Joaquim Eloy Duarte dos Santos

NOVO TEMPO ACADÊMICO

NOVO TEMPO ACADÊMICO Joaquim Eloy Duarte dos Santos, associado titular, cadeira n.º 14, patrono João Duarte da Silveira A Academia Petropolitana de Letras, no ano de seu 90º aniversário, está de cara nova; elegeu na manhã de 23 de junho nova Diretoria para cumprimento do restante do ano corrente de 2012, ou para completar o biênio 2012-2013; ainda não tenho a informação exata. Assumiram a Presidência e a Vice-Presidência, respectivamente, o acadêmico Paulo Machado da Costa e Silva e acadêmica Christiane Magno Michelin. Está em ótimas mãos a APL, sob o Presidente Paulo Machado da Costa e Silva, acadêmico titular da Cadeira n.º 12, patrono José do Patrocínio, desde sua posse em 13 de maio de 1972, extraordinário professor e político, historiador e sábio administrador. É o acadêmico mais idoso do quadro titular, porém não é o acadêmico decano, como anotado em recente artigo publicado em nossa imprensa. O mais antigo acadêmico, o decano da Casa Literária, sou eu, titular da cadeira n.º 33, patrono Oswaldo Cruz, empossado em 8 de março de 1969, na presidência do extraordinário homem de letras Dr. Mário Fonseca. Desde a minha posse, ocupei em várias diretorias os cargos de: 1º Tesoureiro (1970-1973, 1976-1977, 1982-1983); 1º Secretário (1999-2000); e Presidente (1974-1975, 1984-1985, 1986-1987, 1988-1990, 1991-1992, 1993-1994, 2000-2001, 2002-2003, 2004-2005, 2006-2007, 2008-2009 , 2011-2012 (parte). Foram 24 anos na presidência e mais 10 anos em cargos na Diretoria; mais de um quarto de século sob dedicação à Academia. Não senti os anos passarem no decorrer do meu grande entusiasmo pela condução administrativa de nossa querida Academia Petropolitana de Letras. Agora, entendo que necessito respirar outros ares, enveredar por novos desafios, viver mais despreocupado a minha velhice, comprovada pela série de remédios receitados pela Medicina na tentativa de esticar minha existência terrena. Continuo a peleja em outros sítios. À nova Diretoria Acadêmica, sob meu companheiro de muitas batalhas em favor da Educação e da Cultura de nosso Município, Paulo Machado da Costa e Silva, que respeito, admiro, no que me acompanha toda Petrópolis, desejo sucesso, muita dedicação e amor, tal como, acredito, prodigalizei à APL como administrador e estudioso na salvaguarda de seu patrimônio cultural e de sua magnífica história. Parabéns, meu colega da 1ª turma de bacharéis da Faculdade de Direito, embrião da atual Universidade Católica de Petrópolis, pela coragem de mais um desafio, de tantos que cumpriu com honra e talento em sua prodigiosa vida. […] Read More

ACADEMIA: NOVENTA ANOS

ACADEMIA: NOVENTA ANOS Joaquim Eloy Duarte dos Santos, associado titular, cadeira n.º 14, patrono João Duarte da Silveira Aproxima-se o mês de agosto, deste ano de 2012 e, nele, a data dos 90 anos da fundação da Academia Petropolitana de Letras, organizada a partir de 3 de agosto de 1922. Trata-se de uma das mais antigas academias de letras do País. Os pioneiros que a idealizaram, fundaram e organizaram, sempre são relembrados em cada comemoração anual do aniversário. Coube à “Tribuna de Petrópolis” um papel fundamental na divulgação e apoio a todo o processo, publicando a carta de idealização, as repercussões a cada dia, os noticiários das reuniões, a divulgação de discursos e matérias oficiais. O matutino já abrigava colaborações dos escritores locais, em prosa e verso e a própria direção do jornal – sob Álvaro Machado, na época – tinha comprometimento com a literatura. Era uma imprensa diferente da que hoje admiramos e respeitamos. A cidade era mais tranquila, os moradores menos estressados, havia acompanhamento das atividades sociais das diversas famílias que se conheciam e se respeitavam; as crianças eram crianças e os escolares, em seus uniformes, mesmo que crianças por vezes irreverentes, traziam um comportamento do lar mais respeitoso. Poetas e articulistas honravam as páginas dos jornais, fossem matutinos ou semanais, com poemas, crônicas, contos e alguns, mantendo colunas informativas e críticas. Havia intensa atividade industrial, com operários entrando, almoçando e saindo dos prédios sob o comando dos apitos ou sirenes estridentes; o comércio possuía estabelecimentos tradicionais e comerciantes que todos conheciam e cumprimentavam, enfim, a cidade do verão sazonal vivia os tempos do frio e do calor bem definidos, marcando a encantadora vilegiatura. Menos automóveis e ônibus, muitas bicicletas e casas de aluguel do gostoso e saudável veículo; respirava-se melhor e a grande fumaceira esvoaçante no Município vinha mais das chaminés fabris do que das descargas dos ônibus e automóveis. Dificuldades muitas, racionamentos de gêneros ocasionados pelos conflitos armados externos e, nesse ano da APL, a intensa expectativa dos povos diante do fracasso da Liga das Nações e o rearmamento dos beligerantes humilhados e derrotados. Apesar de tudo, Petrópolis respirava tranquilidade e os sonhadores literatos escreviam suas impressões sobre a vida, poetando sonhos e quimeras. A Academia de Letras aportava à cidade sob o embalo dessa vida em busca de mais sensações e opções de entretenimento. Por coincidência, ela chega no mesmo ano da “Semana de Arte […] Read More

REPRESENTEI MILLÔR

  REPRESENTEI MILLÔR Joaquim Eloy Duarte dos Santos, associado titular, cadeira n.º 14, patrono João Duarte da Silveira O grande e admirável escritor Millôr Fernandes deixou seu espaço por aqui. Uma falta a ser lamentada para sempre. Foi Millôr uma das mais lúcidas e ferinas inteligências de todos os tempos. Sua pena era admirada, temida, respeitada; enfim, Millôr estava acima de tudo, mesmo nos momentos de graves crises político-institucionais. Ele era capaz de dizer aos poderosos seu pensamento mais oculto, de uma forma que ninguém pudesse contestar ou criticar ou deixar de compreender. E fazê-los enfiar monumentais carapuças. Com sua morte cessa um momento sublime da inteligência brasileira, que nos deu os saudosos Stanislaw Ponte Preta, Don José Cavaca, Chico Anísio, José de Vasconcellos e alguns outros seriíssimos humoristas. Com efeito, o humorismo é o dito mais sério da vida. E Millôr foi o mestre dos mestres do crítico pensamento contemporâneo brasileiro. Tive a ventura de interpretar Millôr, que foi excelente e apaixonado dramaturgo, sem obra extensa na especialidade, mas com textos perfeitos e definitivos de mestre da cena, representados por grandes artistas e elencos de todo o País. Corria o ano de 1981. Na noite de 26 de abril o TEP (Teatro Experimental Petropolitano) esteve no salão da Casa Paroquial de São José do Rio Preto (naquele tempo o 5º Distrito de Petrópolis) para a estreia da peça de Millôr Fernandes “Do Tamanho de um Defunto”, sob a direção de Walter Borges. No elenco estavam eu, no papel do Médico; Vilma Xavier, no da Esposa do Médico; Lúcio Agra, no do Ladrão; e Nélio Borges, no do Policial. Em seguida, a peça foi exibida na Sala Guiomar Novais, no Centro de Cultura, no mesmo espaço hoje ocupado pela Sala-Teatro Afonso Arinos, durante 5 dias (1, 2, 3, 9 e 10 de maio). Prosseguindo na temporada, o “O Defunto…” foi apresentado ao público de Pedro do Rio, no dia 6 de junho, no salão do E. C. Pedro do Rio; e mais, a 13 de junho no Bogari Clube de Cascatinha; a 20 do mesmo mês no Itaipava Tênis Clube, encerrando as representações em Araruama, nos dias 12 e 13 de setembro, inaugurando o Teatro Municipal daquele Município. A peça “Do Tamanho de um Defunto”, de Millôr é um belíssimo texto, de forte efeito dramático, sob uma ironia desconcertante e foi um dos espetáculos mais perfeitos montados pela Teatro Experimental […] Read More

CENTENÁRIO (UM)

  UM CENTENÁRIO Joaquim Eloy Duarte dos Santos, associado titular, cadeira n.º 14, patrono João Duarte da Silveira Sem nenhuma dúvida é o Barão do Rio Branco (José Maria da Silva Paranhos Junior) um dos maiores e mais notáveis brasileiros de nossa História pátria e figura de merecido conceito internacional, passados exatos cem anos do seu falecimento (10 de fevereiro de 1912). Felizmente ao Barão tem sido conferido o destaque que merece, aparecendo sua efígie em algumas emissões de nossa moeda circulante, como, no momento, na moeda de cinquenta centavos. Seu nome figura na denominação de artérias urbanas monumentais em dezenas de cidades brasileiras, com menção especial à capital do Estado do Acre, no coração político-administrativo das terras incorporadas ao País graças à diplomacia do chanceler no seu encontro com plenipotenciários bolivianos, em Petrópolis, na assinatura do “Tratado de Petrópolis” (17 de novembro de 1903). Seu campus maior de trabalho, o Itamarati, tem-no presente permanentemente na lembrança, respeito e exemplo, mantendo memória, objetos em valioso acervo de sua vida, aberto à admiração e respeito de qualquer cidadão. Petrópolis, que foi seu refúgio, sua chancelaria na serra, mudou para Rio Branco a Avenida Vestfália. A casa onde residiu e firmou o tratado do Acre, funciona hoje como uma escola, belo e adequado destino ao imóvel histórico tão precioso. É preciso que se empreste à casa uma atenção de restauração e preservação com dignidade, como ela merece e a História de Petrópolis e do Brasil anseiam. Pensando no resgate da data do centenário da morte do grande chanceler e, também, de homenagem ao poeta Sylvio Raphael, retirei do pó da gaveta literária do escritor petropolitano por adoção, Joaquim Heleodoro Gomes dos Santos (Sylvio Raphael era o seu pseudônimo literário) o livro “Suprema Dor”, mantido em originais manuscritos e fi-lo editar, em tiragem especial, fora do comércio, pela Sumaúma, que realizou belo trabalho gráfico. Capa do manuscrito, também elaborada pelo autor Distribuindo os exemplares, renovo as lembranças da Petrópolis do início do século XX, ao tempo em que homenageio o Barão do Rio Branco e seu compungido e apaixonado poeta, o qual, com sentimento incrível, traduziu a vida e obra de Rio Branco em primoroso e longo poema, onde a forma/”fôrma” poética é puro sentimento, respeito, consideração, a par de perfeito poema de largo mérito literário. Foto de Joaquim Heleodoro Gomes dos Santos e autógrafo do pseudônimo “Suprema Dor” foi escrito nas noites […] Read More

ACADEMIA PETROPOLITANA DE LETRAS – 88º ANIVERSÁRIO DE FUNDAÇÃO

  ACADEMIA PETROPOLITANA DE LETRAS – 88º ANIVERSÁRIO DE FUNDAÇÃO Joaquim Eloy Duarte dos Santos, associado titular, cadeira n.º 14, patrono João Duarte da Silveira Na próxima terça-feira, dia 03 de agosto, é o 88º aniversário de fundação de nossa querida APL. Por isso, a coluna de hoje será inteiramente dedicada à sua história. Reproduziremos trecho do discurso proferido pelo Acadêmico Joaquim Heleodoro Gomes dos Santos, um de seus fundadores, proferido no dia 03 de agosto de 1942, quando a Academia completava 20 anos. Joaquim Heleodoro Gomes dos Santos (a partir do acervo do autor) São palavras do Acadêmico Joaquim Heleodoro: “Nasceu a então Associação Petropolitana de Ciências e Letras, mais tarde simplesmente Associação de Ciências e Letras e hoje Academia Petropolitana de Letras em 3 de agosto de 1922. Foram seus idealizadores um punhado de pessoas, ainda jovens e que sonharam dotar Petrópolis de um Centro de Cultura Intelectual, não somente das letras, mas também abrangendo a ciência e a arte, em suas múltiplas manifestações. Poucos anos antes, refulgira no céu petropolitano um astro de primeira grandeza: o Círculo de Imprensa. Mas passara como um meteoro. Surgira amparado pelos mais eminentes vultos do jornalismo e de letras destas serras, esparzira a mancheias os raios de uma fulguração invulgar, mas desde logo empalideceu e desapareceu na noite do passado. João Roberto D’Escragnolle, aquele ancião de espírito juvenil que todos conhecemos e admiramos e que, embora enfermo, com os movimentos tolhidos por insidiosa paralisia, era uma oficina viva de energia criadora, fora um dos seus idealizadores. Para ele não era possível conceber que tantos homens ilustres e tantas energias moças que formavam o Círculo de Imprensa o tivessem deixado perecer. E resolveu reorganizar o Círculo de Imprensa. Não mais uma associação, uma obra de muitos, mas o esforço de um só, dele D’Escragnolle. E então montou o Círculo numa saleta da então Pensão Petrópolis, depois Hotel Savóia (atual Edifício Marchese). Ali, em torno de uma mesa, reunia ele todos os dias os jovens que gostavam de brincar com as letras e os homens que já sabiam manejá-las.Havia ali livros e jornais à disposição de todos e, melhor ainda, o conselho e estímulo de sua palavra amiga. D’Escragnolle não era rico. Não possuía, mesmo, nenhum bem de fortuna. Todo esse seu idealismo saía-lhe grandemente pesado. Entretanto, dava-se por imensamente feliz, se esse seu sacrifício fosse compensado com a frequência cotidiana do Centro. […] Read More

FÁBULA (UMA): DEU NO QUE DEU

  UMA FÁBULA: DEU NO QUE DEU Joaquim Eloy Duarte dos Santos, associado titular, cadeira n.º 14, patrono João Duarte da Silveira Após consulta com o cardiologista, o veredito: – Pressão arterial altíssima; o senhor terá que controlar a pressão, o colesterol e o sangue pelo resto da vida. Por enquanto, até mais ver, um controle medicamentoso com três remédios diários: um pela manhã, o outro com o almoço e o terceiro na hora de dormir. Pedi à minha mulher para comprar os três remédios. – Qual a farmácia? – perguntou. – Qualquer uma de sua escolha nas mais de três dezenas espalhadas ao longo da Rua do Imperador e outras tantas em todo o Município – respondi. Ela foi e cumpriu bem a missão. Entregou-me as três caixinhas, recomendando (será que todas as esposas recomendam tanto?): – Leia atentamente as bulas que eu vou controlar as dosagens e os horários. – Ora, você sabe que estou quase nos oitenta anos, enxergo muito menos, não consigo ler as letrinhas miúdas desse verdadeiro testamento – disse. – Está certo e também não adianta ler aquele palavrório todo; não se entende bulufas de pitibiriba ! – complementou. – E a notinha da farmácia? Perguntei. – Na bolsa; pode pegar. – Cai dentro da bolsa em meio a um desorganizado mundaréu de tudo, conseguindo achar a nota fiscal. Não consegui gritar. Gelei, suei, fui invadido por dores suspeitíssimas e desmaiei. Em uma maca do pronto-socorro, acordando, ouvi ao longe uma voz masculina: – Eu recomendei à senhora não mostrar a ele as notinhas das farmácias. Embora os remédios sejam eficazes e salvem os pacientes, os preços matam. Deu no que deu! Moral da História: com a mesma medicação os cientistas salvam e os laboratórios e farmacêuticos matam!

AMO PETRÓPOLIS

  AMO PETRÓPOLIS Joaquim Eloy Duarte dos Santos, associado titular, cadeira n.º 14, patrono João Duarte da Silveira Os céticos, que em nada acreditam, talvez apenas no pessimismo e que acham que Petrópolis está uma droga e que seu povo é contemplativo e, consequentemente, amorfo, sorverão um tônico vivificante, na entrada da primavera, no dia 21 de setembro, uma quinta-feira, das 15 às 18 horas, no Centro Histórico. Pois é, assim mesmo como está dito, graças à efervescente presidente da AMA (Associação dos Moradores do Centro Histórico), Myriam Born, de larga liderança no meio artístico-cultural, entusiasmada sempre quando em jogo a promoção de nossa bela Cidade. Ela reuniu muitas pessoas, de todos os segmentos, na “Casa de Cláudio de Souza”, solicitando a cada artista um sorvo de criatividade no dia marcado para, junto ao povo em circulação, dizer que nós amamos Petrópolis de forma plena e que o ato lúdico e colorido é nosso cartão de visita petropolitano. Todos falarão a mesma língua, traduzida em apenas 4 mágicas letras: AMOR e demonstrarão à Cidade o quanto ela é preciosa para todos e que a ela devemos nossa nobre existência. Todos poderão participar, tornando-se artistas por instantes, cantando, dançando, representando, pintando óleos e aquarelas, equilibrando malabares e com piruetas em cima de elevadas pernas-de-pau. Música, alegria, cores, talentos, tudo para que a população readquira sua autoestima, mesmo que por segundos de um sorriso, de leve alma, de momento de catarse amorosa. Myriam, como fada encantada, conduzirá a arte global na tarde de 21 de setembro, com a presença de personalidades que são nosso orgulho histórico de ontem e de hoje. Será momento lúdico, bom para a alma e precioso no conteúdo da autoestima, a qual precisa urgentemente ser redescoberta no sentimento de cada um. Impressionante a adesão à idéia, iniciada com meia dúzia de pioneiros e, às vésperas do encontro, reunindo mais de uma centena de artistas de todos os pincéis e gambiarras. Como faz bem, é tão bom, a Cidade ter Myriam Born agitando a cultura. Com ela, estarão pessoas que comungam o espírito salutar de expor-se aos dorminhocos, despertando-os dos maus pesadelos para a realidade feliz e colorida. Amo Petrópolis poderia ser Ama Petrópolis, abrangente chamada que homenageia a quem promove e agita e amplia o abraço a todo e qualquer petropolitano que tiver a felicidade de viver o precioso dia por vir. Venha para a rua, na tarde […] Read More

JUSTIÇA FEITA!

  JUSTIÇA FEITA! Joaquim Eloy Duarte dos Santos, associado titular, cadeira n.º 14, patrono João Duarte da Silveira Em Petrópolis fez-se justiça. Perfeita. Íntegra. Congratulações à Justiça. Homenagens precisas ocorreram; rejubilemo-nos. Nada foi gratuito ou gerado por interesses corporativos ou egoísticos. Aconteceu na cabeça dos doutos sob nosso aplauso e o de todos que conheceram e conviveram com os homenageados. Por vezes nomes são dados a logradouros e prédios, sem cuidado, injustamente; as homenagens ficam perdidas por insuficientes; desagradam; não têm unanimidade. As duas, que citarei, apresentam-se perfeitas e honram Petrópolis, seu povo, sua Justiça. Ao Fórum na Rua Barão do Rio Branco, o batismo de Dr. Felisberto Monteiro Ribeiro Netto; ao Fórum Trabalhista no Centro Histórico, o nome do Dr. Carlos José Essinger Schaefer. Tive o privilégio de conhecê-los, acompanhá-los, admirá-los. Sei, portanto, como foram justas as homenagens, que perpetuam dois excelentes magistrados, o primeiro petropolitano honorário; o segundo, nato. Dr. Felisberto, mestre do direito, da honra, da simpatia, viveu para servir, ajudar, unir em verdadeiro sacerdócio profissional. Encaminhou advogados valorosos para a Magistratura, a eles assessorando, ensinando, prestando assistência, incentivando com seu saber e exemplo ao exercício digno da nobilitante profissão. Não tive o privilégio de ser seu aluno, infelizmente, mas o admirava, com ele conversando muito nas pausas entre as aulas na Universidade, onde fomos colegas professores, para honra e satisfação minha; e na Academia Petropolitana de Letras, na qual foi titular, sempre presente, atuante, participando em Diretorias, ao meu lado e ensinando sempre, mestre que era. Seu nome na Casa da Justiça é perfeito e honra Petrópolis e o Estado do Rio de Janeiro. Como ele honrou em vida. O Schaefer – adoto esta chamada mais íntima, foi colega meu de bancos escolares, desde os tempos do Colégio São José, na Avenida Koeler, 260, na fase da Diretora Profª Zaida Ferreira Alves Esteves, passando pela Faculdade de Direito, a pioneira do ensino superior, na qual eu me encontrava inscrito e freqüentando a 1ª turma e o Schaefer, nela ingressando no ano seguinte, bacharelando-se na 2ª turma. Participamos do Diretório Acadêmico Ruy Barbosa onde ele despontava com sua alegria, seu falar troante, sua inteligência privilegiada. Advogado brilhante, ingressou na Magistratura Trabalhista, notabilizando-se pela humanidade, aguçada percepção, conhecimento e competência, justo e perfeito magistrado. Seu nome na Casa da Justiça Trabalhista honra seu trabalho e borda de orgulho santo seus companheiros dos maravilhosos idos da mocidade. Justíssimo seu […] Read More

O QUE ESTÁ FALTANDO

  O QUE ESTÁ FALTANDO Joaquim Eloy Duarte dos Santos, associado titular, cadeira n.º 14, patrono João Duarte da Silveira Pronto, ai está, falta pouco para a terra-de-ninguém se instalar em Petrópolis. Desde há muito – e põe muito nisso – não se vê a ação repressora de quem de direito municipal contra os abusos que se avolumam a cada dia. Temos uma Guarda Municipal, destinada a zelar pelos prédios e bens urbanos públicos. Pelo menos para tal mister foi criada e sacramentada. Infelizmente o dito corpo se preocupou muito mais em se estruturar como corporação do tipo militar, negaceando a função básica, que apenas exige guardas municipais em tempo integral nas ruas, diante dos bens mais caros para a cidade. Sem essa de folga em fins de semana e nas horas mortas, como direito de outros funcionários públicos. O serviço de vigilância deve ser permanente com tábua de plantões cumprida à risca e com eficiência. Um exemplo é o olho vesgo para a rapaziada que fica horas em seus esqueites quebrando calçadas e degraus na área da Câmara Municipal. O calçamento de pedra está cheio de buracos, o mármore da escadaria de acesso ao Palácio Amarelo com vários pedaços faltando e os degraus estão raspados em toda a sua extensão, com perda do polimento e feiamente ásperos. A última dessa turma foi a grafitação horrorosa e nada artística nas paredes da Catedral de Petrópolis, obrigando os responsáveis pelo templo orgulho da arquitetura e da história da Cidade a ameaçar a gótica estética com um gradeamento. É aquela história de afirmar-se que os cidadãos bons estão presos nas grades que rodeiam suas casas e os meliantes soltos em carnavais de atos e gestos de desafio e impunidade. Parece um retorno aos tempos medievais, do cercamento das cidades com elevados muros e portões de segurança máxima para evitar as hordas dos inimigos daquela civilização. Uma das armas eficientes – e todos conhecem – é a inibição através do policiamento ostensivo. De outra sorte, nada se poderá fazer e a coisa vai piorando de pior para muito pior. Fico imaginando – em loucura tétrica – a Avenida Koeler murada de ponta a ponta para resguardar o casario do vandalismo… Ai. Poderia desfiar mechas inteiras de argumentos sobre o horror que a inconsequência vem instalando no Município, livremente, com poucas vozes de reclamos e indignações, sob uma política errada (ou seriam as cabeças […] Read More

ATENDADO (O)

  O ATENTADO Joaquim Eloy Duarte dos Santos, associado titular, cadeira n.º 14, patrono João Duarte da Silveira Atentados contra a vida, em todo o Mundo, têm sido uma constante na história dos povos. Reis, imperadores, presidentes, lideres religiosos, artistas, ídolos, lideranças, somam-se aos milhares. Fatos delituosos contra cidadãos comuns ganham notoriedade durante certo tempo e acabam no esquecimento adiante, no desabrochar de novas gerações. A História registra nos documentos e narrativas, os fatos e feitos envolvendo autoridades e cidadãos notáveis, principalmente as da área política, quando assassinadas em ocorrências de forma pública e espetacular. E, também, delitos que deixam dúvidas, que geram especulações, adoçam as massas com interpretações e fantasias, para deleite dos caçadores de escândalos e de nebulosidades históricas. São clássicos os assassinatos dos romanos Caio Júlio Cesar (44 a.C.) e Cláudio (10 a.C.), na Roma do poder e da corrupção; célebres o do Chanceler da Inglaterra Tomás Beckett (1170); do poeta e dramaturgo inglês Christopher Marlowe (1593) e do revolucionário francês Jean-Paul Marat (1793); damos em salto para o século XIX, com progressivos crimes de eliminação por assassinato de pessoas importantes e influentes, como os presidentes norte-americanos Abraham Lincoln (1865), James Garfield (1881) e William McKinley (1901); o arquiduque Francisco Ferdinando, sucessor do trono do Império Austro Húngaro (1914); o governador da Louisiânia (USA) Huey Pierce Long (1935); o revolucionário russo Leon Trotski (1940); o líder espiritual da Índia Mahatma Mohandas Gandhi (1948); o presidente norte-americano John F. Kennedy (1963) e seu irmão, o senador Robert Kennedy (1968); o nacionalista negro e líder muçulmano Malcolm X (1965); o líder de campanhas por direitos civis nos Estados Unidos Martin Luther King (1968); o ator de cinema Sal Mineo (1976); o Príncipe Real Britânico Lorde Mountbatten (1979); o músico, cantor e compositor John Lennon (1980); o Presidente do Egito Anuar El-Sadat (1981); a Primeira Ministra da Índia Indira Gandhi (1984); o 1º Ministro de Israel Yitzhak Rabin (1995); o figurinista e estilista de moda Gianni Versace (1997) e muitos outros. (1) Podemos acrescentar, ainda, o Rei D. Carlos de Portugal, o cineasta e poeta italiano Píer Paolo Pasolini, o senador Pinheiro Machado, no Brasil, etc. No Rio de Janeiro, na rua Toneleros, ano de 1954, ocorreu um assassinato, de natureza política, morrendo o Major Rubens Vaz, por erro de pessoa, já que o visado era o jornalista Carlos Lacerda, em crime que resultou, nos desdobramentos, no suicídio do Presidente […] Read More