José Afonso Barenco de Guedes Vaz

ROTARY NA HISTÓRIA DA CIDADE DE PEDRO (O)

O ROTARY NA HISTÓRIA DA CIDADE DE PEDRO José Afonso Barenco de Guedes Vaz, Associado Titular, Cadeira n.º 11 – Patrono Henrique Carneiro Teixeira Leão Filho   O rotariano, professor e acadêmico Antônio Eugênio de Azevedo Taulois nos brindou, por ocasião da comemoração dos 80 anos da criação do Rotary Clube de Petrópolis, com a notável obra “Rotary Petrópolis e a sua Cidade nos últimos 80 anos”. Na obra em questão o abalizado mestre descreve as finalidades da instituição no mundo, como no Brasil; cuida de esclarecer a respeito de suas atividades em nossa cidade, enfim, a participação do mesmo nos últimos oitenta anos da história de Petrópolis. Todavia, como o tempo passa rapidamente e por já havermos atingido o ano de 2023, elegemos por meta abordar, com detalhes, a bela trajetória dessa esplendorosa entidade que está a completar no corrente ano, noventa e cinco anos de existência. Note-se, o Rotary Clube de Petrópolis fundado em 12 de setembro de 1928! À luz do que nos foi legado pelo autor, nós outros na condição de companheiros, continuamos a vivenciar, sem esmorecimento, juntamente com associadas e associados os princípios básicos ditados pelo idealizador do Rotary, Paul Harris, sempre na trilha do “SERVIR” e cumprindo o lema “DAR DE SI, ANTES DE PENSAR EM SI”. Assim é que afirmamos, sem receio de nos equivocar, que a nossa cidade intitulada Imperial pelo presidente João Batista de Oliveira Figueiredo –Decreto–lei nº 85.849/81, passou a ser palco de importantes eventos relacionados com a vida dos petropolitanos, vez que o Rotary influenciou-os sobremaneira em atividades de caráter social levadas a cabo pari passo, também, perante autoridades do âmbito municipal, nos mais diversos setores. Retornando-se, novamente, à obra de lavra do professor Taulois, o mesmo já ponderava àquela época que “…a cidade, que antes se transformara em capital do Império, agora se tornara capital da República”. O Rotary já caminhava em paralelo junto à história de Petrópolis. E por haver alcançado tal prestígio nesta majestosa cidade, acabaram por virem aqui residir importantes personalidades, aliás, como demonstra o autor, a exemplo do Marechal Hermes da Fonseca e sua esposa, Nair de Teffé, ela integrante da então Associação de Ciências e Letras, onde ingressou em 1927, posteriormente Academia Petropolitana de Letras, justamente quando a presidia no ano de 1929. O Rotary Clube de Petrópolis, que se frise com orgulho, trata-se do sétimo Clube Rotário criado no país. Pela importância […] Read More

MÉDICO DR. PAULO HOMEM (O)

O MÉDICO DR. PAULO HOMEM José Afonso Barenco de Guedes Vaz, Associado Titular, Cadeira n.º 11 – Patrono Henrique Carneiro Teixeira Leão Filho           Domingo passado, dia 24, quase ao anoitecer recebemos a infausta notícia do falecimento do grande médico, professor – e amigo muito próximo – dr. Paulo Antonio Borges Homem.           A informação que nos chegou causou-nos imensa tristeza, um vazio indescritível, chocando, também, com certeza, a todos os seus amigos e pacientes – que foram muitos – especialmente a família enlutada, todavia sempre unida e coesa, ainda que todos que o acompanhávamos mais de perto tivéssemos ciência de sua saúde já abalada.           Mas nem por isso o dr. Paulo Homem deixou de comparecer ao trabalho diariamente.           Um cidadão – na acepção da palavra! Um médico, um batalhador!           Perdeu, com seu falecimento, a cidade de Petrópolis, um de seus grandes baluartes da medicina.           Cidadão honrado, extremamente dedicado à profissão escolhida, o médico – cirurgião das mãos hábeis e coração terno – dr. Paulo Homem, como era mais conhecido, nunca deixou de atender a quem quer que fosse e estivesse a necessitar de seus préstimos.           E mais, é bom que se frise, médico de grande saber, católico fervoroso, atendia a todos que o procuravam para consultas ou exames mais complexos; contudo, nunca deixou de dar guarida aos menos favorecidos financeiramente, vez que sempre os acolheu, tratava-se de um médico dotado de extraordinário sentimento humanitário.           Conhecemo-nos há mais de cinquenta anos – na condição de estudantes – vez que residia com os pais e a querida irmã, Maria do Carmo, à rua Saldanha Marinho.           O pai, o Sr. Borges, como assim o chamávamos, servidor municipal que labutou, em razão do trabalho honrado e da sua competência, perante a várias administrações que se sucederam na função de chefe da tesouraria, unidade da Secretaria de Fazenda.           Como fazia nos relatar Paulo, com relação ao pai, dedicado, espírito público acurado, sobretudo honesto e dedicado às atividades sob sua responsabilidade.           O médico Paulo Homem, na brilhante trajetória, foi professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis; em época pretérita, no consultório situado […] Read More

GLÓRIA, SAUDADES, GRATIDÃO

GLÓRIA, SAUDADES, GRATIDÃO José Afonso Barenco de Guedes Vaz, Associado Titular, Cadeira n.º 11 – Patrono Henrique Carneiro Teixeira Leão Filho         Valho-me deste ensejo para voltar ao passado, que já vai distante.      Imagino, não duvido, que muitos hão de estar indagando por que razão volver a período tão remoto, vez que tantos eventos já devem estar esquecidos?        Todavia, continuo a admitir vez que quem não cultua o passado dificilmente irá reconhecer o futuro.      Por isso mesmo, não foi sem qualquer razão e fundamentos – especialmente de ordem familiar e de modo a preservar a cultura e tantos outros bens a nós outorgados pelas Alturas – que os escritores e acadêmicos Paulo César dos Santos e Fernando Costa publicaram a obra “Tributo aos Acadêmicos de Ontem”.       Louvado em tais preceitos ainda não me esqueci – e não hei de esquecer-me – da festividade que programei a qual, para meu gáudio, foi coberta de sucesso ante a quantidade de pessoas amigas que fizeram comparecer ao evento relacionado com o lançamento do livro “Vida e obra do poeta Osmar de Guedes Vaz”, idos de 2013, portanto decorridos quase 10 anos.        Recordo-me que tal festividade no entender da então presidente da        Academia Petropolitana de Letras, a escritora, poeta e jornalista Christiane Michellin, poderia ter sido realizada na Casa de Cláudio de Souza, em razão de o homenageado haver integrado os quadros da instituição, ocupante da cadeira 28.        Todavia, após agradecê-la decidi que viesse a se dar num espaço apropriado do condomínio onde residíamos.      Assim é que, primeiramente, desejo renovar os votos de agradecimentos, sem dúvida emocionados, que fiz dirigir à plêiade de amigos que se fizeram presentes, como os brilhantes acadêmicos Roberto Francisco; Carmem Felicetti; Joaquim Eloy Duarte dos Santos e Gustavo Wider, ora descrevendo o primeiro e o último, respeitosamente, In Memoriam, porém nunca esquecidos.       Destaco, ainda, com o coração batendo forte, o momento em que usaram da palavra, primeiramente, o notável professor, poeta e trovador Roberto Francisco, logo após, a destacada professora Carmem Felicetti.         As palavras proferidas por Carmem foram objeto de publicação na obra “Retalhos Diversos”, da minha autoria.        A fraterna amiga desde logo fez questão de lembrar a inesquecível amizade de seu pai para com […] Read More

ALVÍSSARAS!

ALVÍSSARAS! José Afonso Barenco de Guedes Vaz, Associado Titular, Cadeira n.º 11 – Patrono Henrique Carneiro Teixeira Leão Filho O Instituto Histórico de Petrópolis abriu suas portas, mais uma vez, para a realização de um evento que deixará recordações indeléveis, quer para os associados presentes, como para os convidados que acorreram à instituição com o fito de assistirem a posse nos seus quadros de um valoroso sacerdote, o Padre Thomas Andrade Gimenez Dias, ocupante da cadeira de nº 33, patrono Padre Antônio Tomaz de Aquino Corrêa. O novo Associado Titular foi acolhido mediante belas e profundas palavras proferidas pelo confrade Enrico Carrano, Associado Titular, cadeira nº 3, patrono Antônio Machado. O ilustre confrade iniciou suas palavras relembrando o ano de 2002, na pessoa de D. José Carlos de Lima Vaz, S.J, ocasião em que o Prelado visitava o estado de Minas Gerais, com a finalidade de celebrar na Matriz de Nossa Senhora do Pilar, em São João del-Rey. No ensejo, cercado por crianças, recorda o orador, que o mesmo encontrava-se à sacristia rodeado por crianças e com cada uma delas cumprimentava-as com a mão. O orador faz recordar, entretanto, que ao se aproximar de um menino, de menos de 10 anos de idade, bateu levemente em sua cabeça, dizendo: “Este vai ser padre”! O menino que fora distinguido, nada mais, nada menos, que o Padre Thomas Andrade Gimenez Dias, nascido em São João Del-Rey, todavia criado na cidade vizinha de Ritápolis, ora integrando a mesa presidencial deste Instituto para honra e glória da entidade. E assim tudo ocorreu, vez que o jovem certamente, sob à luz da Divina Providência, decidiu ingressar no Seminário Menor da Arquidiocese de Mariana. Posteriormente, no Seminário Maior, ainda na cidade de Mariana, e, após, no Seminário Nossa Senhora do Amor Divino, nesta cidade, distrito de Corrêas, sob o acolhimento do Monsenhor José Maria Pereira. Ordenado diácono em 2019 e em seguida sacerdote, na Catedral de nossa terra pela imposição das mãos do Bispo de Petrópolis, Dom Gregório Paixão, OSB, que ilustra o IHP com seu saber e gestos de ponderação, além de privilegiada oratória. O ilustrado Associado, que acabara de receber o jovem sacerdote que ora transpunha os umbrais do Instituto, foi, outrossim, extremamente feliz em suas considerações dirigidas ao mesmo, palavras, que nunca se perderão, sob qualquer hipótese. E não era de se esperar que fosse diferente eis que o orador, Enrico Carrano, em […] Read More

FREI LEÃO

FREI LEÃO José Afonso Barenco de Guedes Vaz, Associado Titular, Cadeira n.º 11 – Patrono Henrique Carneiro Teixeira Leão Filho           Após os terríveis temporais que se abateram sobre a nossa cidade, ceifando vidas e destruindo moradias em vários bairros em especial no Alto da Serra, nos dirigimos àquele local sem poder acreditar no que estávamos vendo em razão de tamanha destruição.            Do alto da Igreja de Santo Antônio, uma vez que a rua por nós percorrida dá acesso à parte lateral do templo, saltamos do carro e voltamos em seguida a vislumbrar o Morro da Oficina.             Total caos!        Cabisbaixo, já no interior da igreja, lembramos com absoluta precisão das salas existentes no pátio onde recebemos os ensinamentos com vistas à primeira comunhão.             Naquele mesmo momento voltamos o pensamento a um passado longínquo e nos veio à mente a figura de Frei Leão.           Estudávamos no Grupo Escolar Rui Barbosa e constantemente nos dirigíamos à Igreja, juntamente com colegas do colégio, para estudo do catecismo indo ao encontro do bom sacerdote.             Mas afinal, quem foi Frei Leão? Muitos ainda indagam!             Figura nunca esquecida que teve atuação marcante em nossa terra.            Nascido em Wuppertal, na Renânia, Alemanha, em 21 de novembro de 1897, tendo chegado ao nosso país na cidade de Blumenau, Santa Catarina, ainda muito jovem, porém já com idéias pré-concebidas no sentido de criar instituições de amparo em prol dos necessitados, por isso mesmo tornando-se incansável na ajuda aos mais pobres e bem assim aos enfermos.               Missão que recebeu das Alturas já determinada pelo Pai, àquela época.         Frei Leão foi ordenado sacerdote em 1925 quando completou 27 anos sendo que sua primeira missa foi celebrada na cidade de Amparo, estado de São Paulo.             Permaneceu em Petrópolis cerca de trinta anos sempre na busca de cuidar dos pobres, nesta altura já pároco da Igreja de Santo Antônio do Alto da Serra.            Sua atuação foi extraordinária eis que dotado de espírito empreendedor e voltado à religião que abraçou, fez construir a Igreja de São Sebastião, no bairro do mesmo nome.         No bairro Morin, também uma […] Read More

PRAÇA PASTEUR

PRAÇA PASTEUR José Afonso Barenco de Guedes Vaz, Associado Titular, Cadeira n.º 11 – Patrono Henrique Carneiro Teixeira Leão Filho                Nasci nesta cidade em 1944, no mês de julho e fui criado bem próximo à Praça, na Rua Saldanha Marinho.           A Praça em questão, conforme legado que nos deixou a exemplar figura de Álvaro Zanatta, in Histórias e Lendas das Ruas de Petrópolis, denominava-se, em passado longínquo, popularmente, “Do Sol que nasce para todos”.             Contudo, por força do Ato nº 3, de 31 de janeiro de 1923, o espaço passou a ser chamado de Praça Pasteur, homenagem ao ilustre médico e cientista francês, Louis Pasteur (1822 – 1895).             A fonte onde pude colher tais informações faz demonstrar que “… no início do século XX não passava de um campo largado ao abandono, coberto de mato, no dizer de contemporâneos”.          A mesma fonte deixa claro que “…no canto do largo esquina com a futura rua Cristóvão Colombo, ainda Caminho da Castelânea, havia um armazém de secos e molhados, cujo proprietário adotara o nome de “Armazém do Sol que nasce para todos” e mais, “…que para melhor visualização do estabelecimento, mandou pintar na parede da esquina a radiosa figura do astro-rei despejando torrentes de fogo e prometendo vender mais barato”.             Acresce, ainda, que “… tão grande era o desenho, que de longe podia ser visto e o título da casa se transferiu ao largo fronteiro”.            A História nos traz informações que a Praça só obteve iluminação pública inaugurada em 18 de agosto de 1942.            No terreno onde fôra construído o até então Armazém, surgiu o prédio e ginásio Coronel Veiga Foot ball Club, intitulado mais tarde como o tricolor da Castelânea, em decorrência de disputas de campeonatos de Futsal.           A Praça em questão, entretanto, desde há muito, ante o progresso que passou a imperar nas suas proximidades, foi cercada de bom comércio, construções residenciais, inclusive uma delas mais recente, um imponente edifício, sem falar no prédio situado no mesmo local denominado edifício Caxias, construção bem antiga e uma igreja.           Nas lojas que integram o último dos prédios, recordo-me bem do armazém do Sr Adão Hoelz, como também de […] Read More

PETRÓPOLIS E OS CORREIOS NO TEMPO

PETRÓPOLIS E OS CORREIOS NO TEMPO José Afonso Barenco de Guedes Vaz, Associado Titular, Cadeira n.º 11 – Patrono Henrique Carneiro Teixeira Leão Filho             Em 15 de abril de 2019, já escrevera – certamente denotando amargura – a respeito da degradação que continuava ocorrendo com relação ao majestoso prédio central dos Correios de Petrópolis.             Àquela época retornara no tempo para relembrar sobre a precariedade no tocante a tão bela edificação, inaugurada em 12 de novembro de 1922, prédio que em razão de sua beleza ficou conhecido como “Palácio dos Correios”.             Importante deixar frisado – e a história assim faz exigir – que referida edificação só pôde ser concretizada graças a gesto de beneficência por parte da Princesa Isabel, “A Redentora”.             Assim é que um dos últimos atos de sua majestade, antes de seu falecimento que se deu em 14 de novembro de 1921, está justamente relacionado com a cessão de uma parte nobre dos jardins do Palácio Grão Pará, com a finalidade de construção do prédio.             Destaque-se, por outro lado, que apenas uma solicitação partira da Princesa, ou seja, “…que o busto de seu querido pai, o Imperador D. Pedro II, fosse erigido à entrada desta agência, tornando-se assim um lembrete a mais do amor do nosso último soberano por esta cidade que, também por amor, ele fez edificar”.             A propósito do tema que ora se comenta, serviu-me de consulta para inúmeras questões ora descritas, a obra “Os Correios de Petrópolis – Um Passeio pela História – pesquisa levada a termo por Vera Maria Müller Taulois, texto de Eliane Maciel e fotografia de Sebastião Barbosa.             Transcorridos os anos, salutar que se recorde que no próximo dia 12 de novembro o prédio histórico estará completando 101 anos de sua inauguração.             Todavia, o mais penoso é que o cognominado “Palácio dos Correios”, edificação de valor cultural inestimável, esteja cada vez mais a se deteriorar.             O prédio, a partir de um determinado momento, por descaso certamente de sua superior direção, vem sofrendo grandes perdas violentando, sem dúvida, aspectos culturais que deixaram de ser observados com reflexos, outrossim, na área do turismo, ante o interesse que as pessoas manifestam em conhecer tal edificação.             Muitos que aqui chegavam e continuam chegando, com a finalidade de conhecerem a Cidade Imperial, ficam chocados com tal degradação, aliás como vem ocorrendo com outros prédios de igual beleza e […] Read More

JOSÉ KOPKE FRÓES, A FILATELIA E A HISTÓRIA

JOSÉ KOPKE FRÓES, A FILATELIA E A HISTÓRIA José Afonso Barenco de Guedes Vaz, Associado Titular, Cadeira n.º 11 – Patrono Henrique Carneiro Teixeira Leão Filho              Desde muito jovem já guardava entusiasmo pela filatelia.            É bem verdade que o maior incentivo que recebi no sentido de concretizar a ideia partiu de um tio querido, destacado e zeloso colecionador.             Por esta e por tantas outras razões sua memória nunca foi por mim olvidada.           Dele mesmo recebi, para iniciar a coleção, selos comemorativos do Brasil e, mais tarde, já detentor de maior conhecimento sobre o assunto, parti para colecionar selos de outros países – diga-se de passagem, muito bem impressos e de uma beleza incomum – como os suíços, portugueses, espanhóis e de alguns países africanos.             Pouco a pouco, ainda sob o incentivo do tio filatelista e mais adiante por parte de José Kopke Fróes, passei a adquirir os famosos “olho de boi” e “olho de cabra”, impressos ao tempo em que reinava o Império em nossa terra.             Decidi, após, pela aquisição de outros selos daquela época – peças raras – muitas vezes quase que impossíveis de serem obtidas, justamente pelo alto valor, vez que muitas eram consideradas verdadeiras relíquias.             A iniciativa como colecionador teve início na década de sessenta, estendendo-se, ainda, por muitos anos.             Passei a colecionar também quadras e bem assim aquelas contendo carimbos – as famosas de primeiro dia de circulação.             Tudo se constituindo para mim em momentos de aprendizado a respeito de selos, não só impressos no país, como em outros países cujas figuras denotavam não somente beleza, mas cultura.             Aos sábados, o compromisso era comparecer à sede dos Correios – à época em que o prédio cultivava um padrão de beleza e trato – e lá nos encontrávamos com muitos filatelistas, momentos de trocas e, por outro lado, de incentivo àqueles que lá compareciam para dar início às suas coleções.             Ambiente acolhedor que reunia pessoas das mais diferentes gerações, moços e cidadãos grisalhos, exatamente como o sempre lembrado historiador José Kopke Fróes.             A propósito, com o mesmo, no bairro do Valparaíso, onde residia à Rua Gonçalves Dias, esquina com à Avenida Portugal, perdíamo-nos no tempo vez que sua coleção era simplesmente extraordinária.             Foram sem dúvida agradáveis momentos que compartilhamos a presença da figura do Sr. Fróes, […] Read More

A TROVA E TRÊS NOTÁVEIS

A TROVA E TRÊS NOTÁVEIS José Afonso Barenco de Guedes Vaz, Associado Titular, Cadeira n.º 11 – Patrono Henrique Carneiro Teixeira Leão Filho   Guardo profundas razões para apreciar e, ao mesmo tempo, vivenciar a trova. Embora não seja detentor da verve poética, porém da poesia nunca me mantive afastado. Meu pai poeta e trovador, com ele aprendi o salutar hábito da boa leitura, em especial das intituladas quadras. Deixava consignado para comigo, que “a trova não é fácil de ser feita, pelo contrário, porquanto o poder de síntese não é dado a qualquer pessoa e na trova prepondera, justamente, esse fator”. Justamente, à luz de tal assertiva gostaria de prestar minha mais modesta, porém sincera homenagem a trovadores – notáveis – que já nos deixaram, sem que me esqueça de relembrar da figura exponencial de Luiz Otávio, autor da obra “Meus Irmãos os Trovadores, cognominado o “Príncipe dos Trovadores”. Esclareça-se que a obra em questão permitiu-me que pesquisasse, com absoluta dose de esmero, a propósito da vida e obra dos trovadores que abaixo se seguem. Adelmar Tavares da Silva Cavalcante, nascido em Recife (PE) em 16 de fevereiro de 1888, tendo falecido no Rio de Janeiro em 20 de junho de 1963. Diante do extraordinário êxito que alcançou, tornou-se conhecido na roda literária por Adelmar Tavares. Advogado, exerceu o magistério, a magistratura, além de poeta de escol. Publicou muitos livros, o primeiro “Descantes”, em 1907. Seguiram-se, ainda, envolvendo a poesia, “Prelúdios”, “Devaneios”,”Telas”, “Sonantes” e muitos outros. “Obra prima” do autor, a meu ver, a trova que passo a transcrever. “Para matar as saudades, fui ver-te em ânsias, correndo… – E eu que fui matar saudades, vim de saudades morrendo”.   Mais esta de conteúdo de profundo sentimento: “Sou jardineiro imperfeito, pois no jardim da Amizade, quando planto o amor perfeito, nasce sempre uma saudade”.   Relembrando, ainda, o ilustre trovador, vale ser transcrita: “Dos desertos desse mundo, sei do mais desolador, – Uma alma sem esperança, um coração sem amor…”.   Nos mesmos passos e rumos de Adelmar vem a minha mente a figura da esplêndida trovadora Lilinha Fernandes – Maria das Dores Fernandes Ribeiro da Silva, cognominada “Rainha da Trova Brasileira”. Nasceu no Rio de Janeiro no dia 24 de agosto de 1891, tendo falecido em 08 de junho de 1981. Publicou “Flores Agrestes” (poesias), Appogiaturas (sonetilhos); e Contas Perdidas (trovas).Destaco algumas trovas da lavra de Lilinha Fernandes, […] Read More

A PATATIVA DA SERRA

A PATATIVA DA SERRA José Afonso Barenco de Guedes Vaz, Associado Titular, Cadeira n.º 11 – Patrono Henrique Carneiro Teixeira Leão Filho             Em decorrência da publicação, no mês de agosto p.p., do primeiro Tomo da Coletânea de Revistas da Academia Petropolitana de Letras, obra que reúne, de anos pretéritos, um sem número de matérias dos mais variados matizes, no tocante a luminares que fizeram integrar a Instituição, a verdade é que foi possível resgatar, com imensa alegria e profunda admiração, a produção acadêmica, literária, intelectual e de natureza histórica de inúmeros deles, aliás conforme deixa asseverado o acadêmico Cleber Francisco Alves na condição de responsável pelo absoluto êxito com vistas a efetivação de expressiva e difícil tarefa.             É certo, como afirma o ilustre acadêmico, que “trata-se do Livro” Academia Petropolitana de Letras – Em Revista, Tomo I, com a coletânea – fac simile – dos 13 primeiros números da Revista publicados ao longo de seus 50 anos iniciais de existência, ou seja, até 1972.”             Surge, assim, sem a menor sombra de dúvida, a excelente oportunidade de relembrarmos muitos daqueles pioneiros, seguidos por outros investidos de igual garra, todos tendo lutado, de maneira incansável, por tão importante causa, a perpetuação da Academia Petropolitana de Letras que acaba de celebrar o seu centenário.             Durante a leitura do primeiro, dos dois Tomos que ainda virão à tona, pudemos compilar poesias, discursos, trovas, enfim diversas matérias de valoroso conteúdo literário a respeito da citada obra e, ao mesmo tempo, denotando o notável saber daqueles que nos legaram dádivas tão significativas.             Por isso mesmo tivemos oportunidade de nos deparar com a sempre lembrada figura de um dos mais brilhantes oradores que fizeram integrar a APL, o acadêmico Murilo Cabral e Silva.             Ressalte-se que não foi apenas na Academia que o ora homenageado se destacou e marcou presença, conforme foi-me esclarecido por seu confrade, meu pai, até porque ainda tive a honra de conhecê-lo pessoalmente, além de familiares.             A ascensão de Murilo Cabral e Silva à Instituição possibilitou que o mesmo viesse a ocupar a cadeira número 7, patronímica de Ruy Barbosa.             Nascido em Três Rios a 25 de outubro de 1914, veio a falecer em 18 de outubro de 1979.             Exatamente por gozar da virtude de insígne orador, Murilo Cabral e Silva veio a desempenhar, também, no campo político, o cargo de deputado junto à Assembléia […] Read More