HISTÓRIA DA CÂMARA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS SEGUNDO AS ATAS DE SUAS SESSÕES – BREVES COMENTÁRIOS SOBRE OS ARTIGOS PUBLICADOS. Paulo Machado da Costa e Silva, ex-Associado Emérito, ex-Titular da Cadeira n.º 2 – Patrono Alcindo de Azevedo Sodré, falecido A título de introdução Em 1965, quando eu era Presidente da Câmara Municipal, tentei, com o apoio do Prof. Lourenço Luiz Lacombe, Diretor do Museu Imperial, em cujo acervo se encontravam tombados dez volumes das Atas da Câmara, realizar a transcrição das Atas do primeiro volume. Por falta de pessoal preparado e de técnica adequada, fui obrigado a interromper o iniciado e a desistir do projeto. Vinte e nove anos mais tarde, em novembro de 1993, juntamente com a equipe do Museu, levamos ao Presidente da Câmara Municipal, Vereador Márcio Arruda de Oliveira, a proposta de a Câmara Municipal se associar ao Museu na realização do projeto de “Preservação das Atas da Câmara Municipal de Petrópolis,” preparado pelo Setor de Documentação e Referência do seu Arquivo Histórico. A Câmara Municipal, compreendendo a importância e a oportunidade da proposta, promulgou a Lei Municipal n° 5.110, de 20 de janeiro de 1994, que instituiu, em caráter permanente seu projeto de “Recuperação da Memória Histórica do Legislativo Petropolitano.” Em consequência, em 16 de março de 1994, foi assinado um Termo de Cooperação Técnica pela Diretora do Museu Imperial, Dra. Maria de Lourdes Parreiras Horta, e pelo Presidente da Câmara Municipal, Vereador Márcio Arruda de Oliveira. De imediato, compostas e preparadas as duas equipes, a do Museu e a da Câmara, puseram mãos à obra, realizando o trabalho com extraordinário interesse e competência, sob a orientação da equipe técnica do Museu. Os dois Presidentes da Câmara Municipal, a seguir, os Vereadores Nelcyr Antônio da Costa e Ronaldo Carlos de Medeiros Júnior, por sua compreensão esclarecida e por seu constante apoio, no que competia à parte da Câmara, tornaram possível a realização da parte inicial do projeto. Assim, as Atas da 1ª e da 2ª Legislaturas foram editadas em disquete, lançado em setembro de 1997, abrangendo o período de 17.06.1859 a 30.12.1864. Sucessivamente, foram editados mais três disquetes. O segundo, em dezembro de 1998, com as Atas das 3ª e 4ª Legislaturas, isto é, de 1865 a 1872; o terceiro, em abril de 2000, com as Atas das 5ª e 6ª Legislaturas, de 1873 a 1880; o quarto e último disquete, em dezembro de 2000, com […] Read More
FUNDADOR E PRESIDENTE DO INSTITUTO HISTÓRICO DE PETRÓPOLIS (O)
O FUNDADOR E O PRESIDENTE DO INSTITUTO HISTÓRICO DE PETRÓPOLIS Paulo Machado Costa e Silva, associado titular, cadeira nº. 2, patrono Alcindo de Azevedo Sodré A Instituição que tenho a honra de presidir, está intimamente ligada à vida e às atividades de Alcindo Sodré no período que vai de 1937 a 1952. Ela aparece como prolongamento natural e consequência espontânea de seu pensamento e do seu agir. Na época, ele era o Secretário da Comissão do Centenário de Petrópolis, criada pelo Ato n.º 704, de 28 de junho de 1937, pelo Prefeito engenheiro Iêdo Fiúza. A origem de tal medida administrativa foi uma Indicação, aprovada pela Câmara Municipal, em 28 de novembro do ano anterior, apresentada e defendida pelo então Vereador Dr. Alcindo de Azevedo Sodré. Essa Comissão do Centenário de Petrópolis, nos anos de 1938 a 1942, coexistiu com o Instituto Histórico de Petrópolis, a que, logicamente, dera sequência. Em verdade, o Instituto, fruto dos trabalhos dessa Comissão, era o mesmo tempo, penhor e certeza da continuidade do esforço daqueles poucos que visavam objetivos maiores e a mais longo prazo. Hoje, aí estão esses trinta e dois anos de existência do Instituto Histórico de Petrópolis, muito bem vividos no cumprimento de suas obrigações estatutárias e numa série de realizações positivas que, certamente, não traíram a fé e a esperança de seus fundadores. Ainda que sucintamente, vejamos como teria surgido a ideia, ou antes, a convicção de que fundar-se um instituto de estudos históricos, em Petrópolis, era uma necessidade inadiável e uma condição sine qua non para não se perder a continuidade das pesquisas e dos trabalhos iniciados a tanto custo. Para esse estudo, voltemos às fontes, pesquisemos nos documentos. Da leitura atenta do Livro de Atas da Comissão do Centenário ressalta logo, com toda a clareza, que o Dr. Alcindo não era apenas simples anotador dos trabalhos dessa Comissão, criada por sua iniciativa e empenho. Ele era muito mais. Era o principal interessado em que a Comissão funcionasse de fato e realizasse todos os objetivos para os quais fora criada. Executando, ao menos, o que determinava o Ato n.º 704, ela devia: a) – “propôr ao Govêrno Municipal as medidas que julgasse oportunas e necessárias para o brilho das homenagens projetadas” e b) – “coligir os dados e documentos que facilitassem a elaboração da história da cidade”. Aqui, neste segundo objetivo se encontra a verdadeira causa eficiente do aparecimento […] Read More
HOSPITAL DA CASA DE CARIDADE DE PETRÓPOLIS (O)
HOSPITAL DA CASA DE CARIDADE DE PETRÓPOLIS (O) – CONHECENDO NOSSO PASSADO – (SÉRIE ESPECIAL) Paulo Machado Costa e Silva, associado titular, cadeira nº. 2, patrono Alcindo de Azevedo Sodré. Interrompendo o relato histórico seqüencial dos principais fatos de nossa Câmara Municipal, de acordo com as Atas de suas sessões até 1871, resolvemos tratar, de forma específica, de um assunto que agitou a Câmara Municipal no ano de 1868, a saber, os encontros e desencontros entre o Governo Provincial e os Vereadores desta cidade a respeito da manutenção ou do fechamento do seu primeiro Hospital, o da Casa de Caridade de Petrópolis. Esperamos fazê-lo nos cinco artigos desta série especial, hoje iniciada. Necessário se faz, porém, informar os leitores sobre o que aconteceu precedendo a situação, objeto principal desta narrativa, contada segundo as Atas da Câmara Municipal, embora os preliminares dessa estória, propriamente dita, se situem entre o final de 1867 e maio de 1868. Convém que se saiba, inicialmente, como a Câmara Municipal passou a ser responsável pela administração do primeiro hospital de Petrópolis. O primeiro hospital do povoado de Petrópolis, também conhecido como Hospital da Casa de Caridade de Petrópolis, era mantido pela Diretoria da Imperial Colônia de Petrópolis, alojado em casa nem sempre adequada à finalidade. Sobrevivia graças ao apoio da Superintendência da Fazenda Imperial de Petrópolis e à dedicação dos médicos, que o atendiam. Na época da elevação de Petrópolis à cidade (1857-1859), o Dr. Tomás José da Porciúncula era o Diretor e se dedicava totalmente a esse hospital, embora as dificuldades financeiras fossem ingentes e crescentes. Apenas na condição de médico oficial do hospital, ele continuou até 1° de janeiro de 1861, como comunicou ao Presidente da Província em 17 de fevereiro de 1861, para poder assumir as funções de Vereador. (Atas, 041). Por isso se compreende que o Presidente da Província, Inácio Francisco Silveira da Mota, em portaria de 24 de dezembro de 1859, lida na sessão da Câmara, em 18 de janeiro de 1860 (Atas, 010), tenha convidado a Câmara a tomar a seu cargo a administração do referido hospital, mediante a quota anual que a este couber do produto das loterias. Para responder conscientemente ao convite, diante da responsabilidade da proposta, a Câmara decidiu solicitar ao médico diretor do hospital muitos dos indispensáveis esclarecimentos a respeito desse estabelecimento. Porém, em 1° de março de 1860, o Presidente da Província, voltou a […] Read More
CONHECENDO NOSSO PASSADO – HISTÓRIA DA CÂMARA MUNICIPAL SEGUNDO SUAS ATAS
CONHECENDO NOSSO PASSADO – HISTÓRIA DA CÂMARA MUNICIPAL SEGUNDO SUAS ATAS Paulo Machado da Costa e Silva A título de exórdio A partir deste artigo, destinada sua seqüência a estudantes e a curiosos por conhecerem detalhes da história de sua cidade, pretende-se divulgar um pouco do que se pode recolher das Atas da Câmara Municipal de Petrópolis. Dupla é a razão para o que se objetiva salientar neste artigo: a aproximação do primeiro sesquicentenário da Câmara Municipal de Petrópolis e o trabalho que vinha sendo realizado pelo Museu Imperial e pela Câmara Municipal para a preservação e divulgação das Atas da Edilidade petropolitana. Encontramo-nos a apenas três anos do sesquicentenário da instalação da primeira Câmara Municipal de Petrópolis, ocorrida em 17 de junho de 1859. Embora não seja um passado tão distante assim, mas que constitui parte importante da história desta cidade, pode-se afirmar que ele é desconhecido quase totalmente. Importa, portanto, revelá-lo. Pois, trata-se de recuperar o conhecimento de um passado capaz de fazer compreender o presente e de melhor orientar o futuro desta cidade e deste município, pelas preciosas informações de ordem econômica e social, que ele contém. Num trabalho pioneiro, realizado por duas equipes bem entrosadas, uma do Museu Imperial e outra da Câmara Municipal de Petrópolis, foram copiadas, conferidas e analisadas as Atas do Legislativo petropolitano do período do Império, isto é, de 1859 a 1889. Com a presente divulgação também se objetiva prestar homenagem aos promotores e patrocinadores dos dois importantes projetos de natureza cultural, muito bem integrados, e às equipes que, com dedicação e inteligência, souberam torná-lo realidade. O primeiro projeto, o da Preservação das Atas da Câmara Municipal de Petrópolis (1859 – 1896), foi ideado pelo Setor de Documentação e Referência do Museu Imperial, que conserva em seu Arquivo 10 códices dessas Atas. Esta seria a participação do Museu Imperial nas comemorações do sesquicentenário da cidade, em 1993. O segundo projeto é o da Câmara Municipal, induzido pelo Museu, ao se associarem para essa realização. Em 20 de janeiro de 1994, o Presidente da Câmara Municipal, Vereador Marcio Arruda de Oliveira, promulgou a Lei nº 5.110, que instituiu, em caráter permanente, na Câmara Municipal, o projeto Recuperação da Memória Histórica do Legislativo Petropolitano. Nessa Lei ficava autorizada a assinatura de um convênio com o Museu Imperial, se fosse conveniente. Também determinava a inclusão de numerário para o projeto na previsão orçamentária de […] Read More
POLÍTICOS NA ACADEMIA
POLÍTICOS NA ACADEMIA Paulo Machado da Costa e Silva, ex-Associado Emérito, ex-Titular da Cadeira n.º 2 – Patrono Alcindo de Azevedo Sodré, falecido Apresento alguns dados biográficos de ilustres cidadãos que, em Petrópolis, também militaram na política local, todos já falecidos. Trata-se da palestra que, sob o título de “Políticos na Academia”, tive a honra de proferir na Sessão Solene de 11 de novembro de 2002. Por pertencerem, simultaneamente, esses ilustres Acadêmicos aos quadros do Instituto Histórico de Petrópolis, entendi, não obstante a pouca valia dessa contribuição, que ela também pudesse interessar à nossa nobre e querida Instituição. Senhoras Senhores Nossa Diretoria, ao organizar a comemoração dos oitenta anos da existência deste sodalício literário, chegou à conclusão de que a melhor forma seria a de relembrar os Acadêmicos, que tanto a ilustraram, tirando-os do esquecimento, agrupados pelas atividades em que se distinguiram. Coube-me, com a pronta anuência de nosso Presidente, solicitar que também merecessem destaque os que se haviam assinalado na área das atividades políticas. É o que pretendo fazer sob o tema de Políticos na Academia. Permitam, porém, que antes diga algumas palavras sobre a nobre arte da Política, tão malvista por tantas distorções e equívocos maquiavélicos observados nos últimos tempos. Chamei-a de “nobre arte”, porque a Política é a difícil arte de gerir as atividades e os interesses da cidade, da pólis e dos seus cidadãos de modo a proporcionar desenvolvimento e progresso da comunidade em favor e no interesse do bem comum dos cidadãos. O bem é, por antonomásia, a perfeição de que é suscetível uma coisa. O bem, especificamente humano, por conseguinte, deve-se procurar, como diz Aristóteles, dentro da “perfeição” que o homem pode alcançar, ou, no dizer de Tomás de Aquino, que segue na esteira de Aristóteles, dentro da “perfeição” essencial ao homem, isto é, na plena realização do ser humano. O homem é homem perfeito na razão e pela razão, conforme as exigências de realização plena da sua natureza. Contudo, sabemos que ele não está indefectivelmente obrigado a conduzir-se de acordo com tais exigências. Esta faculdade de autodeterminação, própria do homem, é precisamente o fundamento da responsabilidade da sua conduta e do fenômeno da moralidade. Ao tratar do bem comum e das ajudas que lhe configuram a essência, não basta pensar no Estado e na comunidade política; é necessário ter presente a família e a nação, a comunidade do município e a profissional, […] Read More
INFLUÊNCIA DAS “VOZES” NA CULTURA PETROPOLITANA (A)
A INFLUÊNCIA DAS “VOZES” NA CULTURA PETROPOLITANA Paulo Machado da Costa e Silva, Associado Emérito, ex-Titular da Cadeira n.º 2 – Patrono Alcindo de Azevedo Sodré, falecido A EDITORA VOZES LIMITADA, por motivo da celebração de seu primeiro centenário de existência, vem recebendo em vários pontos do País um grande ciclo de homenagens. Por isso, também nós aqui, em Petrópolis, com o apoio do Professor Jeronymo Ferreira Alves Netto, Presidente do Instituto Histórico de Petrópolis, do qual temos a honra de ser Vice-Presidente, queremos nos associar a esse merecido reconhecimento e louvor da EDITORA VOZES. Ela, há mais de cem anos, espalha entre o Povo Brasileiro sementes de instrução, de fé, de ciência, de arte, de história e de civilização com o objetivo de elevar a cultura do Povo como base de um progresso sustentado para toda a Nação. Naquele início do século XX, o grande instrumento dessa renovação cultural escolhido para realizar tão magna tarefa, que para os fundadores tinha o significado e o alcance de uma nova missão, além da publicação de livros escolares e religiosos, foi o lançamento das “VOZES DE PETRÓPOLIS, Revista mensal, religiosa, científica e literária, dirigida pelos Padres Franciscanos.” Era o que se lia na página de rosto do seu primeiro número. Isto ocorreu em julho de 1907. Completavam-se apenas 11 anos que os Franciscanos haviam chegado a Petrópolis, onde se encontravam desde 16 de janeiro de 1896. A modestíssima Tipografia da Escola Gratuita São José, montada pelos Frades, em 1901, nos porões do Convento, estava apenas em seu sexto ano de existência. Cabe aqui, antes de desenvolvermos o tema proposto, mas com ele conexo, prestarmos nossa homenagem à Editora Centenária. Melhor homenagem não poderia tributar do que a que fez Frei Vitório Mazzuco, OFM, seu Diretor Editorial, em o número 2 da revista CULTURA VOZES deste ano. Citaremos alguns trechos desse artigo, em que, rememorando a existência passada da Editora, lança olhares ambiciosos para seu futuro. “Qual o segredo desta obra franciscana que chega ao seu centenário? O segredo é coerência e fidelidade a seus princípios. De Inácio Hinte, seu primeiro Diretor, até os dias de hoje, VOZES tem claro sua missão, visão e valores.” …”A missão tem seus componentes que são a sua razão de ser: captar e gerar idéias para o diálogo entre as culturas e a fé cristã; o negócio: oferecendo produtos editoriais de boa qualidade; o mercado-alvo: a partir do […] Read More
HOMENAGEM A PAULO BARBOSA
Inicio esta breve palestra, utilizando um dístico tirado de um trabalho de Américo Jacobina Lacombe. Nele está caracterizado o tipo de relacionamento que existiu entre Paulo Barbosa da Silva e o Senhor D. Pedro II. Espero também encontrar nesse mote elementos para tecer uma glosa de caráter filosófico em torno de tão ilustre e influente personagem do 2º Reinado. O dístico é o seguinte: “… servindo ao soberano… a quem serviu sempre leal e devotadamente”. O trecho de que foi extraído consta do trabalho intitulado: “Paulo Barbosa e a Fundação de Petrópolis”, Petrópolis, 1939, pág. 33, e é aqui transcrito: “Paulo Barbosa, faleceu em 1868, aos 78 anos de idade, no seu posto de Mordomo, servindo ao soberano que acompanhara desde a infância e a quem serviu sempre leal e devotadamente”. Acertadamente, o Estatuto de nosso Instituto Histórico de Petrópolis assinala algumas datas e personalidades que devem ser obrigatoriamente comemoradas. Entre eles, no mês de janeiro, está a figura do Major do Imperial Corpo de Engenheiros PAULO BARBOSA DA SILVA, que mais tarde, foi reformado no posto de Brigadeiro. Seu título para inclusão no calendário do Instituto Histórico: o fato de ter sido um dos co-fundadores da povoação de Petrópolis e seu real carinho e preocupação, estivesse perto ou distante, sempre demonstrados por esta terra. Melhor testemunho desse mérito de Paulo Barbosa, em relação a Petrópolis, é do próprio Imperador D. Pedro II, que reconheceu Petrópolis, a “filha” querida do Mordomo. Estatutariamente, o mês de janeiro pode ser dedicado ao Mordomo da Imperial Casa, PAULO BARBOSA DA SILVA, pois nasceu a 25 de janeiro de 1790 e a 28 de janeiro de 1868 veio a falecer. Foram 78 anos bem vividos. Paulo Barbosa da Silva nasceu em Minas Gerais, na cidade de Sabará ou Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará, sede da Comarca do Rio das Velhas e centro de um dos mais opulentos distritos auríferos de Minas Gerais. Sabará era Vila Real, desde julho de 1711, criada por Antonio de Albuquerque Coelho de Carvalho, primeiro governador da nova Capitania de São Paulo e Minas do Ouro, instituída por Carta Régia, de 09 de novembro de 1709. Os pais do futuro Mordomo foram Antonio Barbosa da Silva e Ana Maria de Jesus. Ele, coronel de Milícias. Pois na Comarca do Rio das Velhas existiam quatro Regimentos de Milícias de Auxiliares, sendo dois deles da Nobreza. Paulo […] Read More
FERIADOS MUNICIPAIS – BREVE HISTÓRICO
FERIADOS MUNICIPAIS – BREVE HISTÓRICO Paulo Machado da Costa e Silva, ex-Associado Emérito, ex-Titular da Cadeira n.º 2 – Patrono Alcindo de Azevedo Sodré, falecido 1. A Deliberação nº 132, de 29.11.49, conseqüência da Lei Federal n º 605, de 05.01.49, estabelecia como feriados religiosos em Petrópolis: 06 de janeiro – Santos Reis Magos; 29 de junho – São Pedro Apóstolo; 15 de agosto – Assunção da Virgem Maria; 1º de novembro – Todos os Santos; 08 de dezembro – Imaculada Conceição e ainda as festas móveis de Ascenção do Senhor e Corpus Christi. 2. A Deliberação nº 139/49 não considerava feriados municipais, mas dias de simples comemorações ou dias festivos: 16 de março (Fundação de Petrópolis) e 19 de outubro (São Pedro de Alcântara, padroeiro da Cidade). No entanto, as repartições da Prefeitura Municipal e as Escolas municipais não deviam funcionar. A Deliberação nº 1141, de 15.06.59 considerou data festiva no Município o dia 17 de junho de 1959, quando se comemorou o 1º centenário da instalação da 1º Câmara Municipal de Petrópolis. Também a Deliberação nº 2.447, de 11.05.66, fixou a data de 08 de maio como dia festivo, em comemoração à criação do Distrito de Pedro do Rio em 08.05.1892. 3. No entanto, em 27 de dezembro de 1966, o Decreto-lei federal nº 86 alterou o art. 11 da lei nº 605, de 05.01.49, dando-lhe a seguinte redação: “Art. 11 – São feriados civis os declarados em Lei federal. São feriados religiosos os dias de guarda, declarados em lei municipal, de acordo com a tradição local e em número não superior a quatro, neste incluída a Sexta-feira da Paixão “. Em conseqüência e nos termos desse Decreto-lei nº 86/66, a Deliberação nº 2562, de 24 de maio de 1967 considerou feriados religiosos municipais os seguintes dias: Corpo de Deus (Corpus Christi), que sempre cai em quinta-feira ; Sexta-feira da Paixão e 19 de outubro (São Pedro de Alcântara – Padroeiro do Município e da Catedral). Essa Deliberação nº 2562/67 considerava o dia 16 de março apenas como data festiva a ser comemorada pela Municipalidade, não o tendo na lista dos feriados municipais. 4. Logo em 26 de outubro de 1967, pela Deliberação nº 2611, foi instituído feriado municipal o dia 08 de dezembro – Imaculada Conceição, completando-se a quota de quatro dias feriados. Em 30 de outubro de 1970, a Deliberação nº 2937 revogou em parte a […] Read More
PETRÓPOLIS E O CENTENÁRIO FRANCISCANO
PETRÓPOLIS E O CENTENÁRIO FRANCISCANO Paulo Machado da Costa e Silva, Associado Titular, cadeira nº 2 – Em caráter solene, nos reunimos hoje, convocados pelo Instituto Histórico de Petrópolis, para nos associarmos às homenagens pela celebração do centenário da chegada à nossa cidade dos primeiros Frades Franciscanos no já distante 16 de janeiro de 1896, apenas cinco anos depois que a Província dos Frades Menores da Saxônia, na Alemanha, de acordo com compromisso assumido, havia enviado os primeiros missionários, que deveriam restaurar as duas Províncias Franciscanas do Brasil, em fase de quase extinção. Para Petrópolis, eles vinham trazidos pela interferência do zeloso Internúncio da Santa Sé no Brasil, Monsenhor João Batista Guidi, preocupado em propiciar aos descendentes dos colonos alemães católicos uma assistência religiosa mais efetiva e permanente do que a ele próprio vinha realizando com muito zelo, desde 1890, mas de forma intermitente, na capelinha do Sagrado Coração de Jesus da Rua Montecasseros, inaugurada em l874. E os Frades Franciscanos, nesses 100 anos de contínua permanência em Petrópolis, não só cumpriram a sua missão de propagadores da boa nova do Verbo de Deus encarnado, crucificado e ressuscitado, como se desdobraram a serviço da população de diversos bairros da cidade e estenderam os seus serviços à boa parte da Baixada Fluminense. Assim, os Franciscanos de Petrópolis foram criando raízes, se desenvolveram e se expandiram. No seu convento e em torno dele foi surgindo um centro cultural, que se projetou no país e ganhou renome no exterior. Podemos afirmar, sem exageros, que eles cresceram juntamente com a cidade e contribuiram também para projetá-la nacional e internacionalmente. Ao longo dos anos, mas desde o início, foram surgindo várias instituições por iniciativa desses pioneiros. Em 1901, tinha início a Tipografia da Escola Gratuíta São José, transformada depois no avançado parque editorial da EDITORA VOZES Ltda, cuja influência quase centenária em nosso país é indiscutível. A produção bibliográfica das VOZES, hoje, se concentra, resumidamente, em três áreas: a cultural, a teológico-bíblica e a catequético-pastoral. Apenas para se ter uma ligeira noção dos assuntos abrangidos em cada área por essas publicações, podemos mencionar o que segue, acentuando-se a qualidade dos critérios exercidos na seleção dos autores e das respectivas obras. Assim, na área cultural se destacam, entre outras publicações, os títulos sobre antropologia, comunicação, ecologia, economia, filosofia, história, letras e literatura, pedagogia e psicopedagogia, política, psicologia e psicanálise, serviço social, saúde e trabalho, sociologia… Na […] Read More
RELEMBRANDO AMIGOS… E FATOS
RELEMBRANDO AMIGOS… E FATOS Paulo Machado da Costa e Silva, Associado Titular, cadeira nº 2 – Difícil a tarefa que aceitei de, em muito breve espaço e tempo, fazer o elogio de três pessoas tão ilustres, quanto foram, o Dr. Jorge Bouças, o Dr. Arthur de Sá Earp Netto e o nosso inesquecível Lourenço Luiz Lacombe. Jorge Bouças foi meu sucessor na presidência deste Instituto Histórico. Lembro-me das agradáveis reuniões que, em continuação, ele presidia em torno da grande mesa, na sala do Arquivo do Museu Imperial, nossa acolhedora sede, por muitos e muitos anos. Eram reuniões da Diretoria e, ao mesmo tempo, reuniões abertas à participação dos demais sócios, que podiam e faziam provocar debate em torno dos mais variados temas, ligados à cultura histórica em torno de Petrópolis. Deliciosas tardes de sábado, que, muitas vezes, no verão, se prolongavam ao sabor de um chopps, no D’ Angelo. A presidência de Jorge Bouças teve o mérito de manter acesa a chama do entusiasmo pelo estudo das coisas de Petrópolis. Tinham a presença brilhante personalidades como Américo Jacobina Lacombe, Arthur Cezar Ferreira Reis, Pedro Calmon, Gustavo Ernesto Bauer, Luiz de Oliveira, Lourenço Luiz Lacombe, Carlos Rheingantz, Arthur de Sá Earp Netto e muitos outros com sugestões, propostas, pequenos ensaios, mas, sobretudo, com suas reflexões e achegas, sempre enriquiecedoras. Pena é que, de tudo isso, não haja registros para melhor aproveitamentos pósteros. A passagem de Jorge Bouças pelo Instituto Histórico de Petrópolis deixou, assim, as suas marcas e, em sinal de respeito e gratidão, ele merece ser lembrado nesta oportunidade. Arthur de Sá Earp Netto era para a maioria, simplesmente, o Dr. Arthur. Como costumava dizer, tinha um bom arquivo sobre Petrópolis e sobre algumas de suas personalidades, familiares seus. Acreditamos que tal arquivo não se dispersou e esteja guardado em boas mãos, no interesse de nossa cultura histórica. para mim, se o Dr. Arthur não produziu obra de vulto sobre a história local, ele era, indubitavelmente, um debatedor de boa memória e de amplos conhecimentos, que enriquecia qualquer debate com a variedade e a minudência de suas recordações. Aliás, ele foi personagem importante, em determinado momento da história de Petrópolis, porque mais do que escrever a história da cidade, ele fez essa história como protagonista dela. Homem de convicções profundas e permanentes, cônscio das responsabilidades, que lhe adviam de suas crenças e de uma ascendência de glórias, o Dr. Arthur […] Read More
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