MONSENHOR CONRADO JACARANDÁ

  MONSENHOR CONRADO JACARANDÁ Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette Nasceu no Rio de Janeiro, a 18 de dezembro de 1891, sendo filho de Conrado Ferreira de Souza Jacarandá. A 11 de agosto de 1906, matriculou-se no Seminário do Rio Comprido, onde após um ano e meio de estudos, transferiu-se para o de Pirapora em São Paulo. Ali pertenceu à Academia Literária e foi escolhido para assistente e disciplinário da classe dos alunos médios e menores. Com sérios problemas de saúde retornou à casa dos pais, tendo sua carreira ameaçada. Felizmente recuperou-se, atribuindo o restabelecimento de sua saúde a um milagre de Nossa Senhora, retornando aos estudos, desta vez no Seminário de Niterói. Recebeu a prima Tonsura e Ordens Menores, em maio de 1913, o Subdiaconato em dezembro do mesmo ano e o Diaconato logo após. Foi ordenado Presbítero a 19 de dezembro de 1914 e celebrou sua primeira Missa no altar do monumento de N. S. Auxiliadora como reconhecimento de, por sua intercessão, ter recobrado a saúde, em 20 de maio de 1914. Sua carreira sacerdotal foi brilhante, tendo desempenhado, no decorrer da mesma, os seguintes cargos: Capelão do Colégio das Irmãs Dorotéas, onde exerceu também as funções de Diretor das Filhas de Maria (1915-1916); Coadjutor da Catedral de Niterói (1917); Secretário particular do Bispo Diocesano; Secretário do Bispado; Professor do Curso de Filosofia do Seminário de Niterói; Capelão da Igreja de Nossa Senhora das Dores, no Ingá, tendo, no desempenho destas funções, contribuído de modo extraordinário para a criação da Paróquia do mesmo nome, para a qual foi nomeado Vigário, em 21 de setembro de 1924. Transferido para Petrópolis, substituiu Monsenhor Theodoro da Silva Rocha, assumindo a Paróquia, em 21 de abril de 1925, revelando-se desde logo um sacerdote de raras virtudes e privilegiada inteligência, impondo-se à admiração e ao respeito de seus paroquianos. Monsenhor Theodoro da Silva Rocha, grande incentivador das obras da Catedral, faleceu a 22 de fevereiro de 1925, antes, portanto, da Bênção da nova Matriz e da sua inauguração em 29 de novembro do mesmo ano. O então Padre Conrado Jacarandá, que o substituiu, prosseguiu na linha traçada pelo mesmo, dirigindo as obras nos últimos meses e redigindo a ata da Nova Matriz da Paróquia de São Pedro de Alcântara. Monsenhor Conrado Jacarandá dedicou grande atenção às obras de assistência social, fundando o Patronato “O Cruzeiro”, […] Read More

LOURENÇO LUIZ LACOMBE (PROF.) – IN MEMORIAM

  LOURENÇO LUIZ LACOMBE (PROF.) – IN MEMORIAM Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette Em 29 de agosto de 1994, faleceu subitamente no Rio de Janeiro o Professor Lourenço Luiz Lacombe. Partiu discretamente, como viveu, mas deixou, para todos os que o conheceram e privaram de sua amizade, a imagem de um homem inteligentíssimo, culto e extraordinariamente espirituoso. Natural do Rio de Janeiro, onde nasceu em 7 de abril de 1914, filho de Henrique Luiz Lacombe e Francisca Jacobina Lacombe. Fez seus estudos iniciais no Colégio Jacobina, secundários no Colégio Rezende e, em 1939, diplomou-se em Biblioteconomia. Em Petrópolis, Lacombe dedicou mais de cinqüenta anos de sua profícua existência ao Museu Imperial onde desempenhou as funções de Pesquisador Especializado (1940-1946), Chefe da Divisão de Documentação (1946-1967) e Diretor (1967-1990), exercendo suas funções com notável proficiência técnica e probidade profissional. Embora carioca de nascimento, sempre sentiu um indisfarçável fascínio por nossa cidade que aprendeu a amar como poucos, não sendo, pois, nenhum exagero afirmar-se que era um verdadeiro petropolitano, mais do que pelo nascimento – pelo amor. Possuidor de uma inteligência privilegiada, instigada por uma curiosidade intelectual infindável, passava horas inteiras nas bibliotecas e arquivos, consultando escritos e documentos sobre a história de nossa cidade, realizando pesquisas históricas que lhe granjearam notável renome como historiador. Sua vastíssima bibliografia registra os seguintes títulos: “Centenário da Câmara Municipal”, 1959; “Organização e Notas da Cidade de Petrópolis” – Reedição de Quatro Obras Raras’, 1957; “Primeira Visita do Imperador do Brasil D. Pedro II a Portugal”, 1965; “D. Pedro II em Petrópolis”, 1964; “Ruas de Correias e outras Crônicas” (Vol. III dos Trabalhos da Comissão do Centenário de Petrópolis); “Visitantes Estrangeiros de Petrópolis” (Vol. V dos Trabalhos da Comissão do Centenário de Petrópolis); “As Primeiras Sesmarias do Município” (Vol. VI dos Trabalhos da Comissão do Centenário de Petrópolis); “Major Koeler” (Vol. VII dos Trabalhos da Comissão do Centenário de Petrópolis); “Os Chefes do Executivo Fluminense”, 1973 e “Isabel a Princesa Redentora”, 1989. Escreveu ainda numerosos artigos publicados nos Anuários do Museu Imperial, na Revista Vozes de Petrópolis, na Tribuna de Petrópolis, no Jornal de Petrópolis e na Pequena Ilustração, expondo sempre com serena objetividade os resultados de suas laboriosas pesquisas. O último trabalho a que se lançou Lourenço Luiz Lacombe, e que não sei se deixou completo, foi a “História do Museu Imperial”. Ao que se sabe, […] Read More

LEVANTAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DOS LUGARES HISTÓRICOS

  LEVANTAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DOS LUGARES HISTÓRICOS Francisco José Ribeiro de Vasconcellos, Associado Emérito, ex-Titular da Cadeira n.º 37 – Patrono Sílvio Júlio de Albuquerque Lima Há algum tempo, circula pelos canais competentes do Instituto Histórico de Petrópolis projeto visando ao levantamento e à identificação de lugares de incontestável interesse para a História, no município. Como complemento natural desse trabalho, seriam colocadas placas nos lugares próprios, as quais recordariam aos autóctones e aos visitantes o valor e a importância para a memória petropolitana do sítio indigitado. O projeto, de elevado teor cívico, elaboraria na direção da consciência preservacionista e da tão escassa auto-estima dos naturais destas serras. A idéia não é nova e não tem marca registrada nesta urbe. Quando das comemorações dos trezentos anos da expulsão definitiva dos holandeses do solo baiano, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia resolveu mandar fazer placas de mármore, onde foram gravados dizeres alusivos aos feitos na guerra contra os invasores dos anos 20 e 30 do século XVII, colocando-as nos lugares determinados. Das ruinas da antiga capela de São Sebastião, surgiram em 1581 ou 1582, os alicerces da igreja do Mosteiro de São Bento, construção agregada ao templo. Foi o Mosteiro importante baluarte na defesa da cidade do Salvador, naquela quadra marcada pelo assédio bátavo. Logo à entrada do majestoso edifício, sescentista, lê-se: “Aos 9 de maio de 1624, entraram os holandeses por esta porta. A 30 de março de 1625, este Mosteiro foi transformado em quartel general do sul, onde aos 2 de abril de 1625, os holandeses, num ataque imprevisto, mataram grande parte da guarnição, que foi sepultada no seu claustro. I.G.H.B. – 1938” Interessante que, enquanto nascia aqui o Instituto Histórico de Petrópolis, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, fundado em 1894, já se dedicava a esse tipo de atividade. Não muito distante do Mosteiro, na Praça Ana Nery, por trás do Quartel General da Mouraria, está a capela de Nossa Senhora da Palma, agregada ao antigo Seminário Diocesano, hoje Reitoria da Universidade Católica da Bahia. Na lápide de mármore à esquerda de quem adentra o templo, lê-se: “Esta capela teve começo sua edificação por voto do alferes Bernardo da Cruz Arraes, que se achava gravemente enfermo no ano de 1630, chegando de Lisboa a imagem da S. S. Virgem que aqui está. Foi colocada na capela de São José na Catedral, de onde foi trasladada para esta […] Read More

SAINT-SAËNS EM PETRÓPOLIS

  SAINT-SAËNS EM PETRÓPOLIS Francisco José Ribeiro de Vasconcellos, Associado Emérito, ex-Titular da Cadeira n.º 37 – Patrono Sílvio Júlio de Albuquerque Lima Quando o Brasil praticamente resumia-se no Rio de Janeiro, quiçá ao embalo da mania da côrte, de que tanto falava Silvio Romero, não havia quem aportasse à Guanabara, que não fizesse uma visita a Petrópolis, inelutavelmente sucursal de todas as cortes, do Império à República. Uns vinham apenas por um par de dias, como foi o caso do renomado jurista italiano Enrico Ferri; outros deixavam-se ficar aqui por mais tempo, enquanto durava a sua estada em terras brasileiras. Tal o caso do prestigioso compositor, maestro e pianista francês Carlos Camilo Saint-Saëns. Tratava-se de uma das maiores expressões mundiais da música erudita, da segunda metade do século XIX e das duas primeiras décadas dos novecentos. Nascera Saint-Saëns, em Paris, a 9 de outubro de 1835, tendo falecido repentinamente em Argel, a 17 de dezembro de 1921. Viveu gloriosos 86 anos, tempo suficiente para produzir a obra monumental que legou aos pósteros e que fez inscrever o seu nome no rol dos grandes da música de todos os tempos. Matriculado em 1847 no Conservatório de Paris, estudou órgão com Benoist e composição com Halévy, Robert e Gounod. Em 1852 e 1854, concorreu ao premio de Roma, sem contudo obter a láurea. Mesmo assim, seguiu dedicando-se à composição. Em 1858, escreveu o Oratório de Natal, peça para cordas e piano. Já desde 1853 havia sido nomeado organista da igreja de Saint Merry de Paris, cargo que ocupou durante cinco anos. Depois substituiu Lefebvre-Wely no grande órgão da Madeleine. Neste honroso posto esteve até 1877. Espírito eclético, foi professor de piano do Instituto Niedermeyer e, em 1881, era nomeado membro da Academia de Belas Artes da França. Pelos relevantes serviços prestados à pátria, foi condecorado em 1913 com a grã cruz da Legião de Honra. Como compositor, apesar de seu estilo marcante, não se pode dizer que não tenha sofrido a bôa influência de Haydn, Mozart, Beethoven, Berlioz e sobretudo de Franz Liszt. Seu classicismo e seu bom gosto de latino e de francês, o livraram dos excessos do modernismo em que incorreram outros autores contemporâneos seus. Compunha por necessidade biológica, como disse em depoimento a certo jornalista alemão. Tudo em sua música é deliciosamente simples e natural. Foi nos poemas sinfônicos que alcançou seu maior prestígio como compositor. Saint-Saëns foi […] Read More

SUBLIME ATO DE FÉ (UM) – A Morte de D. Pedro de Orleans e Bragança em 29-1-1940

  UM SUBLIME ATO DE FÉ – A MORTE DE D. PEDRO DE ORLEANS E BRAGANÇA EM 29-1-1940 Nelson de Sá Earp, ex-Associado Titular, falecido Quando chegamos à casa da Família Imperial, D. Pedro iniciava os seus últimos momentos que muito rápidos seriam. Deitado sobre um grande sofá, logo na sala de entrada de sua casa, repousando a cabeça sobre uma grande almofada, agasalhado por um cobertor em desalinho, o colarinho aberto, a gravata apenas afrouxada, conservando ainda o laço feito, D. Pedro, agonizante, dava mostras de que não previra para aquele dia o acidente que iria roubar-lhe a vida em poucos minutos. Homem de fé absoluta, conhecendo que esse dia podia chegar a qualquer momento, D. Pedro mantinha sua alma em estado de contínua união com Deus. Sabia assegurada a vida eterna. Por isso, não temia a morte e à vida terrena dava o sentido cristão de prova e de peregrinação, a qual vida abandonaria a qualquer momento não sem saudades e profundo sentimento, pois muito amoroso era o seu coração de esposo e pai, mas, que compreendia dever ser vivida com entusiasmo e com alegria até o fim. Não era apegado a vida natural, embora essa lhe fosse relativamente fácil e cheia de venturas. Preferia encerrá-la naturalmente, embora encurtada de alguns anos, do que arrastar-se artificialmente, egoisticamente, numa velhice onde iria avultar a imobilidade, a tristeza e o acabrunhamento. Passava pela terra para ir para o céu. Importava pouco saber o momento da viagem quando tinha a certeza de que a qualquer instante poderia realizá-la tranquilamente. Tinha sua consciência tranquila, por isso, o espectro da morte jamais o atormentou. Poderia vir a qualquer momento, que estaria preparado. E assim aconteceu. Reunida toda a família, momentos antes, gozando do prazer de um espetáculo cinematográfico, palpitando os corações na leveza de um divertimento ameno e simples, em que tudo respirava vida e movimento, ei-los instantes depois achegados em volta do querido chefe que agoniza. A subitaneidade do mal os confunde por um instante. No entretanto, o senso da realidade, a firmeza da fé, a vida sobrenatural pulsante naqueles corações, não os abandona naquela hora trágica, chocante, imprevista. O fato natural da luta entre as forças da vida e da morte, por eles presenciada dolorosamente, não suplantou a realidade sobrenatural. Notava-se em todos a exata compreensão da gravidade do momento. A confiança, a fé, dominaram até o fim. Não houve gritos, […] Read More

FRAGMENTO DA HISTÓRIA DA MEDICINA EM PETRÓPOLIS (UM) – A assistência Hospitalar – Hospital de Santa Teresa – O Dr. Hermogênio Silva

UM FRAGMENTO DA HISTÓRIA DA MEDICINA EM PETRÓPOLIS – A assistência Hospitalar – Hospital de Santa Teresa – O Dr. Hermogênio Silva Nelson de Sá Earp, ex-Associado Titular, falecido Ao ingressarmos no Instituto Histórico de Petrópolis, ainda no decurso deste ano de 1988, aos poucos dias de nossa admissão, foi-nos proposta a honrosa incumbência de escrever um estudo sintético da história da medicina petropolitana, havendo conhecimento de que estávamos nos dedicando a uma pesquisa exatamente sobre tal assunto. Mas, como resumir ou sintetizar uma pesquisa mais profunda, se ela está ainda em meio? Pensamos, então, ser mais condizente com a exatidão por nós mesmo exigida de um trabalho histórico, apresentar apenas uma das partes, já elaboradas, de nossa futura colaboração. Escolhemos uma das fases mais decisivas, até agora, da história hospitalar de nosso Município, incluindo os papéis nela desempenhados pela Municipalidade, pela direção do Hospital de Santa Teresa, e pelo Dr. Hermogênio Pereira da Silva, quando este exercia o cargo de Presidente da Câmara Municipal de Petrópolis. Tudo isto, num momento do ano de 1904, quando era iminente o fechamento do Hospital de Santa Teresa, único estabelecimento hospitalar do Município, de propriedade do Governo do Estado do Rio de Janeiro. É de se notar, desde logo, a linha de evolução da história do Hospital de Santa Teresa, aqui apenas esboçada, que, de certa maneira, reflete os vários modos por que pode ser administrado o bem comum da assistência hospitalar de uma cidade. O bem comum de uma sociedade politicamente organizada e os seus vários serviços, de um modo geral, podem ser dirigidos sob a responsabilidade única do poder público, ou pode ser provido por entidades particulares devidamente autorizadas e controladas pelo mesmo poder público e particular, em que a direção suprema cabe a autoridade pública. Num momento em que se discute vivamente a célebre questão da socialização ou da privatização dos serviços dedicados ao bem comum, o exemplo da história do Hospital de Santa Teresa, com seus cento e doze anos de experiência, pode servir muito bem como lição para ajudar a esclarecer sobre como proceder em relação àquela relevante questão. E parece que a vivência do Hospital fala a favor da privatização. É que, até hoje, o Hospital privatizado, a serviço da comunidade, produziu sempre frutos opimos, úteis a prestimosos, baseados na dedicação de uma Congregação religiosa católica, como é a Congregação das Irmãs de Santa Catarina, responsável até […] Read More

IRMÃ LUIZA EPPINGHAUS – IN MEMORIAM

IRMÃ LUIZA EPPINGHAUS – IN MEMORIAM Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette Domingo, dia 7 de março de 1999, fomos surpreendidos com a notícia do falecimento da Irmã Luiza Eppinghaus, da Congregação de São Vicente de Paulo, fundadora da Casa da Providência. Partiu discretamente, como viveu, mas deixou, para todos aqueles que tiveram o privilégio de a conhecer, o exemplo de uma vida de constante amor, desvelo e devotamento aos pobres e aos doentes. Nascida em Petrópolis, a 24 de novembro de 1899, a Irmã Luiza, que na pia batismal recebeu o nome de Alzira, descendia de uma das mais tradicionais famílias petropolitanas. Era a filha mais nova do casal Guilherme Eppinghaus e Deolinda Hingel Eppinghaus. Juntamente com seu irmão Guilherme Pedro e suas irmãs Olga e Bertha, recebeu de seus genitores primorosa educação. Alzira graduou-se com distinção na Escola Normal, estabelecimento de ensino do Estado, que na época funcionava em anexo ao Colégio Santa Isabel, após o que resolveu consagrar sua vida ao serviço de Deus, exercendo seu apostolado com extraordinário devotamento e eficiência. Em 1927, preocupada com a miséria em que se debatiam as classes menos favorecidas, iniciou, com a ajuda de outras irmãs da Ordem, um trabalho pioneiro, socorrendo famílias carentes que eram visitadas em suas casas, proporcionando-lhes, além da assistência material, o conforto de uma palavra amiga. Em pouco tempo, o número de famílias assistidas cresceu extraordinariamente, sendo amparadas pelo dispensário do Convento, ao mesmo tempo em que as crianças recebiam instrução e alimentação. Devido as dificuldades de socorros médicos, sobretudo às crianças, foi organizado, sob a direção do competente médico Dr. João Fontes de Oliveira, um serviço de Higiene Infantil e Puericultura. Assim nasceu – como um prolongamento do Convento localizado à Rua Paulo Lobo de Moraes – a Casa da Providência, que acabou se transformando num dos mais modernos e bem equipados hospitais da cidade. Em 1946, a Irmã Luiza foi transferida para São Paulo, onde permaneceu até 1951, quando foi nomeada Ecônoma e doze anos mais tarde Visitadora, cargo que ocupou até 1971, quando se tornou regente da Paróquia de Itacuruçá. De volta a Petrópolis, ocupou pela segunda vez o cargo de Superiora, nele permanecendo até 1975, quando foi removida para Nova Iguaçu. Em 1979, gravemente enferma, retornou a Petrópolis, aqui permanecendo até seu falecimento. Todos os seus atos, realizados no desempenho de sua missão […] Read More

PANORAMA DE PETRÓPOLIS EM 1857 (UM)

UM PANORAMA DE PETRÓPOLIS EM 1857 Francisco José Ribeiro de Vasconcellos, Associado Emérito, ex-Titular da Cadeira n.º 37 – Patrono Sílvio Júlio de Albuquerque Lima Poucas comunas brasileiras e especialmente fluminenses, subiram tão vertiginosamente ao podium da fama e do sucesso, como Petrópolis. Desabrochante povoação em 1845, freguesia do município da Estrela, recebeu foros de cidade em 1857, sem ter estagiado como vila. Núcleo populacional um tanto sui generis, abrigava Petrópolis o castelo, ou seja o palácio Imperial, o burgo, por onde circulava a corte na serra e os elementos fundamentais do comércio e dos serviços, e, a colônia de origem germânica, a qual tinha uma diretoria, que deixou de existir, depois que o município foi instalado, o qual passou ao regime comum dos seus congêneres da Província do Rio de Janeiro. Justamente naquele ano de 1857, o da grande transição, o Major Sergio Marcondes de Andrade enviava o seu relatório das atividades coloniais ao Presidente da Província, fazendo um panorama da vida petropolitana de então. No seu entender, a colônia não tinha as condições necessárias para ser somente agrícola, porque os colonos não possuíam conhecimentos exclusivos de agricultura. Porém, como núcleo fabril, Petrópolis teria meios de engrandecer-se. Marcondes acertava na mosca. O futuro muito próximo iria demonstrar exatamente essa oportuna previsão. Vaticinava que quando acabassem as obras públicas e particulares naquela febricitante quadra de efetiva ocupação do solo urbano, Petrópolis haveria de enfrentar séria crise que poderia comprometer o seu futuro. E essa crise veio de verdade, não tão comprometedora assim, mas suficiente de modo a empurrar os colonos para o salve-se quem puder, até que o empreendimento fabril de Bernardo Caymari em Cascatinha, no início dos anos setenta do século XIX, passasse a absorver a qualificada mão de obra local. Na visão do Major, as oleoginosas poderiam ser bem cultivadas aqui, principalmente a mamona, cujas folhas ainda propiciaram a criação do bicho da seda. Tanto otimismo por uma causa sem qualquer perspectiva. A mamona não empolgou os contemporâneos do alvitre, nem como oleoginosa nem como chamariz do bicho da seda. A rigor, a industria sérica no Brasil foi um fracasso, desde a triste, custosa e desastrada experiência de Itaguaí. Diretor da Colônia, Marcondes de Andrade dizia no seu relatório de 1857 que seria proveitoso o estabelecimento de uma fábrica de vidros em Petrópolis, a partir do “cristal do monte”, na Mosela. Para tanto seria suficiente o combustível fornecido […] Read More

PADRE BENEDITO AGUIAR RIBEIRO – IN MEMORIAM

PADRE BENEDITO AGUIAR RIBEIRO – IN MEMORIAM Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette Dia 14 de junho de 2001 fomos surpreendidos com a triste notícia do falecimento do Padre Benedito Aguiar Ribeiro, expressiva figura do clero brasileiro e professor de nossa Universidade Católica de Petrópolis. Nascido em Santa Bárbara, Minas Gerais, em 9 de novembro de 1917, filho de Joaquim Aleixo Ribeiro e de Clotilde de Aguiar Ribeiro, fez seus estudos iniciais na Escola Afonso Pena, em sua cidade natal, ingressando a seguir no famoso Colégio Caraça e, posteriormente, no Seminário São Vicente de Paulo, em Petrópolis. Ordenado sacerdote pelo Bispo de Niterói, Dom José Pereira Alves, em 19 de junho de 1943, celebrou sua primeira Missa Solene em Santa Bárbara, aos 27 dias do mês de junho do mesmo ano, seguindo para Irati, no Paraná, onde viveu, com grande entusiasmo, as primícias do seu sacerdócio e magistério, professor que foi do Colégio São Vicente de Paulo, naquela cidade. Retornando a Petrópolis, foi designado Procurador e Ecônomo do Seminário São Vicente de Paulo, cargo que desempenhou com o maior empenho e eficiência. Aqui devotou toda a sua existência ao sacerdócio e ao magistério, destacando-se, sobretudo, no ensino superior. Sacerdote perfeito, rigorosamente fiel à tradição, e sem desobedecer à Santa Madre Igreja, procurou seguir em linha reta os seus mandamentos. Enquanto se manteve em plena atividade, nunca se afastou de seus deveres religiosos, exercendo as mais diversas atividades. Assim, foi membro da Comissão Diocesana de Liturgia e Arte Sacra, Secretário do Congresso Eucarístico Diocesano de Petrópolis, Capelão do Colégio São José, Capelão do Instituto das Missionárias de Jesus Crucificado, Diretor da Congregação Mariana da Medalha Milagrosa, Encarregado da Assistência Religiosa na Capela da Escola de Engenharia da Universidade Católica de Petrópolis e Capelão do Colégio Santa Isabel. Ligado às atividades do magistério, sobretudo ao ensino universitário, lecionou Religião no Colégio São José, Teologia Fundamental, Teologia Especial, Introdução à Sagrada Escritura, Liturgia, Arte Sacra e Teologia Pastoral, no Seminário São Vicente de Paulo. Em 1955, ingressou nas Faculdades Católicas Petropolitanas, posteriormente transformadas em Universidade Católica de Petrópolis, lecionando Ciências Morais e Religiosas, em quase todos os seus cursos, por cerca de quarenta e quatro anos, expondo suas idéias com clareza e granjeando excelente renome como professor. Em nossa Universidade exerceu ainda vários cargos e funções administrativas. Foi membro do Conselho Departamental da Faculdade de […] Read More

GUILHERME PEDRO EPPINGHAUS ( DR.) – IN MEMORIAM

GUILHERME PEDRO EPPINGHAUS ( DR.) – IN MEMORIAM Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette Petrópolis perdeu na madrugada do dia 19 de março de 1998 um de seus mais ilustres filhos: Guilherme Pedro Eppinghaus. Pelas numerosas obras que realizou em nossa cidade; por sua condição de engenheiro civil, de longo tirocínio, quer à frente da Secretaria de Obras do Município por três longos períodos; pelos conhecimentos históricos que armazenou sobre a formação de Petrópolis, o Dr. Guilherme Pedro Eppinghaus foi o exemplo de uma existência ativa e gloriosamente modesta. Nasceu em nossa cidade, a 25 de fevereiro de 1897, na parte residencial da casa de comércio de seu pai, localizada à então Av. Quinze de Novembro, hoje Rua do Imperador. Seus pais, o comerciante Guilherme Eppinghaus e D. Deolinda Hingel Eppinghaus eram descentes de duas tradicionais famílias de colonos alemães. Guilherme Pedro recebeu esmerada educação, iniciando seus estudos no Colégio de D. Honorina Baptista, instalado na atual rua Washington Luiz, freqüentando posteriormente o Colégio Franco Brasileiro, dirigido pelo professor Jean Teulère, notável educador francês que havia se estabelecido em Petrópolis e, mais tarde, o Colégio São Vicente de Paulo, onde concluiu o curso secundário. Tendo decidido tornar-se engenheiro matriculou-se no Instituto Politécnico de Juiz de Fora, onde recebeu o grau de engenheiro eletricista e de obras públicas, em 1917 e, em 1928, o grau de engenheiro geógrafo, pela Escola de Engenharia de Juiz de Fora. Apesar de sua árdua e profícua atividade profissional, ainda encontrava tempo para dedicar-se à pesquisa e ao ensino, bem como desenvolver intensa participação na vida cultural e social da cidade. Membro efetivo do Instituto Histórico de Petrópolis, no qual foi admitido a 12 de novembro de 1959, publicou inúmeros trabalhos na imprensa local e na revista do referido Instituto. Dedicou-se também ao ensino, tendo sido professor da cadeira de Máquinas Hidráulicas, da Escola de Engenharia da Universidade Católica de Petrópolis, cujo Conselho Universitário lhe outorgou o título de “Professor Emérito”. Membro do Conselho Municipal de Cultura, até 1979 e do Conselho da Medalha Koeler, como representante do Instituto Histórico de Petrópolis, foi também sócio da Sociedade Artística Villa-Lobos, da Escola de Música Santa Cecília, do Clube de Engenharia e da Associação Petropolitana de Engenheiros e Arquitetos. Foi casado dom D. Carmem Tavares de Lacerda, natural de Guarapuava, no Paraná, formando um dos mais distintos e bem relacionados […] Read More