1º de julho de 1893
Faleceu, em Roma, o petropolitano Joaquim Rocha Fragoso, notável pintor, sobretudo retratista. O quadro a óleo, representando D. Pedro II em trajes civis, existente no Salão Nobre da Câmara Municipal de Petrópolis, é obra sua, como também é de sua autoria o belo retrato a óleo de Major Júlio Frederico Koeler, existente no mesmo salão. O Imperador D. Pedro II, a 12 de março de 1883, visitou seu atelier à Rua Paulo Barbosa.
4 de julho de 1938
Faleceu em Petrópolis, em sua residência, à Rua Buarque de Macedo, o Capitão José Lopes de Castro, pessoa estimadíssima na cidade.
Nascido em Mangaratiba, Estado do Rio de Janeiro, a 9 de abril de 1867, diplomou-se pela Escola Normal de Niterói, exercendo o magistério público primário na então Província do Rio de Janeiro.
Em 1886, foi transferido para Petrópolis, regendo a escola da Rua 13 de Maio e exercendo também o magistério particular, como professor de Português, no Curso Secundário do Colégio Brasileiro Alemão.
Atraído pela política, filiou-se ao Partido Republicano, chegando a fazer parte da Câmara Municipal da cidade, na legislatura dissolvida em conseqüência da revolução de 1930, tendo ocupado a vice-presidência do legislativo.
Foi contador da Câmara Municipal por vários anos, sub-delegado de polícia e membro do Conselho Superior da Instrução Pública do Estado.
Em 1894, recebeu a patente de capitão honorário do Exército pelos serviços que prestou, por ocasião da revolta de 1893, ao governo do Marechal Floriano Peixoto.
No governo de Quintino Bocaiúva, foi nomeado Coletor das rendas estaduais no Município.
Foi ainda funcionário do Ministério do Interior e Justiça, por concurso, servindo até 1937, quando se aposentou no cargo de 2º oficial.
Foi casado com a renomada educadora Angélica Lopes de Castro, por mais de 50 anos.
5 de julho de 1811
Guilherme Luís Eschwege (Barão de Eschwege), cientista alemão e um dos primeiros visitantes do interior do Brasil, inicia sua viagem de excursão pelo nosso “hinterland”, a qual relata em seu livro intitulado “Diário de uma viagem do Rio de Janeiro a Vila Rica, na Capitania de Minas Gerais em 1811”.
O cientista e sua comitiva embarcaram no Cais dos Mineiros, rumo ao Porto da Estrela, por ele descrito como sendo “um povoado cuja existência decorre da hospedagem dos tropeiros (tangedores de burros que trazem e levam mercadorias).
Três léguas adiante chega ao povoado de Inhomirim e continua sua viagem até o Córrego Seco, onde tece o seguinte comentário: “nada havia para nos restaurar senão carne de porco salgada e lingüiça igualmente conservada”. Dali ruma para a fazenda do Padre Correia.
A respeito do Padre Correia e de sua fazenda, faz as seguintes observações: “Parece ser ativo este homem e gostar da boa ordem. A bela várzea onde se acha a sua casa, em bonita colocação, com muitas dependências, é bem cultivada, sobretudo com fruteiras, tais como: cerejeiras, macieiras, videiras, figueiras etc., frutos bem nórdicos que prosperam excelentemente nessa altitude”.
6 de julho de 1924
É lançada a pedra fundamental do Sanatório Português no Valparaiso. Era uma idéia há muito acalentada pela colônia portuguesa em Petrópolis, que só se tornou possível graças aos esforços de Manuel Alves Seabra, Presidente da “Real Sociedade Portuguesa de Beneficência em Petrópolis”, que após vitoriosa campanha com o fito de levantar fundos para tal fim, conseguiu adquirir uma casa e um terreno no Valparaiso.
A construção foi inicialmente supervisionada por Antônio Noronha, proprietário do conceituado Colégio Luso-Brasileiro e, posteriormente por Jeronymo Ferreira Alves, renomado comerciante e industrial, construtor do Grande Hotel e do Teatro Capitólio e eleito membro do Conselho Municipal de Petrópolis, por ocasião de sua criação.
9 de julho de 1924
Falece Bernardo Soares de Proença, primeiro proprietário na zona urbana de Petrópolis, sendo sepultado na Igreja de Suruí. Nascido em Santo Antonio de Macacu, na Baixada Fluminense, era filho de Felix Proença Magalhães e de D. Agueda Gomes de Perada, proprietário da Fazenda do Suruí.
Sua carreira militar foi brilhante e durou mais de 22 anos, tendo sido promovido, pela Carta Régia de 9 de junho de 1734, ao posto de Coronel de um dos regimentos de infantaria auxiliar, composto de dez companhias, no Distrito do Recôncavo.
Casado com D. Isabel de Azevedo Coutinho, “a 11 de novembro de 1721 recebeu o direito de posse de uma sesmaria que, atualmente, é a nossa zona urbana”, nela construindo sua residência, no lugar conhecido como Tamaraty, hoje Itamarati.
Com seus próprios recursos construiu o atalho do Caminho Novo que, percorrendo terreno menos acidentado, evitando escarpas íngremes e a travessia de rios, impraticáveis na estação chuvosa, encurtou em cerca de quatro dias a viagem Rio a Minas.
12 de julho de 1960
Falece no Convento dos Franciscanos Frei Estanislau Schaette, aos 88 anos de idade. Nascido em Elberfeld – Renânia do Norte, Alemanha, a 16 de novembro de 1872, exerceu o magistério numa aldeia agrícola, nas proximidades da fronteira com a Holanda.
Em 3 de outubro de 1895, entrou no Convento de Harreveld, onde recebeu o hábito e emitiu votos simples, vindo a exercer seu apostolado no Brasil.
Chegou a Petrópolis em 1897, concluindo seus estudos no recém instalado Convento do Sagrado Coração de Jesus, sendo ordenado sacerdote a 23 de dezembro de 1902.
Frei Estanislau foi um sacerdote exemplar, ativo missionário, professor emérito e historiador de renome.
Nomeado professor da Escola Gratuita São José, teve o mérito de imprimir uma sólida orientação pedagógica à referida escola. Foi professor de uma Escola Normal para a formação de professores católicos em Blumenau (SC), professor de Liturgia, Catequese e Teologia na Faculdade Franciscana de Teologia em Petrópolis e ensinou Latim no Colégio Santa Catarina, onde também desempenhou a funções de Diretor Espiritual.
Desenvolveu intensa atividade pastoral em Petrópolis e nas paróquias de Baixada Fluminense, de Caxias a Magé.
Paralelamente a sua atividade pastoral, pesquisou arquivos, interpretou documentos, ouviu depoimentos e acabou nos legando uma contribuição inédita e valiosa sobre o que ele mesmo denominou “Pré-História de Petrópolis”.
Frei Estanislau era sócio efetivo do Instituto Histórico de Petrópolis, que o fez Patrono da Cadeira n.º 15, atualmente ocupada pelo Professor Jeronymo Ferreira Alves Netto.
16 de julho de 1837
Nasce em Jacareí (SP) o Padre João Francisco de Siqueira Andrade, fundador da Escola Doméstica Nossa Senhora do Amparo, em Petrópolis, meritória obra destinada a “amparar as meninas pobres e desvalidas, expostas ao perigo da miséria”.
Em 1869, foram lançados os alicerces para um grande edifício capaz de abrigar um número superior a 300 alunas. As obras se arrastaram com grandes dificuldades, até a conclusão de suas edificações em 11 de novembro de 1883, dois anos após a morte de seu criador.
17 de julho de 1865
Nasce em Silva Jardim (RJ), João Duarte da Silveira, personalidade que desenvolveu grande atividade em nossa cidade. Foi Vereador na Câmara Municipal de Petrópolis, Tabelião no foro da Comarca de Petrópolis, Coronel da Guarda Nacional e Membro destacado da Comissão do Centenário de Petrópolis.
Interessado na História do Município, foi sócio efetivo do Instituto Histórico de Petrópolis que o fez Patrono da Cadeira n.º 14, atualmente ocupada pelo Professor Joaquim Eloy Duarte dos Santos, tendo publicado na nossa imprensa inúmeros trabalhos de pesquisa histórica.
Faleceu em Petrópolis, aos 26 dias de maio de 1948, sendo homenageado por nossa Câmara Municipal, que deu seu nome a uma rua no Bingen, pela Deliberação de n.º 425, de 9 de abril de 1953.
19 de julho de 1890
Antônio P. Campos compra o famoso “Hotel Bragança”, que havia sido inaugurado à Rua do Imperador, em 1848, e que teria gloriosa existência de 77 anos. O Hotel Bragança era freqüentado pela família imperial, o corpo diplomático e toda a sociedade de verão, que ali assistiam a concertos, representações de companhias de teatro e participavam de grandes bailes.
21 de julho de 1800
Nasce na freguesia de Itaipu, pertencente à futura Vila Real da Praia Grande, hoje Niterói, Aureliano de Sousa e Oliveira Coutinho, futuro Visconde de Sepetiba. Fez seus estudos iniciais no Rio de Janeiro e bacharelou-se em leis em Coimbra. Exerceu a magistratura em Minas e na Corte. Presidiu a Província de São Paulo e foi Ministro de Estado várias vezes. Deputado pelas Províncias de Minas Gerais e Rio de Janeiro e Senador pela de Alagoas. Pertencia ao Conselho de Sua Majestade o Imperador e foi Gentil-Homem da Imperial Câmara e um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro.
Como Presidente da Província do Rio de Janeiro, de 1844 a 1848, revelou todas as suas qualidades de grande administrador, preocupando-se com a questão da segurança pública, melhorando a arrecadação de alguns impostos e realizando meritórias obras públicas como o canal de Macaé, reparos na Estrada Nova da Estrela, sem falar nas importantes providências em relação a Petrópolis, bastando assinalar o contrato dos alemães de 1845, que deu origem à Colônia. Em seu relatório de 1846 encontra-se a primeira planta da nova povoação, de autoria do major Júlio Frederico Koeler.
27 de julho de 1878
Faleceu no Rio de Janeiro João Baptista Calógeras. Nascido em Corfu, na Grécia, em 02 de fevereiro de 1910, formou-se na Faculdade de Direito de Paris, vindo para o Brasil em 1841. Em 1847 foi nomeado Professor de História e Geografia do Colégio Pedro II. Em 1851, em sociedade com o Barão de Tautphoeus, fundou em Petrópolis o Colégio dos Meninos, posteriormente denominado Colégio Calógeras, no Palatinado, em casa arrendada à família do Marquês de Paraná.
Tal Colégio foi a seu tempo um dos mais afamados estabelecimentos de ensino da época, sendo dirigido por João Batista Calógeras até 1859, quando foi vendido ao Professor Bernardo Falleti que o manteve até 1863.
Naturalizado brasileiro em 1854, foi o Professor Calógeras nomeado, cinco anos mais tarde, 1º Oficial de Gabinete no Ministério dos Negócios Estrangeiros. Era membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e titular da Comenda da Ordem da Rosa entre outras.
28 de julho de 1916
O grande cientista Osvaldo Gonçalves Cruz é nomeado Prefeito do Município de Petrópolis. Segundo o então Presidente do Estado, Dr. Nilo Peçanha, “Osvaldo Cruz era o homem talhado para implantar as diretrizes que a nova situação política de nosso Município exigia”.
O prefeito nomeado governou Petrópolis de 17 de agosto de 1916 a 31 de janeiro de 1917, quando o agravamento de seu estado de saúde não lhe permitiu continuar no cargo. A cidade, certamente, muito teria lucrado, se ele tivesse podido desenvolver seu plano de governo, no qual figuravam extraordinários empreendimentos como o preparo do gás pobre com lixo e produção de energia elétrica para os britadores e oficinas, substituição de carroças de tração animal por automóveis, regulamentação e fiscalização da venda do leite, organização de serviço sanitário e muitos outros. Não obstante sua passagem meteórica pela Prefeitura, desenvolveu intensa atividade administrativa, expedindo ofícios, despachando processos, promulgando deliberações, sempre com critério e imparcialidade.
Após lenta e dolorosa agonia, Osvaldo Cruz faleceu em sua residência de Petrópolis, à Rua Montecaseros, n.º 240, sendo seus restos mortais transladados para o Rio de Janeiro e sepultados no Cemitério São João Batista.
31 de julho de 1873
Nasce em Conservatória (RJ) Monsenhor Teodoro da Silva Rocha, Vigário de São Pedro de Alcântara de Petrópolis, de 1901 a 1925. Sacerdote zeloso e muito estimado por seus paroquianos, não mediu sacrifícios para ver concluídas as obras da Catedral. A 22 de fevereiro de 1925, quando no púlpito da velha Matriz, fazia um caloroso apelo aos seus paroquianos de auxílio pecuniário para a conclusão das obras do novo Templo, sentiu-se mal, vindo a falecer pouco depois.
Em 29 de novembro de 1925, a Catedral de São Pedro de Alcântara, ainda inacabada, foi aberta ao culto pelo Bispo Dom Agostinho Francisco Benassi, após solene cerimônia, graças aos esforços do abnegado Monsenhor Teodoro da Silva Rocha.