TRIBUTO À SENSIBILIDADE Joaquim Eloy Duarte dos Santos, Associado Titular, Cadeira n.º 14 – Patrono João Duarte da Silveira A Tribuna de 1º de fevereiro divulgou matéria assinada por Rubens Silva, de rara oportunidade e adequada ao contexto da nossa Petrópolis atual. O empresário Gustavo Baptista Teixeira, entrevistado pelo repórter acerca da restauração que salvou o imóvel da rua Washington Luís nº 237, confessou seu entusiasmo por haver compreendido a importância do chalé construído no final do século XIX, como representativo da melhor arquitetura petropolitana, acrescentando ao seu entusiasmo pelo término da obra tratar-se de “…uma construção de muito bom gosto e ao mesmo tempo simples, já que não é nenhum casarão…” O exemplo raro dado por Gustavo Batista Teixeira, embalado pelo desejo de restaurar a casa, conquistando a parceria do excelente arquiteto Márcio Gomes, que refez as plantas, casou informações, acompanhando o dia-a-dia da obra, deve ser seguido pelos petropolitanos no sentido de salvar o pouco que nos resta de nosso patrimônio arquitetônico, seja no Centro Histórico, como nos bairros e distritos. Tribute-se ao IPHAN uma boa nota no somatório de suas atribuições profissionais, pelo tombamento do imóvel e toda a facilidade e empenho na liberação e acompanhamento da restauração. A casa da rua Washington Luís nº 237, raro exemplar da criatividade arquitetônica do final do século XIX, edificada ao fundo de terreno estreito, possuía um jardim fronteiro com árvores frutíferas, canteiros de flores, três pedestais para esculturas de jardim e seis gigantescas palmeiras imperiais. Foi construída pela família Roldão Barbosa, integrada por grandes personalidades da construção civil e da cultura petropolitana nos séculos XIX e primeira metade do século XX, notadamente o empresário Roldão Barbosa, proprietário dos cinemas Capitólio, Petrópolis e Glória, mais tarde explorados por Luiz Severiano Ribeiro. Desde 1896, quando terminou a construção da casa, os Roldão Barbosa nela residiram, passando-a em 1936 para o comerciante, poeta e dramaturgo Reynaldo Antônio da Silva Chaves e deste para a sociedade beneficente Centro Auxiliar dos Funcionários do Telégrafo, que ali instalou sua sede, sob administração do Secretário Joaquim Heleodoro Gomes dos Santos, que passou a residir na casa a partir de 1938. Ao falecer Joaquim Heleodoro a 19 de setembro de 1959, a sociedade beneficente foi extinta e a casa vendida, sendo utilizada para fins comerciais até ser abandonada, tornando-se ponto de mendicância até o incêndio que quase a destruiu na madrugada de 17 de abril de […] Read More
PRIMEIROS ITALIANOS EM PETRÓPOLIS (OS)
OS PRIMEIROS ITALIANOS EM PETRÓPOLIS Paulo Roberto Martins de Oliveira, ex-Associado Titular, Cadeira n.º 10 – Patrono Carlos Grandmasson Rheingantz, falecido Petrópolis, desde 1845 até meados do século XX, foi privilegiada pela vinda de inúmeros italianos, que deram um formato especial à nossa cultura. Revelados pelos documentos históricos, depoimentos dos mais idosos e outras fontes de pesquisas que nos fornecem dados importantíssimos do belo passado petropolitano. Vale ressaltar que a primeira italiana que aqui chegou foi S. A. Imperial Dona Teresa Cristina Maria – Imperatriz do Brasil, natural de Nápoles – Reino da Itália. O motivo principal deste estudo é precisamente dar conhecimento histórico, com dados genealógicos, dos primeiros italianos que vieram para Petrópolis. A princípio, apresentarei o que foi possível apurar no Arquivo Grão Pará (relatórios e estatísticas da Imperial Colônia), no Arquivo da Imperial Fazenda – Cia. Imobiliária de Petrópolis (Títulos de Aforamentos Perpétuos), no Arquivo Histórico da Biblioteca Municipal de Petrópolis (requerimentos e diversos) e nos documentos e livros de registros dos Arquivos Eclesiásticos de Petrópolis e arredores (batismos, casamentos e óbitos). Teremos um breve histórico da constituição do Quarteirão Italiano, com a origem de suas terras e com os seus primeiros foreiros. Em ordem alfabética, teremos uma listagem com os nomes das primeiras famílias italianas em Petrópolis até as décadas de 70/ 80 do século XIX e os primeiros dados genealógicos de cada um dos primeiros imigrantes italianos. Os dados históricos deste trabalho iniciam-se no ano de 1845, quando das primeiras notícias da presença italiana em Petrópolis, através do Relatório da Presidência da Província do Rio de Janeiro feito pelo Presidente, Sr. Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho, dando a informação de que entre os imigrantes extra-colonos, havia um italiano na Imperial Colônia Germânica. Em 31/12/1846, no quadro “Estatística da Imperial Colônia de Petrópolis”, anexa ao relatório apresentado em 01/03/1847, assinado pelo Presidente da Província acima citado e pelo Sr. Frederico Damcke (escrivão encarregado da estatística), constavam, entre outros de várias origens, 5 italianos, sendo 2 moradores no Quarteirão Vila Teresa, 2 no Quarteirão Vila Imperial e 1 no Quarteirão Francês. Em 18/03/1856, conforme o que consta no Relatório Anual do Diretor da Imperial Colônia, Sr. José Maria Jacinto Rebelo, relativo ao ano de 1855 a população de Petrópolis era dividida em duas partes distintas, a saber: colonial e extra-colonial. Nesta época, havia 5010 pessoas, sendo 2704 colonos germânicos e 2306 extra-colonos e entre estes, […] Read More
RARIDADES DA IMPERIAL COLÔNIA DE PETRÓPOLIS
RARIDADES DA IMPERIAL COLÔNIA DE PETRÓPOLIS Paulo Roberto Martins de Oliveira, ex-Associado Titular, Cadeira n.º 10 – Patrono Carlos Grandmasson Rheingantz, falecido A fundação de Petrópolis em 16/03/1843, a instalação da Colônia Germânica em 29/06/1845, a construção do Palácio Imperial para atender ao Imperador Dom Pedro II e seus familiares e as construções dos palacetes para atender à corte, fez com que o progresso chegasse nesta maravilhosa parte da “Região Serrana – RJ” e que aqui, por vários anos, se estabelecessem as principais decisões do Governo Imperial Brasileiro. A marcha progressista de Petrópolis foi possível através do seu principal fundador, o Major Engenheiro Júlio Frederico Koeler e das mãos laboriosas dos artífices colonos germânicos, além de outros trabalhadores de diversas origens. Em 1857, por esforço ativo do Cel. Emílio Amaro da Veiga, Petrópolis foi emancipada, dando assim continuidade ao seu grande progresso e desenvolvimento. Em 1859 foi instalada em Petrópolis a 1ª Câmara Municipal e no final deste mesmo ano, por decreto oficial, a partir de 06/01/1860, foi extinto o regime colonial na Cidade. A princípio, e sem as verbas especiais do Governo Provincial, diminuíram as obras públicas e outras construções particulares, fazendo com que alguns colonos e suas famílias saíssem da extinta colônia e procurassem trabalho em outras localidades. Porém, a maioria dos colonos ficou em Petrópolis e, superando as dificuldades, contribuiu com o melhor que se podia fazer para reverter o que para eles poderia chamar-se de uma época em crise. A permanência constante do Governo Imperial nos agradáveis verões de Petrópolis atraíam inúmeras famílias, principalmente as da alta sociedade carioca, a subirem a serra nos meses mais quentes do ano, melhorando a subsistência dos colonos com trabalhos tanto no comércio como nas pequenas indústrias e mais o que produziam nas suas propriedades para atender o grande número de pessoas denominados “veranistas”. A maioria dos locais preferidos e desejados pelos intitulados “veranistas” eram os prazos de terras dos colonos germânicos. Com isto, o desenvolvimento progressista modificou muitíssimo o visual dos quarteirões, pois a maioria dos prazos de terras foi subdividida e surgiram inúmeros logradouros, formando vilas, travessas, servidões e outros arruamentos. Muitas das antigas casas dos colonos foram descaracterizadas, reformadas, ampliadas e a maioria demolida, restando, atualmente, muito pouco das primitivas habitações típicas e modestas dos colonizadores. Apesar de tudo o que perdemos, ainda temos algumas antigas casas de colonos. Em condições plausíveis temos também uma boa […] Read More
DADOS GENEALÓGICOS DE ALGUNS COLONOS GERMÂNICOS E OU SEUS DESCENDENTES QUE SAÍRAM DE PETRÓPOLIS – RJ
DADOS GENEALÓGICOS DE ALGUNS COLONOS GERMÂNICOS E OU SEUS DESCENDENTES QUE SAÍRAM DE PETRÓPOLIS – RJ Paulo Roberto Martins de Oliveira, ex-Associado Titular, Cadeira n.º 10 – Patrono Carlos Grandmasson Rheingantz, falecido Embora o processo migratório de alguns colonos germânicos e ou seus descendentes houvesse desde o início da Imperial Colônia, isto intensificou-se a partir de 29/09/1857, quando da emancipação de Petrópolis. As verbas que vinham do governo da Capital da Província, destinadas para a Imperial Colônia, começaram a escassear, até praticamente serem abolidas a partir da instalação da Câmara Municipal, ocorrida em 1859. Para breve informação, vale ressaltar que a Imperial Colônia Germânica de Petrópolis durou apenas 14 anos e alguns meses; inaugurou-se em 29/06/1845 e foi extinta em 06/01/1860. Com o término da Colônia, surgiram inúmeros problemas. O principal foi a construção civil, pois com a diminuição das obras públicas, construções das casas que serviam a corte e outras obras particulares. Houve a falta de trabalho e meios para a subsistência. Assim muitos colonos e ou seus descendentes resolveram sair de Petrópolis. Não existe nenhum documento em qualquer arquivo que especifique as datas de saída e nem para onde foram alguns dos colonos da Imperial Colônia, devido ao fato de que cada um saiu como bem entendesse à procura de trabalho em outro lugar. Os que saíram, abandonaram tudo e em alguns casos até as dívidas. Tanto com a Superintendência da Imperial Fazenda, como outras dívidas auferidas pelos impostos instituídos pela Câmara Municipal. A maioria dos que saíram de Petrópolis não deu a conhecer o seu destino. Geralmente onde chegavam, não informavam com detalhes de onde tinham saído. Diziam apenas que estavam vindos de outras localidades e até mesmo chegando da Alemanha, pois, misturavam-se a outros grupos de colonos imigrantes, que estavam indo para novas colônias principalmente as do Sul do país. Com alguns parentes mais próximos ou amigos que ficaram em Petrópolis, os colonos migrantes, mantinham correspondências e justamente por algumas cartas consegui saber o destino de algumas famílias. Houve outras condições mais recentes que também promoveram meios para localizarmos outras famílias. Foi através de alguns genealogistas e descendentes de vários colonos, que, em contatos telefônicos e correspondências com o autor desta matéria, criamos meios de mantermos um bom relacionamento de estudos genealógicos e com isto descobrimos o destino da maioria dos colonos que deixaram Petrópolis, assim também, a origem de muitos que vieram para a […] Read More
GENEALOGIA – FAMÍLIA HARTMANN
GENEALOGIA – FAMÍLIA HARTMANN Paulo Roberto Martins de Oliveira, ex-Associado Titular, Cadeira n.º 10 – Patrono Carlos Grandmasson Rheingantz, falecido Há 22 anos, mais precisamente em 1981, o saudoso genealogista Carlos G. Rheingantz, iniciou o grandioso trabalho de estudos e pesquisas genealógicas das famílias dos colonizadores germânicos de Petrópolis. Das 456 famílias que chegaram a partir de 29 de junho de 1845, Carlos fez o trabalho genealógico completo de 88 famílias, e destas, 80 foram publicadas, sendo algumas na revista do Instituto Histórico de Petrópolis do ano de 1982 e as demais em várias edições da Tribuna de Petrópolis, entre os anos de 1981 e 1987. Além de ter concluído algumas famílias e não tê-las publicado, iniciou o levantamento genealógico de muitas outras. Infelizmente, da maioria das famílias, não teve tempo hábil de estudá-las, pois um mal pertinaz o levou ao derradeiro dia de sua preciosa vida, em 16/08/1988. Eu, Paulo Roberto Martins de Oliveira, membro titular do Instituto Histórico de Petrópolis e do Colégio Brasileiro de Genealogia (RJ), tive o privilégio de conhecer e de acompanhar o saudoso Carlos G. Rheingantz em algumas de suas investidas genealógicas em solo petropolitano. Portanto, e também, por uma questão de idealismo, resolvi, a partir do ano de 1992, dar continuidade ao seu grandioso trabalho genealógico. No momento, estou me ocupando dos estudos genealógicos de acertos e atualização das famílias NOEL e MAIWORM (ambas publicadas pelo Carlos, respectivamente em 1984 e 1986). Além destas duas famílias, estou completando a dos GORGES e iniciando a dos HARTMANN. O estudo destas 4 famílias se prende ao fato de que alguns filhos dos colonos, das famílias acima citadas, através do enlace matrimonial, uniram-se às filhas do colono Johann NOEL (meu trisavô) e são justamente sobre estes ramos familiares que estou principalmente trabalhando. Relacionado ao parágrafo acima, temos através de Johann HARTMANN, (filho do colono Peter HARTMANN e de Anne Marie Kirscht) o seu casamento em 20/05/1862, em Petrópolis, com Marianne NOEL, filha de Johann NOEL e de Elisabeth Catharine Mathieu. Este trabalho de estudo e pesquisa, remonta há mais de 300 anos e merece ser conhecido por toda a nossa família. Quando estiver pronto, teremos conhecimentos das nossas origens e dos nossos parentes do passado e do presente. As famílias NOEL, MAIWORM, GORGES e HARTMANN se tornaram enormes e, como eu, a maioria não se conhece. Chegou o momento de efetivar os laços de amizade […] Read More
GENEALOGIA – FAMÍLIA MAIWORM
GENEALOGIA – FAMÍLIA MAIWORM Paulo Roberto Martins de Oliveira, ex-Associado Titular, Cadeira n.º 10 – Patrono Carlos Grandmasson Rheingantz, falecido Há alguns anos, mais precisamente em 1984 e 1986, pelo ilustre e saudoso genealogista Carlos G. Rheingantz, foram publicadas respectivamente em 3 partes a família Noel e em 7 partes a família Maiworm, com o título “Quem Povoou Petrópolis”, na Tribuna de Petrópolis, parte dos dados históricos – genealógicos destas duas famílias. Na época, o genealogista acima citado, deixou algumas lacunas para posteriormente serem preenchidas, porém, por vários motivos, isto não foi realizado. Eu, Paulo Roberto Martins de Oliveira, neto de Emília Noel e trineto do colono germânico Johann Noel – membro titular do IHP (Instituto Histórico de Petrópolis) e do CBG (Colégio Brasileiro de Genealogia), resolvi acertar, atualizar e dar continuidade a este grandioso trabalho de pesquisa histórico – genealógico dos ascendentes e descendentes dos NOEL e dos MAIWORM, que no ano de 1845 (entre outras famílias germânicas), chegaram para colonizar e povoar Petrópolis. Este trabalho de estudo e pesquisa, que remonta há mais de 300 anos, merece ser conhecido por toda a nossa família. Quando estiver pronto, teremos conhecimento das nossas origens e de todos os nossos parentes do passado e do presente. Vale ressaltar que ligadas às nossas raízes (Noel), em solo petropolitano, estão várias famílias, sendo que as primeiras foram Maiworm, Gorges e Hartmann, através de enlaces matrimoniais com as filhas de Johann Noel. Isto quer dizer que, por laços sangüíneos, os descendentes destas 3 primeiras famílias e de outras que mais tarde se uniram aos Noel em Petrópolis são nossos parentes. As famílias Noel e Maiworm tornaram-se enormes e, como eu, a maioria não se conhece. Chegou o momento de efetivar os laços de amizade pelo nosso grau de parentesco e, para tanto, espero contar com a colaboração de todos no preenchimento correto e legível dos dados familiares e endereço de cada um, na Ficha Cadastral Individual abaixo. Antecipadamente agradeço e peço a todos para o mais breve possível remeterem as fichas para Paulo Roberto Martins de Oliveira – Avenida Ipiranga, 880 – F – Centro – CEP 25610-150 – Petrópolis – RJ e para qualquer esclarecimento, ligar para o tel. (24) 2231-1838. Assim que todo o trabalho genealógico estiver pronto, faremos contatos via telefone ou endereço postal, para estudarmos a possibilidade de um encontro de confraternização dos descendentes de Johann Noel, com os […] Read More
TRATADO E A SOBERANIA DA AMAZÔNIA (O)
O TRATADO E A SOBERANIA DA AMAZÔNIA Antônio Eugênio de Azevedo Taulois, Associado Titular, Cadeira n.º 29 – Patrono Luiz da Silva Oliveira A questão acreana, decidida pelo Tratado de Petrópolis tem certos desdobramentos que não podem ser subestimados, alguns deles repercutindo até os dias atuais. O recente centenário desse importante acordo diplomático foi comemorado com destaque no Acre e na cidade serrana onde ele foi decidido. Trata-se da mais complexa questão de limites enfrentada pela diplomacia brasileira, levando em conta os vultosos interesses econômicos internacionais envolvidos, seus profundos aspectos sociais e humanos, além do enorme risco da interferência estrangeira na soberania da Região Amazônica. A prolongada seca nordestina de 1878 e a demanda internacional cada vez maior de borracha provocaram uma corrida aos seringais naturais amazônicos, muito semelhante à corrida do ouro dos tempos coloniais. O Acre boliviano da época, foi ocupado por uma numerosa população brasileira de trabalhadores mas, vinte anos depois, o governo boliviano começou a cobrar taxas aduaneiras elevadas sobre a produção, provocando inquietação e agitação entre os seringalistas. O presidente Campo Salles não só não se envolveu no caso, como ainda afirmou ser aquele um território realmente boliviano. Seguiu-se então uma sangrenta revolta quando os brasileiros prenderam as autoridades bolivianas, obrigando o governo da Bolívia, sem recursos e nem meios de resolver a situação, firmar um contrato com um consócio anglo-americano, o que hoje seria uma multinacional, o Bolivian Syndicate, dando-lhe poderes excepcionais para agir, como cobrança de impostos e uso de força armada para resguardar os interesses nacionais na região. No início da era do automóvel, as seringueiras eram a única fonte disponível de borracha industrial, tornando a presença estrangeira na região, ávida pela hévea brasiliensis, com similares extraídos em poucos locais no mundo, um grande risco para todos os países vizinhos. Impressionado com a arbitrariedade do ato, o Congresso Brasileiro suspendeu as relações do Brasil com a Bolívia, ao mesmo tempo em que um gaúcho na região, ex-aluno da Escola Militar, o agrimensor José Plácido de Castro reuniu os seringalistas, enfrentou e expulsou bolivianos e norte-americanos da região, e proclamou o Estado Independente do Acre. Assim, eliminou a ameaça do domínio estrangeiro na Amazônia e a conseqüente distribuição da borracha amazônica para todo o mundo. Restava agora enquadrar aquela solução de força no direito internacional o que se afigurava um apuro diplomático complexo, embaraçoso e desfavorável ao Brasil, envolvendo os Estados Unidos, […] Read More
TRATADO DE PETRÓPOLIS – 100 ANOS – AS LUTAS PELA POSSE DO ACRE
TRATADO DE PETRÓPOLIS – 100 ANOS – AS LUTAS PELA POSSE DO ACRE Ivo de Albuquerque, Associado Emérito, ex-Titular da Cadeira n.º 39 – Patrono Walter João Bretz, falecido I – ANTECEDENTES HISTÓRICOS A luta armada que se travou pela posse do Acre e da qual resultou a assinatura do Tratado de Petrópolis em 17 de novembro de 1903 pelos governos do Brasil e da Bolívia, fato histórico de extraordinária relevância que concretizou a incorporação das terras, hoje acreanas, ao território de nosso País, não constituiu,como muitos julgam, um conflito entre as duas Nações. Em verdade, representou ela, em etapas sucessivas durante o período de abril de 1899 a janeiro de 1903, a manifestação patriótica dos brasileiros que, oriundos de diversos pontos do território nacional, principalmente dos Estados do Ceará e Maranhão, pegaram em armas contra a pretendida cessão, pelo governo da Bolívia, a grupos de capitalistas estrangeiros – alemães, ingleses e norte-americanos – de imensa extensão de terras por eles ocupadas e exploradas desde meados do Século XIX e que eram,já objeto de disputa pela Bolívia e pelo Peru . Os componentes da crise então verificada tinham raízes na indefinição de limites entre o Brasil e a Bolívia, além da prevalência física dos brasileiros na área contestada. Em torno desses antecedentes, pode-se relatar os acontecimentos em conformidade com a seguinte cronologia: 1 . A descoberta do Rio Aquiri ou Acre em 1861 por um caboclo brasileiro ensejou a abertura de novas fronteiras para a extração do látex, já transformado em matéria prima para a promissora indústria da borracha, com utilização cada vez mais intensa pela produção de bens ligados à moda, aos acessórios de vestuário, ao esporte e, sobretudo, à expansão da indústria automobilística, acelerada pelo processo de vulcanização e pela invenção do pneumático. 2 . Em março de 1867, por insistência da Bolívia, foi firmado com o Brasil o Tratado de Ayacucho, ajustando a questão de limites que apresentava, ainda, controvérsias, em face de prescrições constantes dos tratados anteriores de Madri (1750) e Santo Ildefonso (1777, mas que assegurava àquele País andino a posse de grande parte do território que hoje integra o Estado do Acre. A diplomacia brasileira, no entanto, introduziu no referido tratado a disposição de “reconhecer o UTI POSSIDETIS como base para determinação da fronteira entre os seus respectivos territórios” . 3 . Em setembro de 1898 é firmado o Protocolo pelo qual o […] Read More
HÁ ALGO ERRADO!
HÁ ALGO ERRADO! Aurea Maria de Freitas Carvalho, ex-Associada Titular, Cadeira n.º 4 – Patrono Arthur Alves Barbosa, falecida Há algo errado na psicologia das eleições e, sobretudo, uma mentalidade imediatista que conta com a memória curta dos possíveis eleitores. Sempre ouvi dizer que véspera de eleição é época de político fazer mil promessas que, na sua maioria não poderão e não serão cumpridas, mas há interesse da parte dos candidatos de satisfazer os desejos dos eleitores. Entretanto não é isso que vem ocorrendo. Eu faço parte, como Conselheira de Preservação, da Ama Centro Histórico, e como tal participei da entrega do abaixo-assinado entregue ao Prefeito, no palácio Fadel, com inúmeras assinaturas de moradores da rua Ipiranga ou não em 30.03.03, pedindo a criação do Parque Ecológico, e do lançamento da pedra fundamental deste, situado no final da rua Ipiranga, no dia 31 de março de 2002, se não me falha a memória. Bonita cerimônia, diga-se de passagem. Com direito a discurso do Prefeito e o comparecimento de várias autoridades. Foram feitas muitas promessas na ocasião: cercar o parque, colocar guarita para evitar invasão, demarcar a área etc… Fiados em todas estas promessas, organizamos já vários eventos no local, com a presença de representantes de várias ONGS, de colégios e de bastante público, pessoas interessadas em terem um local amplo, livre de poluição e de trânsito que possibilite caminhadas tranqüilas, seguidas de um descanso livre de descargas de ônibus e de carros. A nossa parte de divulgação tem sido feita com grande êxito. Qual não foi o nosso espanto ao constatarmos, que da parte das autoridades não foi acrescentado no papel um ponto sequer ao que fora prometido assim como na prática nada fora feito. E, isto, agora, nas vésperas das eleições! Parece-me um contra-senso uma vez que isso garantiria, quando nada, algumas dezenas de votos pela confiança que daria no cumprimento do prometido! Parece que os candidatos preferem nesta época lançar mão de um artifício de angariar votos mais rápido, mais fácil e menos dispendioso que é distribuir cestas básicas para as famílias mais carentes que, passadas as eleições, eles esquecem e pronto! E não se fale na criação de trabalho e de empregos que trazem as construções, na maioria feitas irregularmente em terrenos de preservação permanente (como é o caso do Parque Ecológico), porque estas, além de não serem bem remuneradas, também chegam ao fim. O ideal, […] Read More
PRESERVAÇÃO AMBIENTAL E INSTINTO SEXUAL
PRESERVAÇÃO AMBIENTAL E INSTINTO SEXUAL Aurea Maria de Freitas Carvalho, ex-Associada Titular, Cadeira n.º 4 – Patrono Arthur Alves Barbosa, falecida Muitos hão de estar se perguntando o que tem a ver uma coisa com a outra e eu digo que tem tudo. Os dois assuntos dizem respeito à preservação da vida, um refere-se à vida saudável, digna de ser vivida, e o outro à vida puramente biológica! O instinto sexual é inerente a todo ser humano e animal, infelizmente o mesmo não se dá com o desejo ou antes, a compreensão, da preservação ambiental. Hoje em dia vivemos já, em alguns lugares uma vida poluída, indigna de ser chamada de humana. Por que? Porque nos esquecemos de preservar aquilo que nos pode proporcionar meios de “viver” realmente como seres humanos e inteligentes. Por ambição e inconseqüência nos privamos daquilo que é necessário à saúde, e não pensemos que são simples o assunto e a solução. Uma vida saudável depende de uma série de fatores que diariamente não percebemos ou dos quais não tomamos conhecimento, de outras vidas, de seres animais e vegetais de cuja existência muitas vezes nem temos conhecimento: minúsculas e insignificantes plantinhas que proporcionam condições de vida a outras, seja com a preservação da umidade e da fecundidade da terra, seja servindo de alimento a animais de que nós, que não somos estudiosos do assunto, nem suspeitamos da existência e que, no entanto, são importantes na escala dos seres vivos, que mal podemos distinguir com nossos sentidos, mas garantem o “habitat” propício aos seres que nos favorecem diretamente, como é o caso da vegetação maior, das árvores nativas que proporcionam o nosso bem, no momento, tão ameaçados como os mananciais de água, as nascentes que destruímos com tanto descaso. Às vezes, para ganhar ou até, o que é mais grave, para “lavar” dinheiro ganho com negócios não muito honestos, constroem-se edifícios em locais de preservação, esquecendo que, desse modo, está se comprometendo a saúde das gerações futuras, dos próprios descendentes dos responsáveis pelas construções de hoje e os pobres operários, que hoje ficam felizes porque arranjaram emprego, nem desconfiam que estão contribuindo para comprometer a saúde de seus de filhos e netos. Não queremos pregar com isso que deixemos as florestas dominarem todo o solo disponível em detrimento da existência urbana e produtiva, mas façamos isso de maneira racional e inteligente, procurando danificar o mínimo possível […] Read More