A CONDESSA DE BARRAL Aurea Maria de Freitas Carvalho, ex-Associada Titular, Cadeira n.º 4 – Patrono Arthur Alves Barbosa, falecida Luisa Margarida Portugal de Barros, a Condessa de Barral e de Pedra Branca, merece mais de que uma simples e fria menção nas biografias das princesas Isabel e Leopoldina como preceptora; também não deve haver espaço para risinhos maliciosos ou irônicos quando seu nome é associado ao do Imperador Pedro II. Ela merece muito mais do que isto; foi uma mulher nada vulgar, possuidora de uma inteligência aguda, de uma cultura muito superior à que possuíam as mulheres de sua época, mormente as brasileiras, e possuidora de qualidades invejáveis. Luisa Margarida nasceu na Bahia em 13 de abril de 1816, filha de Domingos Borges de Barros, homem culto, literato, poeta e político que logo ocupou cargos no exterior, primeiro representando a Bahia nas Cortes Portuguesas, mesmo antes da Independência do Brasil, depois em França onde trabalhou pelo reconhecimento da nossa Independência e tão bem desempenhou esta função que mereceu o título de Barão de Pedra Branca em l825, logo depois elevado para Visconde. Embora fosse nomeado senador no Brasil ia-se deixando ficar em França. Havia, por certo, boas razões para isso e uma delas era certamente a filha que em Paris poderia cursar educandários bem superiores aos colégios para meninas do Rio de Janeiro de então, também a vida social no Brasil era acanhada e não se comparava à de Paris. Além disso levava-a a viajar por outros países como Suíça, Alemanha, Itália etc. proporcionando-lhe o conhecimento de várias línguas. Em l831 Luisa Margarida perdeu a mãe e em 1833 veio ao Brasil mas a estadia foi curta e logo pai e filha retornaram à Europa. Ainda bem jovem cogitou-se do futuro casamento de Luisa Margarida com Miguel Calmon du Pin e Almeida, que veio a ser mais tarde Marquês de Abrantes mas o pretendente era vinte anos mais idoso do ela e radicado no Brasil, o que naturalmente não agradou à jovem que opôs-se com energia aos planos paternos casando-se com o escolhido de seu coração, o Chevalier de Barral, filho do Conde de Barral e Marquês de Monferrat, com quem veio à Bahia passar uma temporada em 1839. Por esse tempo realizou-se o casamento de D. Francisca, irmã de D. Pedro II com o Príncipe de Joinville, devendo esta portanto ir viver na Corte do marido, em […] Read More
PRESERVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
PRESERVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO Aurea Maria de Freitas Carvalho, ex-Associada Titular, Cadeira n.º 4 – Patrono Arthur Alves Barbosa, falecida Há pessoas que confundem desenvolvimento com modernidade. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. É muito bom podermos contar com o desenvolvimento de uma cidade; vê-la bem desenvolvida no que diz respeito, por exemplo, quanto aos métodos de saneamento, quanto aos serviços prestados pelos órgãos municipais eficientes e acessíveis a todos os cidadãos, quanto à economia tanto pública quanto à privada, permitindo aos cidadãos desenvolver trabalhos que facilitem o sustento das famílias sem o prejuízo de ninguém nem de nada que signifique entrave na qualidade de vida ou prejuízo futuro a fontes de riqueza para a cidade como um todo. Para conseguir esses intentos é preciso um mínimo de visão do futuro, de planejamento inteligente e isso nada tem a ver com modernidade que compreende apenas o aspecto exterior da cidade que pode apresentar um aspecto “moderníssimo” sem o verdadeiro desenvolvimento, ser apenas uma cidade “maquiada”. Petrópolis, queiramos ou não, é uma cidade pequena, do interior, e não vai aqui nenhuma ofensa nem intenção de desdouro, pelo contrário. Petrópolis teve a sorte de já nascer diferenciada: uma fazenda que servia de ligação com o interior do país e era percorrida por mineiros e desbravadores que iam em busca das “minas gerais” de ouro, diamantes e outras riquezas, o que ocasionou a abertura de caminhos e mais tarde de boas estradas a começar pela Estrada das Lajes Soltas mandada construir por D. João VI, em 1809. Sua proximidade com a próspera fazenda do Padre Correia também contribuiu para selar o seu destino pois, cativado pelo clima saudável e ameno desta, D. Pedro I decidiu adquirir uma propriedade nos arredores, vindo a comprar a Fazenda do Córrego Seco, em 1830, para no local mandar construir um palácio onde a família pudesse refugiar-se do calor e das ocasionais epidemias que ocasionalmente assolavam o Rio de Janeiro de então. Infelizmente sua abdicação, no ano seguinte, adiou esse projeto por muitos anos, apenas sendo concretizado por seu filho D. Pedro II. Em 1843, seguindo sugestões do engenheiro Júlio Frederico Koeler e do mordomo da Casa Imperial, Paulo Barbosa da Silva, D. Pedro II assinou o decreto que dava a Petrópolis a dupla função de local de “séjour” para a família imperial e colônia. E, são as informações e remanescentes desse duplo destino […] Read More
ARQUIVO PÚBLICO MUNICIPAL
ARQUIVO PÚBLICO MUNICIPAL Aurea Maria de Freitas Carvalho, ex-Associada Titular, Cadeira n.º 4 – Patrono Arthur Alves Barbosa, falecida Segunda feira passada tivemos a oportunidade de assistir, no Instituto Histórico, uma palestra de Marise da Silva Gomes que exerce a função de chefe do Arquivo Histórico e de obras raras. Queremos, antes de mais nada, parabenizá-la pela inteligência e dedicação com que vem desempenhado tais funçoes. Tão importante acervo não poderia estar em melhores mãos. Infelizmente não podemos dizer o mesmo do local onde se encontra o Arquivo e da falta de recursos para mantê-lo, higienizá-lo e conservá-lo, no entanto é ali que se encontram as informações fidedignas e minuciosas sobre nossa história. Petrópolis foi o 1º município fluminense a criar um Arquivo Histórico. Pelo Decreto nº 198 de 07 de janeiro de 1977, o então Prefeito Paulo Rates criou o Arquivo Público Municipal compreendendo dois setores específicos: o Arquivo Administrativo, de caráter corrente ou ativo e o Arquivo Histórico, de caráter permanente. É do Arquivo Histórico que nos ocuparemos a seguir. Abrange documentação, de 1859 a 1968. A primeira parte de seu acervo é constituída por documentos produzidos e acumulados pela Câmara Municipal de Petrópolis até 1916, quando foi criada a Prefeitura, e representa imprescindível fonte para a reconstituição da realidade sócio-econômica, política e cultural. Com a criação da Prefeitura em 28 de julho de 1916 a documentação da Câmara Municipal foi reunida aos papéis dos diversos órgãos criados posteriormente pelo natural desdobramento do novo poder executivo. O Arquivo Histórico passou então a abrigar registros e originais produzidos e acumulados pela municipalidade desde sua instalação até 1968. Este considerável acervo de documentos disponíveis permite traçar um perfil de Petrópolis no final do XIX e delinear as bases estruturais da economia e da sociedade. As séries documentais custodiadas pelo Arquivo Histórico abrangem: – Requerimentos, Legislação, Certidões de óbito, Indústrias e Profissões, Imposto Predial e Territorial, Livros de averbações, Contratos e Ajustes, Folhas e Processos de Pagamento, Livros Contábeis, Contratos, Fichas funcionais, Autógrafos de Portarias, Deliberações, Atos do Executivo, Decretos-Leis..
VOCAÇÕES DE PETRÓPOLIS E O TURISMO (AS)
AS VOCAÇÕES DE PETRÓPOLIS E O TURISMO Aurea Maria de Freitas Carvalho, ex-Associada Titular, Cadeira n.º 4 – Patrono Arthur Alves Barbosa, falecida Petrópolis é uma localidade que já viveu várias etapas significativas em sua trajetória de parte de uma sesmaria até hoje. Foi trecho de um caminho para o interior do país na busca das riquezas minerais da região. Local de veraneio da Família Imperial, da Nobreza e da Diplomacia na época do Império, o mesmo acontecendo na época da República. Cidade fabril de grande produção , exportando seu produto até para a Europa igualando-se em importância com São Paulo. Local de concentração de educandários, tanto masculinos quanto femininos por oferecer clima saudável e agradável numa época em que o Estado do Rio era assolado por febres e doenças diversas, Colônia alemã se bem que prejudicada em suas características pelo convívio dos veranistas e nobres que faziam parte da “entourage” do Imperador. Recanto de calma e belezas naturais que sempre atraiu e atrai escritores, filósofos e artistas. E outras que agora não me ocorrem agora. Como local onde o chefe do Estado passava grande parte do ano foi a pioneira em várias melhorias dos diferentes aspectos da vida e inventos úteis etc. Neste aspecto também teve grande importância a proximidade com o Rio de Janeiro, quando este era a capital do País. Hoje continuam algumas de suas vocações, modificadas pelas circunstâncias como é o caso dos estabelecimentos de ensino que, atualmente compreendem Faculdades, na sua maioria. Outras vezes está atualizada em suas preferências como no caso da informática que encontrou grande interesse. Suas grandes vocações, atualmente, parecem ser para santa e mártir. Santa porque em cada bairro, em cada rua surgem todos os dias igrejas, templos e casas de oração dos mais diversos credos: católicos, crentes, etc. Menos mal, precisamos mesmo muito de orações! Mártir porque estão sendo destruídas todos os indícios que a caracterizam como uma cidade que já viveu todas as vocações que mencionamos, que são a prova de seu passado, enfim que fazem parte de sua história. Temos prédios grandiosos que atestam a importância que teve como centro industrial como é o caso do complexo que formou a Fábrica Petropolitana, de Cascatinha e que é hoje quase uma ruína, o prédio da ex-fabrica de São Pedro de Alcântara que corre o mesmo risco por não haver pessoas que tenham posses e sensibilidade para aproveitar o […] Read More
VILA DE PEDRO DO RIO (A)
A VILA DE PEDRO DO RIO Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette A Vila de Pedro do Rio, sede do atual 4º Distrito do Município de Petrópolis, surgiu nas terras pertencentes à Sesmaria de Joaquim José Pegado (1758). Em mapas muito antigos, como a “Carta Topográfica da Capitania do Rio de Janeiro de 1767”, as terras do Sumidouro, Pedro do Rio e Barra Mansa formavam o “Sertão do Piabanha”, ocupado por índios bravos. Segundo nos informa Lamego, “a maioria deles pertencia à nação Puri, sendo possível que restos de tribos puris acuadas no planalto pela invasão dos colonizadores tenham escolhido a serra como refúgio” (1). (1) LAMEGO, Alberto Ribeiro. O Homem e a Serra. Rio de Janeiro, IBGE, 1950, p. 126-127. Assim, não sabemos ao certo quando a denominação Pedro do Rio começou a ser utilizada. Neste sentido, Francisco de Vasconcellos, num de seus interessantes trabalhos, faz o seguinte comentário: “Pedro do Rio, foi Antonio Luiz durante o século XVIII e princípios do século XIX. Lugar onde se deixa a margem do Piabanha. Ora, em Pedro do Rio acontece justamente isso, quando se pretende tomar o rumo do Secretário e daí o do Paraíba, rota da via ancestral” (2). (2) VASCONCELLOS, Francisco de. Petrópolis, do embrião ao aborto Canabrava Barreiros afirma, num de seus livros, que o atual Pedro do Rio correspondia ao Sítio do Alferes Caetano, mencionado por Cunha Matos “como um rancho, e casa pequena” (3). (3) BARREIROS, Eduardo Canabrava. D. Pedro Jornada a Minas Gerais em 1822. Coleção Documentos Brasileiros, vol. 161, Rio de Janeiro, Livraria José Olympio, 1973, p.32-33. Qual seria a origem do nome Pedro do Rio? Reza a tradição que, mais ou menos no ponto ocupado pela estação ferroviária, hoje desativada, existiu um rancho, cujo dono acudia ao nome de Pedro; no Alto Pegado, outro rancho devia haver e, por coincidência, o respectivo proprietário também se chamava Pedro. Assim, a distinção se fez naturalmente, havia o “Pedro do Alto” e o “Pedro do Rio”. A primeira especificação dos limites de Petrópolis é encontrada na Deliberação de 29 de março de 1844, quando Petrópolis pertencia à Freguesia de São José do Rio Preto. Tal deliberação dizia em seu Artigo 1º: “Fica criada na freguesia de São José do Rio Preto, do termo de Paraíba do Sul, mais uma sub-delegacia, que se denominará do 2º distrito de […] Read More
SURUÍ, A FAMÍLIA PROENÇA E PETRÓPOLIS
SURUÍ, A FAMÍLIA PROENÇA E PETRÓPOLIS Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette A região serrana, onde se situa hoje a cidade de Petrópolis, começou a ser povoada a partir do século XVIII, em conseqüência da necessidade de se estabelecer uma ligação direta, entre Rio de Janeiro e Minas Gerais. Neste sentido, a abertura da Variante ou Atalho do Caminho Novo foi o ponto de partida para a concessão de inúmeras sesmarias na região, as quais não tardaram a se fragmentar em prósperas fazendas, espalhadas pelo território que constitui o atual Município de Petrópolis. Cumpre ressaltar que quem pretender reconstituir os primórdios de nossa história regional terá, necessariamente, que recorrer às pesquisas realizadas por Frei Estanislau Schaette na Baixada Fluminense, de Caxias até Magé. Sacerdote exemplar, pregador e conferencista de grandes méritos, missionário, educador e historiador, Frei Estanislau era natural de Elberfeld, Renânia do Norte, Alemanha, tendo chegado a Petrópolis em 1897, onde concluiu seus estudos no recém-instalado Convento do Sagrado Coração de Jesus. Ordenado sacerdote a 23 de dezembro de 1902 foi logo nomeado professor da Escola Gratuita São José, imprimindo uma sólida orientação pedagógica à mesma. Em 1907, foi enviado ao sul do país, onde exerceu os cargos de Mestre dos Noviços, em Rodeio (SC), Definidor da Província e Diretor de uma Escola Normal para professores católicos em Blumenau, retornando a Petrópolis em 1930, onde continuou a dedicar-se ao magistério, desenvolvendo paralelamente intensa atividade pastoral nas paróquias da Baixada Fluminense. Possuidor de memória prodigiosa, grande pesquisador de arquivos, colecionador de documentos, era um historiador nato. Assim, desbravando arquivos, fonte única da verdadeira ciência-histórica, à procura de documentos, que ele soube explorar, comentar e divulgar, imprimiu, é justo que se reconheça, novos rumos à pesquisa histórica em Petrópolis. Em suas longas caminhadas pela Baixada Fluminense, no exercício de seu múnus sacerdotal, conseguiu reunir documentos que comprovam a presença de inúmeras famílias procedentes da Baixada Fluminense, sobretudo de Suruí, na ocupação do solo petropolitano, nos primórdios de sua história. Um dos primeiros sesmeiros do Suruí, segundo nos informa Frei Estanislau, foi Nicolau Baldim que construiu na colina de Goia a primeira Capela de São Nicolau, provisionada, isto é, autorizada pela autoridade eclesiástica para celebração do culto público e dos sacramentos, em 1628. Em 1695, Felix Magalhães de Proença, levantou na colina da atual matriz, a nova igreja, a qual foi elevada a […] Read More
CORONEL JERONYMO FERREIRA ALVES – GRANDE ANIMADOR DO PROGRESSO DO MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS
CORONEL JERONYMO FERREIRA ALVES – GRANDE ANIMADOR DO PROGRESSO DO MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette Nasceu a 10 de fevereiro de 1874 em São Martinho do Val, Conselho de Vila Nova de Famalicão, Portugal, sendo filho de Antonio Joaquim da Costa Alves e Engrácia Rosa de Jesus. Chegou ao Brasil com quatorze anos de idade, em 28 de outubro de 1888, vindo logo para Correias, onde morou e trabalhou como caixeiro, no estabelecimento comercial de seu tio Jeronymo Ferreira de Oliveira. Jeronymo Ferreira de Oliveira, casado com D. Amélia, filha de José Monteiro de Siqueira Carvalho e D. Deolinda Amália, filha do casal João Cardoso Lemos e D. Ana Luiza Corrêa, donos da Fazenda da Samambaia, além de comerciante era grande proprietário de terras naquela região. Grande amigo e correligionário de Hermogênio Silva, segundo nos informa Lacombe, “obteve desse grande administrador várias benfeitorias para Correias, como a ponte de ferro sobre o Piabanha. Em frente à ponte projetou espaçosa praça. À direita de quem entra, construiu prédio em que funcionou o Armazém Correias, abrindo ao lado uma rua, cujo nome precisa ser restabelecido: Rua Jeronymo Ferreira de Oliveira” (1). Deve-se também à sua influência, o fato da Leopoldina ali estacionar os trens de carreira, fato que sem dúvida, muito contribuiu para o progresso local. (1) LACOMBE, Lourenço Luiz. Quem foi Jeronymo Ferreira de Oliveira. Tribuna de Petrópolis, Petrópolis, 28 de janeiro de 1940, p.1. Guilherme Carlos, grande proprietário de terras na região, estabelecido com negócio de olaria em Benfica e Engenho de Açúcar na Fazenda da Manga Larga, de sua propriedade, era filho dos colonos alemães João Pedro Carl e D. Catarina Werlong, chegados ao Brasil em agosto de 1845, a bordo do navio “Marie”. Nascido em Petrópolis, em 14 de julho de 1846, Guilherme “foi batizado em 17 de julho de 1846, pelo Cura da Boa Esperança, Padre Reitz, na Capela que servia de Matriz, sendo seus padrinhos Guilherme Sindorf e Carlota Flesch”(2). (2) AULER, Guilherme. Primeiros Batizados. Tribuna de Petrópolis, Petrópolis, 1955, p. 11. No armazém do tio, Jeronymo Ferreira Alves iniciou o aprendizado de uma bem sucedida carreira no comércio, mudando-se para Itaipava em 1902, onde se estabeleceu com um armazém próprio, casando-se com D. Margarida Carlos, filha de Guilherme Carlos e sua esposa, também chamada Margarida Carlos. Guilherme Carlos e D. Margarida Carlos […] Read More
COLÉGIO DE APLICAÇÃO DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS (O)
O COLÉGIO DE APLICAÇÃO DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette Em fins de 1968, sendo reitor da Universidade Católica de Petrópolis, Dom José Fernandes Veloso, foram adquiridas as instalações do Colégio Notre Dame de Sion, situado à Rua Benjamin Constant, 213. A ampliação das instalações da Universidade Católica de Petrópolis tornava-se imperiosa para atender à extraordinária expansão e ao desenvolvimento da mesma, com a instalação de novos cursos, laboratórios e oficinas, bem como de um Colégio de Aplicação capaz de propiciar campo de estágio e pesquisa aos alunos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, assim como proporcionar ensino de alto padrão, integrado com a Universidade, desde o nível infantil. Assim, em 8 de novembro de 1968, reuniram-se, no Rio de Janeiro, para acertar os termos da transação, o Dr. Celso da Rocha Miranda e o Dr. Graça Couto, representando o Conselho de Administração e Finanças da Universidade; pelo Colégio Sion, a Superiora de Petrópolis, a assistente da Madre Provincial, a Superiora do Rio de Janeiro e o advogado do Sion, Dr. Leonel Veloso, tendo ficado estabelecido o valor da transação em NCR$ 4.000.000,00 a ser pago em seis anos. No ano seguinte transferiram-se para o novo prédio as quartas séries das diversas licenciaturas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras e alguns serviços administrativos da Reitoria. O Colégio de Aplicação começou a funcionar a 27 de fevereiro de 1969, embora a cerimônia de sua instalação se tenha realizado a 1º de março do mesmo ano. A 22 de março de 1969, o Conselho Universitário aprovou a nomeação de uma Comissão para estudar a estruturação do Colégio, coordenando-lhe as atividades com as da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Na oportunidade foram nomeados os seguintes professores para integrar a referida Comissão: Maria de Glória Rangel Sampaio Fernandes, diretora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras; Onésio Mariano Henrichs, Diretor do Colégio; Therezinha Fernandes Barbosa, Suelena Pessoa de Campos, Albertina Conceição Nunes da Cunha, Irmã Rosalina de Sion e Edson Paulo Lobo. Como resultado dos estudos realizados pela citada Comissão foi elaborado o Regimento do Colégio, o qual foi aprovado pela Inspetoria Seccional de Niterói, do Ministério da Educação e Cultura, a 8 de setembro de 1969, e pelo Conselho Estadual de Educação, em 27 de novembro de 1969. Este primeiro regimento apresentava uma série de novidades, […] Read More
BRASILEIROS ILUSTRES EM PETRÓPOLIS – JOÃO PANDIÁ CALÓGERAS
BRASILEIROS ILUSTRES EM PETRÓPOLIS Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette JOÃO PANDIÁ CALÓGERAS João Pandiá Calógeras nasceu, em 19 de junho de 1870, na cidade do Rio de Janeiro. Seu avô, João Batista Calógeras, nascido em Corfu, na Grécia, em 1810, formou-se em Direito na Universidade de Paris e radicou-se no Brasil em 1841. Em 1847, foi nomeado professor de História e Geografia do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro e, em 1851, em sociedade com outro notável mestre, o Barão de Tautphoeus, fundou em Petrópolis o renomado “Colégio dos Meninos”, que dirigiu até 1851, quando o vendeu ao professor Bernardo Falleci. Naturalizado brasileiro em 1854, foi nomeado cinco anos mais tarde 1º Oficial de Gabinete no Ministério dos Negócios Estrangeiros. Era membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e possuía, entre outras, a Comenda da Ordem da Rosa. Faleceu no Rio de Janeiro, em 1878. Seus pais foram o engenheiro Michel Calógeras, nascido no Rio de Janeiro em 1842, e D. Júlia Ralli Calógeras. Michel Calógeras, associado a seu irmão Pandiá George e ao engenheiro Luís Berrini, teve a concessão do prolongamento, até Petrópolis, da Companhia Estrada de Ferro Mauá. Construiu a linha da serra, empregando pela 1ª vez no Brasil o sistema suíço de cremalheira Riggenbach, da Raiz ao Alto da Serra. Dirigiu por vários anos as Companhias de bondes do Rio de Janeiro “Carioca e Riachuelo” e “Carris Urbanos &”. João Pandiá Calógeras, segundo nos informa Gontijo de Carvalho, “aprendeu a ler e escrever aos quatro anos de idade. Não freqüentou escolas e ginásios oficiais. Deveu a formidável cultura humanística, das maiores do Brasil, aos seus pais e avós e a um luzidio corpo de professores particulares, notadamente alemães, que, em Petrópolis, se encarregaram de sua formação mental” (1). (1) – CARVALHO, Antonio Gontijo. Calógeras. São Paulo. Companhia Editora Nacional, 1935, p. 29. Após os estudos preparatórios feitos no Colégio Pedro II, matriculou-se na Escola de Minas de Ouro Preto, estabelecimento de gloriosas tradições, onde se formou em 1890, aos 20 anos de idade. No ano seguinte, casou-se com D. Elisa da Silva Guimarães, filha do Dr. Joaquim Caetano da Silva Guimarães, ministro do Supremo Tribunal de Justiça e sobrinha do poeta Bernardo Guimarães. Desenvolveu intensa atividade profissional, realizando pesquisas geológicas, inicialmente em Santa Catarina e posteriormente em Minas Gerais. Militando na política, o Dr. Calógeras representou […] Read More
BRASILEIROS ILUSTRES EM PETRÓPOLIS – WASHINGTON LUÍS
BRASILEIROS ILUSTRES EM PETRÓPOLIS Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette WASHINGTON LUÍS Washington Luís Pereira de Souza nasceu em Macaé, na então Província do Rio de Janeiro, a 26 de outubro de 1869, sendo filho do Tenente Coronel Joaquim Luís Pereira de Souza e D. Florinda Sá Pinto Pereira de Souza. Iniciou seus estudos em sua terra natal, sob a orientação da professora Rosa Ferrão e, em 1884, inscreveu-se no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, matriculando-se posteriormente no Colégio Augusto. Em 1888, ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, bacharelando-se em 1891. No ano seguinte foi nomeado promotor público da Comarca de Barra Mansa, no Estado do Rio de Janeiro, de onde se transferiu para Batatais, em São Paulo, onde se estabeleceu com escritório de advocacia. Dedicou-se ao jornalismo como colaborador dos jornais “A Penna” e “A Lei” e iniciou uma vitoriosa carreira política como vereador, presidente da Câmara Municipal, por dois mandatos. Em 04 de março de 1900, casou-se com Sofia Paes de Barros, filha dos barões de Piracicaba, que seria sua leal companheira até a sua morte, ocorrida em 28 de junho de 1934, na Suíça e com a qual teve quatro filhos. Após seu casamento, mudou-se para a capital onde foi eleito deputado estadual (1904-1906), destacando-se, na oportunidade, por sua atuação como integrante da comissão permanente de instrução pública. Posteriormente foi nomeado Secretário de Justiça do Estado, cargo no qual permaneceu até 1912 e que exerceu com a maior eficácia, “criando a instituição da polícia de carreira, pondo fim à autoridade leiga e instituindo a obrigatoriedade do diploma de advogado para os delegados de polícia” (1). (1) KOIFMAN, Fábio (Organizador). Presidentes do Brasil. Departamento de Pesquisa da Universidade Estácio de Sá. São Paulo, Cultura, 2002, p. 266. Eleito deputado, interrompeu seu mandato para tornar-se prefeito de São Paulo, em 30 de outubro de 1913, eleito que fora pelo colégio eleitoral. Em 1917 reelegeu-se prefeito, dessa vez pelo voto direto, revelando-se um administrador esclarecido e progressista, “solucionando os problemas de abastecimento, com o acerto para a instalação das feiras livres, e a construção de casas proletárias em terrenos municipais”. (2). (2) KOIFMAN, Fábio (Organizador). Presidentes do Brasil. Departamento de Pesquisa da Universidade Estácio de Sá. São Paulo, Cultura, 2002, p. 267. Em 1º de março de 1920, foi eleito presidente do Estado de São Paulo, procurando […] Read More