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REGISTROS SOBRE KOELER (1)

REGISTROS SOBRE KOELER (1) Thalita de Oliveira Casadei, Sócia Correspondente, falecida – No Relatório de 1837, Koeler diz que “segundo as ordens de V. Exa. acha-se aberta a arrematação do conserto do edifício do Registro da Paraíba para só concluir assim que chegue à Vila para aonde parto amanhã ou depois”. O Registro velho serve de escola de primeiras letras, de cadeia, de quartel da guarnição da barca, etc. Em 1837, o Governo por solicitação da Câmara Municipal da Paraíba pediu seu conserto por ser próprio Nacional. Conseguiu fazer os consertos. Retalhou-se a casa, rebocou-se e assoalhou-se o quarto do patrão da barca, etc. Assoalhou-se de novo as casinhas e comprou-se taboas de angelim a João Gomes Ribeiro Avelar. Datado do Registro do Paraibuna a 24 de novembro de 1839, o Escrivão do Registro e Administrador interino, João Nepomuceno Simon Borges, dirige-se ao Presidente da Província do Rio de Janeiro, Paulino José Soares de Sousa, em resposta ao ofício que recebera pedindo que “desse cômodo aos empregados do Registro de Minas”. A resposta foi assim redigida: “contendo esse edifício cinco moradas e um mirante, foram duas moradas dadas pelo governo à Câmara da Vila da Paraíba para se estabelecer um colégio, cujas chaves foram entregues pelo Administrador deste Registro ao Presidente daquela Câmara conforme a Portaria do Exmo. Ministro da Fazenda e Presidente do Tribunal do Tesouro Público de 30 de setembro de 1837 e o ofício de V. Exa. de 13 de setembro do dito ano, foram igualmente entregues duas moradas, e um mirante para cômodos dos empregados da barreira de Minas, pelo Capitão Julio Frederico Koeler autorizado por este Governo, e que foi comunicado ao Ilmo. Administrador deste Registro, em ofício de 26 de julho de 1938 fazendo aquele os competentes e entregando o cômodo que se podia dispensar, ficando por esta divisão sem cômodo o Escrivão deste Registro pois só ficou o cômodo do Administrador, único que existe, tanto que eu não ser aqui morador e servir-me de minha morada, não tenho cômodo.” “Tenho mostrado a V. Exa. que não há meios de acomodar mais algum, salvo se for determinado que os empregados desta Província fiquem na rua para se dar toda a casa aos daquela Província.” Bernardo Jacinto da Veiga, Presidente da Província de Minas, enviou um ofício datado de Ouro Preto, ao Presidente da Província do Rio de Janeiro em data de 11 de dezembro […] Read More

PLANEJAMENTO URBANÍSTICO A SER LEMBRADO (O)

O PLANEJAMENTO URBANÍSTICO A SER LEMBRADO Paulo Roberto Martins de Oliveira, Associado Titular, cadeira nº 10 – Representando o Clube 29 de Junho (de Tradições Germânicas), proferi um discurso na Câmara Municipal de Petrópolis, como parte das solenidades pelas comemorações dos 155 anos da Imperial Colônia Germânica de Petrópolis, quando na oportunidade pude lembrar e prestar as mais efusivas homenagens aos principais responsáveis pela criação, colonização e urbanização da nossa bela Petrópolis, que foram: Dom Pedro I, os Engenheiros Major Júlio Frederico Koeler e Otto Reimarus. D. Pedro I, pela aquisição da Fazenda do Córrego Seco em 06/02/1830. Esta data merece ser lembrada, pois foi o início do desenrolar de uma série de fatores que criaram condições para a fundação de Petrópolis. O Engenheiro Major Júlio Frederico Koeler, principal responsável pela colonização e urbanização que, a partir de 1835, assume a segunda seção de obras públicas, tornando-se encarregado dos melhoramentos da Estrada de Minas Gerais construindo pontes, realizando inúmeros projetos e elaborando plantas. Passados 3 anos dos seus trabalhos “Serra Acima”, com mão de obra difícil e dividida entre escravos e portugueses açoreanos, Koeler toma conhecimento da presença de alguns imigrantes do povo germânico na Capital da Província. Eram 238 colonos com destino à Austrália e que por vários motivos, resolveram permanecer no Brasil. Uma parte desta gente, 147 pessoas, vieram trabalhar com Koeler que, de imediato, substituiu a mão de obra servil pelos trabalhadores livres e em seguida os estabeleceu nas terras da antiga Fazenda de Bernardo Soares Proença no Itamaratí. A partir de 1838, com a mão de obra totalmente livre, Koeler iniciou um processo atuante e bem desenvolvido com os bem preparados artífices germânicos, surgindo, então, a idéia de uma colonização, justamente pelo empenho e desenvoltura desses seus patrícios. Koeler, entusiasmado por vários motivos, adquire em 01/06/1841 a Fazenda Quitandinha a qual, mais tarde, foi anexada à Fazenda do Córrego Seco. Em 16/03/1843 Koeler arrendou a Faz. do Córrego Seco. Constava no contrato de arrendamento a reserva de uma área para a construção de um palácio para atender às Suas Magestades Imperiais, uma área para uma povoação e a demarcação de um terreno para uma futura Igreja, tendo São Pedro de Alcântara como padroeiro. Porém 4 meses após – em 08 de julho – surge uma Portaria através do Presidente da Província, o Sr. Caldas Viana, determinando a colocação de duas cruzes e um poste com placas […] Read More

CENTO E CINQUENTA E CINCO ANOS DE COLONIZAÇÃO ALEMÃ EM PETRÓPOLIS

CENTO E CINQUENTA E CINCO ANOS DE COLONIZAÇÃO ALEMÃ EM PETRÓPOLIS Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, cadeira nº 15 – Petrópolis celebra, hoje, mais um aniversário da chegada dos primeiros colonos alemães e é nosso dever rememorar este acontecimento histórico, marco indelével de progresso para esta região serrana, cuja memória, é nossa obrigação preservar. Após as guerras Napoleônicas, a Alemanha atravessou um período de terrível crise. O povo estava exausto das longas guerras, os camponeses endividados, a indústria paralisada, os impostos indiretos aumentando sempre. Em conseqüência, “a discórdia reinava por toda parte” (1), contribuindo para que os camponeses, atraídos pela sedução do continente novo, emigrassem à procura de melhores condições de vida. (1) LACOMBE, Américo Jacobina. A Colonização Alemã. Geopolítica dos Municípios, Rio, 1957, p. 58. No Brasil, as autoridades provinciais desenvolviam um intenso plano de colonização estrangeira, a partir da Lei Provincial nº 56, de maio de 1840, autorizando o governo a promover o estabelecimento de colônias agrícolas e a adquirir terras a fim de loteá-las para os colonos. Em 1844, o presidente da província fluminense Aureliano de Sousa e Oliveira Coutinho, Visconde de Sepetiba, cujos “200 Anos de Nascimento”, o Instituto Histórico de Petrópolis estará comemorando no próximo mês de julho, assinou um contrato com a firma Charles Delrue & Cia., de Dunquerque, para que fossem contratados imigrantes para trabalhar nas obras que encetava. Os contratadores, dando um interpretação liberal a uma cláusula do contrato, ao invés de remeterem colonos alemães, especializados na abertura e melhoramento das estradas enviaram família inteiras, sendo interessante assinalar que a maioria dos imigrantes não possuía a especialização pretendida. Aureliano Coutinho, não tendo condições de alojar tantas pessoas, recorreu a Paulo Barbosa, Mordomo da Casa Imperial, na esperança de que este pudesse alojá-los na Fazenda de Santa Cruz, ou nas Imperiais Quintas. Paulo Barbosa, conhecendo o plano do Major Júlio Frederico Koeler de criar em Petrópolis uma colônia agrícola “capaz de suprir a capital de diferentes espécies de frutas e legumes da Europa” (2), acertou com este a vinda dos colonos para Petrópolis. (2) ADÃO, Claudionor de S. Como nasceu e cresceu Petrópolis. A Noite, Rio, 30 de novembro de 1957, p.17. Inicialmente, os 161 colonos alemães, que haviam chegado ao Rio de Janeiro em 13 de junho de 1845, a bordo do navio Virginie, procedentes de Dunquerque, foram acomodados em Niterói, debaixo de um telheiro próximo às obras da Igreja local, […] Read More

COLONIZAÇÃO? NEM TANTO!

COLONIZAÇÃO? NEM TANTO! J. Eloy Santos, Associado Titular, cadeira nº 14 – A chegada dos alemães a 29 de junho de 1845 não foi pioneira. Já existiam pelas terras do município gente de todas as nacionalidades, inclusive alguns alemães. A maioria estava empregada nas obras públicas da Província. Mascateava-se muito pelas serras e o Caminho Novo atraía alguns moradores fixos. No Itamarati havia fixação de famílias e em Corrêas era famoso o sítio do Padre Corrêa, de muito movimento. Dele partiu a idéia de D. Pedro I de aquisição de uma fazenda para edificação de seu palacete de verão. O que D. Pedro II corporificaria a partir do decreto imperial de 1843 e a chegada das famílias alemães em 1845. Antes disto a Fazenda do Córrego Seco era ponto de passagem e estadia temporária de tropas, em uma nesga íngreme do tortuoso vale, bem no alto da Serra da Estrela, com alguns moradores fixos. A comemoração anual do 29 de junho relembra e cultua o trabalho pioneiro das famílias alemães trazidas por Júlio Frederico Koeler, mas dizer-se textualmente e na verdadeira acepção da palavra que foi um movimento colonizatório, é um tanto forte. A distribuição dos prazos para a fixação das famílias, representa uma forma de conferir ao povoado uma população fixa para que ele se tornasse um apêndice do principal objetivo do Imperador que era o seu palacete de verão. Verificou-se uma ocupação das terras mediante a divisão da fazenda em lotes criando o Imperador uma cidade dividida em dois segmentos: o centro urbano de negócios e residências sazonais e a periferia, dividida em quarteirões, entregue às famílias, na maioria alemães, para que desenvolvessem atividades de produção. Não existe a conquista, o desbravamento, a disputa das terras, senão um assentar pacífico e ordeiro sob a recomendação de prover o centro da povoação de todo o necessário para sua expansão. Assim, o quarteirão que se transformou no Centro Histórico, foi o grande e verdadeiro impulsionador da cidade, enquanto o quarteirões dos “colonos” sobreviviam com agricultura de subsistência e atividades artesanais trazidas da origem mas que não atingiam plenamente o centro histórico que importava tudo da Corte. A industrialização, que surge em função das águas correntes da serra apropriadas para gerar energia hidráulica, atraem investidores dos grandes centros e pouco ou quase nenhuma atividade fabril surge nas glebas urbanas em desenvolvimento pelas famílias alemães. A criação do povoado passa por essa […] Read More

ÍNDICE ALFABÉTICO DOS 361 NOMES DAS 456 FAMÍLIAS DE COLONOS GERMÂNICOS QUE CHEGARAM EM PETRÓPOLIS, ENTRE 29/06/1845 E 31/12/1846

ÍNDICE ALFABÉTICO DOS 361 NOMES DAS 456 FAMÍLIAS DE COLONOS GERMÂNICOS QUE CHEGARAM EM PETRÓPOLIS, ENTRE 29/06/1845 E 31/12/1846 Paulo Roberto Martins de Oliveira, Associado Titular, cadeira nº 10 – Obs.* Famílias com levantamentos genealógicos. Adams*, Alfeld*, Andreas*, Arweiler*, Auler*, Bach, Balter, Barten*, Bauer, Bauermann, Baumgatner, Bechtlufft, Beck, Becker, Behrens, Benchel, Bender, Berlandi, Berr, Beuren, Biehl, Blaeser, Blaesius, Blankenberger, Blatt, Blatten, Blum, Boelling, Boller, Bonacker*, Borchtelmann, Borrê, Brahm*, Brand, Braun, Breuer, Brunner*, Buehler, Buhl, Bumb*, Burger, Capalo*, Castor*, Christ, Dahlen*, Debald*, Deister*, Delvo, Dengler, Deroche, Deubert, Diehl, Dietrich, Dietz, Doerscheid, Dohm, Dorr*, Dupont, Dupré, Ebeling*, Eberhardt, Ebertz, Echternacht, Eckardt, Eiffler*, Einsfeld, Elbert, Emmel, Engelmann, Eppeisheimer, Eppinghaus, Erbes*, Esch, Espenschied*, Essinger, Ev, Exel*, Faber, Faulhaber*, Fecher, Feldmann, Finkennauer, Firmes, Fischer, Flaeschen, Flesch, Fliess, Forster, Franz*, Friedrichs, Gabelmann, Gabrich, Gall, Gehren, Geoffroy, Georg, Gerhard, Gietz, Gimpel, Glassow*, Goehl, Goeller, Goettnauer*, Goetz, Gorges, Graeff, Gregorius, Groess, Grotz, Gudehus, Guenster, Guntermann*, Gutmann, Hamm, Hammes*, Hang, Hansen, Happe*, Harres*, Hart, Hartmann, Haubrich*, Hees*, Hehn, Heiderich*, Henemann*, Henrichs, Hilgert*, Hill, Hillen, Hinkel, Hinnerscheid*, Hippert*, Hoefner, Hoelz*, Hoenes*, Hoffmann, Huegel*, Hummel*, Husch, Indstein*, Jacobs, Jacoby, Jaeger, Jahn, Jantz, Jenz, Jochem, Joras, Jost*, Jung, Justen, Kaercher*, Kalkuhl*, Kallenbach, Kappaum, Kappler, Kapps, Karl, Kauert, Keck, Keuper, Kind*, Klaes*, Klaudi, Klein, Kling*, Klingel, Klippel, Kloh*, Knecht*, Kneipp, Kniebel*, Knuth, Kober*, Kochems, Koetzer, Kolling, Konflanz, Kopf, Kopp, Korndorfer*, Korth, Kraemer, Kramm, Kratz, Kraus, Krautkraemer*, Krebs, Kreis, Kreischer*, Krings, Kronemberger*, Kuhn, Kunz, Kurtenbach*, Kustermann, Lahr, Latsch, Laufersweiler*, Lauterbach, Licht, Licker*, Linden, Link*, Littig, Lochem*, Loepsch, Loos*, Lorang, Luebe*, Luetger, Lukas, Mahler, Mainartz, Maiworm*, Malmann, Martini, Marx, Mathis, Maul, Mayer, Mebus, Mees*, Merker, Mertens, Meures, Michel, Moehlig*, Molter, Monken, Morsch, Muenich, Muller, Munch, Mundstein*, Mussel, Neisius*, Neumann, Nichtern*, Nicodemus, Nicolai, Nienhaus*, Noel*, Ohlweiler, Orth, Petry, Pfeiffer, Philippi, Pitzer*, Plantz, Platten, Platz*, Plenz, Rablais*, Raeder, Reinsfeld*, Reiss, Reissinger, Reith, Reitz, Renzler, Retzmann, Reuther, Rheingantz, Richter, Rippel, Rockenbach, Rody, Rosenbach*, Roux*, Ruhl, Sattler*, Sauer, Saueressig, Schaefer, Schanuel, Scheid, Scherer*, Schimmels, Schimidt, Schimitt, Schimitz, Schneider, Schnoeneck, Scholl, Schorsch, Schroeder, Schuessler, Schumacher, Schunck, Schwabenland, Schwartz, Schweickardt, Seitz, Sieben, Silbernagel, Simon, Sindorf, Sisterhenn*, Sixel*, Sommer, Sperle, Stadler, Starck*, Steinborn, Stoffel, Straub, Stulpen, Stumm, Stumpf, Stutzel, Suss, Surerus*, Sutter, Tannein, Ternes, Tesch, Thees, Theis, Theisen, Theobald, Thomas, Trojack*, Uhlweiler, Ulrich, Vetter, Vogel, Vogt, Vones*, Wagner, Waldhelm, Weber, Webler, Weckmuller*, Weiand, Weinem*, Weinschutz, Weirich, Weitzel, Wendling, Werkhauser, Werner, Wetzler, Wey, Wichers, Wilbert, Wildberger, Willems, Willing, Windhauser*, Winter*, Wirsch, Wolf, Woll, Zacher*, Zerban, Zillig*, Zimmler e Zoebus*.

D. PEDRO II, CAXIAS E ZACARIAS (A grande vantagem da existência do Poder Moderador)

D. PEDRO II, CAXIAS E ZACARIAS (A grande vantagem da existência do Poder Moderador) Otto de Alencar Sá Pereira, ex-sócio Quando lecionamos a disciplina “Realidade Social Brasileira” um dos assuntos que abordamos intitula-se “Poder Nacional e Política Nacional”. Não querendo desvirtuar este artigo em uma aula de RSB, passamos “Au Vol D’Oiseau” sobre conceitos básicos, indispensáveis para que o assunto se torne claro. Poder Nacional, como diz a palavra, é o poder da nação. Esta, quando já possui, bem desenvolvidos, seus elementos básicos, quais: a população, o território e as instituições, e, quando, entre estas, cresce a instituição política, conseguindo-se a autodeterminação da nação, podemos afirmar o surgimento de um Estado Soberano. Por isso, o poder do Estado chama-se Poder Nacional. Origina-se da Nação. O Estado não é senão um mero instrumento nas mãos da nação, para que esta passe a se governar, ter leis, ordem, desenvolvimento. Enfim tudo, que é necessário para alcançar o “Bonum Comune” ou “bem estar social”, que, afinal de contas, é a própria finalidade da existência do Estado. Por isso, o Estado existe para servir à nação e não o contrário, como apregoavam e apregoam os estados totalitários ( de direita ou de esquerda). Nesta tarefa de atingir o bem estar social, o estado se utiliza da Lei, da força e da política nacional. Esta última não deve ser confundida com politicagem. Ela é uma ciência. Constitue-se em um processo determinado pelo Estado, para atingir o bem comum. Entretanto, no dinamismo deste processo, muitas vezes surgem obstáculos, que impedem ou prejudicam alcançar o alvo da política nacional, qual seja o bem estar da nação. A ciência política distingue três tipos de obstáculos: 1 – “Fatores adversos”; 2 – “Antagonismos” e 3 – “Pressões”. O 1º – Fatores adversos se relacionam com todas as deficiências humanas ou problemas da natureza que a política nacional deva enfrentar ( Exemplo: Corrupção de políticos, inflação, leis desatualizadas; cataclismas, como nevascas, , terremotos, epidemias, etc…); O nº 3 – Chamado “pressões”: não passam de “antagonismos” que se valem da violência ( exemplo: terrorismo). Mas, se pulamos o nº 02 – “antagonismos”, foi propositalmente, porque é sobre ele que queremos desenvolver estas linhas, para chegarmos a um interessante episódio, durante a guerra contra o Paraguai, cujos personagens principais foram o próprio Imperador, o então Marquês de Caxias, Luiz Alves de Lima e Silva e o político Zacarias de Goes e Vasconcellos, […] Read More

PETRÓPOLIS E SUA MALOGRADA ANEXAÇÃO AO DISTRITO FEDERAL – II

PETRÓPOLIS E SUA MALOGRADA ANEXAÇÃO AO DISTRITO FEDERAL – II Francisco de Vasconcellos, Associado Emérito – Enfim, a idéia não tinha qualquer apelo popular e por conseguinte dela estavam alheios os autênticos petropolitanos. Mas apesar do corpo estranho introduzido numa simples reunião que visava o melhoramento de um dos principais logradouros da urbe de Koeler, a votação da proposta correu normalmente, tendo sido ela aprovada por unanimidade nos termos em que fora apresentada e conforme o projeto de Paulo Bergerot. Ficou constituído na altura um grupo de trabalho integrado pelos Drs. Roxo de Rodrigues, Souza Leão, Eugênio Gudin, Barão de Santa Margarida, José Paranaguá e Teixeira Soares, todos sob a presidência do Dr. Arthur de Sá Earp. Antes que findasse a reunião, o Barão de Ibirocaí, não querendo que morresse no nascedouro a idéia levantada pelo Dr. Roxo de Rodrigues, mesmo diante da má vontade do Presidente da Câmara, propôs, que fosse convocado novo encontro, para que se apreciasse a anexação de Petrópolis ao Distrito Federal. Aceita a proposta pelos presentes, Luiz da Rocha Miranda, alvitrou que seria melhor criar-se uma comissão para o estudo prévio do tema, tendo sido aclamados para tal, Paulo de Frontin, Luiz da Rocha Miranda, Antônio Roxo de Rodrigues, Villela dos Santos, Joaquim Moreira, Franklin Sampaio, Conde de Figueiredo, Teixeira Soares e Eugênio de Almeida e Silva. A Tribuna de Petrópolis, arauto de longa data dessa aspiração da Corte na serra, saiu logo em defesa dela em momentoso artigo que veio a furo no dia 15 de fevereiro de 1906. Dizia o redator da matéria: “Ora, foi baseado nessas razões, que advogamos a aquisição do território desta cidade e de uma faixa dos municípios de Magé e de Iguaçu, necessários ao prolongamento do Distrito Federal até cá, estabelecendo-se, entretanto, um regime especial, que de modo algum ofendesse a autonomia de que goza atualmente Petrópolis, como município do Estado do Rio de Janeiro. E isto por uma razão muito simples: cidade importante, universalmente conhecida, Petrópolis não pode, nem deve perder de um momento para outro, os foros de que goza, para se converter num simples subúrbio daquele distrito, abandonado, sem melhoramentos úteis, como acontece atualmente com o Engenho Novo, Todos os Santos, Cascadura e muitos outros. É necessário, portanto, que a comissão encarregada de estudar o grave assunto, pese bem as vantagens que se deve tirar para Petrópolis, com a anexação proposta”. Tinha certa razão o […] Read More

QUINHENTOS ANOS DO NASCIMENTO DE SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA (OS)

OS QUINHENTOS ANOS DO NASCIMENTO DE SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, cadeira nº 15 – Comemoramos este ano cinco séculos do nascimento de São Pedro de Alcântara, um dos mais virtuosos santos da Igreja de Cristo, que é o padroeiro do Brasil, o patrono particular de Dom Pedro II, o padroeiro de Petrópolis e também o Orago de nossa Catedral. Para compreender São Pedro de Alcântara é necessário situá-lo no contexto histórico do século XVI. A Reforma Protestante ocorrida na primeira metade deste século, transformou brutalmente a estrutura eclesiástica e a doutrina da salvação. A Igreja Católica, procurando deter o avanço do protestantismo, convocou o Concílio de Trento, em 1545, o qual esteve reunido até 1563, dele resultando uma Igreja reformada e modernizada. Entretanto, é importante ressaltar que antes do grande conclave, algumas importantes providências foram tomadas pelos católicos no sentido de realizar “uma renovação da vida espiritual, através da oração, visando a permitir que os homens vivessem mais intensamente, mais ardentemente, mais individualmente, com o Salvador, n’Ele e por Ele” (1). Neste particular destacaram-se os jesuítas, franciscanos e dominicanos, que escreveram diversos tratados de oração, traduzidos em diversas línguas. Assim, em 1526, Santo Inácio de Loiola publicou os Exercícios espirituais, “que agrupavam, metodicamente e em boa ordem, os princípios da oração, acrescentando-lhe conselhos minuciosos, que formam uma espécie de manual de tática espiritual. Fornecem assim um sumário de uma série de meditações que, em princípio, devem executar-se em quatro semanas, e que incidem sobre o destino do homem, a vida de Cristo, a Última Ceia, a Paixão e os mistérios de Cristo ressuscitado. Esta oração exige esforço: a cada ponto da meditação, a memória recorda os fatos, a imaginação torna-os sensíveis, a inteligência tira as respectivas conseqüências e a vontade formula decisões. Cristo é um Rei que convida a entrar no seu exército. O fiel é o cavaleiro que se entrega ao Senhor e lhe testemunha seu amor pela luta contra os maus instintos” (2). Entretanto, outros espirituais praticavam e espalhavam o conhecimento dos restantes graus da oração, a oração de fé, conversação interior sem qualquer ruído de palavras, sentimento da presença de Deus e do contato com Deus, sem qualquer imagem, sem nada sensível, como por meio de um sentido especial e finalmente os diferentes graus de oração mística, cujos melhores tratados foram escritos por Santa Teresa d’Ávila, a reformadora da ordem das […] Read More

PESQUISA HISTÓRICA – III – ENCRUZILHADAS NO CAMINHO DA HISTÓRIA

PESQUISA HISTÓRICA – III – ENCRUZILHADAS NO CAMINHO DA HISTÓRIA Carlos e Jany Limongi, Associado Titular falecido e Associada Emérita 6. Encruzilhadas no caminho da história: Nestas nossas caminhadas pelo campo da pesquisa, nos deparamos com obras valorosas de pessoas sérias que se preocupavam em reconstruir a História Fluminense. Para o presente título, muito nos valemos da obra do historiador João Fernandes, focalizando e mesmo transcrevendo artigos de sua autoria publicados no “Jornal de Petrópolis” de 25 de dezembro de 1933. Toda a composição, que merecia ser republicada na íntegra, é um relato interessantíssimo sobre as múltiplas dependências de São José a outras localidades. Por isso, pondo luz sobre antigas dúvidas e erros de interpretação. Todos sabem, mesmo porque nunca escondemos o fato de que somos pesquisadores empíricos. Isto é, não temos formação científica. Com esforço, nos submetemos a certos princípios básicos consubstanciados em autores de obras metodológicas. Em função das nossas pesquisas locais, sempre julgamos estranho o relato encontrado em vários autores, afirmando que a Freguesia de São José teria, em 1857, sido anexada ao novo Município de Petrópolis. A dúvida surgiu porque, pesquisando os livros da Câmara de Paraíba do Sul, encontramos, no citado ano, vereador representante da Freguesia de São José atuando naquela Casa Legislativa. O que confirmava a continuidade da dependência de São José à Vila da Paraíba do Sul. Acreditamos que o engano se deu porque, realmente, o segundo distrito da Freguesia foi anexado a Petrópolis pela Lei nº 961, de 29 de setembro de 1857. A propósito deste fato, seria melhor ouvir o próprio João Fernandes: (Trabalho publicado em 25-12-1933 no “Jornal de Petrópolis”). “Em 1677, a Freguesia de N. S. da Piedade do Inhomirim compreendia o território semeado de vertentes da importante bacia da planície fluminense; mais tarde, transpondo o planalto, dilatou-se sertão adentro, até a margem do Parahybuna, abrangendo a Serra da Estrela e a longa margem aberta do Piabanha com todos os vales que lhe são atribuídos. O respectivo distrito judiciário obedeceu até 1789 ao termo da cidade do Rio de Janeiro. Creando-se então o Município de Magé, passou o distrito de Inhomirim a pertencer-lhe, sofrendo, ao mesmo tempo, sensível restrição territorial, que atingiu igualmente à freguesia eclesiástica. Os limites de ambos passarão a confinar com os da Freguesia de Parahyba do Sul, que também se creara, constituída, entre outras, das antigas capelas filiais do Senhor de Matosinhos do Sardoal e de […] Read More

PESQUISA HISTÓRICA – II – AS ORIGENS DE SÃO JOSÉ

PESQUISA HISTÓRICA II – AS ORIGENS DE SÃO JOSÉ Carlos e Jany Limongi, Associado Titular falecido e Associada Emérita 4. As origens de São José: As pesquisas históricas são uma atividade apaixonante e infindável. No meio da caminhada, aparecem misteriosas encruzilhadas que são um novo desafio a ser vencido. As dificuldades em encontrar novas fontes, o penoso trabalho de leitura, muitas vezes, antagônico, a perplexidade diante de certas afirmações, tudo isso faz da pesquisa atividade sumamente complexa e altamente comprometida com o que expressam os documentos. As origens de São José constituem tema que tem três partes e ainda está incompleto. A cada passo, encontramos dúvidas que só o tempo e o trabalho nos proporcionarão as soluções. Até o dia de hoje, não tínhamos idéia clara sobre o tipo de dependência que São José teve, no passado, em relação à Vila de Cantagalo. Alguns historiadores cautelosos alegaram não terem encontrado documentação suficiente para esclarecer esta vinculação. Dias atrás, esta era também a nossa posição. Entretanto, sabemos agora, graças a uma reprodução do “Termo de Declaração e Demarcação dos Limites da Vila de São Pedro de Cantagalo” que , sem dúvida, São José, em grande parte, estava dentro do referido Termo, desde 1814, quando a Vila em questão foi criada. É bem verdade que, pela leitura do Alvará, se conclui que somente os territórios situados à margem direita do Rio Preto pertenceram à Cantagalo, ficando as terras da margem esquerda do Rio Preto com a Freguesia de Inhomirim e o seu segundo Distrito sobre o Termo da Vila de Pati de Alferes. Encontramos vários documentos que foram levados à Comarca de Cantagalo, o que comprova a extensão de sua jurisdição sobre São José. A História nos mostra que as divisões administrativas da Igreja, realizadas para dar atendimento às populações, de modo geral, prevaleceram, sendo adotadas pelo Governo na Administração Pública. Mas nem sempre as coisas aconteceram assim. Alguns Presidentes da Província do Rio de Janeiro preocupados com a repetição de nomenclaturas e com a variação de dependências, tentaram criar instrumentos legais que viessem por fim a tais situações. A existência dos Distritos Eleitorais que criavam novo tipo de dependência aumentava mais ainda a confusão. O Distrito Eleitoral de São José e de Cantagalo era originalmente em Santo Antônio de Sá, cuja origem era bem anterior. Neste caso, para evitar o deslocamento dos eleitores para votarem em Santo Antônio de Sá por […] Read More