KOPKE, HENRIQUE KOPKE (DR.) Gabriel Kopke Fróes, associado fundador, patrono da cadeira n°. 18 Advogado Bacharel em Direito. Nasceu no Porto em 1807 e faleceu em Petrópolis no dia 10 de dezembro de 1881. Veio para o Brasil em outubro de 1829, com 22 anos de idade, viajando de Liverpool no brigue “Meridiano”. Com seu irmão Guilherme, engenheiro, dedicou-se aos serviços de navegação fluvial em Minas. Por Decreto n. 332 de 5 de fevereiro de 1845, recebeu carta de naturalização de cidadão brasileiro, com dispensa das formalidades legais. Residiu em Sabará, onde nasceu seu primogênito. Em 1849 veio para Petrópolis fundar e dirigir o Instituto Kopke, primeiro educandário particular ali fundado, em prédio próprio para tal construído, e que foi também o primeiro edifício de três andares que contou a povoação, construção de seu irmão Guilherme. Seu colégio, que funcionava só no regime de internado, tornou-se famoso pela excelência do ensino, merecendo por várias vezes a visita do Imperador D. Pedro II, que distinguia o diretor com sua amizade. Teve papel saliente nos primórdios da história petropolitana, desempenhando alguns cargos não remunerados, como Juiz de Paz e vereador. Casado com mulher brasileira, deixou cinco filhos: Henrique, Lavínia, Felisbela, (Henrique Augusto) e João. Recebeu a condecoração da Cavaleiro da Ordem do Rosa. Nome à rua: Resolução de 22-3-1902. Referências: Tribuna 4-9-1941 e 18-11-1950. Centenário de Petrópolis, vol. II, pg. 152.
WALTER JOÃO BRETZ – RESUMO BIOGRÁFICO
WALTER JOÃO BRETZ – Resumo biográfico Gabriel Kopke Fróes, Fundador, Patrono da Cadeira n.º 18 Nasceu Walter João Bretz em Petrópolis, a 20 de junho de 1882, filho de Felipe Bretz e de Maria Elisa Auler Casqueiro. Iniciou seus estudos aos seis anos com o professor Frederico Stroele e completou-os no Colégio Brasileiro-Alemão do professor Hans Heilborn. Com apenas 15 anos, emprega-se no armazém de secos e molhados de Land, Avelar & Cia. Trabalha após no depósito de cerveja do pai e no salão Floresta. Em 15 de julho de 1900, ingressa na “Gazeta de Petrópolis” como repórter. Fundada “Tribuna de Petrópolis” a 9 de outubro de 1902, a ela se incorpora Walter João Bretz para sempre. Seu primeiro artigo sobre a história de Petrópolis foi publicado nos números de Tribuna de Petrópolis de 28 e 30 de junho e 2 de julho de 1904; e o último deve ter sido o “1º Batalhão de Caçadores” publicado na mesma ”Tribuna de Petrópolis” de 7 de setembro de 1943 Mas não foi só com “Tribuna de Petrópolis” que Walter Bretz colaborou: quase todos os jornais de Petrópolis publicaram os seus apreciados artigos, podendo entre eles, ser destacados O Comércio, com 26 trabalhos; Jornal de Petrópolis com 11; Pequena Ilustração com 2; A Gazeta, O Século, A Hora e Jornal do Itamarati. Na Tribuna de Petrópolis, seus artigos foram mais de 130. A maioria dos artigos de Walter Bretz foi publicada sob o pseudônimo de “João de Petrópolis”. Walter Bretz, no entanto, nunca foi jornalista profissional. A vida ele a ganhou, inicialmente, no comércio. Em 5 de maio de 1901, ingressou no funcionalismo municipal como praticante da Contadoria, cargo que, a 16 de abril de 1910, deixaria para assumir o de praticante da agência local dos Correios. No serviço federal então, fez carreira, galgando todos os postos hierárquicos, inclusive o de Agente, o mais elevado de todos, para o qual foi nomeado a 29 de dezembro de 1922. Walter João Bretz (1882-1944) – Foto Hees coleção particular Dr. Felipe Eduardo Bretz Fez parte – figura proeminente que era – das principais instituições da terra. Foi sócio fundador e tesoureiro do Círculo de Imprensa, fundado em 1916; presidiu a Associação Petropolitana de Sports, como mediador, de 13 de maio a 12 de julho de 1923; presidiu o Museu Histórico de Petrópolis, datando sua nomeação de 7 de abril de 1933; fez parte da […] Read More
DONA ARCÂNGELA, A NOBRE DAMA DE CORRÊAS
DONA ARCÂNGELA, A NOBRE DAMA DOS CORRÊAS Gabriel Kopke Fróes, Fundador, Patrono da Cadeira n.º 18 Dona Arcângela Joaquina da Silva Goulão, filha de Manuel Correia da Silva e Brittes Maria da Assunção Goulão, irmã, portanto, do padre Antônio Tomás de Aquino Corrêa Goulão, e do dr. Agostinho Corrêa da Silva Goulão, casou-se em 1777 com o capitão reformado José da Cunha Barbosa que tinha importante casa de negócio na Corte. Passou a maior parte de sua vida no Rio de Janeiro, de onde eram os seus seis filhos. Enviuvou moça ainda, mas foi já idosa que veio morar na fazenda dos Corrêas. Morto o Padre Corrêa em 1826, não pode dona Arcângela conservar a situação agrícola da fazenda no estado de prosperidade anterior, mantendo, no entanto, as tradições de fidalguia deixados por seu irmão. Era, a esse tempo, senhora de mais de sessenta anos e, dispondo ainda de muita energia de vontade, tornara-se notável a benignidade com que tratava os escravos. Pelos cuidados extremados que dispensou à princesinha Paula Mariana, terceira filha de Pedro I, hospedada para tratamento, como se sabe, nos Corrêas, impôs-se dona Arcângela à gratidão da família reinante. O Imperador consagrava-lhe sincera estima e as duas imperatrizes tratavam-na com muita intimidade. O pequeno Pedro, futuro imperador, brincou em Corrêas com os netos de dona Arcângela. Pedro I, o soberano estróina, tomara-se de familiaridade com os Corrêas e muitas vezes subiu, por desfastio, às nossas paragens em companhia de amigos. A recordação do hóspede imperial está perpetuada no nome do famoso Poço do Imperador que merecia sua predileção. Dele, conta-se que, certa feita, passando pelo rancho grande destinado à pousada dos tropeiros onde se realiza animadíssimo batuque, mandou às urtigas sua condição de governante e entrou na patuscada, cantando ao desafio, sapateando e batendo palmas com os dançadores consumados. Cena bizarra essa, com o Imperador, num alpendre de tropeiros, à luz fumarenta dos candeeiros de azeite, dançando com o belo sexo, cujo matiz variava entre o jambo e a jaboticaba … Foi durante a viuvez de três anos do Imperador que se tornaram mais frequentes suas visitas aos Corrêas. O ardoroso Bragança, na Corte, amofinava-se deveras com tal estado de coisas, tanto mais que já iam arrefecendo os entusiasmos pela Marquesa de Santos. Enquanto isso, o Marquês de Barbacena, encarregado de arranjar a noiva, fraquejava na tarefa tão eriçada de embaraços, face aos deploráveis precedentes matrimoniais […] Read More
MORTE TRÁGICA DE SINHÁ MOÇA NO RIO DA CIDADE (A)
MORTE TRÁGICA DE SINHÁ MOÇA NO RIO DA CIDADE (A) Gabriel Kopke Fróes, Fundador, Patrono da Cadeira n.º 18 A 12 de novembro de 1721, o capitão Luís Peixoto da Silva fez requerimento ao governador e capitão-geral da Capitania do Rio de Janeiro Aires Saldanha de Albuquerque para ser dono de terras vizinhas às de Bernardo Soares de Proença. Concedida a sesmaria, tornou-se o referido capitão o primeiro fazendeiro do Rio da Cidade. Deve ter sido no meado do século XVIII que a fazenda do capitão Peixoto foi vendida a Manuel Antunes Goulão. De posse das terras, deu-lhes Goulão grande impulso, construindo, com provisão de 29 de outubro de 1749 e benção exatamente dois anos após, a Capela de Nossa Senhora do Amor de Deus, origem da devoção que dura até os nossos dias. Grande terreno ao lado da capela foi reservado para o cemitério que ali funcionou durante muitos anos, mesmo depois de abandonada a fazenda. A capela do Rio da Cidade, a segunda, provavelmente erigida em todo o território da futura Petrópolis, tornou-se logo o centro religioso da vasta vizinhança. Nela houve missa já no Natal de 1751. A alegre capelinha possuia ao centro do altar a imagem dedicada ao culto do Amor Divino que lhe deu o nome. E esse título é a prova da devoção dos donos e lembra um mistério da nossa fé católica: o mistério da S. S. Trindade, no qual adoramos um Deus em três pessoas, chamando o Espírito Santo, com justa razão, a pessoa do Amor Divino. A bela imagem apresenta Maria Santíssima segurando em suas mãos imaculadas a pombinha branca, símbolo do Espírito Santo, para significar que a Santa Mãe do Salvador vivia em união íntima com o Espírito do Amor Divino e estava cheia de graça celestial. Nos anos de 1783 a 1789, os padres Antônio Tomás Aquino Corrêa e José Joaquim de Santana celebraram atos religiosos na antiga capela do Rio da Cidade, como provam os livros da paróquia de Inhomirim. Daí em diante, há confusão com respeito à Fazenda do Rio da Cidade e sua capela. O certo é que em 1808 a capela conhecida pelo nome de Nossa Senhora do Amor de Deus é a do padre Tomás de Aquino Corrêa construida na célebre Fazenda dos Corrêas, sinal de que o altar e orago foram transportados do Rio da Cidade para a nova vivenda e que […] Read More
AFONSO, JOSÉ VIEIRA (SARGENTO-MOR)
AFONSO, JOSÉ VIEIRA (SARGENTO-MOR) Gabriel Kopke Fróes, Fundador, Patrono da Cadeira n.º 18 José Vieira Afonso nasceu, presumivelmente, na Fazenda dos Vieiras, no Sardoal, por volta dos anos de 1770 a 1775, filho de Manuel Vieira Afonso e Catarina Josefa de Jesus. Seu pai, residente até 1756-1757 em Inhomirim, na baixada, mudara-se para a Quadra do Secretário. Serra acima, nasceram, à exceção dos primogênitos, os filhos do casal, todos aí criados, estabelecidos e casados. José Vieira Afonso, o mais estimado e conhecido da geração dos Vieiras, casara-se com Rita Maria de Jesus, tornando-se abastado fazendeiro entre Areal, Cebolas e Bemposta e só vinha ao Córrego Seco em visita aos velhos pais. Era ele dono de vasta área de terras em que se situavam as capelas de São Silvestre, Santa Cruz e Santo Antônio do Engenho e devia ser homem muito importante e popular, pois que, tanto a gente humilde, como as famílias fidalgas, o convidavam, amiúde, para padrinho de batizados e casamentos. A 3 de julho de 1807, foi nomeado para o posto de alferes da 5ª Companhia do Regimento de Infantaria de Milícias de Inhomirim e, subindo a escala de dignidades, em 1810 seu nome apareceu como capitão, anos depois como major e, de 1822 em diante, era Sargento-Mor. Era, ademais, Cavaleiro da Ordem de Cristo, fidalgo, portanto. Foi a 17 de abril de 1828 que, por morte dos pais, José Vieira Afonso entrou na posse legítima da Fazenda do Córrego Seco, ou seja das terras que hoje constituem a cidade de Petrópolis. Mas, por pouco tempo, visto que, aos seis dias do mês de fevereiro do ano de mil oitocentos e trinta, o Córrego Seco era vendido a Sua Majestade Imperial Dom Pedro I. O Sargento-Mor José Vieira Afonso que em seu testamento houvera protestado viver e morrer em sua fé católica, encomendando a alma à Santíssima Trindade e rogado à Gloriosa Virgem Maria e aos anjos de sua guarda que por ele intercedessem quando se fosse do mundo – faleceu em S. José do Rio Preto, atual 5º Distrito de Petrópolis, a 26 de janeiro de 1852.
SPANGENBERG, CARLOS
SPANGENBERG, CARLOS Gabriel Kopke Fróes, Fundador, Patrono da Cadeira n.º 18 Carlos Spangenberg, nascido em Nobiskrug, no Hanover, Alemanha, a 25 de abril de 1821, chegou ao Brasil em 1845, ao mesmo tempo em que chegavam a Petrópolis os primeiros colonos alemães. Residiu, inicialmente, na Corte, como empregado da casa Léger & Cia., mas não suportando o clima do Rio de Janeiro, transferiu sua residência, dois anos após, para a então nascente colônia alemã de Petrópolis. Em 1847, adquiriu os terrenos da Rua dos Protestantes, atual Rua 13 de Maio, ainda hoje pertencentes a descendentes seus. O probo hanoveriano era construtor de obras e muitas das principais casas residenciais foram aqui levantadas por ele, como, por exemplo, os palacetes Frias, Vigneron, Guerra e Silva Teles, este último no Valparaiso, demolido em 1968 e ainda a Igreja Evangélica. Foi o primeiro presidente da Sociedade de Agricultura e Indústria de Petrópolis aqui fundada entre 1854/1856. Logo que se instalou em Petrópolis, Carlos Spangenberg montou uma fábrica de bengalas que se tornariam célebres em todo o Brasil e até no exterior. Mas, além da fabricação de bengalas, manipulava ele em madeira inúmeros outros objetos, verdadeiras obras de arte, disputadas hoje pelos colecionadores e antiquários. Houve época em que o “chic” mesmo era o visitante levar daqui uma “bengala de Petrópolis” como recordação. Um dos principais fregueses era o Imperador Pedro II que as adquiria para ofertá-las aos visitantes ilustres. Floresceu, assim, durante longos anos, a original indústria petropolitana, até que, a 16 de novembro de 1890, faleceu seu criador, o artista Carlos Spangenberg.
AURELIANO DE SOUZA E OLIVEIRA COUTINHO
AURELIANO DE SOUZA E OLIVEIRA COUTINHO Gabriel Kopke Fróes, Fundador, Patrono da Cadeira n.º 18 21 de julho de 1800: – Nasceu na freguesia de Itaipu, Niterói, Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho. Foi Magistrado, Deputado por Minas Gerais, Presidente da Província de São Paulo, Intendente Geral da Polícia do Rio de Janeiro, Ministro do Império, da Justiça e dos Negócios Estrangeiros, Senador e Presidente da Província do Rio de Janeiro, cargo para o qual foi nomeado por Carta Imperial datada de 1-4-1844, tendo governado de 12-4-1844 a 3-4-1848. No governo da província, teve papel de relevo na fundação de Petrópolis, pois foi ele quem acertou com o Conselheiro Paulo Barbosa a vinda dos primeiros colonos alemães para a então Fazenda do Córrego Seco. Aureliano Coutinho, foi ainda: Grande do Império, do Conselho de S. M. o Imperador, Fidalgo de sua casa, Gentil-Homem de sua Imperial Câmara, Senador do Império, Desembargador da Relação do Rio de Janeiro, Cavaleiro das ordens de Cristo e da Rosa, Dignatário da Imperial do Cruzeiro, Grão-Cruz de Leopoldo I da Bélgica, de N. Sra. da Conceição de Vila Viçosa de Portugal, da Real Ordem de Fernando de Nápoles, da nobre e antiga Ordem de Carlos III de Espanha, de Alexandre Newky, dos quatro imperadores da Rússia, Cavaleiro de São João de Jerusalém, Membro da Sociedade Etimológica de Paris, Sociedade Arqueológica de Bruxelas, da Real Associação das Sociedades das Ciências, Letras e Artes de Antuérpia, Vice-Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e Visconde de Sepetiba. Morreu em Niterói no dia 25 de setembro de 1855. Busto no Paço Municipal: Recebimento: 22-1-1938 – Devolução: 3-11-1938. Nome à rua: Delib 769 de 10.3.1938.
AVÉ-LALLEMANT, PASTOR FREDERICO E DR. ROBERTO
AVÉ-LALLEMANT, PASTOR FREDERICO E DR. ROBERTO Gabriel Kopke Fróes, Fundador, Patrono da Cadeira n.º 18 Pastor Frederico Avé-Lallemant Cura da Igreja Evangélica do Rio de Janeiro em 1845. Quando vieram para Petrópolis os primeiros colonos alemães contaram com a assistência religiosa de Frederico Avé-Lallemant, já conhecido de Koeler, pelo menos, desde 1844. Em vários ofícios ao Presidente da Província, o Diretor da Colônia solicitou autorização, depois concedida, para contratar Avé-Lallemant para os serviços religiosos evangélicos, vindo duas vezes por mês a Petrópolis. Em livro publicado “Erinnerungen an Brasilien” o pastor diz haver celebrado o primeiro culto divino em Petrópolis no dia 29 de agosto de 1845, o que Koeler confirma em ofício de 30 seguinte, acrescentando: “depois do serviço, procedeu o casamento de oito casais de colonos e abençoou o Cemitério Protestante Petropolitano”. “O reverendo cura combinou comigo de vir de 3 em 3 semanas e estar 3 ou 4 dias, a fim de ter tempo de exercer seu sagrado ministério, e simultaneamente de ensinar Religião Cristã a meninos.” Foi tambem Avé-Lallemant quem celebrou na Praça da Confluência a missa evangélica festiva no dia 19 de outubro de 1845, conforme relata Paulo Barbosa, em carta ao Imperador. Os diretores da Comunidade Evangélica do Rio de Janeiro, tendo em vista que as ausências do seu pastor, ao mesmo tempo diretor e único professor da Escola da Comunidade, traziam certas inconveniências, chamaram a atenção do Mordomo para o fato de que residia no Rio o Dr. Lippold, homem que já tinha exercido as funções de ministro evangélico na Alemanha, pelo que foi o mesmo contratado para pastor definitivo em Petrópolis, iniciando seu trabalho em 1846. Apesar de a Igreja Evangélica de Petrópolis considerar o Dr. Lippold como seu primeiro pastor, parece-me que tal honraria devia caber a Frederico Avé-Lallemant, embora não residisse este efetivamente na Colônia. Tambem o primeiro vigário católico Luiz Gonçalves Corrêa residia na Samambaia e nem por isso deixou de ser o primeiro. Era irmão do Dr. Roberto Avé-Lallemant, autor do livro de viagem pelo Brasil, médico, com quem muita confusão tem havido. Dados extraídos da publicação “1º Centenário da Inauguração da Igreja Evangélica de Petrópolis”, 24 de maio de 1963. Dr. Roberto Avé-Lallemant Nome completo Roberto Cristiano Bertoldo Avé-Lallemant. Nasceu em Lubeck, Alemanha, em 25-7-1812 e faleceu na mesma cidade em 10 de outubro de 1884. Médico, cientista e literato. Estudou em Berlin, Paris e Kiel, onde […] Read More
ANJINHOS DO VELHO GINÁSIO FLUMINENSE (OS)
ANJINHOS DO VELHO GINÁSIO FLUMINENSE (OS) Gabriel Kopke Fróes, Fundador, Patrono da Cadeira n.º 18 Foi em meio à alegria geral da população petropolitana que, a 15 de março de 1899, começou a funcionar o Ginásio Fluminense no Palacete Mauá, à Avenida Piabanha. Criado pela lei estadual nº 285 de 3 de março de 1896, somente três anos depois, como se vê, seria instalado. Breve, porém, apareceriam os primeiros “espetos”. As imediações do Ginásio, compreendendo a Avenida Piabanha, o Palácio de Cristal e as ruas 13 de Maio, 7 de Abril e Montecaseros, foram transformadas em verdadeiro pandemônio. Terminadas as aulas, os colegiais, ou permaneciam defronte ao Ginásio, dirigindo pilhérias aos transeuntes, principalmente aos passageiros e cocheiros dos carros e carroças; ou se organizavam em bandos, indo para aqueles logradouros pregar peças as mais irreverentes aos negociantes ali estabelecidos. E não havia para quem apelar, porque os outros diziam: travessuras próprias da idade … Algumas vezes, porém, surgiam casos mais ou menos sérios que exigiam a intervenção dos dirigentes do estabelecimento e quiçá de outras autoridades … Certa feita, por exemplo, quando se achava na Avenida Piabanha a turma do macadame da Municipalidade a recompor o calçamento, cismaram os colegiais, de dentro do galpão de ginástica, atingir os pobres trabalhadores com toda a sorte de projéteis encontrados à mão. A princípio, como todos faziam, os calceteiros não deram atenção à provocação; mas às tantas, esgotaram a paciência e passaram à ofensiva: os meninos haviam esquecido que suas vítimas estavam em cima de uma caixa de pedras soltas … Este outro caso provocaria, nada mais nem menos, do que a demissão do primeiro diretor do estabelecimento. Vizinha do Ginásio, à Rua Piabanha, havia a famosa chácara de madame Binot, respeitável senhora que aliava à cultura de orquídeas e cataléias, o “hobby” da criação de patos. Criava-os em casa, mas, a certas horas, soltava-os no rio e os palmípedes nadavam até longe, indo fazer evoluções em frente ao Ginásio. Ora, um dia, a rapaziada que já andava de implicância com madame Binot, resolveu implicar também com seus patos. E inventou uma brincadeira inocente: tiro ao alvo, com pedradas, na cabeça dos palmípedes. Mal começara o bombardeio, justamente os mais gordos e bonitos patos estavam emborcados ao sabor da correnteza das águas. Resultado: Madame Binot, logo após, sobraçando meia dúzia das pobres vítimas, entrava na Portaria para queixar-se da maldade. O diretor […] Read More
ITAMARATI – O BERÇO DE PETRÓPOLIS – NOTAS
ITAMARATI – O BERÇO DE PETRÓPOLIS – NOTAS Gabriel Kopke Fróes, Fundador, Patrono da Cadeira n.º 18 O Itamarati é, a rigor, o berço de Petrópolis. Foi lá que o sargento-mor – Bernardo Soares de Petrópolis, entrando na posse de “uma legua em quadra atrás da Serra do Frade e Toucaia Grande” concedida em 11 de novembro de 1721, pelo Governador Aires Saldanha e Albuquerque, construiu sua residência. Não foi sem motivo que o Sargento-Mor assim procedeu. Conhecedor da região, sabia que os terrenos do Alto da Serra não ofereciam as mesmas vantagens daqueles situado no “Tamarati”. Colocou, por isso, sua casa no ponto extremo da propriedade, ou seja, exatamente, no local onde hoje funciona a Fábrica de Papel. Onde se ergue a chaminé mais alta, achava-se, há 245 anos, a esquina da morada. Foi ali, na sua fazenda “Tamarati” situada no seio da mata virgem, que Bernardo Soares de Proença hospedou os parentes e amigos e os induziu a obterem sesmarias à beira do novíssimo caminho de Minas por ele mesmo aberto. Garantiu, de tal maneira, a conservação da nova picada, à cuja margem se estabeleceu uma luta ininterrupta de novas fazendas. E toda a região, em breve se desenvolveu.O Itamarati constituiu, iniludivelmente, o primeiro solo urbano de Petrópolis, não havendo exagero algum, portanto, em considerá-lo o verdadeiro berço da nossa cidade. O termo brasileiro Itamarati foi aplicado inicialmente ao rio que tem as nascentes em elevado trecho da Serra da Estrela conhecido pelo nome de Ventania – é Antônio. Machado quem nos ensina. Vários escritores antigos, no relato de suas excursões ao interior, batizaram-no de Tamarati. Comprazeu-se a natureza, de dispor ajuntamentos de grandes pedras soltas em diversos trechos do Itamarati; e em vários outros, nos intervalos do curso superior, correm as águas sobre um pedral, unindo o móvel que cobre o leito, por vezes, com ajuntamento tão perfeito que dir-se-ia obra talhada pelo homem Foram estas singularidades que impressionaram o silvícola ou o colonizador europeu, justificando o nome cuja tradução encontramos em Teodoro Sampaio (O Tupi na Geografia Nacional): Itamaraty, corruptela de itamarã-ty, a torrente por entre pedras soltas; pode proceder também de itá-moroti, as pedras branqueadas, as pedras alvíssimas. A primitiva fazenda, depois quarteirão, hoje bairro do Itamarati, está situada entre o Quissamã, o Caxambu, a Saudade e a Cascatinha. Com a morte de Bernardo Soares de Proença, seu filho Antonio Proença Coutinho Bittencourt tornou-se […] Read More