Jeronymo Ferreira Alves Netto

CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DO DR. DÉCIO JOSÉ DE CARVALHO WERNECK

  CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DO DR. DÉCIO JOSÉ DE CARVALHO WERNECK Jeronymo Ferreira Alves Netto, associado titular, cadeira nº. 15, patrono Frei Estanislau Schaette Comemoramos este ano o centenário de nascimento do Dr. Décio José de Carvalho Werneck, um dos mais destacados educadores de nosso tempo, que soube encantar com a clareza da exposição e a lucidez de suas idéias. Educador no sentido autêntico da palavra, a quem todos procuravam recorrer em busca de sua orientação sensata e equilibrada. Nascido em Petrópolis, a 23 de março de 1910, era filho de Aristides Werneck e Elazir de Carvalho Werneck, dos quais recebeu uma sólida formação moral e religiosa e uma esmerada educação. Seus estudos iniciais foram feitos no antigo Colégio Werneck e no Colégio Pinto Ferreira, dois dos mais conceituados estabelecimentos de ensino de nossa cidade. Posteriormente, bacharelou-se em Direito pela Faculdade Nacional de Direito. Preferiu, no entanto, não advogar. A banca profissional não o atraiu. Escolheu a carreira docente, tornando-se um pedagogo e um didata admirável. Em Petrópolis lecionou no Colégio Plínio Leite e no Liceu Fluminense, deixando nos mesmos a marca de seu talento e de sua admirável capacidade didática. Em 8 de março de 1938, foi nomeado pelo então Presidente Getúlio Vargas, Inspetor Federal de Estabelecimentos de Ensino Secundário. Neste mesmo ano, tornou-se um dos sócios fundadores do Instituto Histórico de Petrópolis, do qual foi um dos grandes animadores. Profundo conhecedor da legislação de ensino, desempenhou as funções de Inspetor Federal com dedicação e rara competência, atuando muito mais como orientador e conselheiro, junto às escolas, que como um simples fiscal do Ministério da Educação e Cultura. Em 1940, com seus sócios Carmem Saavedra e Thomaz da Câmara, fundou o Colégio Padre Antônio Vieira, um dos mais conceituados estabelecimentos de ensino do Rio de Janeiro, que iniciou suas atividades em 1941 e continua funcionando até os dias atuais. Seu amor pela Universidade Católica de Petrópolis, manifestou-se desde a primeira hora. Durante o ano de 1954, orientou, como Inspetor Federal, os primeiros passos de nossa Faculdade de Direito. No ano seguinte integrou os quadros de nossa Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, como professor no curso de História, lecionando, inicialmente, História Antiga e Medieval e, posteriormente, Didática Especial, Introdução aos Estudos Históricos e História das Idéias Políticas, Econômicas e Sociais. Paralelamente, integrou o Conselho Técnico Administrativo da referida Faculdade. Foi um dos fundadores e organizadores de nossa Escola de […] Read More

VISCONDE DE UBÁ EM PETRÓPOLIS (O)

  O VISCONDE DE UBÁ EM PETRÓPOLIS Jeronymo Ferreira Alves Netto, associado titular, cadeira nº. 15, patrono Frei Estanislau Schaette Joaquim Ribeiro de Avellar Júnior, Barão e, posteriormente, Visconde de Ubá, era filho de Joaquim Ribeiro de Avellar, Barão de Capivary, grande cafeicultor e influente político na região do Vale do Paraíba. O Visconde de Ubá nasceu a 12 de maio de 1821, em Paty do Alferes, fez seus estudos iniciais no Rio de Janeiro e os estudos superiores na Europa, recebendo em conseqüência uma esmerada educação. Em 1849, casou-se com Mariana Velho da Silva, filha mais velha do casal José Maria Velho da Silva e Leonarda Velho da Silva. A família Velho da Silva, é interessante assinalar, mantinha relações muito estreitas com a Corte. O casal teve onze filhos. O Visconde de Ubá “era tenente coronel da Guarda Nacional, jurado eleitor e comandante do batalhão da Guarda Nacional, oficial da Imperial Ordem da Rosa, fidalgo cavaleiro da Casa Imperial e sócio correspondente do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro” (1). Em 1º de agosto de 1863, o então Barão de Ubá adquiriu de Dom Andrés Lamas, Ministro da República do Uruguai, um casarão de rara beleza, localizado à então Rua dos Mineiros, hoje Rua Silva Jardim, em Petrópolis. Do ponto de vista arquitetônico, “o referido prédio de linhas clássicas, reflete a influência do estilo colonial português utilizado sobretudo nos sobrados e fazendas do período colonial no Brasil. Os porões e a escadaria conferem-lhe certa harmonia na composição arquitetônica”(2). (1) MUAZE, Mariana. As Memórias da Viscondessa: família e poder no Brasil Império. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008, p.65. (2) KRÜGER, Maria das Neves. História dos Prédios da Universidade Católica de Petrópolis. Petrópolis, 1992, p. 1 (mimeo). O referido casarão, mencionado em vários relatos de estrangeiros em visita a Petrópolis, durante o final do 2º Império foi palco de intensa vida social e política. Nele, as princesas imperiais Isabel e Leopoldina, passaram suas respectivas luas de mel, em 1864. Em Petrópolis, a família do Visconde de Ubá participou intensamente da vida social, cultural e religiosa da cidade, conquistando a amizade e a estima de todos que aqui viviam. Por ocasião do falecimento do Visconde, ocorrido em sua fazenda, em 1º de outubro de 1888, o Mercantil, prestigioso jornal de nossa cidade, lhe dedicou a seguinte mensagem: “Cidadão prestimoso e que, trilhando sempre a vereda do justo, soube conquistar um nome, que a […] Read More

RÁDIO UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS – FM ESTÉREO

  RÁDIO UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS – FM ESTÉREO Jeronymo Ferreira Alves Netto, associado titular, cadeira nº. 15, patrono Frei Estanislau Schaette O dinamismo e o espírito empreendedor de Dom José Fernandes Veloso foram responsáveis pela fundação da Rádio UCP, criada pela Resolução número 5/1977, do Conselho Universitário, datada de 1.º de abril de 1977, com a finalidade de “Promover a divulgação da literatura, brasileira e universal; e da boa música, em suas várias formas e estilos; terá noticiário amplo e variado com informação adequada; e difundirá os valores artísticos e históricos, sobretudo de Petrópolis e regiões vizinhas”. (1) (1) Artigo 4.º, Resolução número 5/1977, Conselho Universitário da UCP. Foram necessários quatro longos anos de estudos e trabalhos preparatórios para que ela fosse inaugurada, a 30 de abril de 1981. Durante todo este período, contou Dom José com a valiosa cooperação do então Monsenhor Manuel Pestana Filho, na ocasião diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e Administrativas da Universidade, hoje Bispo Emérito de Anápolis e de Aristides Cerqueira Leite, conhecido por sua grande experiência de rádio e televisão, que se tornaria o primeiro Diretor Administrativo da citada emissora. Órgão suplementar da UCP, toda a sua programação é inspirada na doutrina cristã de desenvolvimento integral do homem, através da indissociabilidade da educação e da cultura. Não sendo uma emissora comercial, tem inteira liberdade de colocar no ar uma programação que não impõe ao ouvinte o que o mercado fonográfico exige das emissoras com fins lucrativos. Por ocasião de sua inauguração, Dom José definiu com rara felicidade, a missão da mesma, assim se pronunciando: “A Rádio UCP quer ser um instrumento educativo e cultural da Universidade a serviço de Petrópolis; sem qualquer conotação comercial ou de propaganda, deseja divulgar nossa cultura, a realidade de Petrópolis e suas potencialidades; apoiar as promoções culturais da Cidade Imperial; ser fulcro da extensão a toda a Comunidade da missão educativa da Universidade; servir a toda a rede de Ensino do Município em seu noticiário e, posteriormente, quando os recursos disponíveis o permitirem, com a produção de especiais programas educativos” (2). (2) Veloso, José Fernandes Dom: in informativo UCP, ano XII, número 87, maio de 1981, p. 3. A primeira direção da Rádio UCP ficou assim constituída: Aristides Cerqueira Leite (Diretor Administrativo); Doutor Edson Paulo Lobo (Diretor de Programação); Professor Adalberto Imbrósio (Diretor Técnico); Silvio Carvalho da Silva (Diretor de Jornalismo). Inicialmente a rádio teve pouco […] Read More

QUARENTA ANOS DA INSTALAÇÃO SOLENE DA ESCOLA DE REABILITAÇÃO DA UCP

  QUARENTA ANOS DA INSTALAÇÃO SOLENE DA ESCOLA DE REABILITAÇÃO DA UCP Jeronymo Ferreira Alves Netto, associado titular, cadeira nº. 15, patrono Frei Estanislau Schaette Autorizada a funcionar pelo Conselho Federal de Educação, a Escola de Reabilitação da UCP, terceira do gênero a ser criada no Brasil, realizou seu primeiro Concurso Vestibular na 2ª quinzena de julho de 1969. Na oportunidade, os vestibulandos foram submetidos a provas de Português, Língua Estrangeira, Ciências (conhecimentos básicos de matemática, química, física e biologia) e um teste psicológico de caráter eliminatório. A dois de agosto de 1969, em expressiva cerimônia realizada no auditório Dr. Guilherme Guinle, a Escola de Reabilitação foi solenemente instalada. A instalação da nova unidade de ensino foi presidida pelo Magnífico Reitor Dom José Fernandes Veloso e contou com a presença de inúmeras personalidades, destacando-se o Professor Doutor Raymundo de Britto, ex-Secretário de Saúde do Estado e ex-Ministro da Saúde. Ao proferir a aula inaugural, o Professor Dr. Raymundo de Britto ressaltou a importância da nova unidade de ensino dizendo a certa altura: “Ser enorme o número de indivíduos afastados da vida, do trabalho, e privados da alegria de viver, os quais poderão graças a formação de terapeutas, voltar à vida normal, integrados para a auto-realização e o progresso do País”. A Escola de Reabilitação iniciou com o curso de fisioterapia e posteriormente passou a oferecer os cursos de fonoaudiologia, reconhecido em 1º de junho de 1977 e o curso de enfermagem e obstetrícia reconhecido em 13 de abril de 1983. Durante esses 40 anos de existência, a Escola de Reabilitação foi dirigida com dedicação e eficiência pelos seguintes professores: Dr. Júlio Pinto Duarte (1969 – 1975); Dr. Giorgio Mazantinni (1975 – 1984); Dr. Valter José Silero (1984 – 1990); Prof. Gerson de Aguiar Loureiro (1990 – 2003); Prof.ª Ana Lúcia Casamasso Machado da Costa Habbib (2003 – 2004); Prof.ª Dulce Amélia dos Santos (2004 – 2006); Prof.ª Marília Isabel Winter H. Leon (2006 – 2008). Em 2008 a Escola de reabilitação foi integrada ao Centro de Ciências da Saúde, criado pela Resolução 08/2008, ocupando a direção o Professor Dr. Helmuth Ricardo Krüger. Em 24 de julho de 1971, sob o patrocínio da UCP, realizou-se um histórico Encontro dos Diretores das Escolas de Reabilitação do país, que contou com a presença de renomados especialistas como os doutores Fernando Nova, de Salvador; Hélio N. Batista, de Recife; Gilberto de Almeida da Fonseca, […] Read More

MARIA CAMPOS DA SILVA (IN MEMORIAM)

  MARIA CAMPOS DA SILVA (IN MEMORIAM) Jeronymo Ferreira Alves Netto, associado titular, cadeira nº. 15, patrono Frei Estanislau Schaette Faleceu em Petrópolis, na manhã do dia 13 de julho do corrente ano de 2009, a professora Maria Campos da Silva, uma das figuras de maior projeção nos meios educacionais de nossa cidade. Nascida em Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro, aos 31 dias do mês de julho de 1948, era filha de Antonio Valente da Silva e de Dona Maria Assunção Campos da Silva. Seus primeiros estudos foram feitos no conceituado Colégio Notre Dame de Sion, onde recebeu uma sólida formação moral e religiosa que iria marcar sua brilhante trajetória como docente. Possuindo forte inclinação para o magistério, matriculou-se no Curso de Pedagogia da Universidade Católica de Petrópolis, onde completou em 1972 os Cursos de Licenciatura Plena e Orientação Educacional. Posteriormente, dando continuidade à sua vocação iniciou e concluiu, em 1985, o Curso de Mestrado em Educação, na universidade acima citada, tendo na oportunidade defendido com grande brilhantismo sua Dissertação, versando sobre o tema “O Pensamento Pedagógico de Leonardo Coimbra”. Maria Campos da Silva foi uma pedagoga e uma didata admirável que expunha, com clareza e objetividade, os temas inerentes às disciplinas que ministrava, fazendo de sua vocação um ato de fé e um ato de amor. Assim foi sua atuação no Colégio de Aplicação da Universidade Católica de Petrópolis, no Centro Estadual de Ensino Integral de Petrópolis, hoje Colégio Estadual Dom Pedro II, onde, além de professora, exerceu as funções de Orientadora Educacional e na Universidade Católica de Petrópolis, onde lecionou várias disciplinas, entre as quais destacamos “Educação de Adultos e Educação Permanente”, “Filosofia da Educação”, “História da Educação”e “Didática”, com invulgar brilho. Sua intensa atividade se distribuía ainda a trabalhos administrativos dentro da área acadêmica, sendo oportuno lembrar que exerceu as funções de Vice-Diretora da Faculdade de Educação da Universidade Católica de Petrópolis, representante da referida Universidade junto ao Conselho Universitário e junto ao Conselho Municipal de Educação. Paralelamente, ainda encontrou tempo para participar ativamente de Congressos, Seminários, Colóquios, Ciclo de Conferências, Cursos de especialização, nos quais atuou como expositora e/ou participante. Por seu vigor intelectual e sua probidade profissional, foi admitida na Academia Petropolitana de Educação, em 28 de agosto de 1993, enriquecendo sobremaneira os quadros da mesma. Aqueles que com ela conviveram e tiveram o privilégio de desfrutar de sua amizade a definem como […] Read More

GUILHERME EPPINGHAUS, UMA VIDA DEDICADA AO COMÉRCIO PETROPOLITANO

  GUILHERME EPPINGHAUS, UMA VIDA DEDICADA AO COMÉRCIO PETROPOLITANO Jeronymo Ferreira Alves Netto Filho do colono Pedro Eppinghaus e de sua esposa Catharina Magdalena Conrad Eppinghaus, nasceu Guilherme Eppinghaus em Petrópolis, a 16 de janeiro de 1854. Inclinado desde a mais tenra idade à atividade comercial, aos 14 anos o jovem Guilherme já trabalhava num dos mais antigos e tradicionais estabelecimentos comerciais da cidade, a “Casa Molitor”, um verdadeiro bazar, onde os fregueses encontravam os mais variados artigos. Em 1872, transferiu-se para a firma Ernesto José Olive que, em 1862, havia fundado a casa comercial denominada “Ao Livro Verde”. No início da Rua D. Januária, atual Marechal Deodoro. Segundo nos informa o saudoso historiador Walter Bretz, “eram na época os mais antigos estabelecimentos comerciais além da Casa Olive, a Ouriversaria Rittmeyer, a Serralheria Faulhaber, a Floricultura Binnot, a Alfaiataria Bretz e a Casa Duriez, firmas que passaram de pais para filhos e netos” (1). (1) BRETZ, Walter. “Do Livro Verde A Casa Olive”. Petrópolis, Tribuna de Petrópolis, 2 de novembro de 1824 Filho de João Batista Olive, proprietário do Hotel França, o carioca Ernesto José olive imprimiu ao seu estabelecimento tal orientação e seriedade, que aca bou recebendo o título de “Fornecedor da Casa Imperial”, alta distinção concedida na época a um estabelecimento do gênero, que lhe permitiu utilizar as armas imperiais em suas faturas. Este honrado comerciante, que ocupou em nossa cidade os cargos de Juiz de Paz e Subdelegado, faleceu em 1694, aos 61 anos de idade. Após o falecimento da viúva Olive, o estabelecimento que então funcionava junto ao Hotel Bragança, passou à propriedade do filho do casal, João Napoleão Olive que o transferiu para o número 1.064 e mais tarde para o número 848, da então Avenida 15 de novembro, onde funcionou até 1924. Nesta casa comercial, Guilherme Eppinghaus completou seu longo aprendizado no ramo do comércio, tendo nela permanecido até 1878, quando então, aos 24 anos de idade, estabeleceu-se com seu próprio negócio, à Rua do Imperador nº 53. Em sua loja os fregueses encontravam sempre grande sortimento de material de escritório, livros, músicas para piano, flauta e canto, tecidos, perfumarias etc. Graças a seu honesto e perseverante trabalho, sua firma adquiriu grande renome e logo se tornou também, a exemplo de “Ao Livro Verde”, fornecedora da “Casa Imperial”. Dezesseis anos mais tarde, mudou-se para um prédio localizado no lado oposto da Rua do Imperador, […] Read More

COLONO THEODORO EPPINGHAUS (O)

  O COLONO THEODORO EPPINGHAUS Jeronymo Ferreira Alves Netto, associado titular, cadeira nº. 15, patrono Frei Estanislau Schaette O colono Theodoro Eppinghaus nasceu em Berlim, em data que não pode ser precisada com segurança, possivelmente em 1800. Consta que era descendente de família nobre e que teria sido deserdado pela mãe por ter se casado com uma plebéia, Katrim Lakes (ou Laks), holandesa, natural de Amsterdam, que se dedicava à criação de cabras. Na verdade, não possuímos dados precisos sobre sua família. Este fato e a originalidade do nome “Eppinghaus”, nos levaram a recorrer a um interessante estudo levado a efeito pelo Dr. Padberg Drehkpol, alemão, nascido na região denominada Westphalia, que residiu em Petrópolis, onde possuía uma casa na Presidência e que, tornando-se amigo do Dr. Guilherme Eppinghaus, se interessou em descobrir o significado etimológico da palavra. Assim, afirma o referido estudioso que “o segundo elemento (haus = casa) corresponde em antigo e baixo alemão a “hus”, em inglês “house” e em holandês “huis”, concluindo deste modo que o nome pertence à classe numerosa dos apelidos de proveniência local, tirados do nome da residência ou origem, quer dizer: “Eppinghaus” chamava-se primitivamente alguém que era natural de uma localidade deste nome ou que tinha qualquer relação com ela. Quanto ao significado do primeiro elemento “Epping”, o citado pesquisador nos fornece uma série de possíveis significados que ele mesmo acaba por refutar, por reconhecer não resistirem os mesmos a uma crítica filológica apurada. Deste modo acaba concluindo que “Eppinghaus” com “pp” corresponde a “Ebbinghaus”, com “bb”, significando a terminação “ing”, deste segundo nome, a filiação ou descendência de um pai ou troco comum”(1). (1) Anotações das informações fornecidas pelo Dr. Padberg Drehkpol ao Dr. Guilherme Pedro Eppinghaus. Theodoro Eppinghaus era ebanista (marceneiro; entalhador), especializado na construção de móveis para piano. Este fato, provavelmente, explica sua presença em várias cidades alemãs, antes de embarcar para o Brasil. Assim além de Berlim sua cidade natal, esteve com certeza em Wesel (Reno-Prússia), onde nasceu seu filho Pedro e Leipzig, onde nasceu sua filha Marie Sophie, pois mesmo numa Alemanha impregnada pelas composições musicais de Ludwig Van Beethoven (1770-1827) e Richad Wagner (1813-1835), o mercado de trabalho para um especialista na construção de móveis para pianos deveria ser até certo ponto restrito.Theodoro veio para o Brasil em companhia da esposa e dos filhos Pedro, Rosine Teodora, Algedunda (ou Hildegonde) e Marie Sophie, a bordo do […] Read More

COLONO PEDRO EPPINGHAUS (O)

  O COLONO PEDRO EPPINGHAUS Jeronymo Ferreira Alves Netto, associado titular, cadeira nº. 15, patrono Frei Estanislau Schaette Pedro Eppinghaus, nascido em Wesel (Reno-Prússia), em 11 de fevereiro de 1830, veio para o Brasil em companhia de seus pais Theodoro e Katrim Lakes Eppinghaus. Até então, havia sido criado pela avó, professando a fé católica, ao contrário dos pais que eram protestantes, tendo aqui chegado aos 15 anos de idade. Pouco tempo depois de sua chegada a Petrópolis, foi trabalhar no Rio de Janeiro, numa indústria ligada ao ramo de madeiras. Ali adquiriu uma doença nas mãos que, apesar de tratamento específico, não apresentava melhoras. Este fato o trouxe de volta a Petrópolis em busca de recuperação. Em nossa cidade conheceu Catharina Magdalena Conrad. Viúva do colono Jacó Feldmann, vizinha de seus pais e onze anos mais velha que ele, com quem se casou em 6 de janeiro de 1850 (1). (1)Livros de Assentamento de Casamentos da Igreja Evangélica: A-42-2345-6-1-1850. Catharina Magdalena Conrad, nascida em Aachen, em 19 de janeiro de 1819 era filha de João Nicolau Conrad e Maria Catharina Conrad. Catharina Magdalena Conrad e Pedro Eppinghaus, casados a 06/01/1850 em Petrópolis. (Acervo da família). O casal Pedro-Catharina deixou uma descendência de três filhos: 1 – Pedro Theodoro, nascido em Petrópolis em 3 de janeiro de 1851 e falecido em 13 de dezembro de 1892. Pedro Theodoro casou-se com Emma Catharina Reichelt, em 1º de junho de 1878, com quem teve dois filhos: Eugênia Ester e José Pedro; 2 – Guilherme, nascido em Petrópolis em 16 de janeiro de 1854 e falecido a 5 de abril de 1944. Guilherme casou-se com Deolinda Hingel Eppinghaus, em 23 de julho de 1890, com quem teve quatro filhos: Olga Clotilde, Bertha Francisca, Guilherme Pedro e Alzira Eugênia. 3 – Catharine Rosine, gêmea de Guilherme, nascida em Petrópolis em 16 de janeiro de 1854 e falecida em 20 de novembro de 1908. Catharine Rosine casou-se com Henrique Knecht, em 22 de novembro de 1879. Seu marido, natural de Sulzheim (Alemanha) era filho de Joseph Knecht e Magdalena Knecht. O casal teve uma única filha, Magdalena Francisca Knecht, nascida em 7 de novembro de 1884 e falecida em 27 de dezembro de 1960. Henrique Knecht, cumpre ressaltar, foi um dos primeiros floricultores de Petrópolis, Em sua propriedade, localizada à Rua Souza Franco, prazo de terras nº 2210 (Quarteirão Palatinado Inferior), cultivou plantas e flores […] Read More

SUBSÍDIOS PARA UMA HISTÓRIA DE ITAIPAVA

  SUBSÍDIOS PARA UMA HISTÓRIA DE ITAIPAVA Jeronymo Ferreira Alves Netto, associado titular, cadeira nº. 15, patrono Frei Estanislau Schaette SESMARIAS E FAZENDAS Quatro importantes sesmarias foram requeridas, nas terras que constituem o atual 3º Distrito de Petrópolis, ao governador das Capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Tais sesmarias eram as de Fernando Pereira de Vasconcelos, requerida a 15 de março de 1731; a de José Ferreira da Fonte, requerida a 28 de agosto de 1734, contígua à sesmaria que o mesmo possuía no Secretário; a de José da Silva Torres, requerida a 8 de janeiro de 1760 e a de Antônio da Silveira Goularte, também requerida a 8 de janeiro de 1760. Cumpre lembrar que as sesmarias eram terras incultas ou abandonadas, doadas para efeito de povoamento e cultivo. As que foram requeridas no Vale do Piabanha foram doadas em quadras de uma légua, o que corresponde a 3.000 braças ou 6.600 metros. Com o correr do tempo estas sesmarias foram se fragmentando em fazendas e sítios. A sesmaria do Desembargador Fernando Pereira de Vasconcelos deu origem à célebre Fazenda da Manga Larga, com abundantes mananciais de água, com engenho, na qual mereciam especial atenção o cultivo da cana e a criação de gado. Entre seus proprietários destacamos Bazílio Zeferino Ribeiro (1867), Guilherme Carlos que a manteve até o seu falecimento ocorrido em 1914, Jeronymo Ferreira Alves, seu genro, que adquiriu as partes dos demais herdeiros de Guilherme Carlos, em 10 de janeiro de 1917 e as manteve até 25 de abril de 1929, quando então a vendeu a Renato da Rocha Miranda, cujos herdeiros a lotearam, em época recente. Atualmente em suas terras se encontra o importante Centro de Convenções General Ayrosa. Em 1930, era a fazenda administrada por Manoel de Souza Mattos e, a partir de 1931, passou ela a ser administrada por Walter Hasse que, segundo informações fornecidas por sua filha Erica, nasceu em Hamburgo, Alemanha, em lº de março de 1888, tendo chegado ao Brasil, em 11 de novembro de 1911, estabelecendo-se em Pirapora, Minas Gerais, onde pretendia dedicar-se ao cultivo de batatas. Ainda, segundo informações de sua filha, veio para Petrópolis administrar uma propriedade de Walter Schlik no Alto da Serra. Em Petrópolis, casou-se com Elza Gaiser, filha de Fritz Gaiser, proprietário de um açougue à Rua Monte Caseros, sendo o primeiro fabricante de lingüiças em nossa cidade. À procura de um […] Read More

SAUDAÇÃO À PROFESSORA MARIA DA GLÓRIA RANGEL SAMPAIO FERNANDES

  SAUDAÇÃO À PROFESSORA MARIA DA GLÓRIA RANGEL SAMPAIO FERNANDES Francisco Marcos Rohling Jeronymo Ferreira Alves Netto, associado titular, cadeira nº. 15, patrono Frei Estanislau Schaette A professora Maria da Glória Rangel Sampaio Fernandes nasceu na cidade do Rio de Janeiro, sendo seus pais o Dr. José Sampaio Fernandes e Dona Íris Rangel Sampaio Fernandes, pessoas de profunda vida espiritual, firmeza de caráter e fidelidade cristã. Maria da Glória fez seus estudos iniciais, pré-escolar, ensino fundamental e médio, no Colégio Santa Catarina de Petrópolis. Em 1952 concluiu o Bacharelado em Letras Neolatinas, na Faculdade de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e, no ano seguinte, a Licenciatura, pela mesma Universidade. Seu curriculum vitae é rico, expressivo e dignificante. Tem o Curso de Mestrado em Educação pela Universidade Autônoma de Guadalajara, vários cursos de Especialização, destacando-se os de Literatura Francesa Contemporânea, Literatura Francesa Clássica e Fonética Francesa, pela Universidade de Paris, além de inúmeros trabalhos publicados em revistas especializadas, nacionais e estrangeiras. É, ainda, membro titular de várias associações culturais e educacionais; sua participação em congressos e seminários, no Brasil e no exterior, tem sido uma constante. Pelos relevantes serviços prestados à Educação, foi agraciada com o título de Benemérito do Estado do Rio de Janeiro, pela Assembléia Legislativa de nosso Estado; medalha do mérito universitário, pelo Conselho Universitário da Universidade Católica de Petrópolis e medalhas do mérito militar, nos graus de Oficial e Comendador. Uma vida inteiramente voltada para a Educação. A professora Maria da Glória é fundadora de nossa antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras em 1954, sendo atualmente o mais antigo membro do corpo docente da Universidade em exercício. No decorrer destes 50 anos de serviço à UCP, exerceu com brilho invulgar atividades docentes e administrativas. Foi professora de Língua e Literatura Francesa, Teologia Moral, Ciências Morais e Religiosas, chefe do Departamento de Língua e Literatura Francesas, membro da Câmara de Avaliação de Títulos, Diretora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Diretora do Instituto de Artes e Comunicação, Diretora Geral da Pós-Graduação, Pró-Reitora Comunitária, membro do Conselho da Rádio UCP e Reitora por 12 anos (1987 a 1999). Na docência, manteve sempre contato muito estreito com seus alunos, animando-os com a força vigorosa de seu espírito, enriquecendo-os com o cabedal imenso de seu saber, em comunicação formal e informal, edificando-os com sua vida exemplar, certa de que, se as palavras podem comover, os […] Read More