OLAVO DANTAS SOB A ÓTICA DE HÉLIO CHAVES E MÁRIO FONSECA

Olavo Dantas sob a ótica de Hélio Chaves e Mário Fonseca José Afonso Barenco de Guedes Vaz, Associado Titular, Cadeira n.º 11 – Patrono Henrique Carneiro Teixeira Leão Filho Guardo imensa alegria de ter em mãos, é bem verdade com alguma dificuldade, a obra intitulada “Olavo Dantas Poeta Universal”, de autoria do professor, escritor, poeta e jornalista Hélio David Casqueiro Chaves. Trata-se de uma publicação que aguça a curiosidade do leitor porquanto a descrição do autor, com relação a vida e obra de outro luminar, é extremamente detalhista fazendo-o demonstrar também na condição de lídimo cultor das letras, sem falar na gloriosa vida profissional que desempenhou junto à Marinha do Brasil. Ambos integrantes da Academia Petropolitana de Letras. Hélio Chaves, durante sua longa trajetória, participou ainda do Pen Clube do Brasil e da Academia de Letras do estado do Rio de Janeiro. Na rede estadual de ensino exerceu papel de destaque vez que prestou valiosa colaboração ao Núcleo de Educação e Cultura sediado nesta cidade. Uma particularidade digna de nota, vez que Hélio Chaves colaborou, ainda, para honra e glória do ensino de nossa terra, com a sempre lembrada professora Regina Maria Souza Adão de Castro, neta do então prefeito de Petrópolis, Eugênio Lopes Barcelos à época da criação da Associação Petropolitana de Ciências e Letras, atual Academia Petropolitana de Letras. A respeito do mestre Hélio Chaves, segundo dedicados estudiosos a respeito de  sua vida e obra, informam que gozou de virtude a ser destacada, ter sido amigo de seus amigos. Confirmou-me tal assertiva, também, meu pai, que teve a honra de ser seu amigo e confrade. Os diversos pronunciamentos que levou a cabo sempre puderam traduzir a extrema cultura que possuía e por isso mesmo destacou-se como orador de calibre sabendo colocar suas ideias e pensamentos de forma clara e sensível, na condição de exímio poeta e pensador. A propósito desta figura exemplar chama-me a atenção a pessoa de seu pai, também notável, Reinaldo Antônio da Silva Chaves, baluarte, como tantos outros de igual valor e méritos, propugnadores pela criação da Associação Petropolitana de Ciências e Letras ocorrida em 03 de agosto de 1922, evento que se deu quando presidia a instituição a brilhante acadêmica Nair de Tefé Hermes da Fonseca, digna dos mais justos encômios e reconhecimento, vez que em 30 de dezembro de 1929, exatamente durante sua gestão nascia a Academia Petropolitana de Letras. Hélio Chaves, faleceu […] Read More

DISCURSO DE POSSE DO ASSOCIADO TITULAR GASTÃO REIS

Discurso de posse do associado titular Gastão Reis Gastão Reis, Associado Titular, Cadeira n.º 40 – Patrono Yeddo Fiuza   Num primeiro momento, falar sobre o patrono da cadeira 40 que vou ocupar, Yêddo Daudt Fiúza, causou-me um certo constrangimento.  Seu perfil político parecia muito distante do meu, defensor que sou da monarquia parlamentar. Depois, investigando mais a fundo, através da tese de mestrado de Priscila Musquim Alcântara de Oliveira, intitulada O Candidato do PCB: A trajetória política do engenheiro Yêddo Fiúza – 1930-1947, defendida em 2012 na UFJF – Universidade Federal de Juiz de Fora, confesso que passei a vê-lo com outros olhos, reconhecendo aspectos positivos em sua trajetória de vida, ainda que mantendo discordâncias de fundo. Yêddo Fiúza nasceu em Porto Alegre em 15 de setembro de 1894. Era filho de Adolfo Fiúza e de Maria Luisa Daudt Fiúza. Era primo de João Daudt d’Oliveira, futuro presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), no período 1942 a 1951, e também da Confederação Nacional do Comércio, de 1946 a 1947. Foi através da família Daudt, de sua mãe, muito bem articulada nos meios empresariais e políticos, que Yêddo acabou galgando posições de relevo na vida pública do país, sem com isso querer desmerecer sua competência profissional e sua capacidade de fazer acontecer.   Foi no Colégio dos Jesuítas de Porto Alegre que fez seus estudos do ciclo básico, formando-se mais tarde pela Faculdade de Engenharia de Porto Alegre. Cabe notar que esta seguiu a tradição alemã da Universidade Humboldtiana de entrelaçar pesquisa com formação profissional, que certamente adicionava à formação teórica a prática tão importante na formação de um bom engenheiro. Na parte inicial de sua tese, Priscila de Oliveira, enfoca a questão do papel do indivíduo na História. Ela nos fala da posição de Marx, relembrando que não é uma questão bem resolvida na abordagem marxista, que destaca o papel da estrutura sócio-econômica e da classe social em que o indivíduo está inserido. Menciona as posições de Plekhanov e de Trotsky. O primeiro via o indivíduo, segundo a visão de Marx, como mero representante de forças sociais e da tendência histórica da época. Já Trotsky destaca o papel da liderança individual no desenrolar da História. Na sua tese, Priscila de Oliveira cita o historiador Valério Arcary que nos fala de Trotsky. Este teria dito que, sem Lênin, a oportunidade histórica do bolchevismo poderia ter sido perdida. Sem […] Read More

SAUDAÇÃO DE RECEPÇÃO AO ASSOCIADO TITULAR GASTÃO REIS

Saudação de recepção ao associado titular Gastão Reis Luiz Carlos Gomes, Associado Titular, Cadeira nº 8 – Patrono João Caldas Viana   Hoje adentra a esse Sodalício um homem de brio: Gastão Reis Rodrigues Pereira. O conheço há muitos anos. Sempre tive o prazer de passar bons momentos ao seu lado, em conversas proveitosas sobre o nosso Brasil.  Muitos dos presentes não sabem quem é GASTÃO REIS. Vou lhes dizer: brasileiro, casado, 77 anos, casado com Dona Waltraud Keuper Rodrigues Pereira, pai de dois filhos e avô de dois netos. Economista graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com Mestrado pela Fundação Getulio Vargas e Doutorado pela University of Pennsylvania – USA. Foi Professor de Econometria e História Econômica do Brasil na PUC – RIO (1983 – 1992) e de Econometria da Universidade Cândido Mendes (1989 – 1992). Teve uma vida profissional brilhante, foi Economista do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, da Fundação Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social do Rio de Janeiro e da ELETROBRAS. Sócio-diretor da Latinometrix Consultoria e da Universal Incorporadora e Participações Ltda. Diretor Financeiro da Eletro Metalúrgica Universal Ltda e do Petrópolis Convention & Visitors Bureau de Petrópolis. Diretor de Turismo da Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis. Presidente da Associação de Empreendedores do Estado do Rio de Janeiro e da Representação Regional Serrana da FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente é membro na FIRJAN, dos Conselhos de Gestão Estratégica para a Competitividade, de Assuntos Tributários, de Economia e Empresarial da Regional Serrana; dos Conselhos Universitário da UCP, Curador da Fundação Dom Cintra e de Assuntos Econômicos da Diocese de Petrópolis; da Academia Petropolitana de Letras (Acadêmico Titular). Gastão Reis é um notável pensador. Suas palestras e artigos publicados regularmente nos jornais O Estado de São Paulo, Diário de Petrópolis, Tribuna de Petrópolis e, esporadicamente, no Jornal do Brasil e O Globo, abordam temas históricos institucionais, Política, Economia, Administração e Empreendedorismo. Autor dos livros “Revele-se Empreendedor” e “A Falência da Res Publica (coisa pública)”. Recentemente publicou “História da Auto Estima Nacional – Uma investigação sobre Monarquia, República e interesse público”. O conjunto de sua obra demonstra o profundo trabalho de pesquisa e o senso de equilíbrio e sensatez com que aborda os temas apresentados. Tenho certeza que o IHP, que tem como Augusto Patrono o Imperador Dom Pedro II, figura ímpar que muito inspira a […] Read More

DISCURSO DE POSSE DO ASSOCIADO TITULAR LUCAS VENTURA DA SILVA

Discurso de posse do associado titular Lucas Ventura da Silva Lucas Ventura da Silva, Associado titular, Cadeira nº 35 – Patrono Bernardo Soares de Proença Senhoras presidenta e vice-presidenta do Instituto Histórico de Petrópolis, Ana Cristina Borges López Monteiro Francisco e Maria de Fátima Moraes Argon da Matta, demais membros da Diretoria, Confrades e Confreiras, aos professores Ferreira, Álvaro Penalva e Fátima Argon – que muito agradeço pela indicação – família e amigos, senhoras e senhores. Boa noite a todas e todos. Abro esse discurso com o texto de uma sapucaiense, ativista no Movimento Negro no estado, na década de 1980, Maria das Graças dos Santos, Magrácia. Celeiro da Paz – MAGRÁCIA Venho de uma caminhada Longa e desvairada Cruéis matagais, Pastoreio inconsequente Conduzindo gente Adentro currais.  Eh! meu gado combalido meu povo sofrido vaca empoeirada! Faz que nem pintinho no ovo renasce de novo bota o pé na estrada. Arranquei minha mordaça pedi que se faça Justiça civil! Não ouço mais o berrante nem mais sou errante do manhoso ardil. Hoje sei que sou de ferro pois, sou eu quem berro liberto-me assim, Transformando em terra arada Seara cuidada de pasto em Jardim!  É, que estão chegando as flores desfecho das dores celeiro da Paz, De suprir vaca minguada Então, pátria amada: MORADA DA PAZ!   É com muita felicidade e surpresa que aqui estou hoje sendo empossado como Associado Titular do Instituto Histórico de Petrópolis. É curioso…essa casa já foi algo tão distante para mim e como e se o tempo não avisasse, aqui estou eu. Lembro-me da minha surpresa quando recebi a mensagem do professor Ferreira me perguntando se eu tinha interesse em fazer parte do IHP. Mas ao mesmo tempo uma forte sensação de alegria tomou conta de mim, eleito ou não, se havia pessoas pensando na possibilidade de uma cadeira do IHP ser ocupada por mim, indica que as minhas pesquisas e minha atuação têm sido significativas de algum modo. “Nossos passos vêm de longe” Nesse meio tempo, entre a eleição em abril e a posse em julho, talvez o que eu tenha mais recebido foram elogios de mérito. Mas o que sou hoje, nada mais é do que o resultado de sucessivos encontros nessa minha curta trajetória. Não somos sozinhos no mundo, não estamos sozinhos, não fazemos nada só nesse mundo. Quem diria que aquele curumim de Sapucaia que deixou cidade, família e amigos […] Read More

HÁ 40 ANOS NASCIA O I FESTIVAL GERMÂNICO SOB A ÉGIDE DO INSTITUTO HISTÓRICO DE PETRÓPOLIS

Há 40 anos nascia o I Festival Germânico sob a égide do Instituto Histórico de Petrópolis Maria de Fátima Moraes Argon, Associada Titular, Cadeira n.º 28 – Patrono Lourenço Luiz Lacombe Marisa Guadalupe Cardoso Plum, Associada Titular, Cadeira n.º 18 – Patrono Gabriel Kopke Fróes Há exatos 40 anos foi realizado o I Festival Germânico, no parque do Palácio de Cristal, com danças típicas, artesanato e culinária alemã, que teve como “finalidade congregar os descendentes dos colonos alemães e incentivá-los a conservar as tradições de seus antepassados”. A ideia apresentada na sessão do Instituto Histórico de Petrópolis pelo associado Carlos Grandmasson Rheingantz, estudioso dedicado à pesquisa genealógica dos colonos germânicos de Petrópolis, recebeu imediata adesão não só da presidente do IHP, Ruth Boucault Judice, como de outras pessoas e instituições. O Instituto Histórico de Petrópolis, principal promotor e gestor do evento, obteve a colaboração de Raul Lopes para a elaboração da marca do I Festival Germânico. A história da comunicação da humanidade revela as primeiras atividades publicitárias registradas nas tabuletas de Pompéia divulgando, ora as lutas entre os gladiadores, ora as casas de banho, ou mesmo, as mercadorias anunciadas oralmente até a Idade Média pelos mercadores e comerciantes, conforme aponta Eloá Muniz. Segundo ela, nesta época quando não havia numeração nas casas e nem ruas nomeadas, uma “cabra indicaria uma leiteria”, deu-se a evolução dos símbolos que se tornaram “emblemas de marca e logotipos” na modernidade. A invenção de Gutenberg, a máquina de impressão em papel, provocou uma enorme revolução com o surgimento dos panfletos, volantes e cartazes, e posteriormente, os anúncios em jornais, sendo o primeiro no periódico inglês Mercurius Britannicus em 1625. Daí por diante, as profundas transformações socioeconômicas, culturais e políticas mundiais trazem a propaganda como estratégia indutora e estimulante para uma sociedade de consumo e suas interelações.   Segundo Marcondes, “a propaganda incorpora os avanços e as conquistas da sociedade, e os coloca a serviço da comunicação comercial.” Nesta perspectiva, os elementos heráldicos medievais são ainda utilizados na contemporaneidade em brasões e escudos, como linguagem de comunicação através de ícones simbólicos e a marca é o produto desta construção. Raul Lopes, como exímio design gráfico, inspirou-se nas tradições germânicas criando a arte final do logotipo do I Festival Germânico usado como a marca do evento. De acordo com documento datado de abril de 1982, Raul Lopes apresentou a descrição do chamado “escudo/símbolo”, iniciando pela coroa mural […] Read More

18 DE ABRIL DE 1918: SANTOS DUMONT DECIDIU POR PETRÓPOLIS

18 de abril de 1918: Santos Dumont decidiu por Petrópolis Marisa Guadalupe Cardoso Plum – Associada Titular, Cadeira n.º 18 – Patrono Gabriel Kopke Fróes   Há cem anos, no dia 18 de abril de 1918, Alberto Santos Dumont adquiriu o prazo de terras nº 1.422, no Morro do Encanto, Quarteirão Renânia Inferior, com testada para a Rua do Encanto, que pertencia a Henrique Rittmeyer. Nele construiu a sua casa denominada por ele próprio de “A Encantada”, obtendo o habite-se da Prefeitura Municipal de Petrópolis em 29 de agosto de 1918. Nela atualmente funciona o Museu Casa de Santos Dumont. Durante os anos em que trabalhei na “Encantada” ouvi muitos visitantes que perguntavam: “Por que Santos Dumont escolheu Petrópolis para construir sua casa?” A resposta a esta indagação se completa por vários fatores, uns identificados  e outros ainda por se descobrir.  Petrópolis ocupou desde o séc. XIX um status especial no contexto nacional, desde o Império à República, pela sua tranquilidade, clima ameno, belezas naturais. Santos Dumont encontrava-se com a Princesa Isabel em seu exílio em Paris e certamente, falavam sobre as belezas da cidade imperial. Numa entrevista publicada na Tribuna de Petrópolis de 4 de janeiro de 1914, Santos Dumont descreveu sua viagem: “boa; fil-a agradavelmente. Quando o trem começou a subir a serra, senti um outro ar, que recebia das montanhas, que adornam o caminho férreo para Petrópolis.”  Segundo nos relatou  Jorge Henrique Dumont Dodsworth, seu sobrinho neto, haviam  familiares que  possuíam  imóveis em Petrópolis, um deles na Av. Ipiranga, onde atualmente é o Mosteiro da Virgem, e amigos como  Paulo de Frontin, que recebia Santos Dumont em sua casa na Av. Koeler, e era administrador da  fazenda de café do seu pai dr. Henrique Dumont, após este ter sofrido um acidente. E o que se passou na vida do inventor brasileiro no hiato de dez anos antes do seu entrelaçamento com a terra serrana?  Em fins de 1908 na 1ª Exposição de Aeronáutica no Grand Palais de Paris, Santos Dumont participou com a sua Demoiselle, numa época em que os avanços aeronáuticos permitiram conquistas de novos recordes, compartilhados com aeronautas contemporâneos. Durante o ano seguinte, 1909, a Demoiselle, seu último aparelho, cruzou os céus franceses tornando-se extremamente popular, menor e mais veloz segundo a revista L’Illustration de 28 de agosto daquele ano. Aluizio Napoleão ressalta os resultados na aeronáutica e concretização do sonho de Santos Dumont:  “Fugindo do […] Read More

O PAPEL DO INSTITUTO HISTÓRICO DE PETRÓPOLIS NO I FESTIVAL GERMÂNICO, EM 1982

O papel do Instituto Histórico de Petrópolis no I Festival Germânico, em 1982 Maria de Fátima Moraes Argon, Associada Titular, Cadeira n.º 28 – Patrono Lourenço Luiz Lacombe Marisa Guadalupe Cardoso Plum, Associada Titular, Cadeira n.º 18 – Patrono Gabriel Kopke Fróes   É notório que as terras onde foi erigido o Palácio de Cristal sempre acolheu os encontros dos colonos germânicos, tornando-se icônico dentro desse significado até a atualidade. Ruth Boucault Judice, presidente do Instituto Histórico de Petrópolis (biênios 1981-1982 e 1983-1984), em seu livro “100 anos do Palácio de Cristal-Petrópolis” registra que, em maio de 1982, “o Instituto Histórico de Petrópolis fez surgir o I Festival Germânico em Petrópolis, com danças típicas, artesanato e culinária alemã” no parque do Palácio de Cristal. Anteriormente, de 1959 a 1980, as comemorações à chegada dos colonos germânicos se resumiam em celebrações religiosas na Igreja Evangélica Luterana e na Catedral São Pedro d’Alcântara, homenagem no Monumento do Major Julio Frederico Koeler, visita aos túmulos de alguns colonos e almoço típico. Em 1981, Ildefonso Troyack, descendente de colonos, administrador do Palácio de Cristal e membro da diretoria do Clube 29 de junho teve a iniciativa de realizar uma festa, segundo o depoimento de Paulo Roberto Troyack, simples, reunindo famílias, com poucas barracas, almoço e o som cedido por ele próprio. Na ata do Instituto Histórico, de 16 de abril de 1982, lavrada pela Secretária Aurea Maria de Freitas Carvalho, consta que o consócio José Kopke Fróes (1902-1992) pediu a palavra, na qualidade de presidente do Clube 29 de Junho, para tratar das festividades do dia 29 de Junho e convocou o Instituto Histórico para comparecer a reunião no dia 5 de maio no Centro de Cultura, às 16 horas. Certamente durante esse encontro consolidou-se a ideia do I Festival Germânico apresentada por Carlos Grandmasson Rheingantz (1915-1988), conforme registrado em ata do dia 14 de maio: O consócio Carlos Rheingantz tomou então a palavra para falar sobre o I Festival Germânico, evento do qual foi o idealizador e que será promovido pelo Instituto juntamente com a Fundação Nacional Pró Memória /Museu Imperial e as Secretarias de Educação e Cultura e de Turismo da Prefeitura Municipal. O festival terá lugar nos próximos dias 28, 29 e 30 do corrente, no Palácio de Cristal e constará de espetáculos de ballet, coral, barraquinhas para venda de produtos típicos da culinária alemã, artesanato etc. O evento tem por finalidade congregar os […] Read More

NELSON DE SÁ EARP, MÉDICO, POLÍTICO E ACADÊMICO

NELSON DE SÁ EARP, MÉDICO, POLÍTICO E ACADÊMICO José Afonso Barenco de Guedes Vaz – Associado Titular, Cadeira n.º 11 – Patrono Henrique Carneiro Teixeira Leão Filho Discorrer sobre a vida e obra do médico Nelson de Sá Earp, tarefa das mais complexas ante a tantas e importantes atividades nas quais se fez destacar, inegavelmente na área médica em face da prestimosa dedicação que sempre demonstrou perante o Hospital Santa Tereza e bem assim ao sem número de clientes que fez atender durante o decorrer de sua trajetória. Nesse nosocômio criou o primeiro Banco de Sangue, foi o primeiro diretor do CTI e, ainda, o primeiro Diretor do Hospital. Nelson de Sá Earp nasceu a 3 de maio de 1911 tendo falecido a 2 de junho de 1989. Exemplar chefe de família foi casado com Amélia Maria de Sá Earp que o fez acompanhar por cinquenta e quatro anos resultado de uma feliz união, fossem em momentos de alegrias e tristezas. Católico fervoroso fez parte da Ordem Terceira de São Francisco. O ora homenageado e constantemente lembrado foi uma pessoa ímpar, dotada de privilegiada inteligência, de exemplar caráter, resultado da formação recebida certamente dos pais, Arthur e Arabela Silva de Sá Earp. Por haver abraçado a medicina com todo ardor – protegido pelas Alturas durante o transcorrer de sua vida. O grande médico legou-nos grandes amizades dentre os filhos, Antônio Carlos, Maria Cecília, Arthur Leonardo e Pedro Paulo, além do neto André Leonardo. Petrópolis por seus dirigentes e munícipes reverenciam até os dias de hoje o nome do extraordinário médico, cidadão que deixou marcado, de forma indelével, o seu nome em nossa cidade, em face dos relevantes serviços prestados a milhares de petropolitanos aos quais atendeu durante anos seguidos. Valendo-me da inesquecível figura de Maria Helena de Avellar Palma, que por muitos anos dirigiu a Biblioteca Municipal, filha querida do casal Anthero Palma, irmã do jornalista Décio de Avelar Palma que, como o pai, destacou-se escrevendo em jornais da terra (Revista da APL-nº 17-outubro/1995), num momento de extrema felicidade fez transcrever a poesia escrita pelo médico Sá Earp intitulada “Nossos Sete Filhos e o nosso Cantinho”, que me permito reproduzir ante a profunda beleza que encerra: Deus no eterno desígnio Criador/ Uniu as nossas almas num só ser/ Notável, vimos a nos conhecer/ Que éramos dois, mas num só amor. Foi uma coisa muito milagrosa…/ Aconteceu… e foi muito espantosa:/ De […] Read More

GUSTAVO ERNESTO BAUER, NOTÁVEL FIGURA

GUSTAVO ERNESTO BAUER, NOTÁVEL FIGURA José Afonso Barenco de Guedes Vaz – Associado Titular, Cadeira n.º 11 – Patrono Henrique Carneiro Teixeira Leão Filho   De início gostaria de me reportar à sessão promovida pela Diretoria do Instituto Histórico de Petrópolis na noite de 18 de abril do corrente ano, presidida pela confreira Ana Cristina Borges López Monteiro Francisco. Ao mesmo tempo, após ouvir manifestação de incentivo por parte da confreira Maria das Graças Duvanel Rodrigues, dirigida aos associados presentes, relacionada exatamente à figura do exemplar associado Gustavo Ernesto Bauer, já que no seu entendimento deveria ser mais uma vez recordado pela instituição em face da extraordinária colaboração prestada ao I.H.P, propus-me a atendê-la, de imediato, e o faço através destas modestas linhas saudando a todos os confrades e confreiras, em especial a pessoa da ilustre presidente e demais integrantes da diretoria. Antes mesmo de buscar discorrer sobre a vida e obra do ora homenageado, permito-me voltar ao tempo, décadas dos anos de mil novecentos e sessenta e setenta, ou mais precisamente à rua General Rondon nº 400. Naquela rua encontrava-se sediada a Oficina Regional de Petrópolis, unidade integrante do então Departamento Nacional de Estradas de Rodagem – DNER incubida da realização não só de pequenos reparos a serem levados a cabo na rodovia Washington Luiz, sob a responsabilidade de feitores integrantes da citada Oficina, como também, o desenvolvimento de atividades da maior importância, a cargo de servidores especializados, especialmente, profissionais torneiros mecânicos, eletricistas, etc. Os primeiros, percorriam de forma periódica a rodovia no sentido de preservar sua conservação. Nesses tempos encontravam-se em plena atividade o Engº Natal Crosato, e como não poderia deixar, Gustavo Ernesto Bauer na condição de dirigente da Oficina Regional, que à época era especializada, como já frisado, na fabricação de peças, as mais sofisticadas de modo a serem utilizadas em veículos leves e pesados pertencentes à autarquia. A execução dos serviços praticamente de caráter artesanal, sob os olhares e observação de Gustavo Bauer, em especial aqueles relacionados com a fabricação de peças cujos componentes elétricos sempre a prevalecerem. Naquela unidade do DNER, ainda que gozando pouca idade, lembro-me perfeitamente do Sr. Bauer, como era chamado pelos servidores que trabalhavam sob sua orientação. Vim a conhecê-lo pelas mãos de meu pai, também integrante dos quadros do DNER. As paradas que meu pai fazia, quase que diariamente, quando se dirigia ao Rio de Janeiro, onde trabalhava, conduzia a momentos em que […] Read More

COSTUREIRAS-MODISTAS EM PETRÓPOLIS – 1854-1889 (AS)

AS COSTUREIRAS-MODISTAS EM PETRÓPOLIS (1854-1889) Maria de Fátima Moraes Argon – Associada Titular, Cadeira n.º 28 – Patrono Lourenço Luiz Lacombe   O projeto para elevar Petrópolis à categoria de cidade, o que ocorreu em 29 setembro de 1857 pela Lei Provincial nº 961, do RJ, teve como um dos seus apoiadores, Bartolomeu Pereira Sudré, proprietário e editor do Mercantil, primeiro jornal de Petrópolis fundado em 3 de março daquele mesmo ano circulando até 1892. O Mercantil, jornal político, literário, comercial e noticioso oferece informações fundamentais para a história da cidade, mas lamentavelmente os números referentes aos anos 1857 e 1874 não são conhecidos. Na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional estão disponíveis os números dos anos 1875 a 1892 e a edição de 18 de maio de 1872. O novo status de Petrópolis e a constante presença da família imperial e de membros da corte provocaram mudanças, resultando, por exemplo, na ampliação do comércio e na criação de novos serviços. Surge, pela primeira vez, no Almanak Laemmert, edição de 1855, o nome de Madame Fraisse, costureira-modista estabelecida à Rua do Imperador. Curiosamente as figuras das modistas aparecem frequentemente nos folhetins e contos publicados no Mercantil, ora de forma romântica, ora depreciativa. Na edição de 18 de maio de 1887, por exemplo, Félix Ribeiro em Ligeiras considerações sobre a sociedade hodierna, questiona Uma mulher médica?! Na realidade, aquela que a este grau chegar, terá dado testemunho de um esforço e de um apurado trabalho. Mas para que desviar-se da trilha que a sua natureza lhe traçou e que é tão somente dela”. O autor defende que a mulher deve ser educada para ser dona de casa e sua ambição deve ser a de ser mãe. E continua: “Enquanto a modista prepara os vestidos para as festas, ela os espera apreciando a leitura das obras as mais prejudicais possíveis”. O estudo dos ofícios considerados tipicamente femininos como os de corte e costura carecem de um trabalho sistemático que demonstrem o papel das mulheres na vida econômica da cidade. Cantares (versão – A uma costureira)             Publicado no Mercantil, 10 de outubro de 1888 I Por ti, formosa andorinha, Ando perdido de amores, – Não sei que doudice a minha Que vivo só para dôres! II O sol desse olhar vibrante Fez brotar a luz do dia Na noite, escura e sombria, Da minh’alma tremulante. E em vão procuro esquecer A balburdia compassada Dessa […] Read More