PETRÓPOLIS – A SAGA DE UM CAMINHO

  PETRÓPOLIS – A SAGA DE UM CAMINHO Gênese e Evolução do Território Petropolitano Carlos Oliveira Fróes, ex-Associado Titular, Cadeira n.º 18 – Patrono Gabriel Kopke Fróes, falecido Introdução e Índice INTRODUÇÃO Quando comecei a me interessar, realmente, pela História de Petrópolis, mergulhei com afinco na farta bibliografia disponível, a qual foi rapidamente devorada. Isso ocorreu, aproximadamente há dezoito anos atrás. Com toda a “grande experiência de um neófito”, concluí que já sabia tudo sobre a memória da minha encantadora terra natal. Logo comecei a rabiscar algumas apreciações e a ensaiar algumas pesquisas. E, à medida que prosseguia nas minhas despretensiosas incursões, sentia um forte desejo de ampliar, cada vez mais, meus conhecimentos. Rapidamente, parti para um aprofundamento da matéria que havia sido absorvida, ficando completamente envolvido em busca de dados mais amplos e precisos, capazes de propiciar um encadeamento sobre os inúmeros fatos e episódios, até então, publicados. Para minha frustração, logo percebi que a pretendida possibilidade de encadeamento era bem remota, pois, pouco a pouco, foram despontando algumas dúvidas e controvérsias surgidas do confronto entre as versões apresentadas por uns e outros autores. Apesar de minha inexperiência, também fui capaz de perceber alguns equívocos mais sérios. Tudo isso teria acirrado a minha curiosidade, levando-me até o limiar da compulsão. Sem sentir, estava me transformando num pesquisador, em busca das informações que pudessem alinhavar em minha mente uma história local clara, bem encadeada e a mais precisa possível. Para aperfeiçoar – autodidaticamente – meus conhecimentos sobre a metodologia da investigação científica no setor das Ciências Sociais – onde está situada a Historiografia – consultei as obras de três grandes mestres nesse assunto, recurso esse que me permitiu nortear todas as buscas que decidi empreender. O Professor Carl G. Hempel muito me esclareceu sobre as especificidades da pesquisa na área da Historiografia. O notável Bertrand Russel mostrou-me os caminhos e artifícios para a busca da, praticamente inatingível, verdade histórica. E do competente Pesquisador e Historiógrafo nacional José Honório Rodrigues absorvi preciosos conhecimentos sobre a estrutura e a disciplina específicas a serem adotadas numa Pesquisa Histórica. Curiosamente, encontrei em minha “papelada” um recorte do artigo “Principais Datas de Petrópolis – Colônia”, publicado na edição de 1º de janeiro de 1955 da “Tribuna de Petrópolis”, cujo autor, paradoxalmente, era Gabriel Kopke Fróes. Senti que, mais uma vez, meu pai estava me apontando uma direção a seguir. O artigo, composto por cerca de […] Read More

ACHAMENTO DO BRASIL (O)

  O ACHAMENTO DO BRASIL Carlos Oliveira Fróes CAPITULO I I – INTRODUÇÃO Comecei a rabiscar estas linhas na Praia dos Lençóis – Porto Seguro – num local paradisíaco, repleto de coqueiros, ingazeiras, caxandós, bromélias praianas e amendoeiras – de onde se podia vislumbrar a Baía Cabrália em toda sua extensão, compreendida entre a Coroa Vermelha e a Ponta de Santo André. E dentro de cinco anos seria comemorada a Efeméride do 5º Centenário do Descobrimento do Brasil … Era uma adorável manhã de julho, com céu azul, temperatura amena. Soprava uma suave brisa de nordeste que mal levantava pequenas marolas nas verdes águas do litoral sul da Bahia. Enfim, um cenário maravilhoso. Não tardou a desabrochar em minha mente de “Velho Marinheiro” – mesclada com a de “pesquisador neófito” – um empolgante sonho. Pude vislumbrar, num local afastado cerca de meia milha da Foz do Rio Mutary, o “pouso mui seguro”, onde estiveram ancoradas as doze embarcações da Frota de Cabral. Muita emoção! Logo percebi que não se tratava, apenas, de um inopinado resgate do mais importante evento da História Pátria. Aquele quadro também evocava reminiscências do meu passado, relativo à época em que comandei o glorioso Navio de Desembarque de Carros de Combate “Duque de Caxias”. Exatamente ali, eu passara quarenta dias com meu navio fundeado aguardando os horários para executar os muitos exercícios navais programados. Daí por diante, venho passando longas temporadas em Porto Seguro, lugar que elegi como ideal para escrever e desenvolver os meus trabalhos historiográficos. Uma vez desvanecida a visão do “lindo sonho”, comecei a refletir sobre a pesquisa que havia iniciado cerca de vinte e cinco anos atrás. Ali mesmo na praia comecei a escrever os prolegômenos desta narrativa, pois, durante minhas viagens, sempre tenho disponível em meu carro uma pasta com lápis, papel e borracha. CAPITULO II ANTECEDENTES DA VIAGEM DE CABRAL AO BRASIL Ninguém põe dúvidas sobre as milhares de “viagens costeiras” pelo “Temível Mar Oceano” (Atlântico) executadas – antes do Século XVI – pelos audazes primitivos navegantes “Pré-Colombianos”: pelo Atlântico Norte os Vikings, Batavos, Bretões, Celtas, Gauleses, Saxões e outros – até mesmo “Mediterrâneos como Egípcios, Gregos, Fenícios, Cartagineses, etc”.; e pelo litoral ocidental africano e ilhas mais próximas, os Portugueses e, possivelmente, também os “Mediterrâneos”. Porém – em contrapartida – existe um número excessivamente grande de especulações sobre “viagens fantásticas” que teriam antecedido os fatos épicos de Colombo e […] Read More

MORTE TRÁGICA DE SINHÁ MOÇA NO RIO DA CIDADE (A)

  MORTE TRÁGICA DE SINHÁ MOÇA NO RIO DA CIDADE (A) Gabriel Kopke Fróes, Fundador, Patrono da Cadeira n.º 18 A 12 de novembro de 1721, o capitão Luís Peixoto da Silva fez requerimento ao governador e capitão-geral da Capitania do Rio de Janeiro Aires Saldanha de Albuquerque para ser dono de terras vizinhas às de Bernardo Soares de Proença. Concedida a sesmaria, tornou-se o referido capitão o primeiro fazendeiro do Rio da Cidade. Deve ter sido no meado do século XVIII que a fazenda do capitão Peixoto foi vendida a Manuel Antunes Goulão. De posse das terras, deu-lhes Goulão grande impulso, construindo, com provisão de 29 de outubro de 1749 e benção exatamente dois anos após, a Capela de Nossa Senhora do Amor de Deus, origem da devoção que dura até os nossos dias. Grande terreno ao lado da capela foi reservado para o cemitério que ali funcionou durante muitos anos, mesmo depois de abandonada a fazenda. A capela do Rio da Cidade, a segunda, provavelmente erigida em todo o território da futura Petrópolis, tornou-se logo o centro religioso da vasta vizinhança. Nela houve missa já no Natal de 1751. A alegre capelinha possuia ao centro do altar a imagem dedicada ao culto do Amor Divino que lhe deu o nome. E esse título é a prova da devoção dos donos e lembra um mistério da nossa fé católica: o mistério da S. S. Trindade, no qual adoramos um Deus em três pessoas, chamando o Espírito Santo, com justa razão, a pessoa do Amor Divino. A bela imagem apresenta Maria Santíssima segurando em suas mãos imaculadas a pombinha branca, símbolo do Espírito Santo, para significar que a Santa Mãe do Salvador vivia em união íntima com o Espírito do Amor Divino e estava cheia de graça celestial. Nos anos de 1783 a 1789, os padres Antônio Tomás Aquino Corrêa e José Joaquim de Santana celebraram atos religiosos na antiga capela do Rio da Cidade, como provam os livros da paróquia de Inhomirim. Daí em diante, há confusão com respeito à Fazenda do Rio da Cidade e sua capela. O certo é que em 1808 a capela conhecida pelo nome de Nossa Senhora do Amor de Deus é a do padre Tomás de Aquino Corrêa construida na célebre Fazenda dos Corrêas, sinal de que o altar e orago foram transportados do Rio da Cidade para a nova vivenda e que […] Read More

EXÉRCITO E A REVOLUÇÃO FARROUPILHA (O) – UMA RELEITURA

  O EXÉRCITO E A REVOLUÇÃO FARROUPILHA – UMA RELEITURA Cláudio Moreira Bento, Associado Correspondente Com a Abdicação de D. Pedro I, forças políticas que assumiram os destinos do Brasil provocaram um enfraquecimento do poder militar do Brasil, sob o falso lema de que as Forças Armadas não podiam ficar nas capitais e sim na defesa das fronteiras e do litoral e com base nesta falsa premissa: “Forças numerosas e permanentes são uma ameaça: À Liberdade. À Democracia. À Prosperidade econômica. À Paz .” O caso mais gritante foi a dispensa, por estrangeiro, do Tenente Emílio Mallet, atual patrono da Artilharia, então consagrado herói em Passo do Rosário e que havia cursado a Escola Militar do Brasil . No Rio Grande do Sul esta política atingiu radicalmente a estrutura do Exército, ao ser ordenado que o Batalhão de Artilharia, ao comando do Major de Artilharia José Mariano de Mattos fosse aquartelar em Rio Pardo. José Mariano era carioca formado pela Escola Militar. Na República Rio-Grandense para cuja adoção ele influiu decisivamente, depois da vitória de Seival, em 10 de setembro de 1836, pela Brigada Liberal de Antônio Neto, ele foi Ministro da Guerra e da Marinha, Vice-Presidente da República e Presidente da República interino, além de autor do brasão que figura na bandeira da República Rio-Grandense que foi adotado para o Rio Grande do Sul pelos constituintes de 1891. Assunto que abordamos em nosso livro Símbolos do Rio Grande do Sul… Próximo do final da Revolução ele foi preso em Piratini, por Chico Pedro ou Moringue, e mais tarde Barão de Jacuí e mantido preso em Canguçu, a sua base de operações, em cadeia que mandara construir como “quarto de hóspedes para os farrapos”, como ironicamente divulgava. Finda a Revolução, José Mariano de Mattos foi o Ajudante General de Caxias na guerra contra Oribe e Rosas em 1851-52 e ao retornar ao Rio retomou sua carreira, sendo Ministro da Guerra em 1865. O Major de Infantaria João Manuel Lima e Silva, tio de Caxias, por irmão de seu pai o Brigadeiro Lima e Silva, possuía o curso da Escola Militar e comandava a unidade de Infantaria do Exército em Porto Alegre. Unidade que foi transferida com ele para São Borja e para lá se deslocando, estacionou em Rio Pardo, por falta de condução para seguir para seu destino. Ele foi um dos que opinaram pela proclamação da República Rio- Grandense e […] Read More

LICEU DE ARTES E OFÍCIOS DE PETRÓPOLIS (O)

  O LICEU DE ARTES E OFÍCIOS DE PETRÓPOLIS Jeronymo Ferreira Alves Netto Logo após a implantação do regime republicano, evidenciou-se uma atitude governamental voltada para a educação profissional, com a valorização dos Liceus de Artes e Ofícios e a criação de outros estabelecimentos do gênero. Assim, o governo Nilo Peçanha, através do Decreto nº 7.056, de 23 de setembro de 1909, criou escolas de aprendizes em todas as capitais dos Estados, embora “atendendo esta modalidade de ensino a uma crescente mas, mesmo assim, diminuta clientela” (1). (1) RIBEIRO, Maria Luiza Santos. Introdução à história da educação brasileira. São Paulo, Cortez e Moraes, 1978. Dentro deste contexto, Petrópolis logo se mostrou favorável à idéia de desenvolver o ensino profissional, antecipando-se a outras cidades, criando em 15 de novembro de 1890, por iniciativa do engenheiro Bernardino Lopes Ribeiro, seu Liceu de Artes e Ofícios. Funcionando inicialmente no prédio que mais tarde seria substituído pelo edifício do Forum, tal estabelecimento de ensino tinha como finalidade “proporcionar a todos os indivíduos, nacionais e estrangeiros, o estudo das belas artes, não só como especialidade, mas também como aplicação necessária aos ofícios e indústrias, explicando-se os princípios científicos em que elas se baseiam” (2). (2) Estatutos do Liceu de Artes e Ofícios. Petrópolis, Tipografia do Mercantil, 1891. Seu currículo era extraordináriamente diversificado e rico, pois previa um Curso Preparatório que correspondia ao então denominado ensino primário, para os alunos que não o tivessem recebido anteriormente, um Curso de Ciências Aplicadas (Aritmética Superior, Álgebra e Trigonometria, Física, Química, Mecânica Aplicada e Noções de Direito), e um Curso de Artes e Oficíos (Desenho, Máquinas, Arte, Cerâmica, Escultura, Estatuária, Gravura, Pintura e Música). Desde cedo, apesar dos esforços de seus dirigentes, o Liceu começou a enfrentar sérias dificuldades, sobretudo financeiras, que se agravaram quando as subvenções que lhe concediam os governos estadual e municipal foram suprimidas, pois as contribuições dos sócios não eram suficientes para custear as despesas. Segundo nos informa a Tribuna de Petrópolis, de 15 de novembro de 1904, “as dificuldades financeiras enfrentadas foram de tal ordem que as aulas estiveram suspensas por um período de dois anos” (3). (3) TRIBUNA DE PETRÓPOLIS. Petrópolis, 15 de novembro de 1904. Todavia, em 1918, inaugurou-se uma nova fase na história do estabelecimento, quando a convite do sr. Bertho Antonio Condé, se reuniram a 14 de abril, na sede da Sociedade Beneficente de Petrópolis, várias personalidades, para tratarem do […] Read More

ARQUIVO HISTÓRICO DO MUSEU IMPERIAL A SERVIÇO DAS CIÊNCIAS (O)

  O ARQUIVO HISTÓRICO DO MUSEU IMPERIAL A SERVIÇO DAS CIÊNCIAS Maria de Fátima Moraes Argon, Associada Titular, Cadeira n.º 28 – Patrono Lourenço Luiz Lacombe Os arquivos e coleções (1) que formam o acervo do Arquivo Histórico do Museu Imperial (2) não são especializados no tema Medicina e/ou Saúde, entretanto, há informações relevantes na documentação referentes a invenções, procedimentos médicos, saúde pública etc. (1) Arquivos: Conjunto de documentos que, independentemente da natureza ou do suporte, são reunidos por acumulação ao longo das atividades de pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas. Coleções: Reunião artificial de documentos que, não mantendo relação orgânica entre si, apresentam alguma característica comum. Ana Maria de Almeida Camargo e Heloísa Liberalli Belloto. Dicionário de Terminologia Arquivística. São Paulo: Associação dos Arquivistas Brasileiros, Núcleo Regional de São Paulo/Secretaria de Estado de Cultura, 1996. (2) Instituição subordinada ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN/MinC. O acervo é formado por 54 arquivos e coleções que pertenceram a pessoas que atuaram na vida política, social, econômica e cultural do período monárquico, ocupando cargos relevantes na administração pública e papel importante na esfera da vida privada. Destaca-se, entre eles, o arquivo particular da Família Imperial, denominado Arquivo da Casa Imperial do Brasil (1249 a 1940), doado ao Museu Imperial por D. Pedro Gastão de Orleans e Bragança, em 1948. D. Pedro II declarou, em seu diário de 1862, que nascera para consagrar-se às letras e às ciências, e Guilherme Auler (3) salienta “É curioso observar que não existiu uma preferência especial para um ramo da arte ou da ciência. A todos os setores chegou o apoio benemérito do Monarca”. O Imperador concedeu, por decreto de 20/10/1887, uma bolsa à Dra. Maria Augusta Generoso Estrela (1860-1948) para estudar na Escola Médica de Senhoras, em Nova York, sendo a primeira brasileira e a primeira sul-americana a formar-se em medicina. Ela ingressou na Academia de Medicina em 1876 com 16 anos e terminou o curso em 1879, tendo recebido o diploma de médica em 29 de março de 1881 quando completou a maioridade. Voltou ao Brasil em 1882, revalidou seu diploma e teve intensa atividade médica até sua morte em 1946. (3) Auler, Guilherme. Os bolsistas do Imperador. Petrópolis: Tribuna de Petrópolis, 1956. A Coleção Mota Maia merece também especial atenção, trata-se de documentos que foram produzidos e acumulados pelo médico Cláudio Velho da Mota Maia que recebeu do Governo Imperial, em […] Read More

AFONSO, JOSÉ VIEIRA (SARGENTO-MOR)

  AFONSO, JOSÉ VIEIRA (SARGENTO-MOR) Gabriel Kopke Fróes, Fundador, Patrono da Cadeira n.º 18 José Vieira Afonso nasceu, presumivelmente, na Fazenda dos Vieiras, no Sardoal, por volta dos anos de 1770 a 1775, filho de Manuel Vieira Afonso e Catarina Josefa de Jesus. Seu pai, residente até 1756-1757 em Inhomirim, na baixada, mudara-se para a Quadra do Secretário. Serra acima, nasceram, à exceção dos primogênitos, os filhos do casal, todos aí criados, estabelecidos e casados. José Vieira Afonso, o mais estimado e conhecido da geração dos Vieiras, casara-se com Rita Maria de Jesus, tornando-se abastado fazendeiro entre Areal, Cebolas e Bemposta e só vinha ao Córrego Seco em visita aos velhos pais. Era ele dono de vasta área de terras em que se situavam as capelas de São Silvestre, Santa Cruz e Santo Antônio do Engenho e devia ser homem muito importante e popular, pois que, tanto a gente humilde, como as famílias fidalgas, o convidavam, amiúde, para padrinho de batizados e casamentos. A 3 de julho de 1807, foi nomeado para o posto de alferes da 5ª Companhia do Regimento de Infantaria de Milícias de Inhomirim e, subindo a escala de dignidades, em 1810 seu nome apareceu como capitão, anos depois como major e, de 1822 em diante, era Sargento-Mor. Era, ademais, Cavaleiro da Ordem de Cristo, fidalgo, portanto. Foi a 17 de abril de 1828 que, por morte dos pais, José Vieira Afonso entrou na posse legítima da Fazenda do Córrego Seco, ou seja das terras que hoje constituem a cidade de Petrópolis. Mas, por pouco tempo, visto que, aos seis dias do mês de fevereiro do ano de mil oitocentos e trinta, o Córrego Seco era vendido a Sua Majestade Imperial Dom Pedro I. O Sargento-Mor José Vieira Afonso que em seu testamento houvera protestado viver e morrer em sua fé católica, encomendando a alma à Santíssima Trindade e rogado à Gloriosa Virgem Maria e aos anjos de sua guarda que por ele intercedessem quando se fosse do mundo – faleceu em S. José do Rio Preto, atual 5º Distrito de Petrópolis, a 26 de janeiro de 1852.

SPANGENBERG, CARLOS

  SPANGENBERG, CARLOS Gabriel Kopke Fróes, Fundador, Patrono da Cadeira n.º 18 Carlos Spangenberg, nascido em Nobiskrug, no Hanover, Alemanha, a 25 de abril de 1821, chegou ao Brasil em 1845, ao mesmo tempo em que chegavam a Petrópolis os primeiros colonos alemães. Residiu, inicialmente, na Corte, como empregado da casa Léger & Cia., mas não suportando o clima do Rio de Janeiro, transferiu sua residência, dois anos após, para a então nascente colônia alemã de Petrópolis. Em 1847, adquiriu os terrenos da Rua dos Protestantes, atual Rua 13 de Maio, ainda hoje pertencentes a descendentes seus. O probo hanoveriano era construtor de obras e muitas das principais casas residenciais foram aqui levantadas por ele, como, por exemplo, os palacetes Frias, Vigneron, Guerra e Silva Teles, este último no Valparaiso, demolido em 1968 e ainda a Igreja Evangélica. Foi o primeiro presidente da Sociedade de Agricultura e Indústria de Petrópolis aqui fundada entre 1854/1856. Logo que se instalou em Petrópolis, Carlos Spangenberg montou uma fábrica de bengalas que se tornariam célebres em todo o Brasil e até no exterior. Mas, além da fabricação de bengalas, manipulava ele em madeira inúmeros outros objetos, verdadeiras obras de arte, disputadas hoje pelos colecionadores e antiquários. Houve época em que o “chic” mesmo era o visitante levar daqui uma “bengala de Petrópolis” como recordação. Um dos principais fregueses era o Imperador Pedro II que as adquiria para ofertá-las aos visitantes ilustres. Floresceu, assim, durante longos anos, a original indústria petropolitana, até que, a 16 de novembro de 1890, faleceu seu criador, o artista Carlos Spangenberg.

AURELIANO DE SOUZA E OLIVEIRA COUTINHO

  AURELIANO DE SOUZA E OLIVEIRA COUTINHO Gabriel Kopke Fróes, Fundador, Patrono da Cadeira n.º 18 21 de julho de 1800: – Nasceu na freguesia de Itaipu, Niterói, Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho. Foi Magistrado, Deputado por Minas Gerais, Presidente da Província de São Paulo, Intendente Geral da Polícia do Rio de Janeiro, Ministro do Império, da Justiça e dos Negócios Estrangeiros, Senador e Presidente da Província do Rio de Janeiro, cargo para o qual foi nomeado por Carta Imperial datada de 1-4-1844, tendo governado de 12-4-1844 a 3-4-1848. No governo da província, teve papel de relevo na fundação de Petrópolis, pois foi ele quem acertou com o Conselheiro Paulo Barbosa a vinda dos primeiros colonos alemães para a então Fazenda do Córrego Seco. Aureliano Coutinho, foi ainda: Grande do Império, do Conselho de S. M. o Imperador, Fidalgo de sua casa, Gentil-Homem de sua Imperial Câmara, Senador do Império, Desembargador da Relação do Rio de Janeiro, Cavaleiro das ordens de Cristo e da Rosa, Dignatário da Imperial do Cruzeiro, Grão-Cruz de Leopoldo I da Bélgica, de N. Sra. da Conceição de Vila Viçosa de Portugal, da Real Ordem de Fernando de Nápoles, da nobre e antiga Ordem de Carlos III de Espanha, de Alexandre Newky, dos quatro imperadores da Rússia, Cavaleiro de São João de Jerusalém, Membro da Sociedade Etimológica de Paris, Sociedade Arqueológica de Bruxelas, da Real Associação das Sociedades das Ciências, Letras e Artes de Antuérpia, Vice-Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e Visconde de Sepetiba. Morreu em Niterói no dia 25 de setembro de 1855. Busto no Paço Municipal: Recebimento: 22-1-1938 – Devolução: 3-11-1938. Nome à rua: Delib 769 de 10.3.1938.

AVÉ-LALLEMANT, PASTOR FREDERICO E DR. ROBERTO

  AVÉ-LALLEMANT, PASTOR FREDERICO E DR. ROBERTO Gabriel Kopke Fróes, Fundador, Patrono da Cadeira n.º 18 Pastor Frederico Avé-Lallemant Cura da Igreja Evangélica do Rio de Janeiro em 1845. Quando vieram para Petrópolis os primeiros colonos alemães contaram com a assistência religiosa de Frederico Avé-Lallemant, já conhecido de Koeler, pelo menos, desde 1844. Em vários ofícios ao Presidente da Província, o Diretor da Colônia solicitou autorização, depois concedida, para contratar Avé-Lallemant para os serviços religiosos evangélicos, vindo duas vezes por mês a Petrópolis. Em livro publicado “Erinnerungen an Brasilien” o pastor diz haver celebrado o primeiro culto divino em Petrópolis no dia 29 de agosto de 1845, o que Koeler confirma em ofício de 30 seguinte, acrescentando: “depois do serviço, procedeu o casamento de oito casais de colonos e abençoou o Cemitério Protestante Petropolitano”. “O reverendo cura combinou comigo de vir de 3 em 3 semanas e estar 3 ou 4 dias, a fim de ter tempo de exercer seu sagrado ministério, e simultaneamente de ensinar Religião Cristã a meninos.” Foi tambem Avé-Lallemant quem celebrou na Praça da Confluência a missa evangélica festiva no dia 19 de outubro de 1845, conforme relata Paulo Barbosa, em carta ao Imperador. Os diretores da Comunidade Evangélica do Rio de Janeiro, tendo em vista que as ausências do seu pastor, ao mesmo tempo diretor e único professor da Escola da Comunidade, traziam certas inconveniências, chamaram a atenção do Mordomo para o fato de que residia no Rio o Dr. Lippold, homem que já tinha exercido as funções de ministro evangélico na Alemanha, pelo que foi o mesmo contratado para pastor definitivo em Petrópolis, iniciando seu trabalho em 1846. Apesar de a Igreja Evangélica de Petrópolis considerar o Dr. Lippold como seu primeiro pastor, parece-me que tal honraria devia caber a Frederico Avé-Lallemant, embora não residisse este efetivamente na Colônia. Tambem o primeiro vigário católico Luiz Gonçalves Corrêa residia na Samambaia e nem por isso deixou de ser o primeiro. Era irmão do Dr. Roberto Avé-Lallemant, autor do livro de viagem pelo Brasil, médico, com quem muita confusão tem havido. Dados extraídos da publicação “1º Centenário da Inauguração da Igreja Evangélica de Petrópolis”, 24 de maio de 1963. Dr. Roberto Avé-Lallemant Nome completo Roberto Cristiano Bertoldo Avé-Lallemant. Nasceu em Lubeck, Alemanha, em 25-7-1812 e faleceu na mesma cidade em 10 de outubro de 1884. Médico, cientista e literato. Estudou em Berlin, Paris e Kiel, onde […] Read More