30 ANOS SEM GUSTAVO ERNESTO BAUER Maria das Graças Duvanel Rodrigues, Associada Titular, Cadeira n.º 21 – Patrono Gustavo Ernesto Bauer Em 27 de agosto de 2009 faz 30 anos que Gustavo Ernesto Bauer partiu e deixou muitas saudades, lembranças, escritos, mensagens, recomendações e exemplos. Bauer viveu toda sua vida dedicando-se aos estudos, às pesquisas, à família, à conservação das tradições e ao resgate da cultura germânica em Petrópolis. Na ocasião de seu falecimento foram inúmeras as homenagens encaminhadas a seus familiares por cartas, ofícios, crônicas, artigos, telegramas e moções de pesar, de amigos e autoridades. Todos lamentavam a partida deste que marcou sua existência com a busca do aperfeiçoamento técnico, científico, moral e cultural. Das mais distantes e diversas instituições, empresas e jornais, chegaram cumprimentos que significavam lamentos pela perda deste inesquecível pesquisador de História. Desde que tomei posse, como associada titular do Instituto Histórico de Petrópolis, cadeira nº 21, sob a patronímica do ilustre historiador Gustavo Ernesto Bauer, venho por meio de pesquisas conhecendo, admirando e assimilando os seus ricos ensinamentos. Quanto mais leio seu trabalho, mais reconheço a importância desse petropolitano, que sempre teve em mente o resgate dos valores tradicionais, da cultura germânica, do cuidado e preservação dos recursos naturais. Na passagem desta data, não podia deixar de homenagear esta figura humana inestimável que teve por ideal a ciência, a verdade, a autenticidade, aliando sua formação técnica com a atividade de pesquisador, historiador, filósofo e ambientalista. Bauer publicou muitas crônicas e artigos nos quais demonstrava seu interesse pelo meio ambiente. O último artigo, escrito no próprio mês e ano em que veio a falecer e que tratava do assunto com muita propriedade não chegou a ser publicado. Ficou guardado no arquivo pessoal de sua filha, Vera Bauer, que 30 anos depois, nos cedeu gentilmente para a publicação numa homenagem póstuma. Transcrevo, portanto a seguir, o trabalho em que Gustavo Ernesto Bauer mostrava o vanguardismo de sua preocupação, com o tema que atualmente é matéria constante nas manchetes e agendas nacionais e internacionais. “ COMEÇOU A NÉVOA SECA Sim, começou a comemoração em homenagem à natureza, às árvores, aos pássaros, ao MEIO AMBIENTE!… Da nossa janela aqui na rua Indaiá, ouço o crepitar, os estalos, os gemidos das poucas árvores que restam de um loteamento fantasma, pois ninguém mora lá, por enquanto. Mas o espetáculo é bonito, impressiona. Parece o… Etna em princípio de erupção… Esta queimada […] Read More
BAUER E PETRÓPOLIS
BAUER E PETRÓPOLIS Maria das Graças Duvanel Rodrigues No dia 08 de junho de 2009 passei a fazer parte do Quadro Titular do Instituto Histórico de Petrópolis, IHP,ocupando a cadeira n.º 21 sob a patronímica de Gustavo Ernesto Bauer, um historiador descendente de imigrantes alemães. Quando informada de tal distinção, busquei conhecer melhor a história de meu Patrono, por meio de informes biográficos, de seus próprios escritos e de um contato pessoal com sua filha Vera Bauer, que gentilmente colocou parte de seu arquivo documental a minha disposição para uma pesquisa. Logo que comecei a inteirar-me das particularidades de sua vida, minha curiosidade e satisfação foram crescendo e instigaram-me a conhecer cada vez mais a trajetória desse admirável e significativo petropolitano. Gustavo Ernesto Bauer nasceu em 23 de outubro de 1902 e faleceu em 27 de agosto de 1979. Era descendente dos primeiros colonos alemães que vieram, em 1845, para Petrópolis. Seus pais foram Ernesto Gustavo Bauer e Carolina Suzana Kling, seus avós Clemens Bauer e Catharine Judith Monken e seus bisavós Wilhelm Baur e Anne Marie Kaiser. Bauer iniciou seus estudos no externato do professor Alberto Eckardt, à Rua Monte Caseros, n.º 549 e deu prosseguimento no Colégio São Vicente de Paulo que funcionou no Palácio Imperial, hoje Museu Imperial. Aprendeu a falar e a escrever fluentemente o alemão e conhecia bem o inglês e o francês. Trabalhou como técnico em eletricidade e eletrônica no Banco Construtor do Brasil, responsável pelo fornecimento de energia elétrica e funcionamento dos bondes em Petrópolis. Posteriormente passou a trabalhar no Departamento Nacional de Estradas de Rodagem – DNER onde, como chefe da Oficina de Petrópolis, desenvolveu alguns projetos científicos tais como o funcionamento do hológrafo terrestre com bússola eletrônica, montou os primeiros transmissores de rádio de longo alcance, desenvolveu um aparelho para pesquisas geofísicas e um sistema de segurança para prova de espoletas elétricas. Viajou por três vezes à Alemanha, sendo a primeira em 1961 pelo DNER, para aperfeiçoamento técnico. Depois, em 1964 a convite da República Federal da Alemanha para um intercâmbio cultural e para proferir palestras em diversas instituições alemãs sobre os temas: colonização alemã e rodovias brasileiras. Na sua última viagem, em 1972, como nas duas primeiras vezes, levantou informações sobre a pátria de seus antepassados, as cidades das quais os imigrantes de Petrópolis eram oriundos, como também procurou descobrir as origens de seus ancestrais, de amigos e de […] Read More