloso franciscano. Frei Leão desenvolveu intensa atividade pastoral, sendo responsável pela fundação da Liga Católica Jesus, Maria, José, em 8 de outubro de 1933; da Pia União de Santo Antônio; da Escola Paroquial e do Ambulatório de Santo Antônio, que tantos benefícios prestou à população desprovida de recursos. Incansável, percorria todos os recantos de sua imensa Paróquia, que inicialmente abrangia o território que gerou mais tarde a Paróquia de São Norberto e as regiões do Indaiá, Cremerie, Independência, Quarteirão Worms, Grota Funda, Morin, Meio da Serra e outros recantos mais afastados, prestando assistência material e religiosa aos necessitados e enfermos. Em 1953, iniciou uma obra que demonstra muito bem seu espírito empreendedor e sua confiança na proteção divina: a construção da igreja de São Sebastião, no bairro então denominado Indaiá. O citado bairro tem seu desenvolvimento ligado à construção da rodovia Washington Luiz, que liga Petrópolis ao Rio de Janeiro, já que a afluência de trabalhadores para atender à necessidade de mão-de-obra para a construção da mencionada rodovia, foi o grande fator responsável pela ocupação daquela região, antes um pequeno recanto conhecido como Cortiço. Em abril de 1929, segundo ele mesmo informa, Frei Leão Hessiling, então Capelão do Santuário de Santo Antônio do Alto da Serra, foi chamado para prestar assistência a um doente que havia contraído febre na Baixada. A partir daí, toda aquela […] Read More

BRASILEIROS ILUSTRES EM PETRÓPOLIS

  HERMES RODRIGUES DA FONSECA Hermes Rodrigues da Fonseca nasceu na Vila de São Gabriel, na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, a 12 de maio de 1855, sendo seus pais o Capitão Hermes Ernesto da Fonseca e D. Rita Rodrigues Barbosa da Fonseca. Em maio de 1866, com onze anos de idade, veio para o Rio de Janeiro em companhia da mãe e dos irmãos. Na capital do Império foi matriculado, em 1867, no Colégio Saint-Louis do padre Jules Janrard, permanecendo apenas um ano neste educandário, já que, no ano seguinte, ingressava no Imperial Colégio Pedro II. Com o consentimento do pai, sentou praça no 1 º Batalhão de Artilharia a Pé, para, em 1872, ingressar na Escola Militar da Praia Vermelha, cujo curso completou, “ com serena regularidade e nos padrões comuns” (1). (1) FAGUNDES, Umberto Peregrino Seabra. Justiça Histórica ao Marechal Hermes da Fonseca. In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, julho/setembro de 1984, p.69. A 17 de dezembro de 1877, casou-se com sua prima, D. Orsina Francione da Fonseca, filha de seu tio o Cel. Pedro Paulino da Fonseca, união que perdurou até 30 de novembro de 1912, quando a mulher faleceu. Sua carreira militar foi rápida e brilhante. Em 1876, recebeu as insígnias de 2 º Tenente, posto em que permaneceu até 1879, quando foi promovido a 1 º Tenente, contando antigüidade para ser elevado a Capitão, em 1881. Nove anos mais tarde, ou seja, em 1890, foi promovido a Major por serviços relevantes e, em outubro do mesmo ano, a Tenente Coronel por merecimento, ascendendo ao posto de Coronel quatro anos mais tarde, a General de Divisão, em 1905 e a Marechal em 6 de novembro de 1906, por ato do Presidente Rodrigues Alves. Hermes da Fonseca ocupou muitos cargos de grande responsabilidade durante sua carreira militar. Assim, foi Ajudante de Ordens de Sua Alteza o Conde D’Eu, durante a Comissão de que este foi incumbido pelo governo Imperial, nas Províncias do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Comentando sua nomeação para tão alto cargo, assim se pronunciou Seabra: “Não a faria o Conde D’Eu sem ter para isso motivos especiais, ligados à personalidade do oficial sobre o qual incidia” (2). (2) FAGUNDES, Umberto Peregrino Seabra. Op. Cit., p.69. Durante a preparação do movimento de 15 de novembro de 1889 e após a instalação da […] Read More