DADOS GENEALÓGICOS DE ALGUNS COLONOS GERMÂNICOS E OU SEUS DESCENDENTES QUE SAÍRAM DE PETRÓPOLIS – RJ Paulo Roberto Martins de Oliveira, ex-Associado Titular, Cadeira n.º 10 – Patrono Carlos Grandmasson Rheingantz, falecido Embora o processo migratório de alguns colonos germânicos e ou seus descendentes houvesse desde o início da Imperial Colônia, isto intensificou-se a partir de 29/09/1857, quando da emancipação de Petrópolis. As verbas que vinham do governo da Capital da Província, destinadas para a Imperial Colônia, começaram a escassear, até praticamente serem abolidas a partir da instalação da Câmara Municipal, ocorrida em 1859. Para breve informação, vale ressaltar que a Imperial Colônia Germânica de Petrópolis durou apenas 14 anos e alguns meses; inaugurou-se em 29/06/1845 e foi extinta em 06/01/1860. Com o término da Colônia, surgiram inúmeros problemas. O principal foi a construção civil, pois com a diminuição das obras públicas, construções das casas que serviam a corte e outras obras particulares. Houve a falta de trabalho e meios para a subsistência. Assim muitos colonos e ou seus descendentes resolveram sair de Petrópolis. Não existe nenhum documento em qualquer arquivo que especifique as datas de saída e nem para onde foram alguns dos colonos da Imperial Colônia, devido ao fato de que cada um saiu como bem entendesse à procura de trabalho em outro lugar. Os que saíram, abandonaram tudo e em alguns casos até as dívidas. Tanto com a Superintendência da Imperial Fazenda, como outras dívidas auferidas pelos impostos instituídos pela Câmara Municipal. A maioria dos que saíram de Petrópolis não deu a conhecer o seu destino. Geralmente onde chegavam, não informavam com detalhes de onde tinham saído. Diziam apenas que estavam vindos de outras localidades e até mesmo chegando da Alemanha, pois, misturavam-se a outros grupos de colonos imigrantes, que estavam indo para novas colônias principalmente as do Sul do país. Com alguns parentes mais próximos ou amigos que ficaram em Petrópolis, os colonos migrantes, mantinham correspondências e justamente por algumas cartas consegui saber o destino de algumas famílias. Houve outras condições mais recentes que também promoveram meios para localizarmos outras famílias. Foi através de alguns genealogistas e descendentes de vários colonos, que, em contatos telefônicos e correspondências com o autor desta matéria, criamos meios de mantermos um bom relacionamento de estudos genealógicos e com isto descobrimos o destino da maioria dos colonos que deixaram Petrópolis, assim também, a origem de muitos que vieram para a […] Read More
GENEALOGIA – FAMÍLIA HARTMANN
GENEALOGIA – FAMÍLIA HARTMANN Paulo Roberto Martins de Oliveira, ex-Associado Titular, Cadeira n.º 10 – Patrono Carlos Grandmasson Rheingantz, falecido Há 22 anos, mais precisamente em 1981, o saudoso genealogista Carlos G. Rheingantz, iniciou o grandioso trabalho de estudos e pesquisas genealógicas das famílias dos colonizadores germânicos de Petrópolis. Das 456 famílias que chegaram a partir de 29 de junho de 1845, Carlos fez o trabalho genealógico completo de 88 famílias, e destas, 80 foram publicadas, sendo algumas na revista do Instituto Histórico de Petrópolis do ano de 1982 e as demais em várias edições da Tribuna de Petrópolis, entre os anos de 1981 e 1987. Além de ter concluído algumas famílias e não tê-las publicado, iniciou o levantamento genealógico de muitas outras. Infelizmente, da maioria das famílias, não teve tempo hábil de estudá-las, pois um mal pertinaz o levou ao derradeiro dia de sua preciosa vida, em 16/08/1988. Eu, Paulo Roberto Martins de Oliveira, membro titular do Instituto Histórico de Petrópolis e do Colégio Brasileiro de Genealogia (RJ), tive o privilégio de conhecer e de acompanhar o saudoso Carlos G. Rheingantz em algumas de suas investidas genealógicas em solo petropolitano. Portanto, e também, por uma questão de idealismo, resolvi, a partir do ano de 1992, dar continuidade ao seu grandioso trabalho genealógico. No momento, estou me ocupando dos estudos genealógicos de acertos e atualização das famílias NOEL e MAIWORM (ambas publicadas pelo Carlos, respectivamente em 1984 e 1986). Além destas duas famílias, estou completando a dos GORGES e iniciando a dos HARTMANN. O estudo destas 4 famílias se prende ao fato de que alguns filhos dos colonos, das famílias acima citadas, através do enlace matrimonial, uniram-se às filhas do colono Johann NOEL (meu trisavô) e são justamente sobre estes ramos familiares que estou principalmente trabalhando. Relacionado ao parágrafo acima, temos através de Johann HARTMANN, (filho do colono Peter HARTMANN e de Anne Marie Kirscht) o seu casamento em 20/05/1862, em Petrópolis, com Marianne NOEL, filha de Johann NOEL e de Elisabeth Catharine Mathieu. Este trabalho de estudo e pesquisa, remonta há mais de 300 anos e merece ser conhecido por toda a nossa família. Quando estiver pronto, teremos conhecimentos das nossas origens e dos nossos parentes do passado e do presente. As famílias NOEL, MAIWORM, GORGES e HARTMANN se tornaram enormes e, como eu, a maioria não se conhece. Chegou o momento de efetivar os laços de amizade […] Read More
GENEALOGIA – FAMÍLIA MAIWORM
GENEALOGIA – FAMÍLIA MAIWORM Paulo Roberto Martins de Oliveira, ex-Associado Titular, Cadeira n.º 10 – Patrono Carlos Grandmasson Rheingantz, falecido Há alguns anos, mais precisamente em 1984 e 1986, pelo ilustre e saudoso genealogista Carlos G. Rheingantz, foram publicadas respectivamente em 3 partes a família Noel e em 7 partes a família Maiworm, com o título “Quem Povoou Petrópolis”, na Tribuna de Petrópolis, parte dos dados históricos – genealógicos destas duas famílias. Na época, o genealogista acima citado, deixou algumas lacunas para posteriormente serem preenchidas, porém, por vários motivos, isto não foi realizado. Eu, Paulo Roberto Martins de Oliveira, neto de Emília Noel e trineto do colono germânico Johann Noel – membro titular do IHP (Instituto Histórico de Petrópolis) e do CBG (Colégio Brasileiro de Genealogia), resolvi acertar, atualizar e dar continuidade a este grandioso trabalho de pesquisa histórico – genealógico dos ascendentes e descendentes dos NOEL e dos MAIWORM, que no ano de 1845 (entre outras famílias germânicas), chegaram para colonizar e povoar Petrópolis. Este trabalho de estudo e pesquisa, que remonta há mais de 300 anos, merece ser conhecido por toda a nossa família. Quando estiver pronto, teremos conhecimento das nossas origens e de todos os nossos parentes do passado e do presente. Vale ressaltar que ligadas às nossas raízes (Noel), em solo petropolitano, estão várias famílias, sendo que as primeiras foram Maiworm, Gorges e Hartmann, através de enlaces matrimoniais com as filhas de Johann Noel. Isto quer dizer que, por laços sangüíneos, os descendentes destas 3 primeiras famílias e de outras que mais tarde se uniram aos Noel em Petrópolis são nossos parentes. As famílias Noel e Maiworm tornaram-se enormes e, como eu, a maioria não se conhece. Chegou o momento de efetivar os laços de amizade pelo nosso grau de parentesco e, para tanto, espero contar com a colaboração de todos no preenchimento correto e legível dos dados familiares e endereço de cada um, na Ficha Cadastral Individual abaixo. Antecipadamente agradeço e peço a todos para o mais breve possível remeterem as fichas para Paulo Roberto Martins de Oliveira – Avenida Ipiranga, 880 – F – Centro – CEP 25610-150 – Petrópolis – RJ e para qualquer esclarecimento, ligar para o tel. (24) 2231-1838. Assim que todo o trabalho genealógico estiver pronto, faremos contatos via telefone ou endereço postal, para estudarmos a possibilidade de um encontro de confraternização dos descendentes de Johann Noel, com os […] Read More
TRATADO E A SOBERANIA DA AMAZÔNIA (O)
O TRATADO E A SOBERANIA DA AMAZÔNIA Antônio Eugênio de Azevedo Taulois, Associado Titular, Cadeira n.º 29 – Patrono Luiz da Silva Oliveira A questão acreana, decidida pelo Tratado de Petrópolis tem certos desdobramentos que não podem ser subestimados, alguns deles repercutindo até os dias atuais. O recente centenário desse importante acordo diplomático foi comemorado com destaque no Acre e na cidade serrana onde ele foi decidido. Trata-se da mais complexa questão de limites enfrentada pela diplomacia brasileira, levando em conta os vultosos interesses econômicos internacionais envolvidos, seus profundos aspectos sociais e humanos, além do enorme risco da interferência estrangeira na soberania da Região Amazônica. A prolongada seca nordestina de 1878 e a demanda internacional cada vez maior de borracha provocaram uma corrida aos seringais naturais amazônicos, muito semelhante à corrida do ouro dos tempos coloniais. O Acre boliviano da época, foi ocupado por uma numerosa população brasileira de trabalhadores mas, vinte anos depois, o governo boliviano começou a cobrar taxas aduaneiras elevadas sobre a produção, provocando inquietação e agitação entre os seringalistas. O presidente Campo Salles não só não se envolveu no caso, como ainda afirmou ser aquele um território realmente boliviano. Seguiu-se então uma sangrenta revolta quando os brasileiros prenderam as autoridades bolivianas, obrigando o governo da Bolívia, sem recursos e nem meios de resolver a situação, firmar um contrato com um consócio anglo-americano, o que hoje seria uma multinacional, o Bolivian Syndicate, dando-lhe poderes excepcionais para agir, como cobrança de impostos e uso de força armada para resguardar os interesses nacionais na região. No início da era do automóvel, as seringueiras eram a única fonte disponível de borracha industrial, tornando a presença estrangeira na região, ávida pela hévea brasiliensis, com similares extraídos em poucos locais no mundo, um grande risco para todos os países vizinhos. Impressionado com a arbitrariedade do ato, o Congresso Brasileiro suspendeu as relações do Brasil com a Bolívia, ao mesmo tempo em que um gaúcho na região, ex-aluno da Escola Militar, o agrimensor José Plácido de Castro reuniu os seringalistas, enfrentou e expulsou bolivianos e norte-americanos da região, e proclamou o Estado Independente do Acre. Assim, eliminou a ameaça do domínio estrangeiro na Amazônia e a conseqüente distribuição da borracha amazônica para todo o mundo. Restava agora enquadrar aquela solução de força no direito internacional o que se afigurava um apuro diplomático complexo, embaraçoso e desfavorável ao Brasil, envolvendo os Estados Unidos, […] Read More
TRATADO DE PETRÓPOLIS – 100 ANOS – AS LUTAS PELA POSSE DO ACRE
TRATADO DE PETRÓPOLIS – 100 ANOS – AS LUTAS PELA POSSE DO ACRE Ivo de Albuquerque, Associado Emérito, ex-Titular da Cadeira n.º 39 – Patrono Walter João Bretz, falecido I – ANTECEDENTES HISTÓRICOS A luta armada que se travou pela posse do Acre e da qual resultou a assinatura do Tratado de Petrópolis em 17 de novembro de 1903 pelos governos do Brasil e da Bolívia, fato histórico de extraordinária relevância que concretizou a incorporação das terras, hoje acreanas, ao território de nosso País, não constituiu,como muitos julgam, um conflito entre as duas Nações. Em verdade, representou ela, em etapas sucessivas durante o período de abril de 1899 a janeiro de 1903, a manifestação patriótica dos brasileiros que, oriundos de diversos pontos do território nacional, principalmente dos Estados do Ceará e Maranhão, pegaram em armas contra a pretendida cessão, pelo governo da Bolívia, a grupos de capitalistas estrangeiros – alemães, ingleses e norte-americanos – de imensa extensão de terras por eles ocupadas e exploradas desde meados do Século XIX e que eram,já objeto de disputa pela Bolívia e pelo Peru . Os componentes da crise então verificada tinham raízes na indefinição de limites entre o Brasil e a Bolívia, além da prevalência física dos brasileiros na área contestada. Em torno desses antecedentes, pode-se relatar os acontecimentos em conformidade com a seguinte cronologia: 1 . A descoberta do Rio Aquiri ou Acre em 1861 por um caboclo brasileiro ensejou a abertura de novas fronteiras para a extração do látex, já transformado em matéria prima para a promissora indústria da borracha, com utilização cada vez mais intensa pela produção de bens ligados à moda, aos acessórios de vestuário, ao esporte e, sobretudo, à expansão da indústria automobilística, acelerada pelo processo de vulcanização e pela invenção do pneumático. 2 . Em março de 1867, por insistência da Bolívia, foi firmado com o Brasil o Tratado de Ayacucho, ajustando a questão de limites que apresentava, ainda, controvérsias, em face de prescrições constantes dos tratados anteriores de Madri (1750) e Santo Ildefonso (1777, mas que assegurava àquele País andino a posse de grande parte do território que hoje integra o Estado do Acre. A diplomacia brasileira, no entanto, introduziu no referido tratado a disposição de “reconhecer o UTI POSSIDETIS como base para determinação da fronteira entre os seus respectivos territórios” . 3 . Em setembro de 1898 é firmado o Protocolo pelo qual o […] Read More
HÁ ALGO ERRADO!
HÁ ALGO ERRADO! Aurea Maria de Freitas Carvalho, ex-Associada Titular, Cadeira n.º 4 – Patrono Arthur Alves Barbosa, falecida Há algo errado na psicologia das eleições e, sobretudo, uma mentalidade imediatista que conta com a memória curta dos possíveis eleitores. Sempre ouvi dizer que véspera de eleição é época de político fazer mil promessas que, na sua maioria não poderão e não serão cumpridas, mas há interesse da parte dos candidatos de satisfazer os desejos dos eleitores. Entretanto não é isso que vem ocorrendo. Eu faço parte, como Conselheira de Preservação, da Ama Centro Histórico, e como tal participei da entrega do abaixo-assinado entregue ao Prefeito, no palácio Fadel, com inúmeras assinaturas de moradores da rua Ipiranga ou não em 30.03.03, pedindo a criação do Parque Ecológico, e do lançamento da pedra fundamental deste, situado no final da rua Ipiranga, no dia 31 de março de 2002, se não me falha a memória. Bonita cerimônia, diga-se de passagem. Com direito a discurso do Prefeito e o comparecimento de várias autoridades. Foram feitas muitas promessas na ocasião: cercar o parque, colocar guarita para evitar invasão, demarcar a área etc… Fiados em todas estas promessas, organizamos já vários eventos no local, com a presença de representantes de várias ONGS, de colégios e de bastante público, pessoas interessadas em terem um local amplo, livre de poluição e de trânsito que possibilite caminhadas tranqüilas, seguidas de um descanso livre de descargas de ônibus e de carros. A nossa parte de divulgação tem sido feita com grande êxito. Qual não foi o nosso espanto ao constatarmos, que da parte das autoridades não foi acrescentado no papel um ponto sequer ao que fora prometido assim como na prática nada fora feito. E, isto, agora, nas vésperas das eleições! Parece-me um contra-senso uma vez que isso garantiria, quando nada, algumas dezenas de votos pela confiança que daria no cumprimento do prometido! Parece que os candidatos preferem nesta época lançar mão de um artifício de angariar votos mais rápido, mais fácil e menos dispendioso que é distribuir cestas básicas para as famílias mais carentes que, passadas as eleições, eles esquecem e pronto! E não se fale na criação de trabalho e de empregos que trazem as construções, na maioria feitas irregularmente em terrenos de preservação permanente (como é o caso do Parque Ecológico), porque estas, além de não serem bem remuneradas, também chegam ao fim. O ideal, […] Read More
PRESERVAÇÃO AMBIENTAL E INSTINTO SEXUAL
PRESERVAÇÃO AMBIENTAL E INSTINTO SEXUAL Aurea Maria de Freitas Carvalho, ex-Associada Titular, Cadeira n.º 4 – Patrono Arthur Alves Barbosa, falecida Muitos hão de estar se perguntando o que tem a ver uma coisa com a outra e eu digo que tem tudo. Os dois assuntos dizem respeito à preservação da vida, um refere-se à vida saudável, digna de ser vivida, e o outro à vida puramente biológica! O instinto sexual é inerente a todo ser humano e animal, infelizmente o mesmo não se dá com o desejo ou antes, a compreensão, da preservação ambiental. Hoje em dia vivemos já, em alguns lugares uma vida poluída, indigna de ser chamada de humana. Por que? Porque nos esquecemos de preservar aquilo que nos pode proporcionar meios de “viver” realmente como seres humanos e inteligentes. Por ambição e inconseqüência nos privamos daquilo que é necessário à saúde, e não pensemos que são simples o assunto e a solução. Uma vida saudável depende de uma série de fatores que diariamente não percebemos ou dos quais não tomamos conhecimento, de outras vidas, de seres animais e vegetais de cuja existência muitas vezes nem temos conhecimento: minúsculas e insignificantes plantinhas que proporcionam condições de vida a outras, seja com a preservação da umidade e da fecundidade da terra, seja servindo de alimento a animais de que nós, que não somos estudiosos do assunto, nem suspeitamos da existência e que, no entanto, são importantes na escala dos seres vivos, que mal podemos distinguir com nossos sentidos, mas garantem o “habitat” propício aos seres que nos favorecem diretamente, como é o caso da vegetação maior, das árvores nativas que proporcionam o nosso bem, no momento, tão ameaçados como os mananciais de água, as nascentes que destruímos com tanto descaso. Às vezes, para ganhar ou até, o que é mais grave, para “lavar” dinheiro ganho com negócios não muito honestos, constroem-se edifícios em locais de preservação, esquecendo que, desse modo, está se comprometendo a saúde das gerações futuras, dos próprios descendentes dos responsáveis pelas construções de hoje e os pobres operários, que hoje ficam felizes porque arranjaram emprego, nem desconfiam que estão contribuindo para comprometer a saúde de seus de filhos e netos. Não queremos pregar com isso que deixemos as florestas dominarem todo o solo disponível em detrimento da existência urbana e produtiva, mas façamos isso de maneira racional e inteligente, procurando danificar o mínimo possível […] Read More
CONDESSA DE BARRAL (A)
A CONDESSA DE BARRAL Aurea Maria de Freitas Carvalho, ex-Associada Titular, Cadeira n.º 4 – Patrono Arthur Alves Barbosa, falecida Luisa Margarida Portugal de Barros, a Condessa de Barral e de Pedra Branca, merece mais de que uma simples e fria menção nas biografias das princesas Isabel e Leopoldina como preceptora; também não deve haver espaço para risinhos maliciosos ou irônicos quando seu nome é associado ao do Imperador Pedro II. Ela merece muito mais do que isto; foi uma mulher nada vulgar, possuidora de uma inteligência aguda, de uma cultura muito superior à que possuíam as mulheres de sua época, mormente as brasileiras, e possuidora de qualidades invejáveis. Luisa Margarida nasceu na Bahia em 13 de abril de 1816, filha de Domingos Borges de Barros, homem culto, literato, poeta e político que logo ocupou cargos no exterior, primeiro representando a Bahia nas Cortes Portuguesas, mesmo antes da Independência do Brasil, depois em França onde trabalhou pelo reconhecimento da nossa Independência e tão bem desempenhou esta função que mereceu o título de Barão de Pedra Branca em l825, logo depois elevado para Visconde. Embora fosse nomeado senador no Brasil ia-se deixando ficar em França. Havia, por certo, boas razões para isso e uma delas era certamente a filha que em Paris poderia cursar educandários bem superiores aos colégios para meninas do Rio de Janeiro de então, também a vida social no Brasil era acanhada e não se comparava à de Paris. Além disso levava-a a viajar por outros países como Suíça, Alemanha, Itália etc. proporcionando-lhe o conhecimento de várias línguas. Em l831 Luisa Margarida perdeu a mãe e em 1833 veio ao Brasil mas a estadia foi curta e logo pai e filha retornaram à Europa. Ainda bem jovem cogitou-se do futuro casamento de Luisa Margarida com Miguel Calmon du Pin e Almeida, que veio a ser mais tarde Marquês de Abrantes mas o pretendente era vinte anos mais idoso do ela e radicado no Brasil, o que naturalmente não agradou à jovem que opôs-se com energia aos planos paternos casando-se com o escolhido de seu coração, o Chevalier de Barral, filho do Conde de Barral e Marquês de Monferrat, com quem veio à Bahia passar uma temporada em 1839. Por esse tempo realizou-se o casamento de D. Francisca, irmã de D. Pedro II com o Príncipe de Joinville, devendo esta portanto ir viver na Corte do marido, em […] Read More
PRESERVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
PRESERVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO Aurea Maria de Freitas Carvalho, ex-Associada Titular, Cadeira n.º 4 – Patrono Arthur Alves Barbosa, falecida Há pessoas que confundem desenvolvimento com modernidade. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. É muito bom podermos contar com o desenvolvimento de uma cidade; vê-la bem desenvolvida no que diz respeito, por exemplo, quanto aos métodos de saneamento, quanto aos serviços prestados pelos órgãos municipais eficientes e acessíveis a todos os cidadãos, quanto à economia tanto pública quanto à privada, permitindo aos cidadãos desenvolver trabalhos que facilitem o sustento das famílias sem o prejuízo de ninguém nem de nada que signifique entrave na qualidade de vida ou prejuízo futuro a fontes de riqueza para a cidade como um todo. Para conseguir esses intentos é preciso um mínimo de visão do futuro, de planejamento inteligente e isso nada tem a ver com modernidade que compreende apenas o aspecto exterior da cidade que pode apresentar um aspecto “moderníssimo” sem o verdadeiro desenvolvimento, ser apenas uma cidade “maquiada”. Petrópolis, queiramos ou não, é uma cidade pequena, do interior, e não vai aqui nenhuma ofensa nem intenção de desdouro, pelo contrário. Petrópolis teve a sorte de já nascer diferenciada: uma fazenda que servia de ligação com o interior do país e era percorrida por mineiros e desbravadores que iam em busca das “minas gerais” de ouro, diamantes e outras riquezas, o que ocasionou a abertura de caminhos e mais tarde de boas estradas a começar pela Estrada das Lajes Soltas mandada construir por D. João VI, em 1809. Sua proximidade com a próspera fazenda do Padre Correia também contribuiu para selar o seu destino pois, cativado pelo clima saudável e ameno desta, D. Pedro I decidiu adquirir uma propriedade nos arredores, vindo a comprar a Fazenda do Córrego Seco, em 1830, para no local mandar construir um palácio onde a família pudesse refugiar-se do calor e das ocasionais epidemias que ocasionalmente assolavam o Rio de Janeiro de então. Infelizmente sua abdicação, no ano seguinte, adiou esse projeto por muitos anos, apenas sendo concretizado por seu filho D. Pedro II. Em 1843, seguindo sugestões do engenheiro Júlio Frederico Koeler e do mordomo da Casa Imperial, Paulo Barbosa da Silva, D. Pedro II assinou o decreto que dava a Petrópolis a dupla função de local de “séjour” para a família imperial e colônia. E, são as informações e remanescentes desse duplo destino […] Read More
ARQUIVO PÚBLICO MUNICIPAL
ARQUIVO PÚBLICO MUNICIPAL Aurea Maria de Freitas Carvalho, ex-Associada Titular, Cadeira n.º 4 – Patrono Arthur Alves Barbosa, falecida Segunda feira passada tivemos a oportunidade de assistir, no Instituto Histórico, uma palestra de Marise da Silva Gomes que exerce a função de chefe do Arquivo Histórico e de obras raras. Queremos, antes de mais nada, parabenizá-la pela inteligência e dedicação com que vem desempenhado tais funçoes. Tão importante acervo não poderia estar em melhores mãos. Infelizmente não podemos dizer o mesmo do local onde se encontra o Arquivo e da falta de recursos para mantê-lo, higienizá-lo e conservá-lo, no entanto é ali que se encontram as informações fidedignas e minuciosas sobre nossa história. Petrópolis foi o 1º município fluminense a criar um Arquivo Histórico. Pelo Decreto nº 198 de 07 de janeiro de 1977, o então Prefeito Paulo Rates criou o Arquivo Público Municipal compreendendo dois setores específicos: o Arquivo Administrativo, de caráter corrente ou ativo e o Arquivo Histórico, de caráter permanente. É do Arquivo Histórico que nos ocuparemos a seguir. Abrange documentação, de 1859 a 1968. A primeira parte de seu acervo é constituída por documentos produzidos e acumulados pela Câmara Municipal de Petrópolis até 1916, quando foi criada a Prefeitura, e representa imprescindível fonte para a reconstituição da realidade sócio-econômica, política e cultural. Com a criação da Prefeitura em 28 de julho de 1916 a documentação da Câmara Municipal foi reunida aos papéis dos diversos órgãos criados posteriormente pelo natural desdobramento do novo poder executivo. O Arquivo Histórico passou então a abrigar registros e originais produzidos e acumulados pela municipalidade desde sua instalação até 1968. Este considerável acervo de documentos disponíveis permite traçar um perfil de Petrópolis no final do XIX e delinear as bases estruturais da economia e da sociedade. As séries documentais custodiadas pelo Arquivo Histórico abrangem: – Requerimentos, Legislação, Certidões de óbito, Indústrias e Profissões, Imposto Predial e Territorial, Livros de averbações, Contratos e Ajustes, Folhas e Processos de Pagamento, Livros Contábeis, Contratos, Fichas funcionais, Autógrafos de Portarias, Deliberações, Atos do Executivo, Decretos-Leis..