RESGATES PETROPOLITANOS [ANTONIO AUGUSTO DE AZEVEDO SODRÉ]

  RESGATES PETROPOLITANOS Francisco José Ribeiro de Vasconcellos, associado emérito, ex-associado titular, cadeira n.º 37, patrono Sílvio Júlio de Albuquerque Lima Antonio Augusto de Azevedo Sodré, de tradicional família fluminense, nasceu em Maricá aos 13 de fevereiro de 1864 e morreu em sua Fazenda da Quitandinha, aqui mesmo em Petrópolis, a 1º de fevereiro de 1929. Era irmão de Antonio Candido de Azevedo Sodré, pai de Alcindo de Azevedo Sodré, o mago do 16 de Março, idealizador e primeiro diretor do Museu Imperial. O Dr. Alcindo, por ocasião da morte de seu tio e também sogro, era Vice-Presidente da Câmara Municipal de Petrópolis, médico de vasta clientela e responsável pela direção do “Jornal de Petrópolis”. Médico também foi Antonio Augusto que se formara pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1885. Contava então 21 anos e não titubeou em submeter-se a concurso para professor da escola em que vinha de colar grau. Embora aprovado em 1º lugar, deixou de ser nomeado pelo Imperador em virtude de sua pouca idade. O jovem não desanimou. Abrindo-se novo concurso, Antonio Augusto a ele se submeteu classificando-se uma vez mais em 1º lugar. Foi então nomeado para a cadeira de clínica médica, que regeu com brilhantismo e enorme dedicação por 39 anos. Teve enorme clientela no Rio de Janeiro, tendo publicado alguns trabalhos de elevado valor científico, entre eles “Patologia da Icterícia” e “A Febre Amarela”. Nesta teve a colaboração de Miguel Couto. Fundou Antonio Augusto o semanário “Brasil Médico”, que durante muito tempo foi o único periódico no gênero no país. Foi Diretor da Faculdade de Medicina, Presidente da Academia Nacional de Medicina, tendo presidido em 1910 o Congresso Médico Latino-Americano que se reuniu no Rio de Janeiro. Foi secretário de Francisco de Castro no Instituto Sanitário Federal, destacando-se no trabalho da extinção da cólera morbus durante a epidemia que se alastrou pelo vale do Paraíba. Dirigiu a instrução pública do Distrito Federal e foi Prefeito do Rio de Janeiro de 6 de maio de 1916 a 15 de janeiro de 1917, durante a presidência de Wenceslau Braz. Eleito Deputado Federal pelo Estado do Rio de Janeiro, destacou-se na Câmara em duas legislaturas como membro das comissões de instrução e de higiene públicas. Antonio Augusto de Azevedo Sodré foi fundador e diretor-médico da Companhia de Seguros A Equitativa, a maior empresa no gênero de seu tempo em todo o território nacional. […] Read More

RESGATES PETROPOLITANOS [JOÃO BAPTISTA DE CASTRO]

  RESGATES PETROPOLITANOS Francisco José Ribeiro de Vasconcellos, associado emérito, ex-associado titular, cadeira n.º 37, patrono Sílvio Júlio de Albuquerque Lima João Baptista de Castro faz parte daquele grupo de pessoas que são maiores no atacado do que no varejo. Era natural de São João del Rei, onde nasceu a 1º de dezembro de 1849. Jovem ainda foi mandado para a Inglaterra e depois para a França onde cursou o Liceu Saint Louis em Paris. Rumou em seguida para Gand, na Bélgica, em cuja universidade diplomou-se em engenharia industrial. Sua graduação deu-se em 1873. De volta ao Brasil, casou-se no Rio de Janeiro com a filha do comendador João Martins Cornélio dos Santos. Fixou-se com a família em Juiz de Fora, onde o fizeram vereador, cargo que ocupou por pouco tempo, tendo-o deixado para assumir a direção da Estrada de Ferro de Juiz de Fora ao Piau. Unindo os seus conhecimentos técnicos que lhe advieram da boa formação universitária ao seu inegável espírito empreendedor, João Baptista de Castro conseguiu pelo decreto geral n.º 9715 de 5 de fevereiro de 1887, privilégio pelo prazo de dois anos para explorar fosfato de cal na fazenda Taipas, Município de Queluz (atual Conselheiro Lafaiete), na então Província de Minas Gerais. Havia no decreto em epígrafe uma certa preocupação com o meio ambiente, dispondo ele, por exemplo, que o concessionário ficava obrigado a “dessecar os terrenos alagados em virtude dos trabalhos da exploração, restituindo-os no seu antigo estado, de modo que não possa ser prejudicada a saúde dos moradores da circunvizinhança.” Passando a residir no Rio, tornou-se João Baptista de Castro comissário de café. Fez-se membro da Sociedade Nacional de Agricultura, vindo a ser um dos grandes propagandistas do cooperativismo. Militando entre os republicanos, privou da amizade de Quintino Bocaiuva, no Rio de Janeiro e de João Pinheiro em Minas Gerais. A convite deste prestou relevantes serviços aos cafeicultores mineiros, participando de congressos, simpósios, seminários. Sua ação em prol da agricultura e da pecuária fez-se sentir também em São Paulo. Foi dos grandes propagandista das qualidades do gado zebuíno; em Aparecida estudou as vantagens de certa leguminosa responsável pela melhora na lactação das vacas; em Piracicaba presenciou a inauguração da Escola Agrícola Luiz de Queiroz, hoje uma referência nacional. João Baptista de Castro foi grande produtor rural nos estados do Rio de Janeiro, de Minas e de São Paulo. Envolvido no movimento de 15 de […] Read More

REVIVENDO HÉLIO WERNECK DE CARVALHO

REVIVENDO HÉLIO WERNECK DE CARVALHO Fernando Antônio de Souza da Costa, Associado Titular, Cadeira n.º 19 – Patrono Galdino Justiniano da Silva Pimentel A década de setenta foi o limiar do cordial convívio com o Dr. Hélio Werneck de Carvalho principalmente por sua participação nos concursos literários do Clube dos Advogados. E o contato, até então, literário, solidificou-se em amizade a partir de seu ingresso junto aos Quadros de Membros Efetivos da Academia Petropolitana de Letras ocorrido em dezembro de 1994. Hélio Werneck ocupou a Cadeira número 31, patronímica de Visconde de Ouro Preto do tradicional sodalício em sucessão ao insigne mestre Lourenço Luiz Lacombe. Nesse ínterim, se delineava a sucessão à presidência da APL ao biênio seguinte. Primeiro, convidei o Professor De Cusatis que viria suceder-me e, ao final da administração De Cusatis o nome do mestre Hélio Werneck, por nós foi lembrado, o que, felizmente foi aceito pelo insigne mestre. Era público-notório o espírito empreendedor de Hélio, seu trânsito junto aos meios intelectuais e sociais e o relacionamento harmônico entre seus pares. Mantínhamos encontros quase que diários em meu escritório, outras vezes comparecendo em sua residência e em especial à Casa de Cláudio de Souza nas diversas reuniões plenárias ou solenidades ocorridas em sua profícua gestão. O Professor Hélio me convidou para ser integrante de sua diretoria. O relacionamento foi excelente. Havia comunhão de idéias e de programação. Guardo o Professor Hélio em meu coração e em minhas orações, assim como me lembro com saudades de sua esposa Senhora Alice Atenfelder Werneck de Carvalho, que se destacava pela elegância e sobriedade. O casal trouxe à luz dois filhos: Hélio casado com Heloisa e Maria Alice, viúva do advogado Ivan Guerreiro Vasconcellos. O Mestre Hélio abençoado por Nossa Senhora Aparecida das águas do Brasil, nasceu no dia 12 de outubro de 1923, no lar do Dr. Alynthor Silveira Werneck de Carvalho e de Dna. Maria Helena dos quais recebeu sólida formação moral, religiosa e intelectual. Dentre seus cursos e lauréis destacam-se o de Contador-Bacharel em Ciências Contábeis, Economista-Bacharel em Ciências Econômicas e Administrativas, Técnico em Administração e Ciências Sociais. Detentor do Prêmio Guimarães Rosa, Prêmio Concurso de Crônicas do Clube dos Advogados de Petrópolis, Medalha de Ouro do Concurso Os Mais Belos Contos do Brasil, Prêmio APL de 1988 e muitos outros. Autor dos livros Pó da Terra e Mosaicos da Vida. Realizou inúmeros cursos de atualização profissional quer […] Read More

POSSE DE ALESSANDRA BETTENCOURT FIGUEIREDO FRAGUAS

  POSSE DE ALESSANDRA BETTENCOURT FIGUEIREDO FRAGUAS Maria de Fátima Moraes Argon, associada titular, cadeira n.º 28, patrono Lourenço Luiz Lacombe Senhor Presidente Luiz Carlos Gomes, demais membros da Diretoria, Senhoras e Senhores. Inicialmente, desejo expressar meus agradecimentos ao nosso presidente pelo convite que me fez para saudar nossa confreira Alessandra Bettencourt Figueiredo Fraguas a qual tive a honra de indicar para o quadro de associada titular do Instituto Histórico de Petrópolis. Em outra ocasião indiquei três historiadores para o quadro de associados correspondentes, mas esta é a primeira vez que indico, para uma cadeira titular, movida pela certeza de que Alessandra assumirá o compromisso de contribuir para a execução dos objetivos e das metas do nosso Instituto Histórico. Alessandra obteve o título de Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1994, e o de Licenciada em História pela Universidade Católica de Petrópolis (UCP), no ano de 2008, com a monografia Edward Palmer Thompson e Pierre Bourdieu: aproximações em defesa da História, sob orientação do professor Leandro Duarte Rust. Dentre os projetos de pesquisa do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ dos quais participou, destaco: A construção social da classe trabalhadora do Rio de Janeiro: o caso dos migrantes nordestinos e Brazilian Professors: Public University, Protest and Democracy. Ressalto ainda sua recente atuação na preparação do dossiê sobre o conjunto documental relativo às viagens do Imperador D. Pedro II pelo Brasil e pelo mundo, apresentado pelo Museu Imperial ao Comitê do Programa Memória do Mundo da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – que concedeu à instituição a nominação para o Registro Nacional. Da produção de Alessandra cito, apenas como referência, os trabalhos: O habitus e o hábito de D. Pedro II: novos olhares sobre os diários do imperador (2011); Diários de D. Pedro II:viagens de conhecimento e reconhecimento (2011); Escola e patrimônio histórico: preservar o patrimônio histórico, conhecer a nós mesmos (2008); Desconstruindo o mito da democracia racial: um olhar diferenciado sobre a obra de Gilberto Freyre (2005); O movimento docente nas universidades públicas e o reflorescimento da sociedade civil na década de 1980 (1994); O movimento docente na imprensa escrita (1993). Essa solenidade de hoje é extremamente importante para o IHP e, consequentemente, para cada um de nós, pois é através do ingresso de novos acadêmicos que o Instituto se renova e […] Read More

JÚLIO FREDERICO KOELER

  JÚLIO FREDERICO KOELER Maria de Fátima Moraes Argon, associada titular, cadeira n.º 28, patrono Lourenço Luiz Lacombe Exmo. Sr. Prefeito Paulo Mustrangi, Sr. Presidente do IHP, Luiz Gomes, demais autoridades, Senhoras e Senhores Agradeço o convite feito pelo confrade Luiz Gomes, Presidente do Instituto Histórico de Petrópolis, e pelo Clube 29 de Junho, para ser a oradora nesta solenidade de homenagem ao Major de Engenheiros Júlio Frederico Koeler, dentro das comemorações dos 166 anos da chegada dos colonos alemães a Petrópolis. Não sendo especialista no assunto, essa é a segunda vez em que me arrisco a tratar desse tema. A primeira foi em 2001 quando, convidada para colaborar na edição especial comemorativa da Festa do Colono Alemão, organizada pela Tribuna de Petrópolis, escrevi um ensaio intitulado Breves Considerações sobre a memória dos colonos alemães, no qual tratei do Museu Casa do Colono, alegando que o museu não representa um espaço de reflexão sobre o significado deste legado do passado como experiência coletiva de formação da cultura e da sociedade, mas sim um monumento que existe e é preservado simplesmente como testemunho deste passado. Hoje, exatamente 10 anos depois, um passo importante é dado nesse sentido: a assinatura do decreto de tombamento desse patrimônio de Petrópolis. Estarmos diante do monumento de Júlio Koeler para comemorar a colonização germânica implica refletir sobre tradição, memória, patrimônio e cidadania. A primeira homenagem ao Major Engenheiro Júlio Frederico Koeler, que construiu a primeira cidade programada e planejada do Brasil, foi feita em 1895, ano do cinquentenário da colonização germânica em Petrópolis, pela Câmara Municipal que resolveu denominar de Avenida Koeler a então Avenida 28 de Setembro, antiga Rua D. Afonso. Nesse mesmo ano, um grupo de pessoas da sociedade local resolveu criar uma comissão encarregada de promover subscrições populares para construir uma estátua em homenagem a Júlio Koeler, um dos fundadores da cidade de Petrópolis. Depois de inúmeras tentativas frustradas o projeto foi retomado em 9 de julho de 1953, quando o Prefeito Cordolino Ambrósio designou uma comissão para tratar do assunto do monumento, sendo, finalmente, depois de quase cento e dez anos da morte de Koeler, inaugurado em 23 de janeiro de 1955, como um ato de gratidão do povo. O Historiador Paulo Knauss, coordenador da obra Cidade vaidosa: imagens urbanas do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro: Sete Letras, 1999), observa que “A gratidão certamente é o enunciado que corresponde ao maior […] Read More

TRABALHOS PUBLICADOS – Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança (Dom)

  TRABALHOS PUBLICADOS Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança (Dom), associado correspondente LIVROS “Vultos do Brasil Imperial na Ordem Ernestina da Saxônia” Anais do Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro, vol. XII, 1961 “O Ramo Brasileiro da Casa de Bragança” Anais do Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro, vol. XVIII, 1868 “O Imperador e a Atriz” – Dom Pedro II e Adelaide Ristori Editora Universidade de Caxias do Sul, 2007 “A Princesa Flor” – Dona Maria Amélia, a filha mais linda de D. Pedro I do Brasil e IV do Nome de Portugal Edição Direção Regional Assuntos Culturais, Funchal, Madeira, 2009 Prêmio “8º Conde dos Arcos“ da Academia Portuguesa da História, no ano de 2010 “Dom Pedro II em Viena 1871-1877” Editora Insular, I.H.G.S.C., Florianópolis, 2010 “Dona Maria Amélia de Bragança” Academia Portuguesa da História Ed. e Conteudos S.A., Aveleda, Portugal, 2011 “A Intriga” – Retrospecto de Intricados Acontecimentos Históricos e suas Consequências no Brasil Imperial Editora Senac, São Paulo, 2011 “Dom Pedro na Alemanha” – Uma Amizade Tradicional Editora Senac, São Paulo, 2014 “O Mistério do Livro Perdido” (Romance histórico) Ed. Viajante do Tempo, Rio, 2018   DISCURSO DE PARANINFO Pronunciado na formatura da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Bento da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, no Teatro Colombo, a 7 de janeiro de 1953 “Jornal do Commércio”, Rio de Janeiro, 12 de janeiro de 1953 “Jornal de Petrópolis”, 11 de janeiro de 1953 “Reconquista”, Revista Trimestral, São Paulo, Janeiro-Março de 1953 “Revista da Universidade Católica de São Paulo”, vol. III, fasc. 5, 1953 ENSAIOS “Precioso Achado” A aliança nupcial de Dom Pedro I na Suécia “O Jornal”, Rio de Janeiro, 29 de novembro de 1953 “Rev. I.H.G.B.”, vol. 224, p. 316, ano 1954 “Pio XII e a Redentora” “O Jornal”, Rio de Janeiro, 27 de dezembro de 1953 “Rev. I.H.G.B.”, vol. 225, p. 267, ano 1955 “Poesias de Além Mar” Uma desconhecida glória do Brasil. “O Jornal”, Rio de Janeiro, 21 de fevereiro de 1954 “Rev. I.H.G.B.”, vol. 226, p. 267, ano 1955 “Joaquim Caetano da Silva – Contactos com D. Pedro II” “O Jornal”, Rio de Janeiro, 6 de abril de 1958 “Diario de São Paulo”, 20 de abril de 1958 “Rev. I.H.G.B.”, vol. 240, p. 84, ano 1958 “Rev. I.H.G.e A.”, do Ceará – LXXIII 1959 “Rev. I.H.G.S.P., vol. 55, 1959 “Os Taunay e a Família Imperial do Brasil” Palavras pronunciadas no Instituto […] Read More

CINQUENTA ANOS DA ESCOLA DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS (OS)

  OS CINQUENTA ANOS DA ESCOLA DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS Jeronymo Ferreira Alves Netto, associado titular, cadeira nº. 15, patrono Frei Estanislau Schaette No transcurso do cinqüentenário da Escola de Engenharia da Universidade Católica de Petrópolis, é oportuno lembrar um pouco da história de sua luminosa trajetória. A referida Escola nasceu de um convênio entre as Faculdades Católicas Petropolitanas e o Centro Industrial do Rio de Janeiro, tendo sido instalada em solenidade realizada no recinto da Câmara Municipal de Petrópolis e iniciado suas atividades em 7 de abril de 1961. No decorrer destes cinqüenta anos, a Escola de Engenharia tem contado com um abalizado corpo docente e foi dirigida pelos seguintes professores: Oscar Lisboa da Graça Couto (1961-1963); Affonso Pontes de Medeiros Filho (1963-1973); Josias da Silveira (1973-1981); Gilberto Gomes de Andrade (1981-1982); Sergio Murilo Barboza de Cavalhaes (1982-1985); Josias da Silveira (1982-1989); Ricardo Grechi Pacheco (1989-2002); José Ricardo de Souza Ramos (2002-2003); Gisele Maria Ribeiro Vieira (2003-2006); Alexandre Sheremetieff (2006-2009), Giovani Quadreli (2009…). A aula inaugural da Escola de Engenharia foi ministrada pelo Professor Oscar Edinaldo Porto Carreiro que discorreu sobre o relevante tema “Sentido da Máquina no Mundo Moderno”. O Professor Porto Carreiro foi também o fundador da cadeira de Complementos de Matemática e integrou por muitos anos o Conselho Superior de Administração da Universidade Católica de Petrópolis. Oscar Lisboa da Graça Couto, natural da cidade do Rio de Janeiro era engenheiro civil pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro e foi Diretor Superintendente da Graça Couto S.A. Na Escola de Engenharia lecionou a Cadeira de Higiene Geral Industrial e dos Edifícios. Faleceu em 7 de janeiro de 1980, no Rio de Janeiro. Seu irmão Haroldo da Graça Couto integrou o Conselho Superior de Administração da Universidade Católica de Petrópolis, por muitos anos. Affonso Pontes de Medeiros Filho, natural de Fortaleza (CE), Doutor em Química pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro, Docente Livre, por concurso, de Química Analítica, na mesma escola, Diretor do Instituto de Química da Universidade do Estado da Guanabara, Vice-Diretor da mesma Universidade, na qual exerceu ainda as funções de Chefe dos Departamentos de Física, Química e Geologia. Além disso, desempenhou as funções de Chefe do Laboratório de Provas e Pesquisas Químicas da Diretoria Nacional do Serviço de Defesa Civil, Diretor Técnico da Destilaria de Óleos de Xisto S.A. e Professor dos Colégios Padre Antonio Vieira e Santo Inácio. Em nossa […] Read More

REVISTA A NOITE ILLUSTRADA

  REVISTA A NOITE ILLUSTRADA Mariza da Silva Gomes, associada honorária Edifício “A NOITE” Construído em 1930, a atual sede do INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) representou uma ruptura com os modelos arquitetônicos já existentes no centro do Rio de Janeiro. O edifício destoava das construções à sua volta e mudou o perfil europeu dos prédios da cidade, sendo uma das primeiras edificações do Rio a adotar a tendência verticalista da arquitetura urbana, os arranha-céus. O edifício que tem esse nome por ter abrigado as instalações do jornal “A Noite”, possui 22 andares sendo sua fachada principal, voltada para a Praça Mauá, n° 7, sendo caracterizado por elementos da década de 20. Foi responsável pelo projeto arquitetônico o francês Joseph Gire (10/01/1872-05/10/1933), que também projetou o Palácio das Laranjeiras (1913), o Hotel Glória (1922), O Copacabana Palace (1923) e a sede do Iate Club do Rio de Janeiro. O prédio “A Noite” foi o primeiro arranha-céus das Américas e desfrutou de muito prestígio nas décadas de 30 e 40 porque unia num mesmo espaço importantes empresas e o glamour da Rádio Nacional (1937), poderoso meio de comunicação da época com os famosos programas de auditórios. Jornal “A Noite” O Jornal “A Noite”, durante o Estado Novo foi absorvido, incorporado e tornou-se um próprio do governo, tendo em anexo ao jornal a revista “A Noite Illustrada”. Revista “A Noite Illustrada” O 1° exemplar foi publicado em 03 de maio de 1930, onde servia a assuntos diversos do Brasil e do mundo, publicada às quartas-feiras, sendo seu diretor o Sr. Gil Pereira e o diretor-gerente o Sr. Vasco Lima. Esta revista passa a ter várias filiais entre as quais podemos destacar a sua filial em Petrópolis, que ficava instalada na Av. 15 de Novembro n° 846 (prédio este de propriedade do Sr. João Ferreira da Costa que aluga o mesmo para a instalação da filial, conforme documento n° 1234 de 04/02/1941) onde tinha como representante o Sr. Luiz Escragnolle, sendo o responsável pela sua distribuição Ítalo, Humberto Perrota e Antonio Carnevale. No intuito de resgatar os acontecimentos referentes aos fatos ocorridos em nossa cidade, ilustrados de forma enriquecedora, acondicionei em forma de índice em ordem de volumes que compreende do n.° 1 ao n.° 22 e n.° 739 (avulso), do período de 1930 a 1941, que estão arquivados no setor do Arquivo Histórico da Prefeitura Municipal de Petrópolis. 1930 – 1941 […] Read More

ESTRADA DO CONTORNO – BELVEDERE – PAVELKA

  ESTRADA DO CONTORNO – BELVEDERE – PAVELKA Mariza da Silva Gomes HISTÓRIA A antiga Rio-Petrópolis foi considerada, por muito tempo, a melhor rodovia da América do Sul, porém com o grande volume de tráfego passou a ocorrer a necessidade de uma nova via, pois o risco de trânsito em mão-dupla era constante. De acordo com pesquisas realizadas no “Arquivo Histórico”, através dos periódicos Diário de Petrópolis, Jornal de Petrópolis e Tribuna de Petrópolis, compreendidos entre 1958 a 1960, podemos destacar através das reportagens ilustradas que a “Estrada do Contorno” foi inaugurada oficialmente em 29 de maio de 1960, às 11 horas de domingo na presença do Presidente da República Juscelino Kubitschek, o Ministro da Viação e Obras Públicas Almirante Amaral Peixoto, o Diretor geral do DNER, o Engenheiro Edmundo Régis Bittencourt, o Governador do Estado do Rio Roberto Silveira, o Prefeito de Petrópolis Nelson de Sá Earp, o Bispo de Petrópolis Dom Pedro da Cunha Cintra e outras autoridades. Na solenidade a banda de música do 1° Batalhão de Caçadores de Petrópolis executou o Hino Nacional. Podemos destacar nas reportagens dos periódicos de Petrópolis que em 11/03/1958 a reportagem da Tribuna de Petrópolis “percorreu a convite do DNER as obras da Estrada do Contorno, que estão sendo realizadas por dez firmas diferentes, por empreitada, cabendo ao DNER o serviço de fiscalização”. No dia 31/07/1958 é destacado no jornal da Tribuna que a “firma Construtora Genésio Gouveia S/A” é a responsável pelos serviços de pavimentação. Curiosamente ocorre a confraternização entre os engenheiros, operários e empreiteiros da prévia inauguração da Estrada do Contorno, com suculenta feijoada – “A reunião ontem realizada não teve caráter de inauguração, nem cunho oficial, motivo pelo qual não houve convites especiais, notando-se por isso a ausência completa de autoridades e jornalista”. (Tribuna de Petrópolis de 09/10/1959). Outro fato interessante destacado no jornal da Tribuna de Petrópolis de 15/10/1959 – “Foi entregue ao tráfego a Rodovia “Contorno de Petrópolis”, é inteiramente pavimentada e foi construída dentro dos mais modernos padrões, tendo a extensão de 28 quilômetros”. É destaque também no dia 03/04/1960 – “Na manhã de ontem, em meio a alegria do povo do Bingen, tiveram início as obras de ligação da Estrada do Contorno com o centro da cidade”, onde estiveram presentes várias autoridades. (Tribuna de Petrópolis). Finalmente podemos afirmar que a Estrada do Contorno, foi destaque em várias reportagens em datas variadas por pessoas que […] Read More

POSSE DE MARIZA DA SILVA GOMES – UM ARQUIVO DIFERENTE

  POSSE DE MARIZA DA SILVA GOMES – UM ARQUIVO HISTÓRICO DIFERENTE Mariza da Silva Gomes, associada honorária Assumi a chefia do Arquivo Histórico da Prefeitura Muncipal de Petrópolis no dia 03/08/1998 e até hoje estou sempre descobrindo fatos e histórias interessantes que tento resgatar através de simples trabalhos que estão disponíveiis no site da Biblioteca Municipal, assim como realizo pesquisas das mais variadas no intuito de ajudar outros trabalhos realizados por pessoas ou entidades variadas. Fiquei muito orgulhosa de assumir no dia 08/08/2011 o Diploma de Associada Honorária do Instituto Histórico de Petrópolis, onde fui recebida com todo carinho e respeito por todos aqueles que elevam a história de nossa cidade. O Arquivo Histórico onde trabalho há anos é de uma importância magnífica pois nele encontramos toda a essência resguardada da história grandiosa da cidade imperial de Petrópolis. Este arquivo documental compreende entre os anos de 1851 até 1978 e guarda aproximadamente 700 mil documentos dos mais variados assuntos e abrange os mais diferentes aspectos: na parte arquitetônica possuímos, no período de 1851 até 1942, em torno de 7.000 plantas cadastradas por ordem de ano; além de inúmeros livros de indústrias e profissões, onde podemos verificar por ordem das ruas que tipo de atividades comerciais existiam e quais eram seus proprietários; livros de impostos prediais, onde podemos saber o proprietário de uma determinada casa; o acervo arquitetônico de Affonso Monteiro da Silva no total aproximadamente de 3.000 plantas; periódicos como o jornal o Paraíba de 1857 até 1859, assim como o Mercantil, Gazeta de Petrópolis, Diário e Tribuna de Petrópolis; um acervo fotográfico de assuntos variados; acervo de notas fiscais do comércio da cidade; livros dos mais variados de Petrópolis, além do acervo de obras raras com 4.000 volumes. Este Arquivo é diferente porque lá as pessoas que chegam são tratadas como parte integrante do acervo, onde são ajudadas da melhor forma possível, por aqueles que trabalham lá. Este Arquivo possui vários donos e responsáveis, são os pesquisadores, estudantes, políticos, jornalistas, turistas, escritores que são fundamentais para que a história de Petrópolis seja PRESERVADA E RESPEITADA. Continuarei a trabalhar e resguardar da melhor forma possível esse acervo tão diferente porque ele é o coração da cidade, por onde bate e pulsa a história petropolitana.