UMA CONTROVÉRSIA – O MASSACRE DOS INDIOS PURIS DE RESENDE, ITATIAIA, PORTO REAL, QUATIS, BARRA MANSA E VOLTA REDONDA ETC ??? Cláudio Moreira Bento, Associado Correspondente Em Ecos das comemorações dos 200 anos de Resende divulgado pelo Portal Agulhas Negras da Resenet, no item Questões controversas contestávamos a versão de terem sido massacrados índios puris pelos primeiros habitantes dos municípios que um dia integraram Resende. Contestação com apoio na análise das fontes históricas em que apoiamos nosso ensaio Os puris da vale do Paraíba fluminense e paulista in: Migrações do Vale do Paraíba. São José dos Campos: UNIVAP, 1994, que publicou os Anais do XII Simpósio de História do Vale do Paraíba, promovido pelo IEV. Trabalho republicado pela Academia Itatiaiense de História (ACIDHIS), em Volta Redonda: Gazetilha, 1995. Tese que reproduzimos na revista Resende 200 anos editada pela CAT Editora etc. Trabalhos que sugerimos ao leitor e pesquisador interessados no tema que os consultem. Estudo básico este, para contestar o que afirmou em 1a mão Joaquim Norberto de Souza e Silva em sua Memória documentada das aldeias de índios da Província do Rio de janeiro, a p. 207 do n. 14 da RIHGB, ano 1854, p.71/230 e que completou no n. 15 do citado ano. Memória que apresentou na Sessão Magna do IHGB de 15 dez 1852. Aliás magnífico trabalho em seu conjunto . Fonte de 2a mão, não calcada em fontes históricas, como se verá e na qual buscou apoio o Dr. João Maia, em seu excelente e basilar livro Do Descobrimento do Campo Alegre até a criação da Vila de Resende e a p. 15, de sua 2a edição para afirmar : “Á peste de bexigas (varíola) levada ao seio das tabas dos Puris, como meio eficaz para reduzí-los “. (eliminá-los). Eis o trecho de Joaquim Norberto cuja fidedignidade constestaremos: ‘” O ousado Sargento–mor Joaquim Xavier Curado, depois general e Conde de Duas Barras, transportando-se aos campos infestados de Puris, formou um corpo (tropa militar) com seus moradores” (de Resende atual). E completa com uma consideração imprudente para um historiador e gravíssima por não comprovada; “Ainda hoje (1852) se relata à tradição, as maiores atrocidades cometidas em vingança contra os atentados dos índios ( puris? botocudos ? Ou puris e botocudos ? ) e acusa a peste das bexigas (varíola) levada ao seio das tabas puris como um meio eficaz de reduzi-los ( elimina-los ). O horror de […] Read More
DETALHES INTERESSANTES SOBRE O PLANO DE KOELER
DETALHES INTERESSANTES SOBRE O PLANO DE KOELER Carlos Oliveira Fróes, ex-Associado Titular, Cadeira n.º 18 – Patrono Gabriel Kopke Fróes 1. O PLANO DE KOELER O Plano de Koeler para edificação de uma Colônia de Estrangeiros na Serra da Estrella, foi extremamente amplo e muito bem estruturado. Cobria todos os setores prioritários indispensáveis à formação e desenvolvimento de uma comunidade serrana. Esse “plano” não consistiu apenas de uma “idéia”. Ele realmente existiu na forma de “um opúsculo”, conforme garantiu Araújo Porto Alegre, em seu artigo publicado na edição de 19.VI.1859 de “O PARAHYBA”, no qual atribuiu, categoricamente, sua autoria a Koeler. Infelizmente tal “opúsculo” foi extraviado! No presente trabalho, iremos enfocar, apenas, alguns detalhes do Plano Koeler – original – julgados interessantes, os quais constaram da parte do Projeto de Urbanização referente às obras públicas e ao Imperial Palácio de Verão. Como base confiável, iremos nos reportar à “Planta de Petrópolis – 1846”, levantada e desenhada pelo próprio Koeler (*), cuja análise poderia nos orientar acerca das intenções do seu autor quanto ao traçado inicial das ruas, canais de retificação dos rios, praças, caminhos coloniais, quarteirões, Imperial Palácio de Verão, Igreja Paroquial, Cemitério, alguns prédios públicos e outros gerais e, finalmente, quanto à locação dos prazos, tanto nas duas Villas, como nos onze quarteirões primitivos. (*) E também: o Decreto de 16.III.1843; a Escritura de arrendamento da Imperial Fazenda Córrego Secco ao MJ-ICE J. K. Koeler de 26.VII.843; e os termos adicionais de 26.VII.1843 e 30.X.1843, estabelecendo as “condições com que se aforam terras da Fazenda de SMI denominada Córrego Secco 2. O TERRITÓRIO ABRANGIDO NO PLANO DE KOELER E SUA FORMA DE OCUPAÇÃO O primeiro detalhe interessante que resolvemos abordar foi a divisão territorial imaginada por Koeler para implementação do seu plano. Contava ele com a Fazenda Quitandinha – adquirida por ele em 1841 – e com a contígua Imperial Fazenda do Córrego Secco que arrendara em 1843. Essas duas propriedades formavam uma considerável área com cerca de 8.250.000 braças quadradas. Tal área, considerada como um todo em seu projeto, foi dividida em dois setores: o de Villas – Imperial e Thereza – e no de Quarteirões – Palatinato Inferior, Palatinato Superior, Rhenania Inferior, Rhenania Central, Castellania, Simmeria, Nassau, Mosella, Ingelheim, Bingen e Westphallia. Nitidamente, Koeler imaginara um setor urbano formado pelas Villas e um setor suburbano – ou colonial – formado pelos Quarteirões. As vias de comunicação […] Read More
BRASILEIROS ILUSTRES EM PETRÓPOLIS
HERMES RODRIGUES DA FONSECA Hermes Rodrigues da Fonseca nasceu na Vila de São Gabriel, na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, a 12 de maio de 1855, sendo seus pais o Capitão Hermes Ernesto da Fonseca e D. Rita Rodrigues Barbosa da Fonseca. Em maio de 1866, com onze anos de idade, veio para o Rio de Janeiro em companhia da mãe e dos irmãos. Na capital do Império foi matriculado, em 1867, no Colégio Saint-Louis do padre Jules Janrard, permanecendo apenas um ano neste educandário, já que, no ano seguinte, ingressava no Imperial Colégio Pedro II. Com o consentimento do pai, sentou praça no 1 º Batalhão de Artilharia a Pé, para, em 1872, ingressar na Escola Militar da Praia Vermelha, cujo curso completou, “ com serena regularidade e nos padrões comuns” (1). (1) FAGUNDES, Umberto Peregrino Seabra. Justiça Histórica ao Marechal Hermes da Fonseca. In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, julho/setembro de 1984, p.69. A 17 de dezembro de 1877, casou-se com sua prima, D. Orsina Francione da Fonseca, filha de seu tio o Cel. Pedro Paulino da Fonseca, união que perdurou até 30 de novembro de 1912, quando a mulher faleceu. Sua carreira militar foi rápida e brilhante. Em 1876, recebeu as insígnias de 2 º Tenente, posto em que permaneceu até 1879, quando foi promovido a 1 º Tenente, contando antigüidade para ser elevado a Capitão, em 1881. Nove anos mais tarde, ou seja, em 1890, foi promovido a Major por serviços relevantes e, em outubro do mesmo ano, a Tenente Coronel por merecimento, ascendendo ao posto de Coronel quatro anos mais tarde, a General de Divisão, em 1905 e a Marechal em 6 de novembro de 1906, por ato do Presidente Rodrigues Alves. Hermes da Fonseca ocupou muitos cargos de grande responsabilidade durante sua carreira militar. Assim, foi Ajudante de Ordens de Sua Alteza o Conde D’Eu, durante a Comissão de que este foi incumbido pelo governo Imperial, nas Províncias do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Comentando sua nomeação para tão alto cargo, assim se pronunciou Seabra: “Não a faria o Conde D’Eu sem ter para isso motivos especiais, ligados à personalidade do oficial sobre o qual incidia” (2). (2) FAGUNDES, Umberto Peregrino Seabra. Op. Cit., p.69. Durante a preparação do movimento de 15 de novembro de 1889 e após a instalação da […] Read More
LICEU DE ANGRA DOS REIS (O)
O LICEU DE ANGRA DOS REIS Francisco José Ribeiro de Vasconcellos, Associado Emérito, ex-Titular da Cadeira n.º 37 – Patrono Sílvio Júlio de Albuquerque Lima Somos um país sui generis e bastante paradoxal. Contrariando velho brocardo jurídico, quase sempre podemos o mais e raramente o menos. Tivemos uma Escola de Belas Artes, antes de termos um ensino primário regular e uniformemente disseminado. Na colônia, éramos proibidos de saber, de publicar periódicos, de editar livros. A Universidade era para uns raros privilegiados e estava bem distante da bolsa comum. Para chegar lá, era preciso atravessar o oceano, acercar-se do Mondego e subir a colina de Coimbra. O veterano e austero edifício coimbrão, mais parecia um castelo, sobranceiro ao burgo. Fortaleza inexpugnável, a não ser para uns poucos ungidos pela fortuna, ou por uma parcela do direito divino, privativo dos reis. Independentes, no grito e no papel, tivemos duas faculdades, já no fim dos anos vinte do século XIX. Mas o ensino primário seguia uma choldra e o secundário era uma nebulosa. Alcançamos, nós fluminenses, o status de província, em 1835, desligados que fomos do chamado Município Neutro da Corte. Em 1839, governava o nosso torrão, Paulino José Soares de Souza, grande prócer do Império, tronco de frondosa árvore de ilustres conterrâneos. A 13 de abril daquele ano, último da Regência, ele sancionava a lei de nº 143, que no seu artigo 1º, rezava: “O Seminário de Jacuecanga fica ereto em liceu provincial.” Dava-se assim um passo gigantesco na implantação do ensino secundário na Província do Rio de Janeiro. Jacuecanga, pertencente ao município de Angra dos Reis, tinha assim a glória de tornar-se berço dessa iniciativa pioneira. As cadeiras, da nova instituição de ensino, vinham discriminadas no artigo 2º da lei em apreço: primeiras letras e gramática portuguesa, gramática latina, grego, francês e inglês, retórica e poética, filosofia racional e moral, matemática, geografia e história. O artigo 15 da lei 143 dizia que o liceu seria transferido o mais breve possível, de Jacuecanga para Angra dos Reis, ficando o Presidente da Província autorizado a localizá-lo no Convento de São Bernardino. Para sair da utopia do texto legal para a dura realidade de uma província carente de tudo, apesar dos vultosos lucros propiciados pela cultura cafeeira, o liceu angrense teve que gramar penoso caminho. O convento de São Bernardino era apenas uma promessa difícil de ser realizada. João Caldas Vianna, no seu relatório […] Read More
AMICUS PLATUS SED MAGIS AMICA VERITAS
Este provérbio latino é geralmente empregado quando se quer dizer que, por mais importante que seja a fonte de uma citação, deve-se antes de tudo buscar conhecer e aderir-se à Verdade. Platão foi figura ímpar na Filosofia grega mas, nem por isso, devemos acatá-lo indiscutivelmente. A verdade é o que vale. Às vezes. Platão podia não estar com a razão, isso sendo assim com todos os filósofos. Na História, tenta-se obter a verdade através da documentação fidedigna – sobretudo textual – mas também, em grande parte, naquilo que um dos historiógrafos franceses modernos costuma denominar “documento-monumento”, i.e., uma fonte relacionada à mentalidade dos homens da época histórica do fato em questão, resultando em fator imprescindível de análise mais criteriosa e menos anacrônica da História. Deve-se tentar “filtrar” na interpretação da História visões ideológicas inflamadas, expressadas muitas vezes o mais banalmente possível, como por exemplo em minúsculos programas de televisão, em filmes da indústria de cinema e mesmo em opiniões avulsas de professores. É muito comum em nossos dias transmissores de calúnias soltarem afirmações das mais absurdas, como se falassem “ex cathedra”, principalmente quando querem deslustrar – por falta de patriotismo e sentimentos do gênero – as grandes figuras do nosso Brasil-Império, nossos ícones sagrados. Um deles é naturalmente D. Pedro I, o Fundador do Brasil! Houve quem o chamasse de traidor!!! Traidor? E por que? Porque teria pago com nosso dinheiro a dívida de Portugal à Inglaterra? É fácil abrir a boca e chamar alguém de traidor, jogando um fósforo em palha seca para fazer um incêndio, pois a “palha seca” é, infelizmente, a ignorância de nosso Povo, que a República se encarregou de promover. É fácil acusar gratuitamente, sem explicar o contexto histórico. Depois do gesto de “panache”, quase quixotesco, às margens do Ipiranga (7 de Setembro de 1822), foi que o Imperador D. Pedro I, nos seus 9 anos de reinado, propriamente elaborou a nossa Independência: criando um Governo brasileiro, organizando a Marinha e o Exército Imperiais, outorgando uma Constituição, em 1824 – considerada por muitos juristas um verdadeiro “primor” -, expulsando as tropas portuguesas e conseguindo diplomaticamente o reconhecimento internacional da soberania do Império do Brasil, principalmente pelas grandes potências do Velho Continente. Uma vez contextualizada a Europa de então pelo Congresso de Viena (1815) e a Santa Aliança, não é difícil compreender que as grandes nações só reconheceriam nossa Independência depois que Portugal o fizesse. […] Read More
CARÁTER PETROPOLITANO (O)
O CARÁTER PETROPOLITANO Gabriel Kopke Fróes, Fundador, Patrono da Cadeira n.º 18 1 – Introdução Quem, como nós, por dever de ofício, se vir obrigado, algum dia, a compulsar os velhos jornais petropolitanos, certamente se surpreenderá com muita coisa curiosa e pitoresca que irá encontrar à margem da procurada. Foi o que aconteceu conosco, há algum tempo, quando, à cata de datas para “Efemérides Petropolitanas”, percorremos, página por página, todos os jornais de cêrca de cem anos da Biblioteca Municipal. Animados com a parceria que nos propuzera Alcindo Sodré, querido e sempre lembrado amigo, para continuação da obra por êle iniciada, não conseguimos fugir, então, ao diletantismo de relacionar fatos e coisas que nos despertaram a atenção, ainda que sem interêsse direto para “Efemérides Petropolitanas”. Anotámos, assim, acontecimentos que, embora, como já foi dito, de relativo interêsse histórico, são, contudo, realmente curiosos, uns pela comicidade, outros pelo pitoresco e outros ainda pelo imprevisto ou violência que encerram. Pois é de tais acontecimentos, uns já conhecidos dos estudiosos da nossa história, mas outros, ao que pensamos, inéditos, que vamos tratar. Reunindo-os e divulgando-os, é nossa intenção facilitar, através dêles, a análise do feitio moral do povo petropolitano. Mas, poderão servir também como contribuição ao folclore petropolitano que é pobre e desconhecido. O petropolitano é tido, geralmente, por povo frio e triste, o que, na verdade, aparenta ser. Mas, estranhamente, êsse mesmo povo tem repentes que, não raro, o hão levado a extremos não verificados alhures. Décio Cesário Alvim, o saudoso cantor das coisas da cidade, em imagem feliz, comparou o povo de Petrópolis, nos seus arrebatamentos, ao rio Piabanha que, de hábito, tão pequenino e humilde, se transforma, quando irado, em avalanche que nada respeita e tudo destrói. E deu-nos, então, êstes magníficos versos: A “ENCHENTE” Deslisa o Piabanha em calmo leito, Seguindo seu destino para mar … Contorna aqui, ali segue direito, Sua eterna canção a descantar … Da verdura da serra, rasga o peito, Para a sêde das matas aplacar … E as matas são, a um tempo, causa e efeito Dessas águas que correm sem cessar! … Mas, de súbito, as águas se revoltam, As barrancas mergulham e a cidade Tôda pujança do seu rio sente … Cedem barreiras e comportas soltam … É o Piabanha indômito que invade, É a força incontrastável de uma “enchente” Petrópolis, 31 de dezembro de 1934. 2 – Humor Já houve, nesta […] Read More
CÂMARA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS: O PRIMEIRO PRESIDENTE E O ATUAL
CÂMARA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS: O PRIMEIRO PRESIDENTE E O ATUAL Daniela de Souza Costa Jaqueline de Medeiros Brand Maria de Fátima Moraes Argon, associada titular, cadeira n.º 28, patrono Lourenço Luiz Lacombe O prof. Paulo Machado da Costa e Silva, no capítulo IV – Petrópolis e sua Câmara Municipal, do livro Conhecendo Petrópolis: aspectos históricos e geográficos, edição especial, diz que: “Quando for escrita a história completa das atividades da Câmara Municipal de Petrópolis e da vida e da atuação daqueles muitos homens ilustres do passado e do presente, que foram e são os vereadores, a própria história do Município ganhará nova compreensão e nova significação”. E ainda: “este trabalho pretende dar breves informações sobre a evolução da Câmara Municipal nas várias fases de sua existência e incentivar a que pesquisadores desvendem minudências importantes do seu existir”. Acreditamos que o primeiro passo importante e decisivo para isso foi dado quando o Museu Imperial, em 1993, idealizou um projeto de preservação das atas conservadas no seu acervo (são 10 códices do período de 18/6/1859 a 31/12/1889 e de 30/11/1892 a 27/2/1896) e convidou a Câmara Municipal para ser sua parceira nesse empreendimento. Desse contacto surgiu um convênio entre as duas instituições e, ainda, levou a Câmara a instituir pela Lei 5.110, de 20 de janeiro de 1994, o Projeto Recuperação da Memória Histórica do Legislativo Petropolitano. Motivadas pelo nosso trabalho, como membros da equipe do Projeto Atas da Câmara Municipal de Petrópolis, e estando Petrópolis comemorando seus 140 anos de elevação à categoria de cidade, resolvemos iniciar uma série de biografias de vereadores e de funcionários da Câmara. Consideramos importante resgatar a história do passado, mas também preservar a de hoje, por isso elegemos, para dar início a essa série, o 1º presidente da Câmara Municipal Albino José de Sequeira e o atual Nelcyr Antônio da Costa. ALBINO JOSÉ DE SEQUEIRA Petrópolis, elevada à categoria de cidade, pela lei nº 961, de 29/09/1857 só teve sua Câmara instalada em 17/06/1859, isto porque as duas primeiras eleições foram anuladas, tendo sido considerada válida a terceira, de 13/3/1859. A presidência da Câmara Municipal coube ao vereador mais votado Amaro Emílio da Veiga, no entanto por ser militar da ativa não pôde assumi-la. Sendo imediato em votos Albino José de Sequeira que assume o cargo durante toda a legislatura. Um primeiro dado interessante deste vereador é que o seu nome aparece, em toda a […] Read More
AMAZÔNIA E OS SEUS DESAFIOS
AMAZÔNIA E OS SEUS DESAFIOS Cláudio Moreira Bento, Associado Correspondente INTRODUÇÃO Amazônia Brasileira, como se verá, tem sido alvo de ameaças veladas de internacionalização e de ser declarada patrimônio da Humanidade ao arrepio da Soberania brasileira. E tudo em função de uma campanha bem sucedida da Mídia Internacional a serviço do Poder Econômico Mundial, da qual ela seria um subsistema. Campanha de convencimento da Opinião Pública Internacional de que o Brasil está queimando, desmatando e massacrando populações indígenas e de ser incapaz de por fim a esta situação. Argumento que poderia justificar, na Opinião Pública Mundial, uma intervenção na área, caso o Brasil não faça o seu dever de casa. Intervenção com apoio na defesa de interesses coletivos da Humanidade preconizados pela Nova Ordem Mundial, os quais, para ela, possuiriam maior hierarquia que a Soberania e a Autodeterminação dos povos. Na presente conferência , mostraremos o contraste, no caso, entre o ambiente internacional e a realidade brasileira relativamente a Amazônia e de como o Brasil, pelo desenvolvimento auto-sustentável vem desenvolvendo a Amazônia, contrariamente aos interesses econômicos e geopolíticos internacionais, que defendem o congelamento do desenvolvimento da Amazônia, sob as falsas bandeiras de defesa do Meio Ambiente e de Populações Indígenas, mas, em realidade pretendendo transformar a área em reserva futura, por sua imensa riqueza potencial, para explorá-la dentro de seus interesses conforme tentaremos dar uma idéia. Em Mesa Redonda, A Mídia e a Amazônia, do Seminário Amazônia promovido pela Escola Superior de Guerra no BNDES, no Rio, em novembro de 1999 e com o aval do Ministério da Defesa, jornalistas independentes assim classificaram a Mídia. Ela é um subsistema do Poder Econômico Mundial e a serviço de seus interesses, ao qual expressiva parte da Mídia Brasileira se submete. Mídia que não tem compromisso com a Democracia, com a Verdade, com o direito de resposta, pois não é independente. Está a serviço da “Liberdade de Empresa” e não da de Imprensa. Ele conforma ou forma a Opinião Pública, ou melhor a manipula psicologicamente, através das estratégias do Silêncio ou da Deformação, buscando apoio, inclusive, em Lenin que afirmava entre outras coisas: O meio político é complexo e a capacidade política do povo é singela. É fácil fazer uma ponte entre ambos. Ou, por outro lado, é possível provar “ser verdadeira qualquer inverdade.” OS DIVERSOS INTERESSES QUE INCIDEM SOBRE A AMAZÔNIA Segundo o Cel. Hamilton de Oliveira Ramos, em artigo na Revista […] Read More
GENEALOGIA DA FAMÍLIA SIXEL
Em 12 de junho de 1981, com o título “Quem Povoou Petrópolis ?” – o grande mestre genealogista CARLOS GRANDMASSON RHEINGANTZ, iniciou as publicações do magnânimo trabalho de pesquisas genealógicas das famílias dos colonizadores germânicos que chegaram ao Povoado de Petrópolis, entre 29 de junho de 1845 e meados do mês de dezembro do ano de 1846. Foram ao todo 88 das 361 famílias, sendo a maioria publicada na Tribuna de Petrópolis e parte na Revista do Instituto Histórico de Petrópolis. NOTA: Como sócio efetivo do Colégio Brasileiro de Genealogia, do Instituto Histórico de Petrópolis, vice-presidente do Clube 29 de Junho (de tradições alemães), descendente de uma das famílias dos colonos e ex-discípulo de RHEINGANTZ, após o seu falecimento – ocorrido em 16 de agosto de 1988, decidi dar continuidade à sua grandiosa obra, completando a genealogia das famílias que ele deixou por terminar e iniciando as demais. NOTAS HISTÓRICAS E DADOS GENEALÓGICOS DA FAMÍLIA SIXEL No mês de agosto do ano de 1845, chegaram na Imperial Colônia Germânica de Petrópolis dois colonos da família SIXEL. MICHAEL e GEORGE SIXEL – eram irmãos e vieram de onde nasceram – Aldeia de Horn – Prússia – Alemanha. Que com esposas e filhos integraram-se à colonização. Hoje os seus descendentes ocupam a sétima geração e encontram-se em sua maioria radicados nos seguintes bairros de Petrópolis: Darmstadt, Bingen, Duarte da Silveira (antigo Quarteirão Woerstadt), Mosela e centro da cidade. Além de diversas cidades fluminenses e outros estados brasileiros. Têm-se notícias de que alguns SIXEL vivem na Alemanha – terra natal destes colonos pioneiros. Os descendentes de MICHAEL SIXEL dedicaram-se ao ramo de “segearia” (fabricação e reforma de carruagens, carroças e veículos muares em geral) e de hotelaria. Os descendentes de GEORGE SIXEL dedicaram-se ao ramo da construção civil, atendendo a construções de residências, indústrias e outras. Os descendentes destas duas famílias colaboraram e continuam colaborando para o desenvolvimento da nossa cidade. Educaram seus filhos e hoje muitos destacam-se na sociedade petropolitana. Através dos contatos para o desenvolvimento genealógico de ambas as famílias, tive a oportunidade de conhecer pessoas que, além das informações das descendências dos dois colonos, em condições de depoimentos, forneceram-me dados preciosos de reminiscências próprias e de seus antepassados. Para um melhor conhecimento histórico destas duas grandes famílias, sugiro que leiam as Tribunas de Petrópolis de: 27 e 29/11/1994, 13 e 27/12/1994, 03, 10 e 17/01/1995. OBS.: 1- Tudo que […] Read More
CABOCLO VARELA
CABOCLO VARELA Francisco José Ribeiro de Vasconcellos Das entranhas da Serra do Mar, das vertentes dos tributários dextros da ribeira sul paraibana, por entre os cafezais e bananeiras, brotou a energia necessária que faria esturrar, aos 17 de agosto de 1841, o Cabloco Varella, força telúrica e cósmica ainda não captada pelos radares dos radares dos arraiais umbandistas. Sim, porque ninguém foi mais cabloco do que ele, seja por sua índole libertária, seja por seu desapego da matéria, seja por seu devotamento à natureza, seja por seu romantismo tropicalista, seja por sua elaboração poética, que atinge o clímax com o Evangelho nas Selvas. Cabloco total, encantador, meteoro neste planeta de balizamentos inexoráveis, eternidade no panteão do universo sideral. Faltam-lhe as preces, os cantos e os ingredientes propiciatórios, que lhe permitam espargir um pouco mais de luz e de alento neste mundo barbarizado pelo materialismo mais abjeto e pernicioso. Luiz Nicoláo Fagundes Varella, rebento da Fazenda Santa Rita, em Rio Claro, Estado do Rio de Janeiro, é o Cabloco de quem falo, andarilho, física e mentalmente, em correrias pela vastidão brasileira, e pelos espaços cósmicos para onde o levavam o verso e a rima . Teria a genealogia explicação para esse duplo delírio ambulatório? Ou seria o poeta rioclarense, na forma e no conteúdo, sem ascendentes e descendentes, elos dessa mesma cadeia errante? No centro da praça principal da pobre cidade sul fluminense de Rio Claro, há modesto monumento em memória da gigantesca fulguração espiritual. Enorme desproporção entre o continente e o conteúdo. O marco não tem imponência dos que foram erigidos em Salvador, em homenagem a Castro Alves, em São Luiz para comemorar Gonçalves Dias, em Delft, para recordar Hugo Grotius, em Orleans para perpetuar a lembrança de Joana D’Arc . Apenas o busto do poeta/cabloco, sobre discreto pedestal, onde se lê, em uma de suas faces: 1841 – 1875 Embora o sopro ardente da calúnia /Crestasse os sonhos meus, / Nunca descri do bem e da justiça, /Nunca descri de Deus. (L.N. Fagundes Varella) Trinta e quatro anos apenas viveu o poeta; trinta e quatro anos peripatéticos, Aasverus redivivo por Seca e Meca, ora em Rio Claro, ora em Angra dos Reis, ora em Petrópolis, ora em Catalão, ora em São Paulo, ora no Recife, ora sem destino, por léguas e léguas na busca quiçá do fim do mundo. E neste insípido giro,/Neste viver sempre a esmo,/Vale a pena […] Read More