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DISCURSO DE POSSE DO ASSOCIADO TITULAR JOSÉ AFONSO BARENCO DE GUEDES VAZ

DISCURSO DE POSSE DO ASSOCIADO TITULAR JOSÉ AFONSO BARENCO DE GUEDES VAZ José Afonso Barenco de Guedes Vaz, Associado Titular, Cadeira n.º  11 – Patrono Henrique Carneiro Teixeira Leão Filho Sra. Presidente do Instituto Histórico de Petrópolis, Maria de Fátima Moraes Argon; Membros da Diretoria e Associados presentes. Minhas senhoras, meus senhores. Ao iniciar estas singelas palavras, não poderia deixar de agradecer, sensibilizado, ao caro amigo e acadêmico Fernando Costa pelas imerecidas considerações que fez pronunciar a meu respeito partidas, sem dúvida, do grande coração que lhe bate no peito. Saiba, pois, que este modesto orador irá guardar para sempre tais palavras, permitindo-me recordar o poeta quando escreveu: “Quando sincera, a amizade: à medida que envelhece, é inconteste verdade: cada vez, mais ela cresce.” Também, desejo deixar aqui consignado o meu preito de gratidão aos ilustres associados Fernando Costa, Paulo César dos Santos e Luiz Carlos Gomes, pelo magnânimo gesto que tiveram para com minha pessoa, por ocasião da indicação do meu nome para ocupar a cadeira vaga em decorrência do falecimento do insígne petropolitano Décio José Kronemberger, figura que deixou marcado, de modo indelével, seu nome junto a esta Casa, justamente pela forma como sempre se conduziu, prestigiando o Instituto, valendo-se de sua inteligência e sensibilidade, sem falar, certamente, nas amizades que fez conquistar junto a seus companheiros do Instituto. E, exatamente, por vir a substituir tão importante figura, profundo conhecedor dos altos objetivos propugnados por esse Instituto, sinto pesar sobre meus ombros extrema responsabilidade convicto, entretanto, de que o nome e bem assim o conceito de Décio José Kronemberger nunca serão esquecidos e continuarão a brilhar como estrela de primeira grandeza perante aqueles que com ele compartilharam, na certeza, ensejos de extrema união e amizade, especialmente distinguindo-o com a mais cordial consideração e respeito, face sua cultura e em razão de atitudes que sempre fez adotar, sublimando o nome desta cidade perante o concerto de tantas outras do nosso grandioso país. Orgulhava-se de Petrópolis, foi um estudioso e pesquisador acerca dos fatos ocorridos no passado e quiçá aproveitando-se de oportunidades prazerosas com a finalidade de trazê-las à luz desta Casa, frequentando-a quando possível. A propósito do meu predecessor ainda irei detalhar fatos, momentos, atuações, homenagens e tudo o mais que pude pesquisar sobre tão marcante pessoa, aliás, aproveitando o ensejo para agradecer a sua família que muito fez colaborar com este orador, a qual penhoradamente agradeço. Não poderia também […] Read More

DISCURSO DE POSSE DO ASSOCIADO TITULAR JOSÉ LUIZ DE MENDONÇA COSTA

DISCURSO DE POSSE DO ASSOCIADO TITULAR JOSÉ LUIZ DE MENDONÇA COSTA José Luiz de Mendonça Costa, Associado Titular, Cadeira n.º 10 – Patrono Carlos Grandmasson Rheingantz Senhora Maria de Fátima Moraes Argon, Presidente do Instituto Histórico de Petrópolis; Senhora Marisa Plum, Secretária desta Casa; Senhoras e senhores Associados: Inicialmente, e agradeço as acolhedoras palavras do associado Dr. Arthur Leonardo de Sá Earp. Investigar, estudar, discutir e divulgar a História de Petrópolis  e do  Estado do Rio de Janeiro.   Estes os objetivos do Instituto Histórico de Petrópolis. A história de uma cidade é formada pelo encadeamento de fatos distintos que, ao final, a caracterizam e a tornam única, sendo desse modo identificada e estimada por seus habitantes. Mas a história de Petrópolis é constituída por uma série de acontecimentos que dizem respeito a todos os brasileiros. Assim, neste ano de 2021 comemoramos o 1.º Centenário de episódios notáveis da História do Brasil que atingiriam seu clímax na Cidade de Petrópolis. No dia 8 de janeiro de 1921, na Cidade do Rio de Janeiro no cais  da Praça Mauá,  aportava o  cruzador  “São Paulo”, da Marinha do Brasil.   A bordo  ele trazia  os restos  mortais de Dom Pedro II  e de D. Teresa Cristina. Era o cumprimento do Decreto n.º 4.120, assinado pelo Presidente Epitácio Pessoa no dia 3 de setembro do ano anterior.  O Documento promovia o traslado para o Brasil dos restos mortais de Dom Pedro II e de D. Teresa Cristina – que estavam sepultados em Portugal – e revogava o banimento da Família. Entre os passageiros daquele Navio estavam o Príncipe Dom Pedro de Alcântara – neto dos Imperadores – e seu pai, o Conde d’Eu.  A Princesa Isabel não lhes pôde fazer companhia em decorrência de seu estado de saúde. Uma grande cerimônia havia sido preparada para recebimento dos restos mortais daqueles expoentes máximos do Brasil Imperial.  Estavam na Praça Mauá o representante do Presidente da República, Ministros de Estado, Embaixadores e um grande público, que se estendia pelos arredores. Quando os esquifes com os despojos dos Imperadores tocaram o solo brasileiro, a Fortaleza  de  Villegaignon  deu  uma  salva  de 21 tiros. Os ataúdes foram colocados em duas carretas e um cortejo – formado por aquelas autoridades e pelo povo – seguiu pela Avenida Rio Branco, Rua da Assembleia e Rua Primeiro de Março até à Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé.  À entrada dos esquifes […] Read More

IN MEMORIAM DE PAULO ROBERTO MARTINS DE OLIVEIRA

IN MEMORIAM DE PAULO ROBERTO MARTINS DE OLIVEIRA Fernando Antônio de Souza da Costa, Associado Titular, Cadeira n.º 19 – Patrono Galdino Justiniano da Silva Pimentel O tempo passa e por mais queiramos demonstrar amadurecimento e preparo para as provações e vicissitudes da vida na verdade não estamos. A morte, por exemplo. Ontem, 3 de maio de 2018, ao anoitecer tomei conhecimento do falecimento do bom e grande amigo Paulo Roberto Martins de Oliveira e relutei em acreditar. Fiz alguns contatos e todos confirmaram a notícia. Era verdade. Descansou no Senhor por volta das 16h30min. Tenho pleno conhecimento do preparo religioso, formação espiritual e do apostolado da vida de Paulo. Sei também que ele estava em sintonia com o mundo espiritual e sabia, como sabe, que tudo não termina com a morte, ao contrário é um religare entre a terra e o céu. Evidente que sua esposa Maria Lúcia Mendes de Oliveira e a filha Gabriela Mendes de Oliveira, a senda de amigos e admiradores estamos todos consternados, mas, descansamos na certeza de ele continuará a espargir sua luz aos nossos corações e sobre a sofrida pátria em momentos tão difíceis em que vivemos. Paulo nasceu em Petrópolis/RJ, aos 30 de julho de 1942; trineto dos colonos germânicos Johann Noel e de Elisabeth Katharine Mathieu; quinto filho do casal Adão Martins Noel de Oliveira e de Vera Silveira de Oliveira. O dileto amigo, irmão pela consideração, historiador, brilhante intelectual, pensador e humanista me honrou com o convite a que eu prefaciasse o livro de “Álbum de Memórias do Batalhão Dom Pedro II,” nascido de suas mãos e da percuciente capacidade de memorialista. A obra foi condensada em mais de duzentas laudas desenvolvendo com bom gosto e acurado requinte a história que é ilustrada pelas fotos dos fatos ocorridos há mais de um século. Elas certamente emolduram a ouro as preciosidades que o cultor das belas letras foi presenteado. Eu já estava acostumado a conviver com seus trabalhos históricos e genealógicos, tanto os relacionados aos imigrantes germânicos de várias colônias do país, quanto os publicados em inúmeros institutos, associações, revistas, boletins e periódicos, sem contar suas participações em diversos órgãos de radiodifusão e de telecomunicações. Integrou ao Clube 29 de Junho, Sociedade de Tradições Germânicas, ao Instituto Histórico de Petrópolis, do qual foi membro titular,  sócio efetivo do FECAB – Federação dos Centros de Cultura Alemã do Brasil, sócio efetivo da Associação Nacional de Pesquisadores […] Read More

TRAGÉDIA (UMA) – 50 ANOS

UMA TRAGÉDIA – 50 ANOS Arthur Leonardo de Sá Earp, Associado Titular, Cadeira n.º 25 – Patrono Hermogênio Pereira da Silva Foi a 16 de dezembro de 1946, por volta das dezenove horas, perto do jantar. Dos mais velhos sou o remanescente e quero lembrar o fato para render tributo à dor de muitos e à lembrança dos que já se foram. A explosão foi forte. Tenho nos ouvidos apenas o silvo altíssimo e inesperado. Houve desequilíbrio entre a quantidade de pólvora e a resistência do material do cano. O canhão foi pelos ares. Danilo Falconi faleceu, depois de horas de esforço para salvar-lhe a vida. Ney, em gravíssimo estado, escapou e chegou à idade de 59 anos, com grande mérito de serviço ao próximo na carreira sacerdotal que abraçou. Dos dois filhos de Zélia, cozinheira da casa dos avós Arthur e Arabella, um sofreu ferimentos no rosto e o outro saiu ileso, protegido pelo corpo de Ney, que lhe caiu por cima. Tenho ambos na memória, mas perdi contato no correr da vida. Este era o grupo central de uma turma de garotos que, por inspiração e liderança do inteligentíssimo Ney, estudava os ensinamentos da física e da química e fazia experiências que encheram de fumaça a então tranquila Rua 16 de Março e outros barrancos usados para as explosões. O bando se compunha de dois gêneros de participantes: os intelectuais e os acompanhantes brincalhões. Eu integrava o número destes. O fato aconteceu na garagem da casa da vovó Arabella, (vovô Sá Earp havia falecido em 1941), na Rua Marechal Deodoro, 73 (hoje Edifício Arthur de Sá Earp Filho, onde está o Banespa), no fundo do terreno, à esquerda, na divisa com as terras do Colégio Santa Isabel. O canhão estava dentro da garagem, voltado para a porta, apontando para os lados da Vila Macedo. O projétil era um pedaço de cabo de vassoura introduzido à força no tubo que surrupiáramos da obra que se fazia na nossa casa da Av. D. Pedro I e que preparáramos para ser o cano do canhão. Na extremidade inferior do tubo fizéramos soldar uma tampa, na Casa Cruzeiro. Com a explosão esta peça lesionou o joelho do Ney, seu ferimento mais leve, e dali foi cirurgicamente extraída. O tubo atravessava uma tábua que era sustentada por duas rodas. Tal armação fora preparada com os jovens Papais, nas instalações de sua casa de móveis, […] Read More

DISCURSOS – Homenagem ao Major Koeler, em 29 de junho 2019.

DISCURSOS – Homenagem ao Major Koeler, em 29 de junho 2019. Arthur Leonardo de Sá Earp, Associado Titular, Cadeira n.º 25 – Patrono Hermogênio Pereira da Silva Dignas autoridades, senhores, senhoras. O convite para falar aqui, em nome do Clube 29 de Junho, muito honra e a mais me obriga. Uma especial e cordial saudação aos organizadores. Estamos ao pé do monumento, criado para guardar os restos mortais de Koeler. Queremos homenagear quem planejou e construiu a cidade. É nossa manifestação pública de admiração e respeito por ele, por sua obra na qual vivemos. Coisa particular a admirar é haver ele sabido ler a natureza, haver ele considerado tão perfeitamente a conformação física do território em que plantaria o palácio de Pedro II e a povoação adjacente. Deste atento exame surgiu ponto básico do projeto de Koeler e da sua execução. Pelo planejado e pelo feito, ou seja, por aquilo que planejou e por aquilo que fez, podemos vê-lo a pensar: a sede da Fazenda do Corrego Seco está em nível acima de trecho de rio cujas bordas não são bastante largas – tal sede ficava na hoje denominada Rua Mal. Deodoro – mas cursos d’água formados nestes vales vão se unir em uma área razoável e suficientemente plana e ampla para localização do palácio e da povoação circundante. É onde estamos – área plana onde se localizam Catedral, Rodoviária-Estação de Transbordo, Rua do Imperador, da Imperatriz, Koeler, Roberto Silveira, Palácio de Cristal, Treze de Maio -, denominações atuais. Por aqui andamos sem subir uma rua. Nos quarteirões, bairros, se deparam áreas mais apertadas entre as elevações. Mas ali sempre descobriu o responsável pelo planejamento espaço bom às margens dos rios, riachos … para caminhos e construções. Seguindo o sentido da vazante das águas, a partir dos pontos mais afastados da cidade, se chega ao centro, à Praça da Confluência. Basta pensar nas concretas conclusões de Koeler para sabermos que os rios são da maior importância em Petrópolis. Importância para o bem e para o mal. Para o bem da população resultariam áreas livres para luz, ventilação, arborização, circulação. Sim, circulação invejável, até hoje. De fato, se tivéssemos querido, poderíamos ter mão única em quase todas as ruas da cidade. O resultado da assim formação da cidade seria o mal de possíveis enchentes, quando a força da natureza superasse o previdente cuidado humano. Salvo dois excepcionais casos – assunto para […] Read More

CENTENÁRIO DA MORTE DE ARTHUR DE SÁ EARP E TRINTA ANOS DA DE NELSON DE SÁ EARP

CENTENÁRIO DA MORTE DE ARTHUR DE SÁ EARP E TRINTA ANOS DA DE NELSON DE SÁ EARP Arthur Leonardo de Sá Earp, Associado Titular, Cadeira n.º 25 – Patrono Hermogênio Pereira da Silva Francisco José Ribeiro de Vasconcellos é Associado Emérito desta casa, por todos os títulos. Apreciado amigo, companheiro de longa jornada. Obedecendo à intimação que me fez, venho lembrar, na abertura da presente reunião do Instituto Histórico de Petrópolis (13/05/2019), que neste ano de 2019, em dias de junho e outubro, se darão o centenário da morte de Arthur de Sá Earp e os trinta anos do falecimento de Nelson de Sá Earp.   Arthur de Sá Earp morreu nesta cidade a 11 de outubro de 1919. Tinha sessenta e um anos. Nascera a 11 de julho de 1858, em Juazeiro, na Bahia. Entre os fatos e os feitos de sua passagem pela Terra, há os que não ultrapassaram os limites do conhecimento dos muito próximos. Vou aqui citar um dado concreto, material, que ajuda a contemplar mais inteiramente o retrato de Sá Earp velho. Está em minhas mãos um exemplar do Tratado de Medicina Legal, pelo Dr. Agostinho José de Souza Lima (n. em Cuiabá, 11/03/1842 e f. em Petrópolis, 28/12/1921) – Lente jubilado da cadeira de Medicina Legal e Toxicologia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro –, dois volumes em uma só encadernação (Rio de Janeiro, Typographia Hildebrandt, rua dos Ourives n. 8, 1904, 1905). Na 1ª página do primeiro volume estão lançadas a assinatura Sá Earp e a data 1905. A maior parte das folhas do livro está marcada com sinais e anotações. Salta aos olhos que a obra foi atentamente lida, relida, estudada, comparada. O conteúdo foi cuidadosamente analisado e assimilado. Para demonstrar isto, serve o que consta no pé da página 307, do segundo volume. É uma nota manuscrita, com o seguinte teor: “(2) – Tivemos occasião de observar no accidente que sofreu o Dr. Alberto Torres”. A nota se prende a marca acrescentada ao texto impresso, na parte em que Souza Lima descreve as características, em termos da Medicina Legal, da tatuagem produzida por disparo de arma de fogo na pele humana. Sá Earp estudou o texto e o corroborou com a ferida que pessoalmente vira no colega Alberto Torres (1865-1917). É acréscimo, à mão, de testemunho da descrição da dita tatuagem. Folhear o livro conduz a uma afirmação: o […] Read More

Discursos – Saudação de recepção ao associado José Afonso Barenco de Guedes Vaz

Discursos – Saudação de recepção ao associado José Afonso Barenco de Guedes Vaz Fernando Antônio de Souza da Costa, Associado Titular, Cadeira n.º 19 – Patrono Galdino Justiniano da Silva Pimentel Excelentíssima Senhora Presidente do Instituto Histórico de Petrópolis, Professora Maria de Fátima Moraes Argon, na pessoa da qual saúdo a prestigiosa diretoria e eminentes confrades do egrégio sodalício, bem assim, ao ilustre advogado, jornalista, pesquisador histórico, intelectual, pensador e memorialista José Afonso Barenco de Guedes Vaz! O Instituto Histórico de Petrópolis, octogenária Arcádia, tem por destino a preservação da memória e raízes culturais da Imperial Cidade de Petrópolis. Prossegue sua trajetória se adaptando aos novos tempos, a era virtual, por força da pandemia enfrentada e nem por isso, menos atuante e pertinaz. Hoje, recebe dois luminares, na categoria de associados efetivos, o primeiro é o arquiteto Luciano Cavalcanti de Albuquerque, antes correspondente, cuja apresentação coube ao dileto confrade Luiz Carlos Gomes e, José Afonso Barenco de Guedes Vaz homem de múltiplos saberes e talentos, a orgulhar Heródoto, “pai da história”, considerado um dos primeiros historiadores do mundo. A emoção se derrama em catadupas ante o privilégio em discorrer sobre sua vida e obra. Transpõem os umbrais deste panteão, para, juntos aos confrades, seus integrantes, somarem e enobrecê-lo ante sua verve e notável sapiência. José Afonso tomará assento na cadeira 11, patronímica de Henrique Carneiro Leão Teixeira Filho. Temos plena convicção, “Guedes Vaz”, doravante, será fiel guardião deste templo sempre a postos nesse circuito histórico e educacional. Salta-me à mente quando junto ao confrade de diversas instituições estamos a caminhar pelas veredas da história, notadamente a mitologia grega e relembramos as nove filhas de Zeus e Mnemósine, figuras mitológicas essas que representam o conhecimento. Dentre elas, está Clio a musa da História. E nesse diapasão surgem os palestrantes, colunistas, artistas plásticos, consultores, professores, escultores, escritores, pesquisadores e intérpretes dos fatos da história humana. Caríssimo empossando e diletos associados deste Instituto Histórico, os historiadores desempenham papel de alta envergadura; investigam e esclarecem o mundo em que vivemos. José Afonso segue o fio condutor legado por seu pranteado pai Osmar de Guedes Vaz inspirado poeta, trovador e jornalista de ontem, que também tomou assento em diversas instituições perscrutando suas sendas se constituindo um ourives das belas letras.  José Afonso, ora empossando é douto do mundo jurídico, letras, jornalismo e tem suas crônicas publicadas assiduamente nos jornais e em seus livros.  Considerando ser impossível apresentar […] Read More

O Carnaval em Petrópolis: da belle époque aos bailes de gala

O Carnaval em Petrópolis: da belle époque aos bailes de gala Norton Ribeiro, Associado Titular da Cadeira nº 9 – Patrono Mário Aloysio Cardoso de Miranda Época do entrudo e do corso A virada do século XIX para o XX, na maioria das grandes cidades brasileiras da época, marcou de forma indelével seus habitantes de um modo especial. O crescimento urbano bem como o frenético contato com outras tradições culturais proporcionadas pelo aumento populacional, fizeram com que aquelas pessoas extrapolassem a sensação de modernidade. O Rio de Janeiro, em especial, capitaneava tal condição por inúmeras razões e, entre elas, por ser a capital da República e por presenciar a enorme reforma urbana do prefeito Pereira Passos (1902-1906). Pelas ruas falava-se em “vertigem” na tentativa de explicar a sensação de rápida passagem do tempo. Foi nesse contexto que surge o samba carioca. Na época, diversas tradições musicais estavam presentes na cidade do Rio de Janeiro como o lundu, maxixe, chorinho, valsa e tango, além do carnaval de rua, e seriam grandes influenciadores na formação do samba. O Carnaval do final do século XIX concentrava na Rua do Ouvidor o coração das comemorações. No alto das sacadas as famílias abastadas assistiam aos cortejos das sociedades carnavalescas, grupos de origem burguesa, que faziam crítica à sociedade e adotavam como lema o propósito de “civilizar” a plebe, já que praticavam o verdadeiro cortejo como de Veneza ou Paris. Executavam marchas e óperas e pretendiam acabar com o entrudo, uma festa popular de origem portuguesa, além das brincadeiras de molhar, pintar o rosto e seguir o Zé pereira, um personagem criado por um português bigodudo que circulava pelas ruas batendo seu tambor. Neste clima de uma convivência tensa, o entrudo, as brincadeiras e o carnaval das sociedades burguesas dividiam o espaço público. Havia, dessa forma, uma convivência entre desiguais, algo que contribuiria decisivamente na formação do samba carioca. A despeito desta convivência, o carnaval ficou cada vez mais segregado com a profissionalização dos desfiles, a criação de regras e a aceleração do ritmo dando origem ao samba enredo. Alguns autores, como José Ramos Tinhorão, acreditam que tal segmentação do carnaval tenha acontecido ainda na virada do século XIX para o XX, quando surgiram os primeiros cordões e blocos nos quais os foliões deveriam seguir um grupo cercado por cordas, sob os olhos da polícia pronta a agir contra algum desavisado que por ventura viesse a atirar […] Read More

MINISTRO ROCHA LAGÔA

MINISTRO ROCHA LAGÔA Fernando Antônio de Souza da Costa, Associado Titular, Cadeira n.º 19 – Patrono Galdino Justiniano da Silva Pimentel Petrópolis é um celeiro de intelectuais e acolhe em seu panteão celebridades, exemplo: Ministro Rocha Lagôa. Dispensa apresentações. Ainda que de forma tênue, tentarei resumir sua longa e rica trajetória. Até o dia 10 de junho de 2013, aos 94 anos, quando exalou seus últimos suspiros, nos presenteou com espantosa lucidez. Desde os primórdios foi dedicado à pesquisa médica, posteriormente ao ensino e à medicina coletiva. Nasceu em 16 de outubro de 1919, originário de tradicional família mineira, radicada há mais de quatrocentos e cinquenta anos em Ouro Preto, dela, sobressaíram insignes nomes da cultura e da política a exemplo do ministro Bernardo de Vasconcellos – Ministro do Primeiro Império e o Primeiro Presidente de São Paulo –, Visconde de Congonhas do Campo, Lucas Monteiro de Barros, dentre outros, oriundos de suas raízes portuguesas. A memória do ministro Rocha Lagôa o tornou um verdadeiro arquivo vivo de passagens memoráveis de nossa história de um modo geral, e da história de Minas Gerais, de maneira especial. Era delicioso ouvir seus relatos, trazendo acontecimentos inéditos, só conhecidos pelos que tiveram o privilégio de vivenciá-los. Necessário que ele escrevesse ou gravasse suas memórias para que material tão precioso não se perdesse na poeira do tempo. O professor Dr. Francisco de Paula da Rocha Lagôa diplomou-se em Medicina, em 1940, pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense e especializou-se através do Curso de Aplicação do Instituto Oswaldo Cruz. Sua grande capacidade de comunicação e a necessidade de levar ao próximo o conhecimento que adquirira, tornaram-no professor, primeiramente da Escola Nacional de Veterinária e, posteriormente, professor de Imunologia no Curso de Aplicação do Instituto Oswaldo Cruz, professor de Virologia e Imunologia Aplicadas na Escola Médica de Pós-Graduação da P.U.C. do Rio de Janeiro e Membro do quadro permanente de pesquisadores e professor catedrático do Instituto Oswaldo Cruz. Além das atividades didáticas, exerceu inúmeras funções de direção, chefia, coordenação, orientação e pesquisa, tanto no setor público, quanto privado. Pela excelência de sua atuação sempre competente, humana e eficaz, foi alçado, em 1969, ao mais alto posto dentro de sua área: o de ministro de Estado dos Negócios da Saúde, honroso cargo que exerceu até 1972. Como ministro de Estado desincumbiu-se de várias tarefas oficiais no exterior, dentre elas: missões científicas, conferências, congressos, etc. Por seu grande valor […] Read More

Palavras proferidas pela Presidente do IHP na abertura da sessão de 14 de março de 2016

Palavras proferidas pela Presidente do IHP na abertura da sessão de 14 de março de 2016 Maria de Fátima Moraes Argon, Associada Titular, Cadeira n.º 28 – Patrono Lourenço Luiz Lacombe Boa noite a todos confrades, confreiras e convidados. Na qualidade de Presidente do IHP, declaro aberta esta sessão e agradeço a presença de vocês para juntos celebrarmos duas datas tão significativas: o centésimo septuagésimo terceiro aniversário da cidade de Petrópolis e o dia internacional da mulher. Escolhemos homenagear todas as mulheres e, especialmente, as mulheres desta Casa, na pessoa da querida amiga e sócia emérita Dora Maria Pereira Rego Correia, que completará 90 anos no próximo dia 16 de março. Mas, antes de passar a palavra ao vice-presidente, Prof. Joaquim Eloy Duarte dos Santos, associado que fará a saudação à nossa homenageada, quero registrar a importância do trabalho das mulheres na trajetória do IHP que, mesmo sendo minoria, contribuíram e contribuem de forma decisiva para o seu desenvolvimento. Na figura da petropolitana Profa. Germana Gouvêa, que integrou o grupo de fundadores do Instituto Histórico de Petrópolis, instalado em 02/12/1938, a única mulher no quadro de sócios, assumindo um lugar na Comissão de Contas, eu agradeço a todas as sócias que passaram pelo nosso Instituto, e na figura da primeira mulher que o presidiu, no período de 1980 a 1986, Ruth Judice, saúdo as associadas que junto com ela ocupam, atualmente, uma cadeira na nossa instituição: Alessandra Fraguas, Carmem Lobato, Elizabeth Maller, Maria das Graças Duvanel, Marisa Guadalupe, Patrícia Souza Lima e Vera Abad. É com muita alegria que passo a palavra ao amigo Joaquim Eloy.