05 de agosto de 1908
Faleceu em São José do Rio Preto, então 5º distrito de Petrópolis, o Tenente Coronel Francisco Limongi, nascido em Acqua Fredda, província de Potenza, na Itália, aos 11 dias de dezembro de 1857.
Após ter emigrado para a África Francesa, retornou à terra natal onde se casou com D. Francisca Limongi, em 1875, emigrando para o Brasil no ano seguinte, vindo a residir inicialmente na Fazenda Velha, próxima ao atual município de Areal, ganhando a vida como comerciante ambulante.
Sete anos mais tarde, fixou residência em São José do Rio Preto, onde montou um negócio na antiga Rua da Estação e construiu a maior parte das casas existentes na referida rua.
Foi um cavalheiro dotado de elevados predicados morais, honesto, trabalhador e bondoso que, sentindo-se atraído pela política, exerceu os cargos de vereador à Câmara Municipal de Petrópolis e subdelegado de polícia em São José, tendo prestado relevantes serviços ao então 5º Distrito de Petrópolis.
Por decreto de 22 de julho de 1903, do Presidente Rodrigues Alves, foi nomeado Tenente Coronel da Guarda Nacional, tendo comandado o 2º Regimento de Cavalaria da referida Guarda, em Petrópolis.
Muito popular e querido, seu sepultamento teve tal acompanhamento que o préstito levou cerca de duas horas para percorrer a pequena distância que ia de sua casa ao cemitério. Deixou três filhas: Maria Joana Limongi Faraco, Maria Faraco e Rosa Limongi Faraco.
Ao falecer, a Tribuna de Petrópolis, de 08 de agosto de 1908 noticiou: “Deixou de existir o homem mais popular e querido do 5º Distrito de Petrópolis”.
12 de agosto de 1899
Petrópolis recebeu a visita do Presidente da República da Argentina, General Júlio Roca. Recebido pelo Presidente do Estado do Rio de Janeiro, Dr. Alberto Torres, foi alvo das mais significativas homenagens. Para receber o presidente argentino, as ruas de Petrópolis foram ornamentadas, o Palácio Rio Negro, então sede do governo fluminense, foi luxuosamente decorado.
O presidente Roca, hospedado no segundo pavimento do Palácio Rio Negro, foi recepcionado com um magnífico banquete, seguido de animado baile.
Nem mesmo um violento temporal, acompanhado de copiosa “chuva de pedras”, que desabou sobre a cidade, ocasionando grandes prejuízos, impediu os petropolitanos de receberem condignamente o Chefe de Estado argentino.
14 de agosto de 1983
Faleceu em Petrópolis o Dr. Alceu Amoroso Lima – Tristão de Ataíde.
Nascido no Rio de Janeiro em 11 de dezembro de 1893, era filho de Manuel José Amoroso Lima e de D. Camila da Silva Amoroso Lima.
Bacharelou-se em Letras, pelo Colégio Pedro II, e em Direito, pela Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro.
Ensaísta, crítico literário, sociólogo e professor universitário, publicou cerca de oitenta livros, entre os quais destacamos: Estudos, Elementos de ação católica, O espírito e o mundo, Contribuição à história do modernismo, Poesia brasileira contemporânea, Introdução à literatura brasileira, A Igreja e o mundo novo, Mitos de nosso tempo etc.
Católico, foi nomeado pelo Papa Paulo VI para a Comissão de Justiça e Paz do Vaticano e desempenhou ainda as funções de Secretário Geral da Liga Eleitoral Católica, Presidente da Ação Católica Brasileira. Foi ainda Presidente de Centro Dom Vital, diretor da revista de cultura A Ordem, co-fundador do Movimento Democrata Cristão na América Latina e membro efetivo da Academia Brasileira de Letras.
Desenvolveu intensa atividade como professor universitário, lecionando em várias universidades, chegando a ser Reitor da Universidade do Distrito Federal e Membro do Conselho Nacional de Educação.
Na década de 40, adquiriu uma casa de verão em Petrópolis, no quarteirão Mosela, nº 289, na qual se acha instalado, desde 1984, o Centro Amoroso Lima para a Liberdade – CAALL, que preserva e divulga sua obra.
Sempre demonstrou um grande amor por Petrópolis e, nos últimos anos de sua vida, praticamente residiu nesta cidade, considerada por ele o lugar ideal para meditar e escrever.
15 de agosto
a) de 1922
A bordo do “Bagé”, em viagem de regresso ao Brasil, faleceu o Barão de Muritiba, antigo Juiz de Direito da Comarca de Petrópolis.
O Dr. Manoel Vieira Tosta, Barão de Muritiba, nasceu na capital da Bahia, em 14 de outubro de 1839, sendo seus pais o Visconde de Muritiba e D. Isabel Pereira de Oliveira.
Formou-se, em 1860, pela Faculdade de Direito de São Paulo e exerceu os cargos de promotor público na Bahia, chefe de polícia em Santa Catarina, juiz de direito em Juiz de Fora, juiz de direito da Comarca de Petrópolis e, a partir de 1870 desembargador da Relação da Corte.
Foi casado com D. Maria José Velho de Avellar, filha do Visconde de Ubá e dama efetiva de S.M. a Imperatriz e da Princesa Isabel.
A amizade dos barões de Muritiba à família imperial não conhecia limites, e por isso, o distinto casal acompanhou-a ao exílio.
b) de 1928
Foi inaugurada a Estrada de Rodagem Rio-Petrópolis pelo Presidente Washington Luís. A construção desta estrada “foi bastante difícil, principalmente na baixada, onde a luta contra o terreno lodoso, que exigia difíceis e demoradas obras de consolidação de aterros e fundações, e também contra a malária, que ainda era endêmica naquela região e que vitimou grande quantidade de trabalhadores”.
O custo total da estrada ficou em 53.000 contos, ou 645 contos por km. Seu traçado, sobretudo no trecho da “serra”, foi considerado arrojado e ousado para a época, não faltando quem o comparasse ao da famosa ferrovia Paranaguá-Curitiba.
Com a construção da rodovia Rio-Petrópolis, o Presidente Washington Luís tornou-se um dos maiores benfeitores do Município de Petrópolis, fazendo jus ao título de cidadão petropolitano.
c) de 1947
Foi instalada no Hotel Quitandinha, com solenidade presidida pelo General Eurico Gaspar Dutra, Presidente da República, a Conferência Interamericana de Petrópolis, que reuniu 21 nações , na expectativa auspiciosa de encontrar a fórmula de salvaguardar a defesa e a segurança do continente americano. Esta conferência resultou na assinatura, a 2 de setembro de 1947, do Tratado do Rio de Janeiro, o qual se revestiu de tamanha significação que iria mais tarde influir, na essência e na forma, na elaboração e na redação do Pacto do Atlântico Norte, celebrado em 1949, no qual aparecem, projetados no plano mundial, princípios pelos quais o Brasil se batera nas Assembléias Interamericanas e nas reuniões de chanceleres.
A Conferência Interamericana de Petrópolis contou com a presença do Presidente do Brasil, Gen. Eurico Gaspar Dutra; do Presidente dos Estados Unidos, Henry Truman; do Secretário dos EUA, Gen. Marshall e dos mais destacados representantes dos países americanos.
17 de agosto de 1863
Foi fundada pelo professor Friedrich Strole a Associação Coral Concórdia, que funcionou inicialmente na própria escola dirigida por seu fundador, na Rua do Imperador. Mais tarde a sociedade mudou-se para a Praça Dom Afonso e, em seguida para uma casa alugada na Rua Piabanha.
O prédio da Rua 13 de Maio só tornou-se sede da Sociedade em 1895, inicialmente alugado e, posteriormente comprado, em 1904.
24 de agosto
a) de 1825
Nasce Bartolomeu Pereira Sudré, o fundador da imprensa petropolitana. Português, natural da ilha da Madeira, era hábil tipógrafo ao tempo da composição manual. Fundou uma tipografia na rua Teresa, de onde a 3 de março de 1857 saiu o primeiro número de “O Mercantíl”. Durante trinta e cinco anos circulou sob sua responsabilidade o referido jornal, registrando em suas páginas a vida da cidade. Monarquista ferrenho, sempre foi contrário à escravatura, a qual combatia com firmeza , sendo que em várias oportunidades agasalhou e protegeu escravos fugidos, com risco de ser processado e punido. Foi também um dos grandes defensores da criação do Município de Petrópolis, integrando a Câmara como vereador em várias legislaturas. Faleceu em Petrópolis a 15 de maio de 1891.
b) de 1902
D. João Francisco Braga foi sagrado Bispo de Niterói. Na ocasião Petrópolis era sede da Diocese de Niterói e D. Braga fez sua entrada em nossa cidade, aos 26 de outubro de 1902, sendo solene e festivamente recebido pelas autoridades, entre as quais se destacavam o Gen. Quintino Bocaiúva, Presidente do Estado; Dr. Horácio Magalhães Gomes, vice-presidente da Câmara Municipal e o Cônego Agostinho Benassi, governador da diocese, na qualidade de administrador “ad instar vicarii”.
Múltipla, constante e laboriosa foi sua atuação em Petrópolis, quer dando às Irmãs do Asilo do Amparo uma constituição eclesiástica para formar uma Congregação Diocesana, quer realizando visitas pastorais às paróquias mais distantes de sua diocese, quer publicando Cartas Pastorais, sempre com profundo conhecimento e lealdade aos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
c) de 1924
Falece Monsenhor Benedito Moreira, na idade de 92 anos. Nascido em Ferreira do Alentejo, Portugal, a 24 de dezembro de 1833, cursou o Seminário de Santarém e recebeu suas ordens maiores em Beja. Chegando ao Brasil, hospedou-se no Mosteiro de São Bento e habilitou-se, em 1871, para lecionar Latim, Filosofia e Inglês.
Em Petrópolis fundou o Colégio que funcionou inicialmente no prédio do antigo Colégio Porciúncula e, posteriormente, a partir de 1881, no edifício do Colégio Kopke, ali exercendo por cerca de 20 anos seu apostolado educacional.
Era ríspido nas ordens, implacável na exação dos deveres e na disciplina moral, tolerante nas fraquezas humanas, conselheiro, que a todos indicava a prática da virtude.
Adoentado, mudou-se para Santos onde realizou importante obra de assistência aos pobres, mudando-se em 1920 para o Rio de Janeiro onde veio a falecer.
Dele disse alguém: “Viveu toda a vida escravo de um ideal. Servir a Deus por sua Igreja, servir ao homem por sua glória”.
28 de agosto de 1922
Faleceu o Conde D’ Eu , a bordo do navio “Massilia”, quando viajava ao Brasil, a fim de assistir às festas do Centenário de nossa Independência.
O Conde D’ Eu, Luiz Felipe Maria Fernando Gastão de Orleans , era filho do Duque Nemours, segundo filho de Luiz Felipe, rei da França. Nasceu em Neuilly, França, aos 28 dias do mês de abril de 1842.
Ainda muito moço, em 1859, alistou-se no exército espanhol, seguindo para a África, para participar da Campanha do Marrocos. Retornando à Europa, concluiu seu curso no Colégio Militar de Segóvia.
Chegou ao Brasil em 2 de novembro de 1864, casando-se no mesmo ano com a princesa imperial D. Isabel.
Em 2 de março de 1869, foi nomeado comandante-em-chefe de todas as forças brasileiras no Paraguai, vencendo a famosa batalha de Campo Grande, que determinou o fim da guerra com o Paraguai.
Foi um grande amigo de Petrópolis, onde viveu durante todo o tempo de sua permanência no Brasil, amparando sempre as boas causas da cidade, como o Hospital Santa Teresa, o Asilo do Amparo, a Nova Catedral e a construção do Palácio de Cristal.