Joaquim Heleodoro Gomes dos Santos José Afonso Barenco de Guedes Vaz, Associado Titular, Cadeira n.º 11 – Patrono Henrique Carneiro Teixeira Leão Filho No transcurso do corrente ano venho buscando escrever a respeito de figuras ímpares que integraram a Academia Petropolitana de Letras. Justamente, em decorrência da comemoração do Ano Jubilar da Instituição, julguei por bem recordar diversos intelectuais, cada um deles a se destacar sob as mais diversas matizes e que souberam dar tudo de si em prol da entidade, lastreados como muitos outros confrades e confreiras, na sabedoria, na dedicação e no valor literário que sempre fizeram demonstrar no decurso de suas passagens pela referida Arcádia Literária, honrando e projetando o nome da cidade de Petrópolis. Assim é que já o fiz no tocante à acadêmica Nair de Teffé Hermes da Fonseca, que presidiu a APL e sob sua direção, no quadriênio 1928/32 fez com que nascesse a Academia Petropolitana de Letras, vez que até então existia a Associação Petropolitana de Sciências e Letras, fundada em 3 de setembro de 1922. Dentro dessa ótica fui em busca de dados a propósito da vida e obra de outros brilhantes membros da Academia, tais como Murilo Cardoso Fontes, Antônio Virgínio de Moraes, Olavo Dantas, Hélio David Casqueiro Chaves, Mário Fonseca, Carlos Cavaco, Francisco Lupério dos Santos, Nelson de Sá Earp e Alcindo Roberto Gomes. No tocante aos três últimos, embora muito jovem, tive o prazer de conhecê-los pessoalmente. Todavia, entendi por bem – gesto de reconhecimento e gratidão – retornar ainda a tempos mais longínquos, exatamente ao ano de 1922 para exaltar a notável figura do jornalista, escritor, poeta e literato Joaquim Heleodoro Gomes dos Santos, a quem a cidade de Pedro deve, na qualidade de obstinado inspirador, e após, criador, junto a outros que com ele comungavam, a propósito de uma Casa de Letras nesta terra Imperial. As informações que colhi foram obtidas na obra “3 Heleodoros 1º volume – Petrópolis – RJ – 1981” de lavra nada mais, nada menos, daquele que soube apreciar, respeitar e honrar o nome do pai, o professor, jornalista, poeta e acadêmico Joaquim Eloy Duarte dos Santos, decano da APL. Na obra em questão o autor discorre com absoluta propriedade e riqueza de detalhes sobre a biografia do pai, nascido a 9 de maio de 1888, tendo falecido em 19 de setembro de 1959. Admito, com toda certeza, que o professor Joaquim […] Read More
OLAVO DANTAS SOB A ÓTICA DE HÉLIO CHAVES E MÁRIO FONSECA
Olavo Dantas sob a ótica de Hélio Chaves e Mário Fonseca José Afonso Barenco de Guedes Vaz, Associado Titular, Cadeira n.º 11 – Patrono Henrique Carneiro Teixeira Leão Filho Guardo imensa alegria de ter em mãos, é bem verdade com alguma dificuldade, a obra intitulada “Olavo Dantas Poeta Universal”, de autoria do professor, escritor, poeta e jornalista Hélio David Casqueiro Chaves. Trata-se de uma publicação que aguça a curiosidade do leitor porquanto a descrição do autor, com relação a vida e obra de outro luminar, é extremamente detalhista fazendo-o demonstrar também na condição de lídimo cultor das letras, sem falar na gloriosa vida profissional que desempenhou junto à Marinha do Brasil. Ambos integrantes da Academia Petropolitana de Letras. Hélio Chaves, durante sua longa trajetória, participou ainda do Pen Clube do Brasil e da Academia de Letras do estado do Rio de Janeiro. Na rede estadual de ensino exerceu papel de destaque vez que prestou valiosa colaboração ao Núcleo de Educação e Cultura sediado nesta cidade. Uma particularidade digna de nota, vez que Hélio Chaves colaborou, ainda, para honra e glória do ensino de nossa terra, com a sempre lembrada professora Regina Maria Souza Adão de Castro, neta do então prefeito de Petrópolis, Eugênio Lopes Barcelos à época da criação da Associação Petropolitana de Ciências e Letras, atual Academia Petropolitana de Letras. A respeito do mestre Hélio Chaves, segundo dedicados estudiosos a respeito de sua vida e obra, informam que gozou de virtude a ser destacada, ter sido amigo de seus amigos. Confirmou-me tal assertiva, também, meu pai, que teve a honra de ser seu amigo e confrade. Os diversos pronunciamentos que levou a cabo sempre puderam traduzir a extrema cultura que possuía e por isso mesmo destacou-se como orador de calibre sabendo colocar suas ideias e pensamentos de forma clara e sensível, na condição de exímio poeta e pensador. A propósito desta figura exemplar chama-me a atenção a pessoa de seu pai, também notável, Reinaldo Antônio da Silva Chaves, baluarte, como tantos outros de igual valor e méritos, propugnadores pela criação da Associação Petropolitana de Ciências e Letras ocorrida em 03 de agosto de 1922, evento que se deu quando presidia a instituição a brilhante acadêmica Nair de Tefé Hermes da Fonseca, digna dos mais justos encômios e reconhecimento, vez que em 30 de dezembro de 1929, exatamente durante sua gestão nascia a Academia Petropolitana de Letras. Hélio Chaves, faleceu […] Read More
NELSON DE SÁ EARP, MÉDICO, POLÍTICO E ACADÊMICO
NELSON DE SÁ EARP, MÉDICO, POLÍTICO E ACADÊMICO José Afonso Barenco de Guedes Vaz – Associado Titular, Cadeira n.º 11 – Patrono Henrique Carneiro Teixeira Leão Filho Discorrer sobre a vida e obra do médico Nelson de Sá Earp, tarefa das mais complexas ante a tantas e importantes atividades nas quais se fez destacar, inegavelmente na área médica em face da prestimosa dedicação que sempre demonstrou perante o Hospital Santa Tereza e bem assim ao sem número de clientes que fez atender durante o decorrer de sua trajetória. Nesse nosocômio criou o primeiro Banco de Sangue, foi o primeiro diretor do CTI e, ainda, o primeiro Diretor do Hospital. Nelson de Sá Earp nasceu a 3 de maio de 1911 tendo falecido a 2 de junho de 1989. Exemplar chefe de família foi casado com Amélia Maria de Sá Earp que o fez acompanhar por cinquenta e quatro anos resultado de uma feliz união, fossem em momentos de alegrias e tristezas. Católico fervoroso fez parte da Ordem Terceira de São Francisco. O ora homenageado e constantemente lembrado foi uma pessoa ímpar, dotada de privilegiada inteligência, de exemplar caráter, resultado da formação recebida certamente dos pais, Arthur e Arabela Silva de Sá Earp. Por haver abraçado a medicina com todo ardor – protegido pelas Alturas durante o transcorrer de sua vida. O grande médico legou-nos grandes amizades dentre os filhos, Antônio Carlos, Maria Cecília, Arthur Leonardo e Pedro Paulo, além do neto André Leonardo. Petrópolis por seus dirigentes e munícipes reverenciam até os dias de hoje o nome do extraordinário médico, cidadão que deixou marcado, de forma indelével, o seu nome em nossa cidade, em face dos relevantes serviços prestados a milhares de petropolitanos aos quais atendeu durante anos seguidos. Valendo-me da inesquecível figura de Maria Helena de Avellar Palma, que por muitos anos dirigiu a Biblioteca Municipal, filha querida do casal Anthero Palma, irmã do jornalista Décio de Avelar Palma que, como o pai, destacou-se escrevendo em jornais da terra (Revista da APL-nº 17-outubro/1995), num momento de extrema felicidade fez transcrever a poesia escrita pelo médico Sá Earp intitulada “Nossos Sete Filhos e o nosso Cantinho”, que me permito reproduzir ante a profunda beleza que encerra: Deus no eterno desígnio Criador/ Uniu as nossas almas num só ser/ Notável, vimos a nos conhecer/ Que éramos dois, mas num só amor. Foi uma coisa muito milagrosa…/ Aconteceu… e foi muito espantosa:/ De […] Read More
GUSTAVO ERNESTO BAUER, NOTÁVEL FIGURA
GUSTAVO ERNESTO BAUER, NOTÁVEL FIGURA José Afonso Barenco de Guedes Vaz – Associado Titular, Cadeira n.º 11 – Patrono Henrique Carneiro Teixeira Leão Filho De início gostaria de me reportar à sessão promovida pela Diretoria do Instituto Histórico de Petrópolis na noite de 18 de abril do corrente ano, presidida pela confreira Ana Cristina Borges López Monteiro Francisco. Ao mesmo tempo, após ouvir manifestação de incentivo por parte da confreira Maria das Graças Duvanel Rodrigues, dirigida aos associados presentes, relacionada exatamente à figura do exemplar associado Gustavo Ernesto Bauer, já que no seu entendimento deveria ser mais uma vez recordado pela instituição em face da extraordinária colaboração prestada ao I.H.P, propus-me a atendê-la, de imediato, e o faço através destas modestas linhas saudando a todos os confrades e confreiras, em especial a pessoa da ilustre presidente e demais integrantes da diretoria. Antes mesmo de buscar discorrer sobre a vida e obra do ora homenageado, permito-me voltar ao tempo, décadas dos anos de mil novecentos e sessenta e setenta, ou mais precisamente à rua General Rondon nº 400. Naquela rua encontrava-se sediada a Oficina Regional de Petrópolis, unidade integrante do então Departamento Nacional de Estradas de Rodagem – DNER incubida da realização não só de pequenos reparos a serem levados a cabo na rodovia Washington Luiz, sob a responsabilidade de feitores integrantes da citada Oficina, como também, o desenvolvimento de atividades da maior importância, a cargo de servidores especializados, especialmente, profissionais torneiros mecânicos, eletricistas, etc. Os primeiros, percorriam de forma periódica a rodovia no sentido de preservar sua conservação. Nesses tempos encontravam-se em plena atividade o Engº Natal Crosato, e como não poderia deixar, Gustavo Ernesto Bauer na condição de dirigente da Oficina Regional, que à época era especializada, como já frisado, na fabricação de peças, as mais sofisticadas de modo a serem utilizadas em veículos leves e pesados pertencentes à autarquia. A execução dos serviços praticamente de caráter artesanal, sob os olhares e observação de Gustavo Bauer, em especial aqueles relacionados com a fabricação de peças cujos componentes elétricos sempre a prevalecerem. Naquela unidade do DNER, ainda que gozando pouca idade, lembro-me perfeitamente do Sr. Bauer, como era chamado pelos servidores que trabalhavam sob sua orientação. Vim a conhecê-lo pelas mãos de meu pai, também integrante dos quadros do DNER. As paradas que meu pai fazia, quase que diariamente, quando se dirigia ao Rio de Janeiro, onde trabalhava, conduzia a momentos em que […] Read More
DISCURSO DE POSSE DO ASSOCIADO TITULAR JOSÉ AFONSO BARENCO DE GUEDES VAZ
DISCURSO DE POSSE DO ASSOCIADO TITULAR JOSÉ AFONSO BARENCO DE GUEDES VAZ José Afonso Barenco de Guedes Vaz, Associado Titular, Cadeira n.º 11 – Patrono Henrique Carneiro Teixeira Leão Filho Sra. Presidente do Instituto Histórico de Petrópolis, Maria de Fátima Moraes Argon; Membros da Diretoria e Associados presentes. Minhas senhoras, meus senhores. Ao iniciar estas singelas palavras, não poderia deixar de agradecer, sensibilizado, ao caro amigo e acadêmico Fernando Costa pelas imerecidas considerações que fez pronunciar a meu respeito partidas, sem dúvida, do grande coração que lhe bate no peito. Saiba, pois, que este modesto orador irá guardar para sempre tais palavras, permitindo-me recordar o poeta quando escreveu: “Quando sincera, a amizade: à medida que envelhece, é inconteste verdade: cada vez, mais ela cresce.” Também, desejo deixar aqui consignado o meu preito de gratidão aos ilustres associados Fernando Costa, Paulo César dos Santos e Luiz Carlos Gomes, pelo magnânimo gesto que tiveram para com minha pessoa, por ocasião da indicação do meu nome para ocupar a cadeira vaga em decorrência do falecimento do insígne petropolitano Décio José Kronemberger, figura que deixou marcado, de modo indelével, seu nome junto a esta Casa, justamente pela forma como sempre se conduziu, prestigiando o Instituto, valendo-se de sua inteligência e sensibilidade, sem falar, certamente, nas amizades que fez conquistar junto a seus companheiros do Instituto. E, exatamente, por vir a substituir tão importante figura, profundo conhecedor dos altos objetivos propugnados por esse Instituto, sinto pesar sobre meus ombros extrema responsabilidade convicto, entretanto, de que o nome e bem assim o conceito de Décio José Kronemberger nunca serão esquecidos e continuarão a brilhar como estrela de primeira grandeza perante aqueles que com ele compartilharam, na certeza, ensejos de extrema união e amizade, especialmente distinguindo-o com a mais cordial consideração e respeito, face sua cultura e em razão de atitudes que sempre fez adotar, sublimando o nome desta cidade perante o concerto de tantas outras do nosso grandioso país. Orgulhava-se de Petrópolis, foi um estudioso e pesquisador acerca dos fatos ocorridos no passado e quiçá aproveitando-se de oportunidades prazerosas com a finalidade de trazê-las à luz desta Casa, frequentando-a quando possível. A propósito do meu predecessor ainda irei detalhar fatos, momentos, atuações, homenagens e tudo o mais que pude pesquisar sobre tão marcante pessoa, aliás, aproveitando o ensejo para agradecer a sua família que muito fez colaborar com este orador, a qual penhoradamente agradeço. Não poderia também […] Read More