ÍNDICE ALFABÉTICO DOS 361 NOMES DAS 456 FAMÍLIAS DE COLONOS GERMÂNICOS QUE CHEGARAM EM PETRÓPOLIS, ENTRE 29/06/1845 E 31/12/1846 Paulo Roberto Martins de Oliveira, Associado Titular, cadeira nº 10 – Obs.* Famílias com levantamentos genealógicos. Adams*, Alfeld*, Andreas*, Arweiler*, Auler*, Bach, Balter, Barten*, Bauer, Bauermann, Baumgatner, Bechtlufft, Beck, Becker, Behrens, Benchel, Bender, Berlandi, Berr, Beuren, Biehl, Blaeser, Blaesius, Blankenberger, Blatt, Blatten, Blum, Boelling, Boller, Bonacker*, Borchtelmann, Borrê, Brahm*, Brand, Braun, Breuer, Brunner*, Buehler, Buhl, Bumb*, Burger, Capalo*, Castor*, Christ, Dahlen*, Debald*, Deister*, Delvo, Dengler, Deroche, Deubert, Diehl, Dietrich, Dietz, Doerscheid, Dohm, Dorr*, Dupont, Dupré, Ebeling*, Eberhardt, Ebertz, Echternacht, Eckardt, Eiffler*, Einsfeld, Elbert, Emmel, Engelmann, Eppeisheimer, Eppinghaus, Erbes*, Esch, Espenschied*, Essinger, Ev, Exel*, Faber, Faulhaber*, Fecher, Feldmann, Finkennauer, Firmes, Fischer, Flaeschen, Flesch, Fliess, Forster, Franz*, Friedrichs, Gabelmann, Gabrich, Gall, Gehren, Geoffroy, Georg, Gerhard, Gietz, Gimpel, Glassow*, Goehl, Goeller, Goettnauer*, Goetz, Gorges, Graeff, Gregorius, Groess, Grotz, Gudehus, Guenster, Guntermann*, Gutmann, Hamm, Hammes*, Hang, Hansen, Happe*, Harres*, Hart, Hartmann, Haubrich*, Hees*, Hehn, Heiderich*, Henemann*, Henrichs, Hilgert*, Hill, Hillen, Hinkel, Hinnerscheid*, Hippert*, Hoefner, Hoelz*, Hoenes*, Hoffmann, Huegel*, Hummel*, Husch, Indstein*, Jacobs, Jacoby, Jaeger, Jahn, Jantz, Jenz, Jochem, Joras, Jost*, Jung, Justen, Kaercher*, Kalkuhl*, Kallenbach, Kappaum, Kappler, Kapps, Karl, Kauert, Keck, Keuper, Kind*, Klaes*, Klaudi, Klein, Kling*, Klingel, Klippel, Kloh*, Knecht*, Kneipp, Kniebel*, Knuth, Kober*, Kochems, Koetzer, Kolling, Konflanz, Kopf, Kopp, Korndorfer*, Korth, Kraemer, Kramm, Kratz, Kraus, Krautkraemer*, Krebs, Kreis, Kreischer*, Krings, Kronemberger*, Kuhn, Kunz, Kurtenbach*, Kustermann, Lahr, Latsch, Laufersweiler*, Lauterbach, Licht, Licker*, Linden, Link*, Littig, Lochem*, Loepsch, Loos*, Lorang, Luebe*, Luetger, Lukas, Mahler, Mainartz, Maiworm*, Malmann, Martini, Marx, Mathis, Maul, Mayer, Mebus, Mees*, Merker, Mertens, Meures, Michel, Moehlig*, Molter, Monken, Morsch, Muenich, Muller, Munch, Mundstein*, Mussel, Neisius*, Neumann, Nichtern*, Nicodemus, Nicolai, Nienhaus*, Noel*, Ohlweiler, Orth, Petry, Pfeiffer, Philippi, Pitzer*, Plantz, Platten, Platz*, Plenz, Rablais*, Raeder, Reinsfeld*, Reiss, Reissinger, Reith, Reitz, Renzler, Retzmann, Reuther, Rheingantz, Richter, Rippel, Rockenbach, Rody, Rosenbach*, Roux*, Ruhl, Sattler*, Sauer, Saueressig, Schaefer, Schanuel, Scheid, Scherer*, Schimmels, Schimidt, Schimitt, Schimitz, Schneider, Schnoeneck, Scholl, Schorsch, Schroeder, Schuessler, Schumacher, Schunck, Schwabenland, Schwartz, Schweickardt, Seitz, Sieben, Silbernagel, Simon, Sindorf, Sisterhenn*, Sixel*, Sommer, Sperle, Stadler, Starck*, Steinborn, Stoffel, Straub, Stulpen, Stumm, Stumpf, Stutzel, Suss, Surerus*, Sutter, Tannein, Ternes, Tesch, Thees, Theis, Theisen, Theobald, Thomas, Trojack*, Uhlweiler, Ulrich, Vetter, Vogel, Vogt, Vones*, Wagner, Waldhelm, Weber, Webler, Weckmuller*, Weiand, Weinem*, Weinschutz, Weirich, Weitzel, Wendling, Werkhauser, Werner, Wetzler, Wey, Wichers, Wilbert, Wildberger, Willems, Willing, Windhauser*, Winter*, Wirsch, Wolf, Woll, Zacher*, Zerban, Zillig*, Zimmler e Zoebus*.
D. PEDRO II, CAXIAS E ZACARIAS (A grande vantagem da existência do Poder Moderador)
D. PEDRO II, CAXIAS E ZACARIAS (A grande vantagem da existência do Poder Moderador) Otto de Alencar Sá Pereira, ex-sócio Quando lecionamos a disciplina “Realidade Social Brasileira” um dos assuntos que abordamos intitula-se “Poder Nacional e Política Nacional”. Não querendo desvirtuar este artigo em uma aula de RSB, passamos “Au Vol D’Oiseau” sobre conceitos básicos, indispensáveis para que o assunto se torne claro. Poder Nacional, como diz a palavra, é o poder da nação. Esta, quando já possui, bem desenvolvidos, seus elementos básicos, quais: a população, o território e as instituições, e, quando, entre estas, cresce a instituição política, conseguindo-se a autodeterminação da nação, podemos afirmar o surgimento de um Estado Soberano. Por isso, o poder do Estado chama-se Poder Nacional. Origina-se da Nação. O Estado não é senão um mero instrumento nas mãos da nação, para que esta passe a se governar, ter leis, ordem, desenvolvimento. Enfim tudo, que é necessário para alcançar o “Bonum Comune” ou “bem estar social”, que, afinal de contas, é a própria finalidade da existência do Estado. Por isso, o Estado existe para servir à nação e não o contrário, como apregoavam e apregoam os estados totalitários ( de direita ou de esquerda). Nesta tarefa de atingir o bem estar social, o estado se utiliza da Lei, da força e da política nacional. Esta última não deve ser confundida com politicagem. Ela é uma ciência. Constitue-se em um processo determinado pelo Estado, para atingir o bem comum. Entretanto, no dinamismo deste processo, muitas vezes surgem obstáculos, que impedem ou prejudicam alcançar o alvo da política nacional, qual seja o bem estar da nação. A ciência política distingue três tipos de obstáculos: 1 – “Fatores adversos”; 2 – “Antagonismos” e 3 – “Pressões”. O 1º – Fatores adversos se relacionam com todas as deficiências humanas ou problemas da natureza que a política nacional deva enfrentar ( Exemplo: Corrupção de políticos, inflação, leis desatualizadas; cataclismas, como nevascas, , terremotos, epidemias, etc…); O nº 3 – Chamado “pressões”: não passam de “antagonismos” que se valem da violência ( exemplo: terrorismo). Mas, se pulamos o nº 02 – “antagonismos”, foi propositalmente, porque é sobre ele que queremos desenvolver estas linhas, para chegarmos a um interessante episódio, durante a guerra contra o Paraguai, cujos personagens principais foram o próprio Imperador, o então Marquês de Caxias, Luiz Alves de Lima e Silva e o político Zacarias de Goes e Vasconcellos, […] Read More
PETRÓPOLIS E SUA MALOGRADA ANEXAÇÃO AO DISTRITO FEDERAL – II
PETRÓPOLIS E SUA MALOGRADA ANEXAÇÃO AO DISTRITO FEDERAL – II Francisco de Vasconcellos, Associado Emérito – Enfim, a idéia não tinha qualquer apelo popular e por conseguinte dela estavam alheios os autênticos petropolitanos. Mas apesar do corpo estranho introduzido numa simples reunião que visava o melhoramento de um dos principais logradouros da urbe de Koeler, a votação da proposta correu normalmente, tendo sido ela aprovada por unanimidade nos termos em que fora apresentada e conforme o projeto de Paulo Bergerot. Ficou constituído na altura um grupo de trabalho integrado pelos Drs. Roxo de Rodrigues, Souza Leão, Eugênio Gudin, Barão de Santa Margarida, José Paranaguá e Teixeira Soares, todos sob a presidência do Dr. Arthur de Sá Earp. Antes que findasse a reunião, o Barão de Ibirocaí, não querendo que morresse no nascedouro a idéia levantada pelo Dr. Roxo de Rodrigues, mesmo diante da má vontade do Presidente da Câmara, propôs, que fosse convocado novo encontro, para que se apreciasse a anexação de Petrópolis ao Distrito Federal. Aceita a proposta pelos presentes, Luiz da Rocha Miranda, alvitrou que seria melhor criar-se uma comissão para o estudo prévio do tema, tendo sido aclamados para tal, Paulo de Frontin, Luiz da Rocha Miranda, Antônio Roxo de Rodrigues, Villela dos Santos, Joaquim Moreira, Franklin Sampaio, Conde de Figueiredo, Teixeira Soares e Eugênio de Almeida e Silva. A Tribuna de Petrópolis, arauto de longa data dessa aspiração da Corte na serra, saiu logo em defesa dela em momentoso artigo que veio a furo no dia 15 de fevereiro de 1906. Dizia o redator da matéria: “Ora, foi baseado nessas razões, que advogamos a aquisição do território desta cidade e de uma faixa dos municípios de Magé e de Iguaçu, necessários ao prolongamento do Distrito Federal até cá, estabelecendo-se, entretanto, um regime especial, que de modo algum ofendesse a autonomia de que goza atualmente Petrópolis, como município do Estado do Rio de Janeiro. E isto por uma razão muito simples: cidade importante, universalmente conhecida, Petrópolis não pode, nem deve perder de um momento para outro, os foros de que goza, para se converter num simples subúrbio daquele distrito, abandonado, sem melhoramentos úteis, como acontece atualmente com o Engenho Novo, Todos os Santos, Cascadura e muitos outros. É necessário, portanto, que a comissão encarregada de estudar o grave assunto, pese bem as vantagens que se deve tirar para Petrópolis, com a anexação proposta”. Tinha certa razão o […] Read More
QUINHENTOS ANOS DO NASCIMENTO DE SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA (OS)
OS QUINHENTOS ANOS DO NASCIMENTO DE SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, cadeira nº 15 – Comemoramos este ano cinco séculos do nascimento de São Pedro de Alcântara, um dos mais virtuosos santos da Igreja de Cristo, que é o padroeiro do Brasil, o patrono particular de Dom Pedro II, o padroeiro de Petrópolis e também o Orago de nossa Catedral. Para compreender São Pedro de Alcântara é necessário situá-lo no contexto histórico do século XVI. A Reforma Protestante ocorrida na primeira metade deste século, transformou brutalmente a estrutura eclesiástica e a doutrina da salvação. A Igreja Católica, procurando deter o avanço do protestantismo, convocou o Concílio de Trento, em 1545, o qual esteve reunido até 1563, dele resultando uma Igreja reformada e modernizada. Entretanto, é importante ressaltar que antes do grande conclave, algumas importantes providências foram tomadas pelos católicos no sentido de realizar “uma renovação da vida espiritual, através da oração, visando a permitir que os homens vivessem mais intensamente, mais ardentemente, mais individualmente, com o Salvador, n’Ele e por Ele” (1). Neste particular destacaram-se os jesuítas, franciscanos e dominicanos, que escreveram diversos tratados de oração, traduzidos em diversas línguas. Assim, em 1526, Santo Inácio de Loiola publicou os Exercícios espirituais, “que agrupavam, metodicamente e em boa ordem, os princípios da oração, acrescentando-lhe conselhos minuciosos, que formam uma espécie de manual de tática espiritual. Fornecem assim um sumário de uma série de meditações que, em princípio, devem executar-se em quatro semanas, e que incidem sobre o destino do homem, a vida de Cristo, a Última Ceia, a Paixão e os mistérios de Cristo ressuscitado. Esta oração exige esforço: a cada ponto da meditação, a memória recorda os fatos, a imaginação torna-os sensíveis, a inteligência tira as respectivas conseqüências e a vontade formula decisões. Cristo é um Rei que convida a entrar no seu exército. O fiel é o cavaleiro que se entrega ao Senhor e lhe testemunha seu amor pela luta contra os maus instintos” (2). Entretanto, outros espirituais praticavam e espalhavam o conhecimento dos restantes graus da oração, a oração de fé, conversação interior sem qualquer ruído de palavras, sentimento da presença de Deus e do contato com Deus, sem qualquer imagem, sem nada sensível, como por meio de um sentido especial e finalmente os diferentes graus de oração mística, cujos melhores tratados foram escritos por Santa Teresa d’Ávila, a reformadora da ordem das […] Read More
PESQUISA HISTÓRICA – III – ENCRUZILHADAS NO CAMINHO DA HISTÓRIA
PESQUISA HISTÓRICA – III – ENCRUZILHADAS NO CAMINHO DA HISTÓRIA Carlos e Jany Limongi, Associado Titular falecido e Associada Emérita 6. Encruzilhadas no caminho da história: Nestas nossas caminhadas pelo campo da pesquisa, nos deparamos com obras valorosas de pessoas sérias que se preocupavam em reconstruir a História Fluminense. Para o presente título, muito nos valemos da obra do historiador João Fernandes, focalizando e mesmo transcrevendo artigos de sua autoria publicados no “Jornal de Petrópolis” de 25 de dezembro de 1933. Toda a composição, que merecia ser republicada na íntegra, é um relato interessantíssimo sobre as múltiplas dependências de São José a outras localidades. Por isso, pondo luz sobre antigas dúvidas e erros de interpretação. Todos sabem, mesmo porque nunca escondemos o fato de que somos pesquisadores empíricos. Isto é, não temos formação científica. Com esforço, nos submetemos a certos princípios básicos consubstanciados em autores de obras metodológicas. Em função das nossas pesquisas locais, sempre julgamos estranho o relato encontrado em vários autores, afirmando que a Freguesia de São José teria, em 1857, sido anexada ao novo Município de Petrópolis. A dúvida surgiu porque, pesquisando os livros da Câmara de Paraíba do Sul, encontramos, no citado ano, vereador representante da Freguesia de São José atuando naquela Casa Legislativa. O que confirmava a continuidade da dependência de São José à Vila da Paraíba do Sul. Acreditamos que o engano se deu porque, realmente, o segundo distrito da Freguesia foi anexado a Petrópolis pela Lei nº 961, de 29 de setembro de 1857. A propósito deste fato, seria melhor ouvir o próprio João Fernandes: (Trabalho publicado em 25-12-1933 no “Jornal de Petrópolis”). “Em 1677, a Freguesia de N. S. da Piedade do Inhomirim compreendia o território semeado de vertentes da importante bacia da planície fluminense; mais tarde, transpondo o planalto, dilatou-se sertão adentro, até a margem do Parahybuna, abrangendo a Serra da Estrela e a longa margem aberta do Piabanha com todos os vales que lhe são atribuídos. O respectivo distrito judiciário obedeceu até 1789 ao termo da cidade do Rio de Janeiro. Creando-se então o Município de Magé, passou o distrito de Inhomirim a pertencer-lhe, sofrendo, ao mesmo tempo, sensível restrição territorial, que atingiu igualmente à freguesia eclesiástica. Os limites de ambos passarão a confinar com os da Freguesia de Parahyba do Sul, que também se creara, constituída, entre outras, das antigas capelas filiais do Senhor de Matosinhos do Sardoal e de […] Read More
PESQUISA HISTÓRICA – II – AS ORIGENS DE SÃO JOSÉ
PESQUISA HISTÓRICA II – AS ORIGENS DE SÃO JOSÉ Carlos e Jany Limongi, Associado Titular falecido e Associada Emérita 4. As origens de São José: As pesquisas históricas são uma atividade apaixonante e infindável. No meio da caminhada, aparecem misteriosas encruzilhadas que são um novo desafio a ser vencido. As dificuldades em encontrar novas fontes, o penoso trabalho de leitura, muitas vezes, antagônico, a perplexidade diante de certas afirmações, tudo isso faz da pesquisa atividade sumamente complexa e altamente comprometida com o que expressam os documentos. As origens de São José constituem tema que tem três partes e ainda está incompleto. A cada passo, encontramos dúvidas que só o tempo e o trabalho nos proporcionarão as soluções. Até o dia de hoje, não tínhamos idéia clara sobre o tipo de dependência que São José teve, no passado, em relação à Vila de Cantagalo. Alguns historiadores cautelosos alegaram não terem encontrado documentação suficiente para esclarecer esta vinculação. Dias atrás, esta era também a nossa posição. Entretanto, sabemos agora, graças a uma reprodução do “Termo de Declaração e Demarcação dos Limites da Vila de São Pedro de Cantagalo” que , sem dúvida, São José, em grande parte, estava dentro do referido Termo, desde 1814, quando a Vila em questão foi criada. É bem verdade que, pela leitura do Alvará, se conclui que somente os territórios situados à margem direita do Rio Preto pertenceram à Cantagalo, ficando as terras da margem esquerda do Rio Preto com a Freguesia de Inhomirim e o seu segundo Distrito sobre o Termo da Vila de Pati de Alferes. Encontramos vários documentos que foram levados à Comarca de Cantagalo, o que comprova a extensão de sua jurisdição sobre São José. A História nos mostra que as divisões administrativas da Igreja, realizadas para dar atendimento às populações, de modo geral, prevaleceram, sendo adotadas pelo Governo na Administração Pública. Mas nem sempre as coisas aconteceram assim. Alguns Presidentes da Província do Rio de Janeiro preocupados com a repetição de nomenclaturas e com a variação de dependências, tentaram criar instrumentos legais que viessem por fim a tais situações. A existência dos Distritos Eleitorais que criavam novo tipo de dependência aumentava mais ainda a confusão. O Distrito Eleitoral de São José e de Cantagalo era originalmente em Santo Antônio de Sá, cuja origem era bem anterior. Neste caso, para evitar o deslocamento dos eleitores para votarem em Santo Antônio de Sá por […] Read More
PESQUISA HISTÓRICA – I – OS SERTÕES DO RIO PRETO
PESQUISA HISTÓRICA – I – OS SERTÕES DO RIO PRETO Carlos e Jany Limongi, Associado Titular falecido e Associada Emérita – 1. Introdução – Depois que a tarefa de pesquisa foi reduzida, a área a ser estudada passou a ser apenas “Os Sertões do Rio Preto” ou “Os Sertões dos Índios Coroados”, como mencionavam as antigas solicitações de sesmarias. O domínio dos homens sobre a terra foi sempre um processo de divisão das grandes extensões. Aqui na América, não foi diferente. O planalto central representou um grande desafio para os primeiros colonizadores que mal conheciam o nosso não menos extenso litoral. Naturalmente, foi pelo mais conhecido que as divisões começaram. O litoral serviu de base às primeiras medidas territoriais administrativas. Mas como a História se desenrola indiferente aos desejos humanos, todas estas medidas foram de efêmera duração e não resistiram ao tempo. Estes imensos “vazios” tornaram-se menores, a medida que os exploradores penetraram pelos interiores a dentro, movidos pelos mais diversos interesses. Estas recordações nos levam a compreender melhor a existência em 1700 de territórios ainda inexplorados na Província do Rio de Janeiro, onde a Serra do Mar com suas elevações sobre a planície litorânea e os grandes rios caudalosos nas fronteiras com as Minas Gerais criavam barreiras de difícil acesso, mantendo, por algum tempo, o isolamento dos Sertões. A descoberta do ouro e das pedras preciosas nas Minas Gerais precipitou o deslocamento de multidões rumo ao “El-dourado”, onde as aventuras mostravam-se assaz lucrativas. Até em Portugal, se estabeleceram rigorosas leis para conter a população portuguesa que desejava aventurar-se nas minas brasileiras. Esta movimentação, como era de se esperar, mudou toda a corografia dos sertões que se encontravam, justamente, numa situação intermediária entre dois grandes mercados que se formaram com a exploração do ouro e a sua exportação pelo Porto do Rio de Janeiro. Não se pode ainda deixar de citar a proximidade, cada vez maior, dos caminhos do ouro da área dos Sertões do Rio Preto e os vários derivantes que se estabeleceram como rotas de desvio dos caminhos oficiais. Em busca das Minas Gerais, os rios fronteiriços foram atravessados em vários pontos. Todas estas novas veredas tornaram mais conhecidos os sertões e, assim, foram solicitadas novas sesmarias e surgiram as fazendas abastecedoras dos dois mercados: as Minas, onde o plantio era escasso, e a Cidade do Rio de Janeiro. Pela pesquisa no Arquivo Nacional, conseguiu-se descobrir o nome de […] Read More
TREZENTOS ANOS DE PEDÁGIO ENTRE RIO E MINAS
TREZENTOS ANOS DE PEDÁGIO ENTRE RIO E MINAS Francisco de Vasconcellos, Associado Emérito – O Brasil nasceu, cresceu e se desenvolveu no salve-se quem puder, na improvisação, no engatilhamento, dando nó em pingo de éter. Vem da colônia o descaso do poder público pelo quotidiano e pelas necessidades do povo brasileiro. Somos o que somos graças à iniciativa privada, ao espírito aventureiro e sempre otimista de quantos se lançaram à incerteza das lavouras, dos garimpos, das tropas, das boiadas, das indústrias, numa terra de escravos, de mão de obra desqualificada, de precária ou mesmo inexistente comunicação interna, de baixo nível de consumo e de sanguessugas oficiais. À Metrópole só interessavam as vantagens que lhe podiam advir do fechado e monopolizador sistema colonial. Dos ônus, nem queria ouvir falar, muito menos de investimentos nos seus vastos domínios nesta banda do Atlântico. A doença ficou e tornou-se crônica, chegando com toda a força aos nosso dias. Até a Independência, vivíamos a remeter à Lisbôa o produto do nosso esforço, para sustentar o ócio e o parasitarismo de uma nobreza já decadente e a glutonice da raposa Albion. Durante o antigo regime, cada vez que se criava um município, a lei que o erigia como tal, obrigava a população da nova comuna a construir à sua custa as casas da Câmara e da Cadeia. E já agora, em pleno regime republicano, as prefeituras, como a de Petrópolis, por exemplo, não põe um tijolo em qualquer loteamento que se pretenda fazer, mas não deixam depois de comparecer para arrecadar o IPTU, sobre um investimento no que concerne à implantação do projeto, de que não participaram. Assim, voltando aos tempos coloniais, nenhum caminho, nenhuma ponte, nenhum canal veio a furo no Brasil, que não fosse através do sacrifício e do desgaste financeiro de particulares. Quando, na virada do século XVII .para o XVIII, Garcia Rodrigues Paes tornou possível a ligação do Rio de Janeiro com as minas dos cataguás, pelos vales do Paraíba e do Paraibuna, não havia naquele cometimento um tostão despendido pela coroa. Tudo que alí fora feito saíra do bolso do filho de Fernão Dias, inclusive no concernente à mão de obra escrava e livre. Num documento oficial saido das mãos do Governador do Rio de Janeiro, Artur de Sá Menezes, datado de 6 de outubro de 1699, lê-se que Garcia Rodrigues Paes, empregara na abertura do chamado Caminho Novo das Minas […] Read More
REVELAÇÃO DE UM PATRIMÔNIO CULTURAL (A)
A REVELAÇÃO DE UM PATRIMÔNIO CULTURAL Francisco de Vasconcellos, Associado Emérito – Há certas incoerências e alguns paradoxos brasileiros, que longe de merecerem a crítica, a sátira ou a reprovação dos que os detectam, precisam ser valorizados como provas incontestáveis de nossa índole ecumênica, de nossa alma aberta aos povos, às crenças, às doutrinas e aos movimentos mais variados. As radicalizações, as xenofobias, os sectarismos e jacobinismos, foram sempre entre nós elementos circunstanciais e efêmeros, provocados por exaltações momentâneas conforme a maré e os ventos da política e dos costumes, quer no plano interno, quer no que concerne à conjuntura internacional. Não aprendemos a cavar fossos, abismos, precipícios, por questões de ordem étnica, racial, religiosa, social, ideológica. Edgar Hans Brunner, com a sua extraordinária visão do mundo, afirma que o Brasil é talvez o país mais tolerante que ele conhece. D. Pedro II, num momento de exaltação e de nervos à flor da pele, foi banido do país em 1889, mas vinte e um anos depois, aqui em Petrópolis, era homenageado em praça pública, quando da inauguração do monumento a ele dedicado. E o mesmo pano que protegeu a estátua do Marechal Floriano, antes de ser ela exposta aos olhos do povo, serviu para cobrir o velho Imperador, à véspera de sua entronização em bronze na cidade que carrega o seu nome. Mas Petrópolis registra outras curiosidades, que confirmam essa nossa tendência a misturar alhos com bugalhos: A rua Marechal Deodoro, desemboca na rua do Imperador; a rua Nilo Peçanha (republicano roxo) começa na Praça D. Pedro e termina na rua Barão de Tefé; e o Palácio Amarelo, símbolo do poder na República, está diante do antigo Palácio Imperial, hoje Museu. E para arrematar, Petrópolis é a única cidade do Brasil e das Américas a receber da República o título de Imperial. O Recife, tradicional baluarte republicano brasileiro, com suas memoráveis revoluções de 1817, 1824 e com a famosa Praieira, nunca admitiu que banissem de seus logradouros os nomes que lembram a monarquia, mantendo até hoje o Palácio das Princesas e o Testro Santa Isabel, como símbolos do antigo regime. E a republicaníssima cidade paulista de Itú, montou o Museu Republicano Convenção de Itú, em plena rua Barão de Itaim. Cheguei finalmente ao motivo desta matéria. Poucas comunas brasileiras retratam ao longo de sua história a nossa índole abarcante e ecumênica como esta urbe bandeirante, que da Colônia aos tempos […] Read More
TERTÚLIAS DE HUMBERTO DE CAMPOS E MANOEL BONFIM EM CORRÊAS
TERTÚLIAS DE HUMBERTO DE CAMPOS E MANOEL BONFIM EM CORRÊAS Francisco de Vasconcellos, Associado Emérito – Corrêas, janeiro de 1928. No Hotel D. Pedro, instalado no velho casarão do Padre Corrêa, dois grandes intelectuais brasileiros, estão ali hospedados em busca de tranqüilidade e refrigério. São eles, o maranhense Humberto de Campos, membro da Academia Brasileira de Letras, dono de enorme bagagem literária e o sergipano Manoel José Bonfim, historiador, pedagogo e sociólogo, com incursões pelo americanismo e pelas raízes nacionais. Corrêas dos anos vinte, não era o arrabalde pretensioso e acanalhado de hoje, onde pedestres e veículos de toda a espécie disputam a exiguidade dos logradouros e a única ponte que liga a povoação à estrada União Indústria. Em 1928, aquilo era um lugar de repouso e de cura, com suas chácaras aprazíveis, seu comércio modesto, sua população rarefeita, seu silêncio profundo, apenas cortado pelo ruido do trem do Norte, que ligava Petrópolis a Três Rios e a São José do Rio Preto. Antonio Machado, que fora comerciante de fumo no Rio de Janeiro, estabelecera na estrada setecentista do Padre Antonio Thomaz de Aquino Corrêa, o hotel D. Pedro, que depois transformar-se-ia em sanatório, dada a grande procura do clima de Corrêas pelos tuberculosos, sempre esperançosos de cura, numa época em que esta somente se operava por milagre. Pois foi justamente nesse hotel D. Pedro, que Humberto de Campos e Manoel Bonfim, trocaram figurinhas nos dias 16 e 17 de janeiro de 1928. Humberto Campos, nascido no Maranhão em 1886, era já autor consagrado, com vasta bibliografia dos contos humorísticos à crítica literária. Ademais, ele era dado a registrar suas memórias, genêro aliás que o haveria de consagrar post mortem, com a divulgação do seu “Diário Secreto”. Foi na primeira série de sua “Crítica”, livro de 1933, que encontrei o registro de sua tertúlia com Manuel Bonfim, na aprazibilidade coreense, num ensaio sob o título “Nossa Formação Étnica”. E Humberto Campos começa assim o seu discurso: “Consultando o meu diário inédito, relativo ao ano de 1928, encontro essas anotações: Segunda feira, 16 de janeiro – Entre os hóspedes do hotel ( Hotel D. Pedro em Corrêas), um há tão bisonho quanto eu, mas que toma a iniciativa de aproximar-se de mim. É Manuel Bonfim, sociólogo e historiador, autor d’América Latina, obra cuja documentação histórica me espantou, quando há vinte e dois anos, adolescente ainda, alí no interior do Ceará. Humberto […] Read More