Marisa Guadalupe Cardoso Plum

HÁ 40 ANOS NASCIA O I FESTIVAL GERMÂNICO SOB A ÉGIDE DO INSTITUTO HISTÓRICO DE PETRÓPOLIS

Há 40 anos nascia o I Festival Germânico sob a égide do Instituto Histórico de Petrópolis Maria de Fátima Moraes Argon, Associada Titular, Cadeira n.º 28 – Patrono Lourenço Luiz Lacombe Marisa Guadalupe Cardoso Plum, Associada Titular, Cadeira n.º 18 – Patrono Gabriel Kopke Fróes Há exatos 40 anos foi realizado o I Festival Germânico, no parque do Palácio de Cristal, com danças típicas, artesanato e culinária alemã, que teve como “finalidade congregar os descendentes dos colonos alemães e incentivá-los a conservar as tradições de seus antepassados”. A ideia apresentada na sessão do Instituto Histórico de Petrópolis pelo associado Carlos Grandmasson Rheingantz, estudioso dedicado à pesquisa genealógica dos colonos germânicos de Petrópolis, recebeu imediata adesão não só da presidente do IHP, Ruth Boucault Judice, como de outras pessoas e instituições. O Instituto Histórico de Petrópolis, principal promotor e gestor do evento, obteve a colaboração de Raul Lopes para a elaboração da marca do I Festival Germânico. A história da comunicação da humanidade revela as primeiras atividades publicitárias registradas nas tabuletas de Pompéia divulgando, ora as lutas entre os gladiadores, ora as casas de banho, ou mesmo, as mercadorias anunciadas oralmente até a Idade Média pelos mercadores e comerciantes, conforme aponta Eloá Muniz. Segundo ela, nesta época quando não havia numeração nas casas e nem ruas nomeadas, uma “cabra indicaria uma leiteria”, deu-se a evolução dos símbolos que se tornaram “emblemas de marca e logotipos” na modernidade. A invenção de Gutenberg, a máquina de impressão em papel, provocou uma enorme revolução com o surgimento dos panfletos, volantes e cartazes, e posteriormente, os anúncios em jornais, sendo o primeiro no periódico inglês Mercurius Britannicus em 1625. Daí por diante, as profundas transformações socioeconômicas, culturais e políticas mundiais trazem a propaganda como estratégia indutora e estimulante para uma sociedade de consumo e suas interelações.   Segundo Marcondes, “a propaganda incorpora os avanços e as conquistas da sociedade, e os coloca a serviço da comunicação comercial.” Nesta perspectiva, os elementos heráldicos medievais são ainda utilizados na contemporaneidade em brasões e escudos, como linguagem de comunicação através de ícones simbólicos e a marca é o produto desta construção. Raul Lopes, como exímio design gráfico, inspirou-se nas tradições germânicas criando a arte final do logotipo do I Festival Germânico usado como a marca do evento. De acordo com documento datado de abril de 1982, Raul Lopes apresentou a descrição do chamado “escudo/símbolo”, iniciando pela coroa mural […] Read More

18 DE ABRIL DE 1918: SANTOS DUMONT DECIDIU POR PETRÓPOLIS

18 de abril de 1918: Santos Dumont decidiu por Petrópolis Marisa Guadalupe Cardoso Plum – Associada Titular, Cadeira n.º 18 – Patrono Gabriel Kopke Fróes   Há cem anos, no dia 18 de abril de 1918, Alberto Santos Dumont adquiriu o prazo de terras nº 1.422, no Morro do Encanto, Quarteirão Renânia Inferior, com testada para a Rua do Encanto, que pertencia a Henrique Rittmeyer. Nele construiu a sua casa denominada por ele próprio de “A Encantada”, obtendo o habite-se da Prefeitura Municipal de Petrópolis em 29 de agosto de 1918. Nela atualmente funciona o Museu Casa de Santos Dumont. Durante os anos em que trabalhei na “Encantada” ouvi muitos visitantes que perguntavam: “Por que Santos Dumont escolheu Petrópolis para construir sua casa?” A resposta a esta indagação se completa por vários fatores, uns identificados  e outros ainda por se descobrir.  Petrópolis ocupou desde o séc. XIX um status especial no contexto nacional, desde o Império à República, pela sua tranquilidade, clima ameno, belezas naturais. Santos Dumont encontrava-se com a Princesa Isabel em seu exílio em Paris e certamente, falavam sobre as belezas da cidade imperial. Numa entrevista publicada na Tribuna de Petrópolis de 4 de janeiro de 1914, Santos Dumont descreveu sua viagem: “boa; fil-a agradavelmente. Quando o trem começou a subir a serra, senti um outro ar, que recebia das montanhas, que adornam o caminho férreo para Petrópolis.”  Segundo nos relatou  Jorge Henrique Dumont Dodsworth, seu sobrinho neto, haviam  familiares que  possuíam  imóveis em Petrópolis, um deles na Av. Ipiranga, onde atualmente é o Mosteiro da Virgem, e amigos como  Paulo de Frontin, que recebia Santos Dumont em sua casa na Av. Koeler, e era administrador da  fazenda de café do seu pai dr. Henrique Dumont, após este ter sofrido um acidente. E o que se passou na vida do inventor brasileiro no hiato de dez anos antes do seu entrelaçamento com a terra serrana?  Em fins de 1908 na 1ª Exposição de Aeronáutica no Grand Palais de Paris, Santos Dumont participou com a sua Demoiselle, numa época em que os avanços aeronáuticos permitiram conquistas de novos recordes, compartilhados com aeronautas contemporâneos. Durante o ano seguinte, 1909, a Demoiselle, seu último aparelho, cruzou os céus franceses tornando-se extremamente popular, menor e mais veloz segundo a revista L’Illustration de 28 de agosto daquele ano. Aluizio Napoleão ressalta os resultados na aeronáutica e concretização do sonho de Santos Dumont:  “Fugindo do […] Read More

O PAPEL DO INSTITUTO HISTÓRICO DE PETRÓPOLIS NO I FESTIVAL GERMÂNICO, EM 1982

O papel do Instituto Histórico de Petrópolis no I Festival Germânico, em 1982 Maria de Fátima Moraes Argon, Associada Titular, Cadeira n.º 28 – Patrono Lourenço Luiz Lacombe Marisa Guadalupe Cardoso Plum, Associada Titular, Cadeira n.º 18 – Patrono Gabriel Kopke Fróes   É notório que as terras onde foi erigido o Palácio de Cristal sempre acolheu os encontros dos colonos germânicos, tornando-se icônico dentro desse significado até a atualidade. Ruth Boucault Judice, presidente do Instituto Histórico de Petrópolis (biênios 1981-1982 e 1983-1984), em seu livro “100 anos do Palácio de Cristal-Petrópolis” registra que, em maio de 1982, “o Instituto Histórico de Petrópolis fez surgir o I Festival Germânico em Petrópolis, com danças típicas, artesanato e culinária alemã” no parque do Palácio de Cristal. Anteriormente, de 1959 a 1980, as comemorações à chegada dos colonos germânicos se resumiam em celebrações religiosas na Igreja Evangélica Luterana e na Catedral São Pedro d’Alcântara, homenagem no Monumento do Major Julio Frederico Koeler, visita aos túmulos de alguns colonos e almoço típico. Em 1981, Ildefonso Troyack, descendente de colonos, administrador do Palácio de Cristal e membro da diretoria do Clube 29 de junho teve a iniciativa de realizar uma festa, segundo o depoimento de Paulo Roberto Troyack, simples, reunindo famílias, com poucas barracas, almoço e o som cedido por ele próprio. Na ata do Instituto Histórico, de 16 de abril de 1982, lavrada pela Secretária Aurea Maria de Freitas Carvalho, consta que o consócio José Kopke Fróes (1902-1992) pediu a palavra, na qualidade de presidente do Clube 29 de Junho, para tratar das festividades do dia 29 de Junho e convocou o Instituto Histórico para comparecer a reunião no dia 5 de maio no Centro de Cultura, às 16 horas. Certamente durante esse encontro consolidou-se a ideia do I Festival Germânico apresentada por Carlos Grandmasson Rheingantz (1915-1988), conforme registrado em ata do dia 14 de maio: O consócio Carlos Rheingantz tomou então a palavra para falar sobre o I Festival Germânico, evento do qual foi o idealizador e que será promovido pelo Instituto juntamente com a Fundação Nacional Pró Memória /Museu Imperial e as Secretarias de Educação e Cultura e de Turismo da Prefeitura Municipal. O festival terá lugar nos próximos dias 28, 29 e 30 do corrente, no Palácio de Cristal e constará de espetáculos de ballet, coral, barraquinhas para venda de produtos típicos da culinária alemã, artesanato etc. O evento tem por finalidade congregar os […] Read More