Maria de Fátima Moraes Argon

ALCEU AMOROSO LIMA E PETRÓPOLIS

Alceu Amoroso Lima e Petrópolis Maria de Fátima Moraes Argon, Associada Titular, Cadeira n.º 28 – Patrono Lourenço Luiz Lacombe O Instituto Histórico de Petrópolis sempre reuniu, em seu quadro, pessoas identificadas com o propósito de contribuir para a história do Brasil e, especialmente, de Petrópolis. Uma dessas figuras foi o escritor carioca Alceu Amoroso Lima, eleito membro em 1940 e elevado à categoria de sócio honorário em 1943. A sua ligação com a cidade começou cedo, desde 1894. Seu pai, Manoel José Amoroso Lima, foi fundador da Fábrica de Tecidos Cometa, que fornecia recursos econômicos e sociais à cidade. Em 1918, dr. Alceu assumiu a sua direção e nesse mesmo ano casou-se com Maria Teresa, filha do industrial Alberto de Faria, proprietário da Casa do Barão de Mauá, onde passou longas temporadas na residência, convivendo com seu cunhado Afrânio Peixoto, que escreveu a crônica “Hino a Petrópolis”, publicada na revista O Espelho (1935). Nesse mesmo ano de 1935, dr. Alceu publicou o artigo “A obra cultural de Pedro II” na citada revista: “Sendo um homem que sempre possuiu uma verdadeira obsessão de estudar, nunca deixou de fazer a sua pátria aproveitar dessa cultura […]. Tudo, em Pedro II, terminava no Brasil.”. No ano seguinte, escreveu a crônica “A lição de Petrópolis”: “o perfil estudioso de Pedro II, que compreendeu a tua alma profunda e sentia a sua alma, vacilante ao apelo das sereias de seu tempo, afinada no fundo pela tua”. E aqui, plagiando o próprio dr. Alceu, podemos dizer: Tudo, em Alceu, terminava no Brasil. Dr. Alceu visitou o Museu Imperial, antiga casa de verão de D. Pedro II, em 12/02/1944, e deixou a sua assinatura no livro de ouro. No mesmo ano, visitou a Biblioteca Municipal onde registrou: “Petrópolis é um refúgio no Brasil agitado de hoje. Esta Biblioteca um refúgio dentro de Petrópolis”. Colaborou não só com essas instituições fazendo valiosas doações de livros, mas, também com outras, como foi o caso da biblioteca do Bogari Club. Um fato pouco citado e conhecido é que Alceu, eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 1935, ali exerceu o cargo de bibliotecário. Além do Brasil e de Petrópolis, dividiram outra paixão: os livros. Eram leitores vorazes. O imperador montou três bibliotecas em São Cristóvão, com um total de 60 mil volumes.  Não foi diferente com dr. Alceu, que também formou uma preciosa biblioteca com mais de 20 mil […] Read More

Nosso Petrópolis

Nosso Petrópolis Maria de Fátima Moraes Argon, Associada Titular, Cadeira n.º 28 – Patrono Lourenço Luiz Lacombe Exmo. Sr. Presidente Vereador da Câmara Municipal de Petrópolis, Paulo Igor, e demais vereadores, Ilmo. Sr. Presidente do Instituto Histórico de Petrópolis, Luiz Carlos Gomes, autoridades civis e militares, senhoras e senhores, amigas e amigos, quero agradecer a oportunidade de proferir algumas palavras neste dia tão especial e também agradecer a presença e a  disposição de todos em me ouvir e, sobretudo, espero cumprir a missão que me foi confiada. Mas antes quero registrar o meu agradecimento, pelo apoio durante a minha pesquisa, à equipe do CAALL, na pessoa da diretora Maria Helena Arrochellas, aos colegas Dr. Sá Earp do Instituto Histórico de Petrópolis e Mariza Gomes do Arquivo Público Municipal, à arquivista Thais Martins do Museu Imperial e à equipe da Biblioteca do Museu Imperial. A ideia da criação de um instituto de estudos históricos nasceu durante a reunião de 10 de setembro de 1938 da Comissão do Centenário de Petrópolis que, no dia 24, por sua deliberação, fundava o Instituto Histórico de Petrópolis, sob os auspícios do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. A sua instalação ocorreu em 2 de dezembro, data do aniversário natalício do seu patrono D. Pedro II, justamente aqui, nesse salão, onde hoje estamos reunidos para comemorar o seu 75º aniversário. O Instituto Histórico de Petrópolis, sem sede própria, inclusive até os dias de hoje, funcionou inicialmente em uma sala dessa Casa.  A razão dessa estreita relação entre o Instituto Histórico de Petrópolis e a Câmara Municipal de Petrópolis se justifica, em última análise, por comungarem do mesmo ideal: a preservação e o desenvolvimento da cidade de Petrópolis, conforme já estava previsto no primeiro estatuto do Instituto: “promover o adiantamento de Petrópolis, cooperando com os poderes públicos nas medidas que visem ao engrandecimento material e cultural do município.” O Instituto Histórico de Petrópolis sempre reuniu, em seu quadro, pessoas de destaque na sociedade brasileira e local, identificadas com o propósito de contribuir para a história do Brasil e, especialmente, de Petrópolis. É dessa forma que pretendo celebrar, como oradora do Instituto Histórico de Petrópolis, essa data, prestigiando duas figuras importantes: o patrono D. Pedro II e o sócio Alceu Amoroso Lima, o “Tristão de Athayde”, lembrando que neste ano de 2013, estamos também comemorando 120 anos do seu nascimento e 30 anos do Centro Alceu Amoroso Lima para a […] Read More

Palavras proferidas pela Presidente do IHP na abertura da sessão de 14 de março de 2016

Palavras proferidas pela Presidente do IHP na abertura da sessão de 14 de março de 2016 Maria de Fátima Moraes Argon, Associada Titular, Cadeira n.º 28 – Patrono Lourenço Luiz Lacombe Boa noite a todos confrades, confreiras e convidados. Na qualidade de Presidente do IHP, declaro aberta esta sessão e agradeço a presença de vocês para juntos celebrarmos duas datas tão significativas: o centésimo septuagésimo terceiro aniversário da cidade de Petrópolis e o dia internacional da mulher. Escolhemos homenagear todas as mulheres e, especialmente, as mulheres desta Casa, na pessoa da querida amiga e sócia emérita Dora Maria Pereira Rego Correia, que completará 90 anos no próximo dia 16 de março. Mas, antes de passar a palavra ao vice-presidente, Prof. Joaquim Eloy Duarte dos Santos, associado que fará a saudação à nossa homenageada, quero registrar a importância do trabalho das mulheres na trajetória do IHP que, mesmo sendo minoria, contribuíram e contribuem de forma decisiva para o seu desenvolvimento. Na figura da petropolitana Profa. Germana Gouvêa, que integrou o grupo de fundadores do Instituto Histórico de Petrópolis, instalado em 02/12/1938, a única mulher no quadro de sócios, assumindo um lugar na Comissão de Contas, eu agradeço a todas as sócias que passaram pelo nosso Instituto, e na figura da primeira mulher que o presidiu, no período de 1980 a 1986, Ruth Judice, saúdo as associadas que junto com ela ocupam, atualmente, uma cadeira na nossa instituição: Alessandra Fraguas, Carmem Lobato, Elizabeth Maller, Maria das Graças Duvanel, Marisa Guadalupe, Patrícia Souza Lima e Vera Abad. É com muita alegria que passo a palavra ao amigo Joaquim Eloy.

HUGO LEAL, UM AMIGO DE PETRÓPOLIS

HUGO LEAL, UM AMIGO DE PETRÓPOLIS Maria de Fátima Moraes Argon, Associada Titular, Cadeira n.º 28 – Patrono Lourenço Luiz Lacombe   Esse foi o pseudônimo adotado, em 1911, por Vasco Machado de Azevedo Lima, conhecido como Vasco Lima. Filho dos portugueses Alfredo de Azevedo Lima e de Silvina Faria Machado Lima nasceu no Porto em 6 de setembro de 1886 e veio para o Brasil aos quinze anos de idade. Em 1906, casou-se com Adelaide Guiomar d’Ávila. Faleceu em 8 de agosto de 1973. Desenhista, caricaturista e ilustrador, Vasco Lima foi colaborador de vários revistas e jornais como “O Malho”, revista ilustrada de grande prestígio, onde ingressou em 1905. Seu colega, o caricaturista Álvaro Marins (pseudônimo Seth) recorda: “Enquanto se trabalhava, discutia-se arte, literatura, filosofia e metia-se o pau na vida alheia. Vasco, o eterno irreverente contador de anedotas, ria e fungava através dos seus vastos bigodes da moda”. Em julho de 1911, lançou com Álvaro Marins a revista “Álbum de Caricaturas”, que depois passou a chamar-se “O Gato”, que fazia sucesso entre a elite intelectual. Segundo Álvaro Marins, “Vasco Lima, pelos seus notáveis dotes de atividades e tino de negócio, além dos de artista, dispunha de crédito e boas relações”. O que explica a sua presença na reunião de fundação e instalação da Sociedade Amigos de Petrópolis realizada no dia 24 de março de 1946, na residência do professor Chryso Fontes, na Independência, na qual compareceram várias pessoas de destaque na sociedade carioca e petropolitana, com a finalidade de discutir os problemas da cidade e cooperar para o seu progresso. Em 1912, ingressou no Jornal A Noite e, mais tarde, ocupou o cargo de diretor-técnico. Em Petrópolis funcionou uma sucursal de A Noite. Amigo de Petrópolis, Vasco Lima doou ao Museu Imperial, em 1941, vários objetos, pinturas, gravuras, fotografias, manuscritos e livros. Em cerimônia realizada no gabinete do diretor Alcindo de Azevedo Sodré, em 1944, recebeu das mãos do diretor Alcindo de Azevedo Sodré uma carta do ministro da Educação, Gustavo Capanema, enaltecendo o seu gesto que revelava desinteresse pessoal e esclarecido espírito de cooperação. O ministro concluiu dizendo que considerava “inapreciável a contribuição dos particulares para a formação dos conjuntos artísticos e históricos organizados pelo poder público e que ao público pertence”. Referências MURUCI, Lucio Picanço. Seth: um capítulo singular na caricatura brasileira. Tese apresentada no PPJ em História Social da Cultura, PUC-RIO, 2006. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/9437/9437_5.PDF. Acesso […] Read More

JOÃO AUGUSTO ALVES, FUNDADOR DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PETRÓPOLIS

JOÃO AUGUSTO ALVES, FUNDADOR DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PETRÓPOLIS Maria de Fátima Moraes Argon, Associada Titular, Cadeira n.º 28 – Patrono Lourenço Luiz Lacombe   A Associação dos Amigos de Petrópolis foi fundada em 15 de dezembro de 1940, pelo veranista João Augusto Alves, proprietário de um prédio na Rua Cardoso Fontes, nº 88, em Petrópolis. Eleita com mandato trienal, a primeira Diretoria da Associação dos Amigos de Petrópolis tomou posse em 26 de fevereiro de 1941, sendo assim composta: presidente João Augusto Alves, secretário Eugênio Lopes Barcellos e tesoureiro Antonio Augusto Gonçalves Pereira. Foi criado o Departamento de Publicidade e Turismo instalado à Avenida 15 de Novembro, nº 793, sob a direção do escritor Mário Barreto, que no Rio de Janeiro era representado pelo escritor e jornalista Albertus Carvalho. Foram considerados presidentes de honra, o interventor fluminense Ernani Amaral Peixoto e o prefeito de Petrópolis Mário Cardoso Aloysio de Miranda, conforme o art. 3º, parágrafo único do estatuto. O Conselho deliberativo foi formado por João Augusto Alves, Herbert Moses, Mário Magalhães, Belizário Soares de Souza, Arthur Alves Barbosa, Chryso Fontes, Alcindo Sodré, José Rainho, Antônio Augusto Gonçalves Pereira, Osório Magalhães Salles, Eugênio Lopes Barcellos e Carlos Brandão Camacho. A suplência coube a Henrique Castrioto, Carlos Magalhães Bastos, Paulo César de Andrade, Adolpho Paulino Soares de Souza, Álvaro Correa Bastos Júnior, Paulo Lobo de Moraes, Durval Egydio de Souza, Alberto Borges Gouvea, Antônio Taboada, Vasco Marques Ribeiro e Santiago Araujo Esteves. Em 16 de março de 1941, no Edifício Tocolli, à Avenida 15 de Novembro nº 793, foi inaugurada a exposição comemorativa do 98º aniversário da fundação da cidade e também da instalação do Museu Imperial, promovida pelo Departamento de Publicidade e Turismo da Associação dos Amigos de Petrópolis, em homenagem ao criador do Museu Imperial, Presidente Getúlio Vargas. João Augusto Alves era figura de destaque no comércio do Rio de Janeiro, onde nasceu em 27 de fevereiro de 1883 e faleceu em 30 de setembro de 1953. Casado com Teresa Delfina Pereira Alves, descendente da tradicional família Delphim Pereira, do tempo do Império, teve duas filhas e dois filhos. Foi um dos fundadores do Aero Clube Brasileiro, presidente do Centro de Marinha Mercante, criador do “Dia do Marinheiro”, sócio e diretor do Jockey Club Brasileiro, fundador do Hospital de Jesus no Rio de Janeiro, vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, além de vários outros cargos em sociedades, […] Read More

PALÁCIO DE CRISTAL NÃO FOI PRESENTE DE CASAMENTO (O)…

O PALÁCIO DE CRISTAL NÃO FOI PRESENTE DE CASAMENTO …. Maria de Fátima Moraes Argon, Associada Titular, Cadeira nº 28 – Patrono Lourenço Luiz Lacombe O Palácio de Cristal não foi presente de casamento do Conde d’Eu à Princesa D. Isabel. Se tivesse sido, ele seria um bem particular e, dessa maneira, só poderia ter passado ao poder público por meio de doação ou de venda, tal como ocorreu com o Palácio de Petrópolis, hoje Museu Imperial. Vamos aos fatos. A Primeira Exposição Hortícola e Agrícola de Petrópolis, realizada no Passeio Público, em 02.02.1875, foi uma iniciativa da Princesa D. Isabel. Com o êxito do evento, foi criada a Caixa Hortícola de Petrópolis, cujo conselho diretor era presidido pelo Conde d’Eu. Sendo assim, foram realizadas mais duas exposições, inauguradas em 20.01.1876 e 18.04.1877. Mais tarde, a Caixa Hortícola transformou-se na Associação Hortícola e Agrícola de Petrópolis, que tinha como presidente o Conde d’Eu e como vice-presidente o Barão do Catete. A Associação decidiu construir um edifício especialmente para abrigar as exposições e obteve autorização para instalá-lo no Passeio Público, fato que, na época, gerou grande polêmica. Em 1878, o antigo pavilhão que abrigou as três primeiras exposições foi demolido e, em 02.02.1879, foi realizada a solenidade da colocação da pedra fundamental do novo edifício. Em prol da Associação Hortícola e Agrícola de Petrópolis, a Princesa D. Isabel e o Conde d’Eu patrocinaram um concerto público em 1882. Assim, o Palácio de Cristal foi inaugurado em 20.04.1884, com a abertura da 4ª Exposição Hortícola e Agrícola de Petrópolis, ornamentada pelo botânico Auguste François Marie Glaziou. O edifício foi construído nas oficinas da Sociedade Anônima de Saint-Sauveur-lès-Arras, na França, por encomenda da Associação Hortícola de Petrópolis, e montado em Petrópolis pelo engenheiro Eduardo Bonjean. Foi inspirado no Palácio de Cristal projetado pelo arquiteto Joseph Paxton para a Exposição Industrial de Londres em 1851. A Associação Hortícola e Agrícola de Petrópolis era, sem dúvida, a proprietária do Palácio de Cristal, mas, como fora construído em logradouro público, era necessário que as relações jurídicas entre a Municipalidade e a Associação estivessem estabelecidas no caso da dissolução desta última. O vereador Domingos Manuel Dias, presidente da Câmara Municipal de Petrópolis, preocupado com essa possibilidade em virtude do fim da Monarquia, em 1889, escreveu ao barão do Catete, presidente em exercício da Associação, solicitando uma reunião para tratarem do assunto. A extinção da Associação Hortícola e […] Read More

SOCIEDADE AMIGOS DE PETRÓPOLIS

SOCIEDADE AMIGOS DE PETRÓPOLIS Maria de Fátima Moraes Argon, Associada Titular, Cadeira n.º 28 – Patrono Lourenço Luiz Lacombe   “Problemas de Petrópolis” é o título sugestivo do folheto publicado,em 1948,pela Sociedade Amigos de Petrópolis e impresso pelo Jornal do Commercio, composto de cinco matérias, a saber: I- Sociedade Amigos de Petrópolis; II- Trasladação dos despojos da Princesa Isabel e do Conde d’Eu para a Catedral de Petrópolis; III- Patronato Princesa Isabel; IV Sociedade Petropolitana Protetora dos Animais (S.P.P.A.) e V- Jockey Club de Petrópolis. Nesse artigo nos ocuparemos da Sociedade Amigos de Petrópolis, que segundo o Jornal do Commercio, na edição de 25-26/03/1946, teve a reunião de sua fundação e instalação realizada no dia 24 de março de 1946, na residência do professor Chryso Fontes, na Independência, idealizador do movimento, durante a qual foi eleita uma diretoria provisória composta de Antenor de Resende, presidente; Pedro Brando, vice-presidente; Geraldo Mascarenhas da Silva, secretário; Chryso Fontes, tesoureiro e Beatriz Roquete-Pinto Bojunga, assistente encarregada de dirigir e orientar os destinos sociais até a eleição da diretoria definitiva. A Sociedade Amigos de Petrópolis nas palavras do seu presidente Antenor de Resende: Era uma associação civil sem cor política, possibilitando, assim, a reunião de elementos de todas as correntes partidárias, como de elementos apolítico, em torno dos interesses da linda cidade serrana e dos problemas de que dependa o seu progresso. Várias personalidades da sociedade compareceram à reunião como o Prefeito Álvaro Corrêa Bastos Júnior que governou a cidade de 01/03/1946 a 19/03/1947; o deputado federal Eduardo Duvivier; o diretor do Museu Imperial Alcindo de Azevedo Sodré;o ex-prefeito de Petrópolis Márcio de Mello Franco Alves;o industrial Zulfo Mallman; o secretário-geral de Finanças da Prefeitura do Distrito Federal Pascoal Ranieri Mazzilli; o industrial Camilo Atílio Filho;comandante Thiers Fleming;coronel Costa Neto;o vereador e médicoNelson Sá Earp;o jornalista Chermont de Brito;os médicos Silvio de Abreu Fialho, Rodolpho Luiz Figueira Melo, Paulo Figueira de Mello, Waldemar da Silva Bojunga e Arthur Sá Earp Neto; o jornalista Vasco Lima; José Aires Cerqueira Lima; o industrial Augusto Maria Martinez Toja; o bibliotecário José Kopke Fróes; os empresáriosJoão Augusto Alves e João Carlos Backheuser;o deputado federal Mario Altino Correia de Araújo; Armando Lima; Al. Camacho; Ipanema Moreira; Carlos Perry; Pedro Eduardo Duvivier; Maurício Morand;José Montenegro; Antônio Caetano Silva; Mário Pinheiro e Arthur Rocha. Dias depois, em 9 de abril de 1946, a Tribuna de Petrópolis publicou uma carta assinada “Um Constante […] Read More

MUSEU NACIONAL

MUSEU NACIONAL Alessandra Bettencourt Figueiredo Fraguas, Associada Titular, Cadeira nº 27- Patrono José Thomáz da Porciúncula Maria de Fátima Moraes Argon, Associada Titular, Cadeira n.º 28 – Patrono Lourenço Luiz Lacombe   “É preciso formar no Rio uma coleção semelhante das riquezas do Brasil e em cada capital de Província outras das respectivas.” (Diário de D. Pedro II, v. 17, 1876. Museu Imperial). Frases como esta são frequentes na correspondência do imperador D. Pedro II que durante toda a sua vida se dedicou ao estudo das ciências e ao colecionismo de documentos e objetos, dando origem ao seu Museu particular, que funcionou no Paço de São Cristóvão onde nasceu e morou até ser exilado do Brasil. Do exílio, D. Pedro de Alcântara enviou ao procurador da Família Imperial, José da Silva Costa, em 8 de junho de 1891, meses antes de morrer, uma carta doando a sua coleção particular ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Biblioteca Nacional e Museu Nacional. Nela fez um único pedido, que as coleções fossem denominadas “Imperatriz Leopoldina” e “D. Teresa Christina Maria”, em homenagem respectivamente a mãe e a esposa: Sñr. Silva Costa Queira pedir em meu nome ao Visconde de Taunay, Visconde de Beaurepaire, Olegario Herculano de Aquino e Castro, e Dr. João Severiano da Fonseca que separem os meus livros podendo por sua especialidade interessar ao Instituto e h’os entreguem, a fim de serem parte de sua bibliotheca. Esses livros serão collocados em lugar especial com a denominação de D. Thereza Christina Maria. Os que não deverem pertencer ao Instituto offereço-os á Bibliotheca Nacional, que deverá collocal-os também em lugar especial com a mesma denominação. O meu Museu dou-o também ao Instituto Historico, no que tenha relação com a etnographia e a historia do Brasil. A parte relativa ás sciencias naturaes, e á mineralogia sob o nome de “Impera-/triz Leopoldina”, como todos os herbarios, que possão, fica para o Museu do Rio. A corôa imperial, a espada e todas as joias deverão ser entregues, e pertencer á minha filha. Espero que me dê noticias suas e dos seus sempre que possa, e creia na estima affectuosa de D. Pedro d’Alcantara Versailles, 8 de Junho de 1891.   Em seu “ofício de fé”, escrito pouco antes de morrer, menciona a importância do Museu Nacional para o desenvolvimento científico do Brasil e sublinha os seus esforços para a revitalização e modernização da instituição, como a […] Read More

EXPOSIÇÕES HORTÍCOLAS E AGRÍCOLAS DE PETRÓPOLIS

EXPOSIÇÕES HORTÍCOLAS E AGRÍCOLAS DE PETRÓPOLIS Maria de Fátima Moraes Argon, Associada Titular, Cadeira n.º 28 – Patrono Lourenço Luiz Lacombe Parte 1 “No dia 2 de fevereiro do ano próximo vindouro, será efetuada nesta cidade uma exposição de flores, horticultura e indústria, da qual coube a iniciativa a Sua Alteza, a sereníssima princesa Imperial.” Esta comunicação foi feita pelo presidente da Câmara Municipal de Petrópolis, o vereador Paulino Afonso Pereira Nunes, na sessão de 19 de novembro de 1874, na qual declarou que a Câmara reconhecia que tal exposição tornaria públicas as riquezas produtivas do solo petropolitano, portanto ela envidaria todos os esforços para o sucesso do evento visando ao desenvolvimento do progresso e engrandecimento do município, bem como convidaria as corporações das câmaras dos municípios vizinhos a fazerem parte do projeto. Cinco dias antes, D. Pedro II, que apoiava a ideia da exposição, escreveu à princesa D. Isabel participando que “A exposição hortícola petropolitana já tem sido annunciada pelas cem tubas da fama”. Isabel amava as plantas, especialmente as flores – colecionava orquídeas –, e estudou botânica com o professor Francisco Freire Allemão de Cysneiros. Em sua correspondência, há várias referências ao assunto, como, por exemplo, na carta dirigida ao pai em 4 de abril de 1867, na qual critica o trabalho de um tradutor: “Hoje de manhã fiquei desesperada com um que me escrevia nomes de plantas em portuguez e latim como suas ventas, perdoe-me a expressão, como diria o Freire”. Ela mantinha amizade com os botânicos e paisagistas Jean Baptiste Binot e Auguste Glaziou, tanto que fez parte da expedição ao pico de Itatiaia, organizada por Glaziou, que depois publicou um livro com o título Plantes cueillies sur l’Itatiaia au mois de juillet 1872, oferecendo-lhe um exemplar com dedicatória. O livro pertence ao Museu Nacional de História Natural de Paris, tendo sido localizado em 2013 pelo pesquisador do Instituto de Botânica de São Paulo, Sergio Romaniuc Neto. Todavia, a ideia da exposição não pode ser atribuída somente ao interesse incontestável de D. Isabel pelas plantas; tanto ela como seu pai, D. Pedro II, e seu marido, o conde d’Eu, sabiam das oportunidades que esse tipo de evento oferecia como espaço de divulgação dos produtos e, consequentemente, na ampliação do mercado, trazendo benefícios para a economia local. No Brasil, já haviam sido produzidas até então três exposições nacionais, todas inauguradas pelo imperador: a primeira, em 2 de […] Read More

VOU À AVENIDA

“VOU À AVENIDA” Joaquim Eloy Duarte dos Santos, Associado Titular, Cadeira n.º 14 – Patrono João Duarte da Silveira Maria de Fátima Moraes Argon, Associada Titular, Cadeira n.º 28 – Patrono Lourenço Luiz Lacombe   É comum até os dias de hoje os moradores de Petrópolis dizerem “Vou à Avenida”, quando na verdade o nome do logradouro é Rua do Imperador. É uma história curiosa. A rua do Imperador vem dos tempos da monarquia, quando os principais logradouros do Quarteirão Vila Imperial receberam os nomes de membros da Família Imperial. Exemplos: rua Princesa D. Francisca, rua Princesa D. Januária, rua do Imperador, rua da Imperatriz, rua Princesa Isabel, rua Princesa D. Leopoldina, praça Príncipe Grão Pará, rua Dom Afonso. Com a mudança do regime, no dia 15 de novembro de 1889, tornando o país uma república federativa, cerca de um mês depois a nova ordem política republicana exigiu da Câmara Municipal de Petrópolis a mudança dos nomes dos logradouros, numa clara intenção de apagar a memória da monarquia. Assim, a rua Princesa D. Francisca virou rua General Osório; a rua Princesa D. Januária, Marechal Deodoro; a rua do Imperador, avenida 15 de Novembro; a rua da Imperatriz, avenida Tiradentes; a rua Princesa Isabel, Treze de Maio; a praça Príncipe Grão Pará, praça da Liberdade; e a rua Dom Afonso, avenida Koeler. Cuidemos da rua do Imperador, anteriormente avenida 15 de Novembro. Seu primeiro nome foi trocado em 5 de dezembro de 1889, pouco menos de um mês depois da mudança do regime, com a chegada da República. Assim, passou a denominar-se Avenida 15 de Novembro. Por muitos anos, a rua do Imperador, rebatizada avenida 15 de Novembro, foi inteiramente adotada pela população, que a denominava simplesmente “avenida”. No entendimento dos nossos legisladores, com o apoio dos estudiosos de nossa história, resolveu-se restaurar os antigos nomes das ruas do Imperador e da Imperatriz, o que ocorreu nos anos de 1979 e 1983 respectivamente, desaparecendo de nossa nomenclatura urbana a avenida 15 de Novembro e a avenida Tiradentes. O povo, no entanto, jamais deixou de referir-se à rua do Imperador como “avenida”, o que perdurará por muitos e muitos anos à frente. Então, “- Vamos à Avenida?”; “- Minha loja é na Avenida ; “ – Moro na Avenida”. E pelo traçado urbanístico e relevância histórica, afinal, a rua do Imperador é mesmo uma larga avenida.