UMA DATA QUE MERECE SER LEMBRADA
Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette
A data de 31 de maio de 1953 foi marcada por um expressivo acontecimento, a fundação das Faculdades Católicas Petropolitanas, que, a 20 de dezembro de 1961, se transformaram na Universidade Católica de Petrópolis, sendo nosso dever rememorar este acontecimento histórico, marco indelével de progresso para esta região serrana.
A idéia da fundação de uma Universidade em nossa cidade só começou a se concretizar após a criação da Diocese de Petrópolis, pela bula “Pastoralis qua urgemur”, do Santo Padre o Papa Pio XII, atendendo a uma das mais caras aspirações dos católicos petropolitanos.
Para a nova diocese foi nomeado Dom Manuel Pedro da Cunha Cintra, espírito lúcido e culto, profundo conhecedor dos problemas do nosso tempo, o qual logo se deu conta de que a cidade há muito reclamava a falta de instrução superior, capaz de habilitar seus estudantes ao exercício das profissões liberais, desobrigando-os de ir buscar nas cidades vizinhas, sabe-se lá à custa de que sacrifícios, tais estudos.
Pretendeu, entretanto, sua Exa. Revma., que tais cursos surgissem sob a inspiração da Fé e que a futura Universidade tivesse como meta a defesa dos valores éticos, religiosos e da dignidade da pessoa humana, como ele próprio acentuaria mais tarde, em discurso por ocasião da instalação da Universidade, ao dizer: “Confiamos, porém, em que a doutrina da igreja, profundamente orgânica no conjunto das verdades reveladas que nos iluminam, nos princípios morais que nos regem e na Graça dos meios sacramentais que nos sustentam, há de plasmar cada vez mais intensamente a vida cristã de nossa família universitária”.
Assim, sob a inspiração e iniciativa do Bispo Dom Manuel Pedro da Cunha Cintra, em histórica reunião no Palácio Episcopal, realizada a 31 de maio de 1953, surgia a associação civil denominada Faculdades Católicas Petropolitanas.
Compareceram à citada reunião, além do Bispo Diocesano, o Dr. Arthur de Sá Earp Netto, consultor jurídico e advogado da Mitra Diocesana; o Dr. Ascânio Da Mesquita Pimentel, advogado, professor e escritor de renome; o Dr. Kepler de Castro Neves, engenheiro e festejado homem de estudos; o Dr. José Sampaio Fernandes, doutor em Farmácia, professor da Universidade do Brasil e autor de cerca de sessenta trabalhos publicados em revistas especializadas e o Dr. Francisco de Magalhães Castro, engenheiro de renome, graduado em Filosofia pela Sorbonne, os quais assinaram a Ata de Fundação e foram empossados como membros do Conselho Administrativo.
Na fundação das Faculdades Católicas Petropolitanas, contou Dom Manuel Pedro com a valiosa ajuda do Padre Pedro Belisário Velloso, Reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, que assessorou em toda a fase de preparação do processo, ajudou na seleção e contratação dos professores e apresentou ao Ministério da Educação e Cultura o aval da PUC, para o funcionamento dos primeiros anos da nova Instituição.
Cumpre ressaltar que o ideal dos pioneiros de criar uma Universidade comprometida com a finalidade humanista e espiritual da educação superior, sempre encontrou ressonância na família universitária, animando-a de um só espírito, com o objetivo de elevar ainda mais o consagrado nome da UCP, contribuindo, deste modo, para que ao longo de seus 50 anos de existência, ela conquistasse um lugar de destaque no cenário educacional do país.
Assim, a 20 de setembro de 1961, com a fusão das três faculdades então existentes, a de Direito, a de Filosofia Ciências e Letras e a Escola de Engenharia Industrial, a Diocese de Petrópolis fundou a Universidade Católica de Petrópolis, reconhecida pelo Decreto nº 383, de 20 de dezembro de 1961, a qual foi solenemente instalada em solenidade realizada no Teatro Petrópolis, a 10 de março do mesmo ano, presidida por Dom Armando Lombardi, representante do Santo Padre João XXIII, no Brasil.
Na ocasião, o Jornal de Petrópolis, de 17 de março de 1962, sob o título de “Petrópolis de Parabéns” publicou interessante artigo, comentando a certa altura: “Sob a inspiração da fé cristã, a Universidade Católica de Petrópolis coloca a nossa querida cidade num plano destacado na cultura brasileira, justificando a alegria do nosso povo, que a saúda, hoje, como grande marco em nossa história e horizonte mais amplo que se abre às novas gerações. Ressalte-se, ainda, no acontecimento a força criadora do ideal, pedra de toque no grandioso acontecimento, que veio desmentir pessimismos, para afirmar-se como a notável obra de cultura que Petrópolis tem a ventura de ver plenamente concretizada e dela orgulhar-se”.
Viabilizava-se assim a constituição de um grande centro de ensino superior que, no decorrer de todos estes anos, apresentou um ritmo constante e crescente de desenvolvimento, dedicando-se não apenas ao ensino, mas também à pesquisa e à prestação de serviços, estando sempre alerta para enfrentar os desafios dos novos tempos.