SPANGENBERG, CARLOS

  SPANGENBERG, CARLOS Gabriel Kopke Fróes, Fundador, Patrono da Cadeira n.º 18 Carlos Spangenberg, nascido em Nobiskrug, no Hanover, Alemanha, a 25 de abril de 1821, chegou ao Brasil em 1845, ao mesmo tempo em que chegavam a Petrópolis os primeiros colonos alemães. Residiu, inicialmente, na Corte, como empregado da casa Léger & Cia., mas não suportando o clima do Rio de Janeiro, transferiu sua residência, dois anos após, para a então nascente colônia alemã de Petrópolis. Em 1847, adquiriu os terrenos da Rua dos Protestantes, atual Rua 13 de Maio, ainda hoje pertencentes a descendentes seus. O probo hanoveriano era construtor de obras e muitas das principais casas residenciais foram aqui levantadas por ele, como, por exemplo, os palacetes Frias, Vigneron, Guerra e Silva Teles, este último no Valparaiso, demolido em 1968 e ainda a Igreja Evangélica. Foi o primeiro presidente da Sociedade de Agricultura e Indústria de Petrópolis aqui fundada entre 1854/1856. Logo que se instalou em Petrópolis, Carlos Spangenberg montou uma fábrica de bengalas que se tornariam célebres em todo o Brasil e até no exterior. Mas, além da fabricação de bengalas, manipulava ele em madeira inúmeros outros objetos, verdadeiras obras de arte, disputadas hoje pelos colecionadores e antiquários. Houve época em que o “chic” mesmo era o visitante levar daqui uma “bengala de Petrópolis” como recordação. Um dos principais fregueses era o Imperador Pedro II que as adquiria para ofertá-las aos visitantes ilustres. Floresceu, assim, durante longos anos, a original indústria petropolitana, até que, a 16 de novembro de 1890, faleceu seu criador, o artista Carlos Spangenberg.

AURELIANO DE SOUZA E OLIVEIRA COUTINHO

  AURELIANO DE SOUZA E OLIVEIRA COUTINHO Gabriel Kopke Fróes, Fundador, Patrono da Cadeira n.º 18 21 de julho de 1800: – Nasceu na freguesia de Itaipu, Niterói, Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho. Foi Magistrado, Deputado por Minas Gerais, Presidente da Província de São Paulo, Intendente Geral da Polícia do Rio de Janeiro, Ministro do Império, da Justiça e dos Negócios Estrangeiros, Senador e Presidente da Província do Rio de Janeiro, cargo para o qual foi nomeado por Carta Imperial datada de 1-4-1844, tendo governado de 12-4-1844 a 3-4-1848. No governo da província, teve papel de relevo na fundação de Petrópolis, pois foi ele quem acertou com o Conselheiro Paulo Barbosa a vinda dos primeiros colonos alemães para a então Fazenda do Córrego Seco. Aureliano Coutinho, foi ainda: Grande do Império, do Conselho de S. M. o Imperador, Fidalgo de sua casa, Gentil-Homem de sua Imperial Câmara, Senador do Império, Desembargador da Relação do Rio de Janeiro, Cavaleiro das ordens de Cristo e da Rosa, Dignatário da Imperial do Cruzeiro, Grão-Cruz de Leopoldo I da Bélgica, de N. Sra. da Conceição de Vila Viçosa de Portugal, da Real Ordem de Fernando de Nápoles, da nobre e antiga Ordem de Carlos III de Espanha, de Alexandre Newky, dos quatro imperadores da Rússia, Cavaleiro de São João de Jerusalém, Membro da Sociedade Etimológica de Paris, Sociedade Arqueológica de Bruxelas, da Real Associação das Sociedades das Ciências, Letras e Artes de Antuérpia, Vice-Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e Visconde de Sepetiba. Morreu em Niterói no dia 25 de setembro de 1855. Busto no Paço Municipal: Recebimento: 22-1-1938 – Devolução: 3-11-1938. Nome à rua: Delib 769 de 10.3.1938.

AVÉ-LALLEMANT, PASTOR FREDERICO E DR. ROBERTO

  AVÉ-LALLEMANT, PASTOR FREDERICO E DR. ROBERTO Gabriel Kopke Fróes, Fundador, Patrono da Cadeira n.º 18 Pastor Frederico Avé-Lallemant Cura da Igreja Evangélica do Rio de Janeiro em 1845. Quando vieram para Petrópolis os primeiros colonos alemães contaram com a assistência religiosa de Frederico Avé-Lallemant, já conhecido de Koeler, pelo menos, desde 1844. Em vários ofícios ao Presidente da Província, o Diretor da Colônia solicitou autorização, depois concedida, para contratar Avé-Lallemant para os serviços religiosos evangélicos, vindo duas vezes por mês a Petrópolis. Em livro publicado “Erinnerungen an Brasilien” o pastor diz haver celebrado o primeiro culto divino em Petrópolis no dia 29 de agosto de 1845, o que Koeler confirma em ofício de 30 seguinte, acrescentando: “depois do serviço, procedeu o casamento de oito casais de colonos e abençoou o Cemitério Protestante Petropolitano”. “O reverendo cura combinou comigo de vir de 3 em 3 semanas e estar 3 ou 4 dias, a fim de ter tempo de exercer seu sagrado ministério, e simultaneamente de ensinar Religião Cristã a meninos.” Foi tambem Avé-Lallemant quem celebrou na Praça da Confluência a missa evangélica festiva no dia 19 de outubro de 1845, conforme relata Paulo Barbosa, em carta ao Imperador. Os diretores da Comunidade Evangélica do Rio de Janeiro, tendo em vista que as ausências do seu pastor, ao mesmo tempo diretor e único professor da Escola da Comunidade, traziam certas inconveniências, chamaram a atenção do Mordomo para o fato de que residia no Rio o Dr. Lippold, homem que já tinha exercido as funções de ministro evangélico na Alemanha, pelo que foi o mesmo contratado para pastor definitivo em Petrópolis, iniciando seu trabalho em 1846. Apesar de a Igreja Evangélica de Petrópolis considerar o Dr. Lippold como seu primeiro pastor, parece-me que tal honraria devia caber a Frederico Avé-Lallemant, embora não residisse este efetivamente na Colônia. Tambem o primeiro vigário católico Luiz Gonçalves Corrêa residia na Samambaia e nem por isso deixou de ser o primeiro. Era irmão do Dr. Roberto Avé-Lallemant, autor do livro de viagem pelo Brasil, médico, com quem muita confusão tem havido. Dados extraídos da publicação “1º Centenário da Inauguração da Igreja Evangélica de Petrópolis”, 24 de maio de 1963. Dr. Roberto Avé-Lallemant Nome completo Roberto Cristiano Bertoldo Avé-Lallemant. Nasceu em Lubeck, Alemanha, em 25-7-1812 e faleceu na mesma cidade em 10 de outubro de 1884. Médico, cientista e literato. Estudou em Berlin, Paris e Kiel, onde […] Read More

ANJINHOS DO VELHO GINÁSIO FLUMINENSE (OS)

  ANJINHOS DO VELHO GINÁSIO FLUMINENSE (OS) Gabriel Kopke Fróes, Fundador, Patrono da Cadeira n.º 18 Foi em meio à alegria geral da população petropolitana que, a 15 de março de 1899, começou a funcionar o Ginásio Fluminense no Palacete Mauá, à Avenida Piabanha. Criado pela lei estadual nº 285 de 3 de março de 1896, somente três anos depois, como se vê, seria instalado. Breve, porém, apareceriam os primeiros “espetos”. As imediações do Ginásio, compreendendo a Avenida Piabanha, o Palácio de Cristal e as ruas 13 de Maio, 7 de Abril e Montecaseros, foram transformadas em verdadeiro pandemônio. Terminadas as aulas, os colegiais, ou permaneciam defronte ao Ginásio, dirigindo pilhérias aos transeuntes, principalmente aos passageiros e cocheiros dos carros e carroças; ou se organizavam em bandos, indo para aqueles logradouros pregar peças as mais irreverentes aos negociantes ali estabelecidos. E não havia para quem apelar, porque os outros diziam: travessuras próprias da idade … Algumas vezes, porém, surgiam casos mais ou menos sérios que exigiam a intervenção dos dirigentes do estabelecimento e quiçá de outras autoridades … Certa feita, por exemplo, quando se achava na Avenida Piabanha a turma do macadame da Municipalidade a recompor o calçamento, cismaram os colegiais, de dentro do galpão de ginástica, atingir os pobres trabalhadores com toda a sorte de projéteis encontrados à mão. A princípio, como todos faziam, os calceteiros não deram atenção à provocação; mas às tantas, esgotaram a paciência e passaram à ofensiva: os meninos haviam esquecido que suas vítimas estavam em cima de uma caixa de pedras soltas … Este outro caso provocaria, nada mais nem menos, do que a demissão do primeiro diretor do estabelecimento. Vizinha do Ginásio, à Rua Piabanha, havia a famosa chácara de madame Binot, respeitável senhora que aliava à cultura de orquídeas e cataléias, o “hobby” da criação de patos. Criava-os em casa, mas, a certas horas, soltava-os no rio e os palmípedes nadavam até longe, indo fazer evoluções em frente ao Ginásio. Ora, um dia, a rapaziada que já andava de implicância com madame Binot, resolveu implicar também com seus patos. E inventou uma brincadeira inocente: tiro ao alvo, com pedradas, na cabeça dos palmípedes. Mal começara o bombardeio, justamente os mais gordos e bonitos patos estavam emborcados ao sabor da correnteza das águas. Resultado: Madame Binot, logo após, sobraçando meia dúzia das pobres vítimas, entrava na Portaria para queixar-se da maldade. O diretor […] Read More

ITAMARATI – O BERÇO DE PETRÓPOLIS – NOTAS

  ITAMARATI – O BERÇO DE PETRÓPOLIS – NOTAS Gabriel Kopke Fróes, Fundador, Patrono da Cadeira n.º 18 O Itamarati é, a rigor, o berço de Petrópolis. Foi lá que o sargento-mor – Bernardo Soares de Petrópolis, entrando na posse de “uma legua em quadra atrás da Serra do Frade e Toucaia Grande” concedida em 11 de novembro de 1721, pelo Governador Aires Saldanha e Albuquerque, construiu sua residência. Não foi sem motivo que o Sargento-Mor assim procedeu. Conhecedor da região, sabia que os terrenos do Alto da Serra não ofereciam as mesmas vantagens daqueles situado no “Tamarati”. Colocou, por isso, sua casa no ponto extremo da propriedade, ou seja, exatamente, no local onde hoje funciona a Fábrica de Papel. Onde se ergue a chaminé mais alta, achava-se, há 245 anos, a esquina da morada. Foi ali, na sua fazenda “Tamarati” situada no seio da mata virgem, que Bernardo Soares de Proença hospedou os parentes e amigos e os induziu a obterem sesmarias à beira do novíssimo caminho de Minas por ele mesmo aberto. Garantiu, de tal maneira, a conservação da nova picada, à cuja margem se estabeleceu uma luta ininterrupta de novas fazendas. E toda a região, em breve se desenvolveu.O Itamarati constituiu, iniludivelmente, o primeiro solo urbano de Petrópolis, não havendo exagero algum, portanto, em considerá-lo o verdadeiro berço da nossa cidade. O termo brasileiro Itamarati foi aplicado inicialmente ao rio que tem as nascentes em elevado trecho da Serra da Estrela conhecido pelo nome de Ventania – é Antônio. Machado quem nos ensina. Vários escritores antigos, no relato de suas excursões ao interior, batizaram-no de Tamarati. Comprazeu-se a natureza, de dispor ajuntamentos de grandes pedras soltas em diversos trechos do Itamarati; e em vários outros, nos intervalos do curso superior, correm as águas sobre um pedral, unindo o móvel que cobre o leito, por vezes, com ajuntamento tão perfeito que dir-se-ia obra talhada pelo homem Foram estas singularidades que impressionaram o silvícola ou o colonizador europeu, justificando o nome cuja tradução encontramos em Teodoro Sampaio (O Tupi na Geografia Nacional): Itamaraty, corruptela de itamarã-ty, a torrente por entre pedras soltas; pode proceder também de itá-moroti, as pedras branqueadas, as pedras alvíssimas. A primitiva fazenda, depois quarteirão, hoje bairro do Itamarati, está situada entre o Quissamã, o Caxambu, a Saudade e a Cascatinha. Com a morte de Bernardo Soares de Proença, seu filho Antonio Proença Coutinho Bittencourt tornou-se […] Read More

GETÚLIO, O GALÃ IRRESTÍVEL

  GETÚLIO, O GALÃ IRRESISTÍVEL in Curiosidades Petropolitanas A Samambaia – II – Gabriel Kopke Fróes, Fundador, Patrono da Cadeira n.º 18 O negrinho, preto e vivo como êle só, atravessou o Atlântico agarrado ainda ao seio materno, numa das levas arrebanhadas, desumanamente, nas praias da Benguela. Veio parar na Fazenda da Samambaia nos remotos tempos de dona Maria Gonçalves Dias Corrêa, irmã do padre Luís Gonçalves Dias Corrêa e, como de regra, adotou o sobrenome dos amos. Ao nome de batismo – Getúlio – foram acrescentados o Luís, do padre, e o Gonçalves, dos irmão Maria e Luís. Getúlio Luís Gonçalves foi, assim, moleque africano criado na velha Samambaia. Ativo, inteligente, não havia, dentro dentro em pouco, quem não lhe quisesse bem na fazenda e redondezas. Aprendeu a ler – na época, coisa rara num cativo – conseguindo distinguir-se entre seus irmãos de raça. E progredindo sempre, passaria a exercer, no correr da vida, verdadeira ascendência sobre toda a pretalhada da região que o tinha na conta de mentor seguro e oráculo infalível. Possuía menos de trinta anos – estava na flor da idade – quando a propriedade e todos seus pertences couberam, por herança ao cônego Luís Gonçalves Dias Corrêa. Getúlio que, mercê de muita habilidade e correção, se havia firmado na estima do sacerdote, passou, então a administrador geral da fazenda. À revelia do proprietário, na ocasião às voltas com as árduas funções do vicariato de Petrópolis, Getúlio realizava negócios, discutia e ajustava preços e formas de pagamento, comunicava-se com os comissários da Vila da Estrela e fazia até a escrituração comercial do estabelecimento. Folgava, assim, o amo. Alforriado pela benignidade de seu senhor transformou-se, no que respeitava aos negócios da fazenda, no seu verdadeiro dirigente, cada vez mais prestigiado pelo patrão. Mas o guapo Getúlio, criatura humana que era, haveria de ter o seu ponto fraco. E este um dia apareceu: as mulheres … ah! as mulheres … Alto, desempenado e bem falante, com bela cabeleira caprichosamente repartida ao meio, alisada e lustrosa à força de cosméticos e, o principal, ostentando um soberbo cavanhaque a emprestar-lhe a imponência de um alto dignatário da Abíssinia, constituiu-se o nosso herói na tentação irresistível do mulherio de cor de toda a zona que vinha dos Corrêas e ia até às fronteiras do Córrego Seco. Apesar de discreto, nunca procurou, no entanto, refrear a ardência de seu temperamento. E a […] Read More

FALECEU FREI ESTANISLAU SCHAETTE

  FALECEU FREI ESTANISLAU Gabriel Kopke Fróes, Fundador, Patrono da Cadeira n.º 18 Frei Estanislau Schaette O. F. M., sócio Fundador e Benemérito do CLUBE 29 DE JUNHO, faleceu no dia 12 de julho. Nascido em Wupertal, (Alemanha) a 16 de novembro de 1872, contava a idade de 87 anos. Chegou a Petrópolis em 17 de julho de 1897 e no dia seguinte deu a sua primeira aula, na escola São José. São únicos sobreviventes dessa turma de primeiros alunos o Professor Jorge Deister, Pedro Hees, Gustavo Becker e José Maiworm. Ordenou-se sacerdote a 21 de dezembro de 1902 e exerceu o benemérito apostolado de educar, de preferência, os netos dos colonos e seus descendentes. Muitas centenas de petropolitanos devem-lhe a instrução e os principios religiosos que possuem. Anos depois, transferiu-se para Santa Catarina e Paraná, onde também deixa um vastíssimo círculo de amizades e discipulos. Grande apaixonado da história, dedicou a Petrópolis algumas dezenas de estudos, trabalhos pacientes de pesquisas em arquivos e bibliotecas. Frei Estanislau apoiou, sempre, da maneira mais entusiástica a atividade cultural que restabelece a verdade e rende merecida justiça aos colonos, povoadores da cidade. Desde o primeiro momento prestigiou o CLUBE 29 DE JUNHO, comparecendo a todas as suas reuniões e realizando conferências. No 7º dia, em 19 de julho, o CLUBE 29 DE JUNHO promoveu celebração de solenes exéquias. Cidadania petropolitana: Delib. 342 de 2-2-1953. Nome à rua: Delib 1263 de 3-8-1960. Desvendou o matador do Major Koeler. (Consta também do Acervo Histórico de Gabriel Kopke Fróes o seguinte fragmento:) Frei Estanislau Schaette, mais humilde ainda, nunca teve, sequer, uma simples palavra de explicação para o resultado admirável de suas pesquisas realizadas nos velhos arquivos do atual município de Magé, revelando aos petropolitanos fatos importantíssimos da história da cidade, até então, inteiramente desconhecidos.

CÂMARA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS – TESTEMUNHO DE FATOS POUCO CONHECIDOS

  CÂMARA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS – TESTEMUNHO DE FATOS POUCO CONHECIDOS Arthur Leonardo de Sá Earp, Associado Titular, Cadeira n.º 25 – Patrono Hermogênio Pereira da Silva Antes de qualquer outra palavra quero manifestar meu profundo agradecimento pela distinção da indiciação de ser o orador da solenidade. Sinto-me inteiramente desvanecido em poder ocupar a tribuna privativa dos eleitos pelo povo, para lhes dirigir uns tantos pensamentos quando oficialmente se relembra o meu bisavô Hermogênio Pereira da Silva, no nonagésimo ano após sua morte. Segundo eméritos historiadores como Antonio Machado, Alcindo Sodré, Gabriel e José Kopke Fróes, Francisco de Vasconcellos, as histórias de Petrópolis e de Hermogênio se confundem, ele é indeslembrável, o outro Koeler da cidade, o grande administrador durante os quase vinte primeiros anos da República. Como os seus feitos são amplamente tratados pelos historiadores e por demais conhecidos pelos senhores, deles não falarei. Não falarei que ele foi médico, com cursos de especialização no exterior, e que, assim, se preocupou muitíssimo com as questões de saúde da população, tendo inclusive praticado pessoal e diáriamente a vacinação domicílio a domicílio, durante surto de varíola. Não falarei que ele, antes de vir para Petrópolis em 1884, foi vereador à Câmara do Rio de Janeiro, tendo ali apresentado projetos que mais tarde se concretizaram, como o Tunel Velho, o Corte do Cantagalo, os túneis Santa Bárbara e Rebouças. Não falarei que, republicano e abolicionista, participou já em Petrópolis da fundação do primeiro Clube Republicano fluminense e, assim, caída a Monarquia, foi Delegado de Polícia e logo depois Presidente do Conselho de Intendência (Câmara) de Petrópolis e depois Presidente da primeira Câmara Municipal eleita no regime republicano. Não falarei que ele foi diversas vezes reconduzido à presidência da Câmara, posto que na época possuía as funções executivas (prefeito), e a exerceu nos anos de 1893, 1894, 1896, 1897, 1901, 1902, 1903, 1904, 1908, 1909 e 1910. Não falarei que de sua capacidade e eficiência administrativas Petrópolis recebeu um impulso tão acentuado como o de Koeler, dirigido a atender às necessidades básicas e de progresso da população; assim aconteceu com o abastecimento de água, o fornecimento de iluminação e eletricidade, instalação de esgoto, de serviço de transporte, de telefone, construção de moradia para os de pequena renda, cuidados com a higiene e a saúde, limpeza pública, abertura e calçamento de ruas, construção de pontes, arborização da vias da cidade. Não falarei que foi […] Read More

AMEAÇA DOS NEOs – FOGO, TREVAS, TSUNAMIS

  AMEAÇA DOS NEOs – FOGO, TREVAS, TSUNAMIS Fernando de Mello Gomide, Associado Emérito, ex-Titular da Cadeira n.º 23 – Patrono Henrique Kopke INTRODUÇÃO Significado dos termos NEO e tsunami. O primeiro é sigla da expressão inglesa Near Earth Objects, que em português quer dizer Objetos Próximos da Terra. Podem ser asteróides ou cometas. Já tsunami é palavra japonesa que está consagrada na literatura científica. Ela significa ondas oceânicas produzidas por erupções vulcânicas, por terremotos, impactos de asteróides ou cometas nos oceanos. São ondas gigantes que podem ser de 5 metros de altura até mais de 300 metros. Agora, logo depois do Natal de 2004, terremoto no fundo do Índico produziu tsunamis da ordem de 12 metros que mataram mais de 280 mil pessoas em 14 países da Ásia e da África. No Capítulo I abordamos a temática em torno dos possíveis ou prováveis choques futuros de cometas e asteróides em nosso planeta, além dos resultados de pesquisas científicas que confirmam a queda no passado desses objetos em nossa mansão. Um desses choques há 65 milhões de anos, varreu da face da Terra a fauna dos dinossauros e reduziu a cinzas as florestas da época. Isto deixou efeitos na Terra que foram pela primeira vez detectados em 1980 e ensejaram uma sistemática pesquisa com resultados realmente espetaculares. Mas existem dados observados em nossa época sobre o impacto de pedras destruidoras sobre a Terra e o planeta Júpiter. Em 1908 em Tunguska na Sibéria, um meteorito de uns 70 metros de diâmetro explodiu destruindo uma vasta floresta de pinheiros. Mortes humanas, parece não terem sido constatadas porque se tratava de região deserta. Mas a explosão desse evento foi ouvida a muitos quilômetros de distância. A energia liberada no estouro, segundo estimativa dos cientistas envolvidos, foi equivalente à da explosão da maior bomba de hidrogênio conhecida. Os ufólogos, gente que de modo geral carece de formação científica e aos quais não falta imaginação, acreditam que o evento de Tunguska foi explosão nuclear de nave extraterrestre. Cáspite! Outro acontecimento espetacular, este em 1994, observado pelos astrônomos mediante o telescópio espacial Hubble, o satélite Galileu e numerosos observatórios no solo, foi a queda no planeta Júpiter dos fragmentos do cometa Schoemaker-Levy 9. O núcleo original do cometa devia ter um diâmetro da ordem de um quilômetro e meio e a energia liberada no impacto deveria ser de 300 mil bombas de hidrogênio de um […] Read More

FACULDADE CATÓLICA DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS – CINQÜENTENÁRIO DE SUA FUNDAÇÃO (A)

  A FACULDADE CATÓLICA DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS – CINQÜENTENÁRIO DE SUA FUNDAÇÃO Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette Cerca de um ano após a instalação auspiciosa da Faculdade de Direito, nova Faculdade foi inaugurada em 29 de abril de 1955 – a de Filosofia, Ciências e Letras. A solenidade de instalação foi realizada na sala de sessões da Câmara Municipal, comparecendo à mesma as seguintes autoridades: Dr. José Pedro Ferreira da Costa, representante do Exmo. Sr. Ministro da Educação; Dr. Firmino Machado, representante do Exmo. Sr. Governador do Estado; Dr. Flávio Castrioto de Figueiredo e Mello, prefeito municipal; Prof. Nelson Romero, representante do Conselho Nacional de Educação e outros. Na ocasião fizeram uso da palavra Dom Manoel Pedro da Cunha Cintra, Dr. Arthur de Sá Earp Neto, Profa. Nair Fortes Abul Nehry e Prof. Nelson Romero. Este último salientou a verdadeira posição da Igreja Católica nos misteres intelectuais e morais, pois, afirmou, “Cristo ensinou o mundo a filosofar”. Instalada no bairro do Retiro, à Rua Vidal de Negreiros, 97, onde já vinha funcionando a Faculdade de Direito, a nova unidade de ensino iniciou suas aulas em 2 de maio de 1955, com o funcionamento simultâneo de três cursos: o de Filosofia, o de Geografia e História e o de Línguas Neolatinas. A exemplo do que acontecera com a Faculdade de Direito, seus professores foram recrutados entre educadores de notório saber e com larga experiência de ensino de nível superior, destacando-se: Padre José Fernandes Veloso, Frei Boaventura Kloppenburg, O.F.M, Antonio Rezende Silva, Gerardo Dantas Barreto, Eduardo Prado de Mendonça, no Curso de Filosofia; Maria Yeda Leite Linhares, Arthur César Ferreira Reis, Décio José de Carvalho Werneck, Fernando Miguel Pinho de Almeida, Speridião Faissol, Jorge Zarur e Maria Laís de Moura Mousinho, no Curso de Geografia e História; Germano Müller, Emília Navarro, Maria da Glória Rangel Sampaio Fernandes, Maria José Trindade Negrão, Mario Camarinha da Silva, Silvestro Sanfilippo, Joaquim Matoso Câmara Júnior e Silvio Edmundo Elia, no Curso de Letras. Estes professores da primeira hora souberam criar condições favoráveis à formação de uma consciência pedagógica, propiciando, destarte, o desenvolvimento das atitudes necessárias à formação do verdadeiro mestre em seus alunos. Em 1956, as Faculdades Católicas Petropolitanas se mudavam para o centro da cidade, para as confortáveis instalações do prédio do antigo Palace Hotel, à Rua Barão do Amazonas, adquirido graças ao oportuno […] Read More