DESEMBARGADOR ELLIS HERMYDIO FIGUEIRA – SÍNTESE BIOGRÁFICA Antônio Izaias da Costa Abreu, Associado Emérito, ex-Titular da Cadeira n.º 3 – Patrono Antônio Machado 15 DE FEVEREIRO DE 2013 Faleceu hoje, pela manhã, no sítio de sua propriedade em Ponta Negra, Maricá, RJ, o desembargador Ellis Hermydio Figueira, natural do município de Itaocara, neste estado. Filho de José Hermydio Figueira e Hermira Maria de Jesus. Consorciado com Telma Figueira resultou da união os filhos Mario Augusto Figueira, procurador do Estado; Isabela Figueira, promotora de Justiça e Ellis Hermydio Figueira Júnior, também promotor de Justiça. Os seus estudos, fê-los no Colégio de Pádua, do município de Santo Antonio de Pádua, RJ, no noroeste fluminense, havendo concluído o ensino médio (científico) em 1949. Diplomou-se em Ciências Jurídicas pela Faculdade Fluminense de Direito, em 1954. Advogou intensamente até 1980. Membro por vários biênios da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil do Estado do Rio de Janeiro sendo seu derradeiro presidente, quando ocorreu a fusão das duas unidades da federação. Laureado em concurso público, ingressou na carreira do Ministério Público Estadual no ano de 1961. Presidiu a associação da classe. Exerceu a promotoria de Justiça nas comarcas de Nova Iguaçu, Paracambi, Volta Redonda, Itaguaí, Mangaratiba, Teresópolis, Itaperuna, Magé, Campos dos Goytacazes e Niterói. Ocupou o cargo de procurador dos feitos da fazenda pública no Estado do Rio de Janeiro por cerca de um decênio. Com a fusão das duas unidades da federação – Rio de Janeiro e Guanabara – foi eleito membro do Conselho Superior do Ministério Público do novo estado e, mais tarde, 2º subprocurador geral, havendo sido promovido ao último degrau da carreira ministerial em 1974. Como procurador, em 1973, serviu junto à 2ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça, a ocasião composta pelos eminentes desembargadores Amaro Martins de Almeida, Felisberto Monteiro Ribeiro Neto, Maria Stela Vilella Souto e Décio Ferreira Cretton. Reconhecido pelos relevantes serviços prestados tais como dirigente da administração do Poder Judiciário Estadual quando, no exercício da Corregedoria Geral da Justiça e da 1ª Vice Presidência, via de projetos de sua iniciativa tens como a criação de comarcas e a elevação à categoria; implantação dos juizados especiais dos municípios de Rio das Ostras e Volta Redonda, que por leis locais atribuíram o seu nome às avenidas onde se achavam os respectivos fóruns, enquanto o município de São José de Ubá deu ao prédio edificado para os juizados especiais […] Read More
TIRADENTES – DESCENDENTES
TIRADENTES – DESCENDENTES Controvérsias & Fatos Antônio Izaias da Costa Abreu, Associado Emérito, ex-Titular da Cadeira n.º 3 – Patrono Antônio Machado Trata-se, aqui, da descendência de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Ilustres e conceituados historiadores indicam, entre outros, Pedro de Almeida Beltrão Júnior e suas irmãs, Maria Custódia dos Santos e Zoé Cândida dos Santos, como trinetos do protomártir da nossa Independência. Entretanto, no nosso entender, tal afirmação não se reveste de credibilidade; pois, no que se infere da real documentação histórica, inexiste o apontado liame entre eles e Joaquim José da Silva Xavier. Em 16 de outubro de 1969, o Congresso Nacional — por admiti-los como trinetos de Tiradentes — contemplou-os com uma pensão vitalícia de dois salários-mínimos cada um, apesar de, à luz de aceitável documentação existente, não haver tal descendência. Bem esclarecendo, com relação a Eugênia Joaquina da Silva (no cerca 1770), seu filho, que recebeu no batismo o nome de João de Almeida Beltrão, não era filho de Tiradentes, mas de José Pereira de Almeida Beltrão, conforme elucidado pelo professor Waldemar de Almeida Barbosa, ao localizar, na Matriz do Pilar de Ouro Preto, o assento de batismo de João de Almeida Beltrão[1][1], às folhas 354, do livro próprio, assim transcrito: “Aos quinze dias do mês de julho de 1787, nessa igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar de Vila Rica de Ouro Preto, batizei e pus os santos óleos a João, filho natural que diz ser do cadete José Pereira de Almeida Beltrão e de Eugênia Joaquina da Silva, solteira; foi padrinho o tenente Bernardo Pereira Marques, solteiro; todos desta freguesia, de que fiz este assento. o coadjutor Antonio Ribeiro Azevedo.” [1] “Altos da Devassa da Inconfidência Mineira”, v. I, pág. 145, Câmara dos Deputados – Brasília, Distrito Federal, 1976. Essa descoberta — peça essencial para levar credibilidade do afastamento de qualquer vínculo de parentesco dos “Beltrãos” com Tiradentes — motivou o conceituado professor, em artigo na edição de 20 de novembro de 1961 de “O Estado de Minas Gerais”, a pôr fim a tal vetusta tradição oral não comprovada da paternidade de João de Almeida Beltrão. Equivocaram-se, portanto, os ilustres historiadores Lúcio José dos Santos[2], Miguel Santos e G. Hércules Pinto[3], entre outros, em atribuir a paternidade do menor João de Almeida Beltrão ao Inconfidente, pois Eugênia Joaquina da Silva era a filha mais velha de dona Maria Josefa, sendo aquela, mulher […] Read More
SEMINÁRIO DE MUSEUS E CENTROS CULTURAIS DO JUDICIÁRIO (I) – DISCURSO DE ABERTURA
SEMINÁRIO DE MUSEUS E CENTROS CULTURAIS DO JUDICIÁRIO (I) – DISCURSO DE ABERTURA Antônio Izaías da Costa Abreu, associado titular, cadeira nº 3, patrono Antônio Machado Exmo. Juiz Gilberto de Mello Abdelhay Juiz Auxiliar da Presidência Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, representando o Exmo. Sr. Desembargador Manoel Alberto Rebelo dos Santos. DD Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Exmo Sr. Desembargador Ricardo Paes Barreto DD. Presidente do Tribunal Regional de Pernambuco (TRE/PE) Exmo. Sr. Desembargador Carlos Damião Pessoa Costa Lessa DD. Corregedor do Tribunal Regional Eleitoral – de Pernambuco (TRE/PE) Exmo. Sr. Desembargador Luiz José de Jesus Ribeiro DD. Presidente da Comissão Permanente de Avaliação de Documentos (TRT – 8ª Região – Pará) Exma. Sra. Desembargadora Magda Biavaschi Comissão Coordenadora do Memorial da Justiça do Trabalho (TRT) 4ª Região – RS E demais autoridades presentes Senhoras e senhores 1 – Ao abrir as portas deste palácio a autoridades tão respeitáveis e reconhecidas, sentimo-nos honrados por sediar evento tão importante para a museologia nacional, no qual os seus partícipes buscam, através da interligação de experiência e conhecimento mútuo, o aperfeiçoamento cristalizado nas pegadas do tempo. 2 – Projetamos e oferecemos aos senhores um pouco do que até aqui realizamos. Na verdade, estamos certos de que iremos receber de imediato e num futuro que virá célere ao nosso encontro, os saborosos e desejados frutos deste conclave. 3 – Cultuamos o passado com o objetivo de resguardar o processo civilizatório, pois temos como dever deixar para os pósteros, os registros da memória judiciária, campo de nosso labor. 4 – Cabe noticiar aos presentes que, desde meados do século XVI, a cidade do Rio de Janeiro foi palco de fatos de grande repercussão em toda a colônia e, com a descoberta do ouro no início do século XVII, os conflitos se multiplicaram levando a Coroa a criar a Relação do Rio de Janeiro, em 1751. 5 – Posteriormente, com a vinda da família real para o Brasil, o Príncipe D. João, na regência do Império, extinguiu a Relação e criou a Casa da Suplicação do Brasil e outros tribunais. 6 – Com a independência do Brasil de Portugal, a Carta Constitucional de 1824 previu nova modificação do judiciário tendo criado o Tribunal da Relação da Corte, em 1833. Em 1891, com a República, surge a Corte de Apelação do Rio de Janeiro com vigência […] Read More
DISCURSO NO INSTITUTO DE LETRAS E ARTES DE BOM JESUS DE ITABAPOANA – Antônio Izaías da Costa Abreu
DISCURSO NO INSTITUTO DE LETRAS E ARTES DE BOM JESUS DE ITABAPOANA Antônio Izaías da Costa Abreu, associado titular, cadeira nº 3, patrono Antônio Machado Embora prazeroso, no entanto, difícil escrever ou falar para jovens, já que para tanto exige uma definição escorreita e precisa que não motive nas mentes dos ouvintes dubiedade. Daí, a exigência de precisão na exposição temática, condição que a poucos se mostra capaz, principalmente a este orador. Falta-me a necessária capacidade para exposição. Todavia, não poderei deixar de cumprir a referida missão em noite tão festiva e engalanada, com falas tão gentis e carinhosas destes jovens, que despontam para o futuro radiante do amanhã. Quero deixar-lhes a melhor das impressões que neste momento, estão sendo captadas pelos aguçados sentidos desta plêiade de jovens de nossa terra. Este cuidado se impõe, pois, na verdade, a alma infantil são flores frágeis que se mostram viçosas ao receberem o orvalho matinal. Em tais circunstâncias, entendo melhor, seria valer-me do pensamento de Zarminoff contido no frontispício do respeitável trabalho literário de expurgo ao nazismo – EDUCANDO PARA A MORTE, ao proclamar: “as almas infantis são brancas como a neve, são pérolas de leite em urnas virginais, tudo quanto ali se escreve grava, cristaliza e não se apaga mais”. Eu sei, queridos afilhados homenageantes, que tudo que ocorre nesta noite, em clima de contagiante alegria, jamais será olvidado por vocês, ainda que os ventos dos anos em seu galope, procurem varrer. Contudo, certo estou, quando já no ocaso da vida, com as têmporas matizadas pela neve do tempo vocês irão recordar, da doutora NIZIA CAMPOS, presidente deste sodalício, de seus professores, de muitos dos presentes nesse auditório e também deste, que se apresenta como homenageado. Meus queridos afilhados, devo-lhes confessar que muitos outros compromissos prender-me-iam neste fim de semana à capital do estado, mas ao receber o convite para participar desta sessão solene, nesta noite de 26 de agosto corrente, procurei priorizá-lo, pois a minha ausência poderia causar constrangimento aos queridos homenageantes. E isso jamais poderia ocorrer. Embora sem jactância, mas com humildade revelo, da muitas homenagens que me foram conferidas por diversos estados, municípios e entidades e até mesmo do exterior, conforme constam de minha cartilha curricular, devo-lhes confessar ser esta a mais significativa, pois nela refletem a espontaneidade dos infantes, o amor que lhes envolve a alma e, mais ainda, o desprezo a qualquer cobrança ou apoio […] Read More
FELISBERTO MONTEIRO RIBEIRO NETO
FELISBERTO MONTEIRO RIBEIRO NETO Antônio Izaías da Costa Abreu, associado titular, cadeira nº 3, patrono Antônio Machado Designado pelo ilustre e honrado Presidente deste Sodalício, Professor Joaquim Eloy dos Santos, para proferir, na data de hoje, palestra sobre o bicentenário da transmigração da Família Real ao Brasil, senti-me surpreendido, ao receber, na última quarta feira, convite para comemoração do centenário de nascimento do saudoso acadêmico e particular amigo, Desembargador Felisberto Monteiro Ribeiro Neto, indicando-me como o orador deste evento. De início, verifiquei duplo equívoco, posto que o assunto ventilado não era a celebração do bicentenário da vinda da Família Real ao Brasil, nem mesmo o centenário do homenageado, eis que veio ele ao mundo em 12 de fevereiro de 1917. Em sendo assim, apesar de não estar devidamente preparado para tal missão, embora honrado com o convite, coloquei-me na situação do patriarca Abraão, quando, no cimo do Monte Mariá, no Hebron, há milênios, recebeu do Senhor a incumbência de pregar o Evangelho aos gentios. Como o patriarca, eu, sendo o menos indicado para tal mister, piedosamente, perguntei: “Senhor, porque me colocastes o fardo de tão difícil missão?”. O Senhor disse-me, em resposta: “Não temeis porque fostes o escolhido”. Assim, como Abraão, que não pôde recusar a missão que lhe fora confiada, eu também, neste momento, não posso e não devo, em obediência ao digno Presidente e querido amigo, eximir-me de tão grande honraria. Pensei, inicialmente, face à exigüidade de tempo e aos inúmeros afazeres, à conclusão do livro “Comarcas Fluminenses”, já previamente convencionado com o Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, para 12 de dezembro próximo, em solicitar adiamento da palestra, contudo, não ousaria decepcionar os presentes com a minha ausência. Na verdade, é sobremodo honroso para mim, mesmo diante de tantos percalços já mencionados, discorrer nesta engalanada noite sobre a inigualável figura de Felisberto Monteiro Ribeiro Neto, erudito jurista, um dos mais respeitáveis desembargadores do antigo Tribunal do Estado do Rio de Janeiro e da mesma Corte de Justiça, após a fusão das duas unidades federativas. Não obstante não haver deixado nenhum trabalho jurídico, legou-nos com a justeza de suas decisões, bem elaboradas sentenças e primorosos acórdãos, que sempre serviram de parâmetros aos seus pares, juízes, advogados, promotores de justiça e a todos aqueles voltados à carreira jurídica. Filho de Arthur Monteiro Ribeiro da Silva e Maria José Monteiro Ribeiro, de quem recebeu […] Read More
GUAPIMIRIM
GUAPIMIRIM Antônio Izaías da Costa Abreu, Associado Titular, cadeira nº 3 DISTRITOS: Guapimirim ( distrito único ) EMANCIPAÇÃO: Lei n.º 1772, de 21 de dezembro de 1990 INSTALAÇÃO: 01 de janeiro de 1993. O município de Guapimirim criado pela lei n.º 1772, de 21 de dezembro de 1990, teve seu território desmembrado do município de Magé no qual figurava como 3.º distrito. A área foi habitada até meados do século XVII, como a de todo o recôncavo guanabarino, pelos tamoios, quando estes não mais podendo sustentar luta com os desbravadores foram-se retirando para o sul da capitania. O lastro exploratório da região verificou-se com a concessão de sesmarias após a expulsão dos franceses do Rio de Janeiro. Em cada uma delas a demonstração de cristandade e fé do sesmeiro se fazia através do levantamento de capela ao culto do santo de sua devoção. Assim é o caso da igreja de N. S.ª de Guapimirim. Sobre a sua fundação diz Monsenhor Pizzarro: “Em outra ermida dedicada a N. S.ª da Ajuda pelos fundadores Pedro Gago e seu irmão Estevão Gago, no distrito que do nome do rio próximo se conhece como o de Cernambytyba ou Saranabitiba, foi criada a paróquia denominada Aguapeí-Mirim desmembrando-se da freguesia de Santo Antônio de Sá o território que se adjudicou e nenhuma dúvida a respeito da sua antiguidade antes de 1674, por existirem datada na mesma Era as Constituições ali deixadas pelo prelado Silveira, depois da sua visita geral da Diocese, para bom governo e direção dos capitães curados”. ( In: “MEMÓRIAS HISTÓRICAS DO RIO DE JANEIRO”, v.3, p. 202/202v – Ed. Impremsa Nacional – 1945 ). Decadente esse templo substitui-lhe como matriz o de N. S.ª da Conceição, distante ¾ de légua o qual fora levantado em 1713, pelo Padre Antônio Vaz Tavares, até Antônio Pacheco Barreto doar outeiro chamado de Ingranamixamas, perto do rio Aguapeí-Mirim, conforme escritura pública de 12 de novembro de 1729, fls. 119 do livro 2 de Batismo e Óbito, e que deu início à construção de um novo templo com paredes permanentes de pedra e cal, concluída em dezembro de 1753. Foi numerada entre as igrejas firmes pelo Alvará de 15 de janeiro de 1755, sevindo como primeiro pároco o padre Antônio Ribeiro Rangel. Tinha por filiais as capelas de Sant`Ana, fundada em “Calundu” por Gaspar da Silva Borges, com provisão de 24 de julho de 1730; N. S.ª […] Read More
MAGÉ
MAGÉ Antônio Izaías da Costa Abreu, Associado Titular, cadeira nº 3 DISTRITOS: Magé ( 1.º – sede ); Santo Aleixo ( 2.º); Suruí ( 3.º ); Guia de Pacobaíba ( 4.º ); Inhomirim ( 5.º ). EMANCIPAÇÃO: 07 de junho de 1789 INSTALAÇÃO: 12 de junho de 1789 ELEVAÇÃO A CIDADE: 02 de outubro de 1857 A origem do desbravamento do município de Magé data dos primórdios da colonização, quando, em 07 setembro de 1565 após a expulsão dos franceses do Rio de Janeiro, pelo reconhecimento dos relevantes serviços prestados na defesa da cidade, Simão da Mota é agraciado por Mem de Sá com uma sesmaria “com 600 braças de terra ao longo da água de 1000 braças pela terra adentro no rio Magé”. Simão da Mota ao tomar posse da gleba, escolheu para local de sua moradia o “Morro da Piedade”, próximo ao litoral. Contudo, talvez por segurança e melhor tamanho da terra, ali pouco permaneceu, mudando-se depois para o sítio denominado “Magé-mirim”, onde procurou erigir uma capela, sob a invocação de N. S.ª da Piedade, sendo esta no século seguinte convertida em matriz, pelo Alvará de 18 de janeiro de 1696. Com o aumento da população, novo templo é construído no mesmo local, desaparecendo assim o primitivo. É a origem da cidade de Magé. Região infestada pelos bravios tamoios ( alguns autores mencionam os timbiras, o que, não é correto, pois esses silvícolas jamais habitaram as terras na Capitania do Rio de Janeiro, e sim o Baixo-Mearim, no Estado do Maranhão ), não mais podendo estes sustentar lutas com os desbravadores, retiraram-se sem alternativa para o sul da Capitania. Já em meados do século XVII, por volta de 1643, outros colonos estabeleceram-se no lugar denominado “Pacobaíba”, atual “Mauá”; e, ali, num pequeno outeiro, um deles de nome Gaspar da Costa, para satisfazer sua devoção e para contemplação de uma Irmã chamada Margarida de Lima , constrói uma igreja, dedicando-a ao culto de Santa Margarida. Arruinado o templo, outro é erigido sob a invocação de N. S.ª da Guia, que é elevada à Paróquia no ano de 1647, somente alcançado a perpetuidade cento e oito anos mais tarde, pelo Alvará de 14 de dezembro de 1755; figurou como primeiro pároco; próprio o padre Antônio Ferreira. Tinha a Paróquia de N. S.ª da Guia de Pacobaíba; a Capela de N. Sª dos Remédios erecta em Mauá com provisão de […] Read More
PARAÍBA DO SUL
PARAÍBA DO SUL Antônio Izaías da Costa Abreu, Associado Titular, cadeira nº 3 – DISTRITOS: Paraíba do Sul (1º – sede); Salutaris (2º); Inconfidência (3º); Werneck (4º) EMANCIPAÇÃO: Decreto Geral de 15 de janeiro de 1833. INSTALAÇÃO: 15 de abril de 1833. ELEVAÇÃO À CIDADE: Lei prov. nº 1.653, de 20 de dezembro de 1871. A história do município de Paraíba do Sul está intimamente ligada à abertura do “Caminho Novo”, quando ao final do século XVII, o legendário Garcia Rodrigues Paes, autorizado pela Coroa, que objetivava com mais segurança e rapidez transportar das Gerais para a Corte o quinto do seu ouro, deu início, à sua própria custa, apenas auxiliando pelo cunhado Domingos Rodrigues da Fonseca Leme, à construção dessa via. Mais tarde o Sargento-mor Bernardo Soares Proença, investido da Provisão de 1725, para encurtar o trajeto e evitar as rampas de aclive, veio a ultimar a variante que partindo do Ponto da Estrela, alcançando o “Córrego Seco”, hoje Petrópolis, Fagundes e Cebolas, ia findar-se na freguesia de N. Sª da Conceição, atual Paraíba do Sul. Segundo os cronistas, vindo de Borda do Campo (Barbacena) na execução da “picada”, ao chegar às margens do Paraíba, aí se fixou provisoriamente Garcia Rodrigues até que se provesse de abastecimentos e novos recursos para prosseguir os trabalhos. Na área compreendida entre os rios Paraíba e Paraibuna, fincou o bandeirante os pilares de sua fazenda, inicialmente cognominada “Sítio de Garcia Rodrigues” e, mais tarde, “Meia Jornada”, por situar-se na metade do percurso daquele caminho. Logo a seguir procurou também despertar a fé cristã, mandando erigir uma capela dedicada ao culto de N. Sª da Conceição e aos apóstolos Pedro e Paulo, a qual receberia em 1719 o predicamento de curada; arruinado este templo, manda Pero Dias Paes Leme, filho de Garcia Rodrigues, edificar outro, mais afastado, à margem esquerda do rio Paraíba, sendo para ali transferida em 10 de novembro de 1745, a sede do curato. Passagem obrigatória para aqueles que se dirigiam a Minas e pouso natural de abastecimento, o povoado progride e, onze anos mais tarde, é elevado à categoria de freguesia graças ao alvará de 02 de janeiro de 1756. Por apresentação de 05 do mesmo mês e confirmação de 25 de junho seguinte, é nomeado dirigente da paróquia o padre Antonio Pereira de Azevedo, este pouco permanece no cargo, sendo substituído por sacerdotes amovíveis até 18 de janeiro de […] Read More
AREAL
AREAL Antônio Izaías da Costa Abreu, Associado Titular, cadeira nº 3 – DISTRITOS: Areal ( 1º e único) EMANCIPAÇÃO: Lei nº 1.986, de 10 de abril de 1992. INSTALAÇÃO: 01 de janeiro de 1993. O desbravamento do território da região onde se situa o município de Areal deu-se à mesma época em que se processou a do território de São José do Vale do Rio Preto. Embora o homem branco desde os primórdios do século XVIII, com a abertura do Caminho Novo, já houvesse nele penetrado, contudo, somente ao apagar do século seguinte, com o desenvolvimento da cultura cafeeira na Província do Rio de Janeiro, passou a ser efetivamente colonizado. A ocupação, presume-se, foi processada, inicialmente, através dos sesmeiros Francisco Nunes Pereira (26-XI-1797); Lourenço de Souza Meireles (24-XI-1797); Damaso Moreira de Carvalho (02-IX-1799); José de Souza Santos (13-III-1799); Bento José Magalhães Bastos (02-IV-1799); Francisco Xavier da Cruz (19-XI-1800); José Correia Rangel Bulhões (24-XI-1800); Inácio de Souza Werneck (30-IX-1805); Luiz da Silva França (02-VII-1805), e com a colonização das quadras de sesmarias que lhes foram concedidas no vale e sertão do Rio Preto. Posteriormente, os colonos de origem mineira, partindo das Três Barras (Três Rios), local atualmente conhecido por “PONTAL”, seguindo o curso do Piabanha, no sentido leste-oeste, desbravando-o, passaram a ocupar gradativamente o seu vale até alcançarem a barra do Rio Preto, hoje, Areal. Posteriormente, outros colonos foram chegando, fixando-se, também, no vale do Rio Preto, surgindo, tempos depois, no seu médio curso, um próspero povoado que não tardou a ser elevado pelo Alvará de 25 de novembro de 1815 à freguesia, com o nome de “São José da Serra Acima” e, depois, São José do Rio Preto, cuja jurisdição eclesiástica abrangia, também, Areal. Das inúmeras famílias, que levadas pela amenidade do clima e fertilidade do solo, pouco antes de 1800, se estabeleceram na região, citam-se, entre outras, os Pinto de Souza, os Gonçalves, os Clemência e os Barroso Pereira. Entretanto, somente por volta de 1815, ali vem se fixar o Sargento-mor José Vieira Afonso, cidadão de grande prestígio e abastado proprietário em Sardoal, Secretário no atual município de Petrópolis, quando, nessa época, adquiriu a Fazenda São Silvestre do Rio Preto (Fazenda Velha), cuja sede construiu, pouco mais de 2 quilômetros, ao norte da barra do referido rio, na estrada que vai para Bemposta. Na mesma ocasião, erigiu, também, uma capela que dedicou ao culto do padroeiro e uma necrópole, […] Read More
EX-VILA DA ESTRELA E SEU PORTO (A)
A EX-VILA DA ESTRELA E SEU PORTO Antônio Izaías da Costa Abreu, Associado Titular, cadeira nº 3 – EMANCIPAÇÃO: Lei prov. n. 397, de 20 de maio de 1846. INSTALAÇÃO: 20 de julho de 1846. TRANSFERÊNCIA: Decreto nº 241, de 09 de maio de 1891. EXTINÇÃO: Decreto n 01, de 08 de maio de 1892. A vila da Estrela à margem direita do rio Inhomirim, quase na junção com o Saracuruna, cujas águas formam o rio Estrela, e desaguadouro no litoral norte da baía de Guanabara, contou essa localidade no período colonial e até a metade do século XIX, com um dos principais e mais ativos portos do território fluminense, o qual servia de corredor permanente à exportação de grande parte de seus produtos, bem como das Gerais. Por ali, anualmente, registravam-se embarque de milhares de metros cúbicos de madeiras nobres, outros milhares de caixas de açúcar e pipas de aguardente e, após o período colonial, com o acentuado plantio do café no vale do Paraíba, toda a produção representada por centenas de milhares de arroubas. As casas de comércio grandemente abastecidas e o extraordinário movimento portuário constituíam verdadeiro empório que dava atendimento às necessidades das populações litorânea, ribeirinha e interiorana. O povoado era o portão de entrada do atalho do “Caminho Novo”, construído pelo sargento mor Bernardo Soares Proença, em 1720, que após o percurso de alguns quilômetros pela Baixada até a raiz da serra, serpenteando a montanha ia ter no lugar denominado “Alto”, para, ao depois, em não acentuado declive, seguindo a margem direita do Córrego Seco – rio Westfalia – alcançar o vale do Itamarati. Daí, seguindo o curso do rio Piabanha o caminho ia até o local onde posteriormente surgiu a localidade de Pedro do Rio e, dali, tomando o sentido oeste, passava por Fagundes, Santana de Cebolas, Encruzilhada até atingir o arraial de Garcia Rodrigues, atual Paraíba do Sul, final do percurso. Esse atalho reduziu em alguns dias e mais segurança proporcionou à viagem da corte para as Gerais, embora, com ressalva no trecho do “Córrego Seco”, onde se situa Petrópolis, posto que, na estação chuvosa o forte aguaceiro, o lamaçal, o frio e a constante neblina cobrindo a área martirizavam, exigindo dos tropeiros conhecimentos da região e atenção, pois, a nula visibilidade naquela época do ano, poderia levá-los ao desvio da rota e conseqüente perda, na ínvia floresta, da carga e dos animais. Entretanto, […] Read More
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