RELIGIOSOS E AS RELIGIOSAS DESCENDENTES DOS COLONOS GERMÂNICOS DE PETRÓPOLIS (OS)

Paulo Roberto Martins de Oliveira, ex-Associado Titular, Cadeira n.º 10 – Patrono Carlos Grandmasson Rheingantz, falecido

Este estudo, que foi realizado no campo Eclesiástico de Petrópolis (RJ), tem por finalidade comentar os primeiros momentos dos colonos germânicos católicos, seguidos de uma resenha de fatos, até que conseguissem a plenitude de uma boa assistência religiosa, além de dar conhecimento sobre os Religiosos e as Religiosas descendentes dos colonos germânicos, que respectivamente ordenaram-se e professaram-se, em sua maioria, nos seminários e congregações estabelecidos nesta cidade.

Primeiramente, serão apresentados alguns dados sobre o início da atuação católica de assistência, que se iniciou para os colonos católicos, a partir de 29 de junho de 1845 – início da Imperial Colônia.

No princípio, a assistência religiosa para os colonos foi um tanto confusa, principalmente por causa dos responsáveis pela Colônia que não davam a devida importância ao compromisso assumido com os colonos, através do Contrato de Engajamento dos mesmos, estabelecido no processo de colonização de Petrópolis. No referido contrato, numa das cláusulas, constava que além da reserva de um terreno para a construção de um templo católico germânico e de uma escola, também deveria ter acompanhamento de um sacerdote de sua nacionalidade, para as celebrações das Santas Missas, com atuação permanente nos demais eventos religiosos.

Vale ressaltar que para os evangélicos luteranos, que eram um terço do contingente total dos colonos, nunca houve maiores embaraços, pois sempre foram assistidos por pastores designados para Petrópolis (RJ) ou vindos de colônias vizinhas. Embora com atraso, tiveram o seu templo germânico inaugurado em 1863, após o término da Colônia, que ocorreu em 06/01/1860, ou seja, 11 anos antes da inauguração da igreja dos colonos católicos.

Após pouco mais de um ano de espera, seguida de inúmeras reclamações, o Governo Provincial do Rio de Janeiro resolveu atender aos apelos e contratou por cinco anos os serviços religiosos do Padre Franz Anton Weber, a contar de 12/11/1846, até o findar do ano de 1851, quando o Padre Weber retornou à Europa, ficando os colonos sem a orientação espiritual, que deveriam ter por um sacerdote de sua língua materna.

Somente no final do ano de 1853 contrataram o Professor Padre Theodor Wiedmann, que aqui chegou no dia 10 de janeiro de 1854 e neste mesmo dia, tomou posse como Vigário, com o título oficial de Pároco – Curato da Imperial Colônia.

Competente e organizador, rapidamente o Pe. Wiedmann conseguiu atrair um grande número de seguidores, atendendo plenamente aos colonos, prestando relevantes serviços religiosos e educativos. Porém, com um temperamento difícil, não aceitava intervenções, principalmente políticas, promovidas pelos responsáveis da Colônia e, por isso, após inúmeros atritos e intrigas, teve, em 22 de abril de 1855, que se afastar definitivamente de Petrópolis e em seguida do país.

Por volta do ano de 1870, esteve em Petrópolis (RJ) o Padre Joseph Henh, que se ofereceu para eventualmente celebrar Missas para os colonos. Porém, a sua permanência aqui foi curta.

Pelos muitos intervalos sem padres germânicos, eram os próprios colonos, geralmente os mais velhos, que aos domingos e dias santificados davam a assistência religiosa para si, sua família e amigos próximos de suas casas. Tem-se conhecimento desta situação, através as cartas lamuriantes que os mesmos mandavam para os seus parentes que ficaram na terra Natal.

Em 1871, por influência de algumas pessoas daqui e da Capital da Província do Rio de Janeiro, bem relacionadas com os Governos Imperial e o Provincial, conseguiram a vinda do Padre Theodoro Esch para Petrópolis (RJ), cujas atividades apostólicas, nesta época no Brasil, exercia na Província da Bahia (BA).

O Padre Esch, aqui chegando, tratou de imediato de atender bem o povo germânico e para tanto, com a colaboração do mesmo, viabilizou meios para que tivessem o seu próprio templo, o que, finalmente, ocorreu em 08 de setembro de 1874, com a inauguração da Capela do Sagrado Coração de Jesus, cuja benção e primeira Missa foi celebrada pelo próprio Padre Theodoro Esch.

Infelizmente, ainda não estava totalmente resolvida a questão da assistência religiosa germânica, pois, em 1878, o Padre Esch fora nomeado Vigário da Paróquia e tendo inúmeras outras atribuições, teve que se afastar da Capela. Para substituí-lo, porém, em condições provisórias, veio de Juiz de Fora (MG) o Padre João Fritzen, que morando fora da cidade, tornava inviável a sua vinda mais amiúde.

Mais uma vez, os colonos e seus familiares, tiveram que se contentar com um ou outro padre que falasse o seu idioma, ou terem as Santas Missas celebradas em português pelos padres locais. Até que, em 1888, o Auditor da Inter-Nunciatura – Monsenhor Dr. João Baptista Guidi, conhecedor da língua alemã, encarregou-se do Culto Divino, como Capelão provisório da Igreja do Sagrado.

Contudo, percebendo o crescente número de paroquianos, em 1895, teve a iniciativa de contatar a Província Franciscana da Saxônia e conseguir a vinda dos primeiros Frades, que aqui chegaram em 16 de janeiro de 1896. Foram eles: Frei Ciríaco Hielscher, Frei Zeno Walbroechl e o Irmão leigo Frei Mariano Feldmann.

Em 20/01/1896, Frei Ciríaco celebrou a sua primeira Santa Missa na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, “A Igreja dos Alemães”, dando assim esperança aos velhos colonos e seus descendentes, da continuidade das celebrações em alemão e para sempre a assistência espiritual, tantas vezes interrompida.

Em 06 de janeiro de 1897 inauguraram o convento e no dia seguinte a escola, sendo esta para atender os meninos pobres.

Em 05 de março de 1901 inauguraram uma tipografia para atender a Escola Gratuita São José, que mais tarde se transformou na grande Editora Vozes.

Esta foi a primeira e grande Instituição Religiosa Católica que se efetivou em Petrópolis (RJ), com o objetivo principal de atender o povo germânico/alemão, seguidas de outras, principalmente pela influência dos Franciscanos. Foi através deles que, em 16 de junho de 1897, aqui se instalou a Congregação das Irmãs de Santa Catarina, VM (Virgem e Mártir), constituindo a primeira Província do Brasil.

Numa breve digressão, vale mencionar que muitos dos religiosos e religiosas com nomes de família de origem germânica, que constam do nosso cenário eclesiástico, não foram ou são descendentes dos nossos colonos, pois, em várias épocas vieram da terra de “Goethe” inúmeros Padres e Freiras, para atenderem a diversas Instituições Religiosas aqui existentes ou para iniciá-las.

Quanto aos Franciscanos e a formação sacerdotal em Petrópolis (RJ), cujo início deu-se a partir do ano de 1897, aqui, e em várias épocas, ordenaram-se inúmeros jovens, vindos de várias partes do país e também alguns de nossa cidade.

Quanto aos postulantes petropolitanos descendentes dos nossos colonos germânicos, foram apurados oito, que receberam os estigmas do sacerdócio. São eles:

FREI CAMILO, OFM, cujo nome de batismo era Gustavo Bernardo da Silva. Nasceu aos 05/10/1900, em Petrópolis. Era filho único de Maria Catarina Statzner e de Francisco Bernardo da Silva. Era bisneto paterno dos colonos Anton PLENTZ e de Catarina Otto e Trineto Materno dos colonos Christoph STATZNER e de Anne Marie Petry. Aos 13 anos de idade, passou da Escola Gratuita São José, em Petrópolis (RJ) para o Colégio Seráfico em Blumenau (SC). Em 16/01/1920 em Rodeio (SC), recebeu o Hábito de São Francisco. Em 20/01/1921 em Curitiba (PR), fez os Votos Solenes e em 19/12/1925 ordenou-se Sacerdote em Petrópolis (RJ). Faleceu aos 17/01/1959, na Santa Casa de Misericórdia de São José dos Campos (SP) e foi sepultado no Cemitério de Guaratinguetá (SP).

OBS.: para mais dados biográficos de Frei Camilo, ver “Vida Franciscana” – 1959 – página 107.

FREI VALDEMAR AMARAL, OFM, cujo nome de batismo era Augusto Romeu do Amaral. Nasceu aos 28/08/1914, em Petrópolis (RJ). Era filho de João Francisco do Amaral e de Catharina Kappaum e o mais velho de oito irmãos. Pela parte materna era trineto dos colonos Peter KAPPAUM e de Catharine BECKER, Adam STÜTZEL e de ANNE WEIAND, Philipp WOLL e de Marie Eva BAUER e Nicolau EBERTZ e de Elisabetha HILLS. Em 1921/1925, esteve em algumas escolas particulares e em 1926, ingressou na Escola Gratuita São José, em Petrópolis (RJ) e em dezembro deste mesmo ano, foi para o Seminário São Luiz (antigo Colégio Seráfico), em Rio Negro (PR). A partir deste Seminário, teve início a sua vida de estudos religiosos. Porém, concluiu os seus estudos teológicos em Petrópolis (RJ), onde, em 26/11/1939, ordenou-se Sacerdote. Após inúmeras atividades no campo religioso, como: redator da “Vida Franciscana”, professor, capelão, Vigário Paroquial, atendente conventual, confessor e tradutor de livros alemães para a Editora Vozes. Aos 89 anos de idade, após 2 meses de internação hospitalar, faleceu aos 19/12/2003 (no dia que completava 70 anos de vida franciscana), no Hospital Santa Teresa, e foi sepultado no jazigo dos Frades em Petrópolis (RJ).

FREI ARMINDO FERREIRA DE OLIVEIRA, OFM, cujo nome de batismo era José Francisco Ferreira de Oliveira. Nasceu aos 05/09/1916, em Petrópolis (RJ). Era filho de Jeronimo Ferreira de Oliveira (Católico) e de Philippine Hoefner (Luterana). Teve apenas uma irmã mais velha que o sobreviveu. Pela parte materna era bisneto dos colonos Magnus HOEFNER e de Juliane PFEIFFER e trineto dos colonos Johann Conrad PFEIFFER e de Philippine Caroline BLATT. Em 24/11/1940, em Petrópolis (RJ), ordenou-se Sacerdote. Foi orientador, professor e reitor de Seminário, além de reitor de santuário e vigário cooperador. Faleceu em 07/08/1954, no Convento de Santo Antônio, na Cidade do Rio de Janeiro (RJ).

FREI DAVID JOSÉ REIS, OFM. Nasceu aos 19/03/1949 em Petrópolis (RJ). É filho de David Reis (falecido) e de Anna Ignez Cardoso. Pela parte materna, é tetraneto dos colonos Nicolau ECHTERNACHT e de Anne Catharine BAUER, Georg ZILLIG e de Anne Elisabeth KAUER e Anton ESCH e de Anne Marie WEIAND. Em 1973 iniciou seus estudos de Filosofia e Teologia no Instituto Franciscano de Petrópolis. Em 01/07/1978 foi ordenado Padre e designado para a Diocese de Caravelas, no Sul da Bahia, tendo sido o primeiro padre diocesano e brasileiro daquela Diocese. Depois, exerceu suas atividades pastorais nas cidades de Itanhém (BA), Paraíba do Sul (RJ) e Leopoldina (MG). Chegou a Juiz de Fora (MG) em 01/01/1990, onde exerce seu ministério na Paróquia Nossa Senhora do Rosário. Já ocupou várias funções na Arquidiocese de Juiz de Fora, sendo hoje Coordenador da Região Pastoral Santo Antônio.

FREI LUIZ FRANCISCO KREISCHER, OFM. Nasceu em 31/05/1970, em Petrópolis (RJ). Filho de João Florencio da Silva e de Clarice Kreischer. Pela parte materna é tetraneto dos colonos Paul STUMPF e de Eleonore Charlotte BAUER, Friedrich WINTER e de Elisabetha BONACHT, Franz BLAESER e de Anne Marie JUNG, Peter EMMEL e de Marie Elisabetha HILGERT, Nicolaus ECHTERNACHT e de Anne Catharine BAUER e pentaneto dos colonos Johann KREISCHER e de Marie Elisabetha PICK, Johann JUSTEN e de Marie Margareth HANSEN, Christian LAHR e de Margareth BRAUN e Johann SCHWEICKARDT e de Elisabetha ENGLER. Em 11/03/2000 ordenou-se Padre no Instituto Teológico Franciscano em Petrópolis. Atualmente, está cumprindo suas atividades religiosas em Ituporanga (SC), como professor de noviços, no Seminário São Francisco, nesta cidade catarinense.

A seguir, temos 3 irmãos provenientes da família Kneipp:

FREI JORGE, OFM, cujo nome de batismo era Antônio Luiz Kneipp. Nasceu em 05/04/1913, em Petrópolis (RJ). Fez parte da primeira turma de Franciscanos, que inaugurou o Seminário de Rio Negro (PR). Em 19/12/1931 entrou para o Noviciado, em 20/12/1935 fez a sua primeira Profissão Solene e em 28/12/1937 ordenou-se Sacerdote, no Instituto Teológico Franciscano em Petrópolis (RJ). Foi professor e diretor da Escola Gratuita São José, onde permaneceu até 1945. Por volta de 1941 foi o co-fundador dos “Meninos Cantores de Petrópolis”. No final do ano de 1945, foi para o Seminário Frei Galvão, em Guaratinguetá (SP), como subprefeito e professor. Em 1948 deixou a subprefeitura para dedicar-se ao ensino de harmônio e outros instrumentos musicais. Permaneceu neste Seminário, até o final de sua belíssima vida religiosa, onde, em 19/06/1993, faleceu e foi sepultado no Cemitério do Seminário, em Guaratinguetá (SP).

OBS.: para mais dados biográficos de Frei Jorge, ver “Vida Franciscana – 2000/2001 – 57 e 58, nas páginas 174 a 183.

FREI JOÃO BATISTA, OFM, cujo nome de batismo era João Paulo Kneipp. Nasceu em 24/10/1915, em Petrópolis (RJ). Em 1926 foi para Rio Negro (PR), onde ingressou no Seminário São Luiz de Tolosa. Em 19/12/1933 foi para o Noviciado, em Rodeio (SC), onde recebeu o Hábito de São Francisco. Em 26/11/1939 foi ordenado Sacerdote em Petrópolis (RJ). Em 1940 foi transferido para São Lourenço (MG), onde ficou poucos meses, seguindo para Amparo (SP), onde permaneceu por um ano. Durante um triênio foi coadjutor em Palmas (PR) e Vila Velha (ES). Em 1962 foi nomeado Presidente e Vigário em Quissamã (RJ), onde veio a falecer no dia 17/01/1964 e lá foi sepultado.

OBS.: para mais dados biográficos de Frei João Batista, ver “Vida Franciscana” de 1962 e 1964, nos volumes XIX – XXI – 29 e 32, às páginas 97 a 99.

FREI PASCOAL, OFM, cujo nome de batismo era João Augusto Kneipp. Nasceu aos 04/04/1918 em Petrópolis (RJ). Esteve no Seminário de Rio Negro (PR), desde 1928 até 1935 e neste, em 18/12/1935 entrou para a Ordem Franciscana. Em 19/12/1936 fez a sua primeira Profissão de Fé e em 19/12/1929 a sua Profissão Solene. Veio para Petrópolis (RJ) e aqui, em 30/11/1941, ordenou-se Sacerdote. A partir do ano de 1943 foi Vigário Paroquial em várias cidades brasileiras e também professor em Seminários. A última Paróquia que atendeu como Vigário foi a de Paty do Alferes (RJ), em 1996. No ano de 1997 foi para o Seminário Frei Galvão – Guaratinguetá (SP). Em 1998/2000 esteve no Convento Santo Antônio, na cidade do Rio de Janeiro (RJ) para tratar da saúde e aí, em 13/11/2000, faleceu aos 82 anos de idade.

OBS.: para mais dados biográficos de Frei Pascoal, ver “Vida Franciscana” de 2000/2001 – volumes 57 e 58 às páginas 174 a 183.

Frei Jorge, Frei João Batista e Frei Pascoal, eram filhos de José Kneipp e de Anna Amélia Sindorf. Pela parte paterna eram bisnetos dos colonos Anton KNEIPP e de Catharine VOGT, Anton RETZMANN e de Catharine STOFFEL. Pela parte materna eram bisnetos de Wilhelm SINDORF e de Margareth NEUMANN, trinetos dos colonos Konrad KLOH e de Anne Eva FRIEDRICH e Johann MÜNCH e de Catharine Elisabetha STAHL e tetranetos dos colonos Johann FRANZ e de Margaretha BUMP.

Outra insigne instituição religiosa em Petrópolis (RJ) é o Seminário Diocesano Nossa Senhora do Amor Divino, fundado aos 25/03/1949, e que já entregou ao serviço da Santa Igreja mais de setenta Sacerdotes. Entre estes, encontrei apenas um descendente dos nossos colonos, o PADRE ANDRÉ RICARDO ASTHINE, que nasceu em 18/06/1968, em Petrópolis (RJ) e é filho de José Luiz Kaholo Asthine e de Luíza Helena Wayand. Pela parte materna é tetraneto dos colonos Mathias WEIAND e de Anne Martha LEONHARD. Em 06/12/1998 ordenou-se Sacerdote e atualmente é o Vigário das Paróquias de Santo Antônio / Santo Agostinho e de Nossa Senhora de Lourdes, respectivamente de Nogueira e Araras (Distritos de Petrópolis – RJ) e também é Professor no Seminário Diocesano de Petrópolis.

O único religioso descendente dos colonos, que tomei conhecimento, que concluiu os seus estudos teológicos na Ordem de São Bento, foi DOM JOÃO MARCOS, cujo nome de batismo era Marcos Mayworm Ribeiro, que nasceu em 31/12/1948, na cidade de Petrópolis (RJ) e faleceu em 22/09/1994, no Mosteiro de São Bento, na Cidade do Rio de Janeiro (RJ) e foi sepultado no Claustro deste Mosteiro. Em 08/09/1977, teve sua profissão solene de Fé, ocorrida durante a Celebração Eucarística Eventual (Festa da Natividade de Maria), na Abadia de Nossa Senhora do Monserrat do Rio de Janeiro (RJ) e em 08/12/1979 ordenou-se Sacerdote em São João Del Rei (MG).

Era filho de Otávio Ribeiro e de Teresa Mayworm. Era o mais velho de 4 irmãos. Pela parte materna era trineto dos colonos Anton STOFFEL e de Catharine KERSTEN e Jacob HAUBRICH e de Marie Catharine THEISEN e era tetraneto dos colonos Peter MAYWORM e de Marie Catharine BITTMANN, Johann NOEL e de Elisabeth Catharine MATHIEU e Anton KNEIPP e de Catharine VOGT.

A seguir, apresentarei a parte final deste trabalho, que se refere às RELIGIOSAS (descendentes dos nossos colonos germânicos) com algumas colocações de dados históricos das Instituições nas quais elas professaram ou tiveram as suas primeiras atividades como postulantes e noviças, tanto pelas Congregações estabelecidas em Petrópolis (RJ), como as de outros lugares do país e também da Europa.

Inicio esta parte, pela Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Amparo, cuja base histórica inicia-se em 22/01/1871, quando da inauguração do Asilo – Escola Nossa Senhora do Amparo, pelo grande vulto católico, o Sacerdote Pe. João Francisco Siqueira de Andrade.

Quando da inauguração do Asilo, o mesmo, primeiramente, foi atendido pelas Irmãs do Imaculado Coração de Maria (Congregação de origem austríaca), porém, vale ressaltar, que no livro “Padre Siqueira” por Frei Hugo D. Baggio, OFM, à página 55, consta o seguinte: “Desde os primeiros dias, as Irmãs foram auxiliadas por várias leigas prestimosas, entre estas destacamos a viúva MAYER e suas duas filhas, uma delas chamada Gertrudes, proprietária de casa e bens no Bingen (Quarteirão Darmstadt) que auxiliava no ensino e nos trabalhos domésticos.” Quanto à Gertrudes, mais adiante voltarei ao assunto.

Dando prosseguimento, as Irmãs acima mencionadas ficaram no Asilo – Escola Doméstica até por volta de 1877, e algumas remanescentes até um pouco mais, quando, então, chega ao Asilo a jovem Francisca Narcisa de Siqueira (sobrinha do Pe. Siqueira), na condição de Filha de Maria (associação que freqüentava num colégio no Rio de Janeiro – RJ), assumindo como diretora a parte do ensino do Asilo.

Em 1886, fundou-se a Associação das Filhas de Maria e a iniciante Congregação de Nossa Senhora do Amparo, com o primeiro grupo de Religiosas, formadas pelas Filhas de Maria da Escola Doméstica e entre elas a Irmã Francisca de Nossa Senhora das Dores – mais tarde, como Madre Francisca Pia. Porém, muito admirada, carinhosamente era por todos tratada como Mamãezinha.

Em 17/01/1906, fundou-se a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Amparo e logo em seguida o NOVICIADO com as 4 primeiras noviças, que ingressaram no dia quatro de março do mesmo ano e entre estas, estava a petropolitana Laura Maria Nicolay – Irmã Verônica Juliana.

IRMÃ VERÔNICA JULIANA, cujo nome de batismo era Laura Maria Nicolay, nasceu aos 08/12/1885 em Petrópolis (RJ). Era filha de Nicolau Maximiliano Nicolay e de Catharina Delvo. Pela parte paterna era bisneta dos colonos Jacob NICOLAY e de Franziska HERKE e também de Wilhelm Schanuel e de Anne Marie …?… . Pela parte materna era bisneta dos colonos Reinhard DELLWO (Delvo) e de Margaretha GERHARD e também de Peter DEBALD e de Elisabetha SCHMITT.

Em 13/11/1904 entrou para o Amparo e em 04/03/1906 para o NOVICIADO. Em 25/03/1908 recebeu os primeiros votos e em 02/07/1938 os votos perpétuos. Faleceu em 18/12/1955 com 70 anos de idade e foi sepultada, na quadra n.º 8 – sepultura n.º 40041 da Congregação, no Cemitério Municipal de Petrópolis (RJ).

Vale mencionar que Laura Maria teve duas irmãs que também foram freiras. Berta pela Congregação das Irmãs de Santa Catarina, VM, que mais adiante descreverei, e Olga, que renunciou, após 30 anos de atividades religiosas.

IRMÃ JOANA EVANGELISTA, cujo nome de batismo era Margarida Moreira da Silva, nasceu em 30/11/1891, em Petrópolis (RJ). Era filha de Pedro Gustavo Moreira da Silva e de Maria Nicolay e era prima das 3 irmãs acima citadas. Pela parte materna do seu pai, era bisneta dos colonos Anton ESCH e de Anne Marie WEIAND e neta materna dos colonos Jacob NICOLAY e de Franziska HERCK.

Em 29/11/1901, com 9 anos de idade, entrou para a Escola Doméstica e em 15/10/1914, aos 22 anos de idade, entrou para o Noviciado da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Amparo. Em 01/11/1916 fez sua Profissão Religiosa e os primeiros votos. Com apenas 32 anos de idade e 9 anos como religiosa, em 13/12/1923 faleceu e foi sepultada no jazigo perpétuo da Congregação, no Cemitério Municipal de Petrópolis (RJ).

IRMÃ METILDE DO CORAÇÃO DE JESUS, cujo nome de batismo era Maria Gertrudes Mayer, nasceu aos 15/07/1856 em Petrópolis (RJ), era filha dos colonos Johann MAYER (MEYER) e de Anne Marie MÜLLER.

Devo informar que os pais e irmãos mais velhos da Irmã Metilde, antes de virem para Petrópolis (RJ), foram primeiramente colonos da Colônia São Pedro em Santa Catarina (SC). Vieram para Petrópolis em meados do ano de 1846 e aqui se engajaram na Imperial Colônia, recebendo o prazo de terras n.º 3826, registro n.º 950, no Quarteirão Darmstadt, onde na parte mais alta deste terreno, encontra-se a Capela de Nossa Senhora Auxiliadora.

Conforme mencionado no parágrafo anterior, a Irmã Metilde (Maria Gertrudes) entrou para o Asilo – Escola Doméstica Nossa Senhora do Amparo, na época da inauguração do mesmo, que foi no ano de 1871, como professora das educandas e prestou relevantes serviços ao fundador Pe. Siqueira, pois trabalhou no convento e na escola a convite do mesmo.

Somente, em 17/04/1916, aos 59 anos de idade, entrou para o Convento como postulante e em 17/10/1918 para o noviciado. Em 18/10/1919 fez sua Profissão de Fé e os primeiros votos. Mais tarde, foi exercer suas atividades religiosas no Colégio Maria Raythe, na Cidade do Rio de Janeiro (RJ), onde veio a falecer em 14/10/1925 e lá foi sepultada no Cemitério São Francisco Xavier.

IRMÃ ESTEPHANIA DO BOM PASTOR, cujo nome de batismo era Clotilde Estephania Mills, nasceu em 29/02/1928, na cidade de Petrópolis (RJ). Era filha de Guilherme Mills e de Estephania Francisca Gall, sendo a nona filha de 10 irmãos. Pela parte materna era trineta dos colonos Johann Nicolau GALL e de Marie Juliane (ou Julie) GERHARD e dos colonos Georg Peter WERNER e de Anne Catarina ..?.. (WERNER) e também bisnetas dos colonos Konrad KLOH e de Anne Eva FRIEDRICH.

No mês de janeiro de 1936 foi recebida como postulante e noviça no Convento de Nossa Senhora do Amparo. Em 1938 fez sua primeira Profissão de Fé e em 1950 os Votos Perpétuos. Faleceu em 19/06/2001, em Juiz de Fora (MG).

Para finalizar o assunto relacionado às Religiosas do Amparo, vale informar que a partir de 02/02/1957, esta Instituição Católica passou a denominar-se Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Amparo.

Outra instituição religiosa que se instalou em Petrópolis, foi por parte da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, VM (Virgem Mártir), de origem germânica, de Braunsberg – Prússia Oriental. Primeiramente vieram 4 Irmãs, diretamente para Petrópolis (RJ), para aqui, estabelecerem uma escola feminina para atender as descendentes dos colonos germânicos e outras meninas deste povo, que moravam na cidade, pois aqui, existia apenas uma escola alemã Evangélica Luterana e nenhuma Católica.

A vinda das 4 primeiras Irmãs, que eram: Rosa Woywod, Crescência Bleise, Irmengard Prenschoff e Daria Beckmann, foi possível através do Superior dos Franciscanos Frei Ciríaco Hielscher.

Em 16/06/1897, chegaram à Petrópolis (RJ) as 4 Irmãs acima citadas e logo deram início a uma série de atividades. Tanto no ensino, quanto na parte de assistência religiosa e mais tarde com a saúde, quando no ano de 1900 assumiram a administração do Hospital Santa Teresa.

No livro “Irmãs de Santa Catarina, VM” – Dados Históricos da Província de Petrópolis, de autoria da Irmã M. Clara Dressler, à página 17, consta o seguinte:

“O Colégio de Petrópolis era Casa Mãe da Província Brasileira. Como tal, reinava nela não somente o espírito genuíno do carisma de Madre Regina, mas também a preocupação com as vocações. Aos 21 de março de 1900, entraram duas moças para a Congregação. Com vestição destas duas jovens petropolitanas, duas primas: Irmã Philothea Delvaux e Irmã Christóphora Nicolay, no dia 26/11/1900, a Província estabeleceu um NOVICIADO e, assim, comprovou sua vitalidade religiosa.” – Em nota, na página 18 do livro citado, consta: “até 1902, o noviciado de Petrópolis, era o único para as Irmãs de Santa Catarina no Brasil.”

IRMÃ CRISTÓFORA NICOLAY, cujo nome de batismo era Berta Nicolay, nasceu em 16/06/1882, na cidade de Petrópolis (RJ). Era filha de Nicolau Maximiliano Eduardo Nicolay e de Catharina Delvo. Vale informar que Berta era irmã da Freira Laura Maria Nicolay da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Amparo (vista anteriormente) e prima da Irmã Filotéia Delvaux (Delvo), desta Congregação das Irmãs de Santa Catarina. Pela parte paterna era bisneta dos colonos Jacob NICOLAY e de Franziska HERKE e Wilhelm SCHANUEL e de Anne Marie …?… (SCHANUEL). Pela parte materna era bisneta dos colonos Rheinhard DELVO (DELVAUX ou também DELLWO) e de Margaretha GERHARD e Peter DEBALD e de Elisabetha SCHMITT. Em 21/03/1900 apresentou-se como postulante. Em 26/11/1900, na solenidade de vestição, passou a chamar-se Cristófora Nicolay e em 07/01/1903, como noviça, teve a sua primeira Profissão de Fé.

Segundo alguns dados extraídos do livro “A Nova e Brilhante Estrela, Tomo II” de autoria da Irmã Maria Cecília Petry, à página 85, consta: “há dez anos Irmã Cristófora é cozinheira em nossa casa.” – Página 86, consta: “além da cozinha, Irmã Cristófora recebeu o encargo de cerzir as meias dos Franciscanos, que eram de 750 a mil meias por ano.”

Irmã Cristófora, em 03/03/1919, com 37 anos de idade, faleceu em Petrópolis (RJ) e foi sepultada no jazigo perpétuo da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, no Cemitério Municipal de Petrópolis.

IRMÃ FILOTÉIA, cujo nome de batismo era Margaretha Delvaux (Delvo), nasceu aos 08/04/1884, na cidade de Petrópolis (RJ). Era filha de Peter Delvo e de Elisabetha Debald. Era prima da acima mencionada Irmã Cristófora Nicolay. Pela parte paterna era neta dos colonos Reinhard DELLWO e de sua primeira esposa Margareth GERHARDT e pela parte materna era neta dos colonos Peter DEBALD e de Elisabeth SCHMITT. Em 21/03/1900 apresentou-se como postulante, na Congregação das Irmãs de Santa Catarina. Aos 26/11/1900 na solenidade de vestição, passou a chamar-se Irmã Filotéia e aos 07/11/1903, como noviça, teve a sua primeira Profissão de Fé. Com 88 anos de idade, em 12/07/1972, faleceu em Petrópolis (RJ) e foi sepultada no jazigo perpétuo da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, no Cemitério Municipal de Petrópolis.

IRMÃ MARIA JOSEFA WEBLER, cujo nome de batismo era Catarina Isabel Webler, nasceu aos 24/01/1886 em Petrópolis (RJ). Era filha de Johann Webler e de Catharine Hehn. Pela parte paterna era neta dos colonos Georg Christian WEBLER e de Catharine BULBACH e pela parte materna era neta dos colonos Joseph HEHN e de Anne Marie JOHANN. Em 14/07/1908 entrou na Congregação, em 05/01/1909 foi admitida ao noviciado, e em 19/04/1911 professou os Votos Perpétuos e em 18/04/1971 teve o seu jubileu de diamante. Era costureira e durante muitos anos confeccionou paramentos e alfaias para a Capela do Colégio Santa Catarina e para muitas outras Capelas e Igrejas de Petrópolis. Irmã Maria Josefa, com 86 anos de idade, faleceu em 13/03/1973, em Petrópolis (RJ) e foi sepultada no jazigo perpétuo da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, no Cemitério Municipal de Petrópolis.

IRMÃ GERTRUDES BALTOR (BALTER), cujo nome de batismo era Elisa Georgina Balter, nasceu aos 28/01/1889 em Petrópolis (RJ). Era filha de Peter Balter e de Elisa Gabrich. Pela parte paterna era neta dos colonos Joseph BALTER e de Elisabetha TOPPERS e pela parte materna era neta dos colonos Peter GABRICH e de Elise LAUTERBACH. Em 01/06/1912, foi admitida no postulado da Congregação e em setembro de 1913, após um retiro de 10 dias, foi admitida no noviciado. Após Professar e com 15 anos de vida Religiosa, no ano de 1927 renunciou aos votos e saiu da Congregação das Irmãs de Santa Catarina.

IRMÃ M. TARCISIA BECK, cujo nome de batismo era Emília Henriqueta Beck, nasceu aos 24/09/1894 em Petrópolis (RJ). Era filha de Lourenço Beck e de Carolina Catarina Thomas. Pela parte paterna era bisneta dos colonos Johann BECK e de Marie KLEIN, Konrad KLOH e de Eva FRIEDRICH e Johann MÜNCH e de Catharine Elisabeth STHAL. E pela parte materna era bisneta dos colonos Jacob THOMAS e de Anne Elisabeth KRAUS e Bernhard WALDHELM e de Anne Marie HUMMLER. Em 25/12/1925 entrou na Congregação das Irmãs de Santa Catarina, no Convento da Cidade de São Paulo (SP), e lá, dois dias após a sua entrada, recebeu a vestição. Em 01/07/1928 emitiu a primeira Profissão de Fé, na Capela do Hospital Santa Catarina, na Cidade de São Paulo (SP). Em 01/07/1933 fez a renovação dos votos e em 01/07/1934 fez os votos perpétuos. Em 1932 foi para a Casa de Saúde São José, no Bairro de Botafogo, na Cidade do Rio de Janeiro (RJ) e, nesta casa, coube-lhe a supervisão da lavanderia e o refeitório das Irmãs. Em 01/07/1953 comemorou o seu jubileu de prata e com 77 anos de idade, aos 30/06/1971 faleceu no Convento Madre Regina em Petrópolis (RJ) e foi sepultada no jazigo perpétuo da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, no Cemitério Municipal de Petrópolis.

IRMÃ MARIA MÔNICA NICOLAY, cujo nome de batismo era Maria Cecília Nicolay, nasceu aos 17/06/1897 em Petrópolis (RJ). Era filha de Guilherme Nicolay e de Sofia Nichtern. Vale informar que Maria Cecília era prima de Laura Maria e de Berta Nicolay, respectivamente Irmã Verônica Juliana, da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Amparo e Irmã Cristófora Nicolay, da Congregação das Irmãs de Santa Catarina. Pela parte paterna era bisneta dos colonos Jacob NICOLAY e de Franziska HERKE e Wilhelm SCHANUEL e de Anne Marie …?… e pela parte materna era bisneta dos colonos Mathias NICHTERN e de Marie Catharine SCHAEFFER e Peter MAYWORM e de Marie Catharine BITTMANN. Consagrou sua vida religiosa na Congregação das Irmãs de Santa Catarina, na cidade de São Paulo (SP), entrou para o Postulado em 24/03/1925 e foi admitida no Noviciado em 27 de dezembro do mesmo ano. Em 27/12/1927 teve a sua Profissão de Fé e em 27/12/1932 a sua Profissão Perpétua. Foi enfermeira no Hospital Santa Catarina, na cidade de São Paulo (SP), de 1927 a 1943 e na Santa Casa de Misericórdia, na cidade de Juiz de Fora (MG) de 1943 a 1978. Em 29//08/1978, veio para o Convento Madre Regina – VM, em Petrópolis e nesta cidade, faleceu no dia 24 de novembro do mesmo ano e foi sepultada no jazigo perpétuo da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, no Cemitério Municipal de Petrópolis.

IRMÃ ANGELINA, cujo nome de batismo é Lúcia de Agostino, nasceu aos 30/05/1937 em Petrópolis (RJ). É filha de Genarino de Agostino e de Henriqueta Nicodemus. Pela parte materna é trineta dos colonos germânicos Fredrich KHUN e de ..?.. (falecida fora de Petrópolis e antes de chegar à Imperial Colônia), Mathias BIEHL e de Margareth DOHM, Anton TERNES e de Catharine LOEPSCH e Johann NICODEMUS e de Marie Anne SCHMITT. Em 16/01/1954 entrou na Congregação das Irmãs de Santa Catarina, VM, em São Paulo (SP) e no Convento desta cidade em 18/01/1957 teve sua Profissão Religiosa. Atualmente, exerce as suas atividades religiosas, no Convento Madre Regina, em Petrópolis (RJ).

Outra instituição religiosa que bem se instalou em Petrópolis foi o Carmelo de São José, que pertence à Ordem da Bem Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo. Situa-se à Avenida Barão do Rio Branco, 1164, no Quarteirão Westfália (Centro).

A descrição, que ora faço, relacionado ao Carmelo São José, foi possível através de alguns dados e informações, que recebi da Superiora da Comunidade Madre Maria Helena de São Lourenço e também pela senhora Branca Geoffroy, sobrinha da biografada, conforme segue abaixo.

Neste Carmelo, encontrei dados referentes apenas de uma religiosa descendente dos colonos germânicos de Petrópolis, que foi o da IRMÃ ESTEPHANIA DOS APÓSTOLOS, cujo nome de batismo era Estephania Margarida Geoffroy, nascida em 10/06/1894, em Petrópolis (RJ). Era filha de Henrique José Geoffroy e de Gasparina de Medeiros. Pela parte paterna era bisneta dos colonos germânicos Heinrich Joseph GEOFFROY e de Marie Eva REUTHER. Em 30/08/1913, com 19 anos de idade, entrou para o Carmelo e por opção própria, preferiu fazer parte das então chamadas “Irmãs Conversas” ou “Irmãs Leigas”, que se dedicavam aos trabalhos mais humildes e pesados do Convento e neste, por muitos anos, desempenhou também o cargo de enfermeira de todas as Irmãs. Em 01/05/1914 recebeu o hábito religioso da Ordem. Fez sua profissão de votos simples em 03/05/1915. Fez a sua profissão de votos solenes em 03/05/1918 e comemorou as suas bodas de ouro em 30/08/1963. Após o Concílio Vaticano II, que estabeleceu uma só categoria de Irmãs nos conventos femininos, a Irmã Estephania recebeu o véu preto das religiosas coristas, monjas e em 16/06/1978, aos 84 anos de idade, faleceu no Carmelo e foi sepultada no cemitério próprio, no interior da Clausura.

A seguir teremos a descrição de 3 irmãs que eram bisnetas dos colonos germânicos Theodor EPPINGHAUS e de Katrin LAKES (holandesa) e que se dedicaram à vida religiosa. Foram elas: Olga Clotilde, Bertha Francisca e Alzira Eugênia Eppinghaus, que eram filhas de Guilherme Eppinghaus e de Deolinda Hingel. Olga e Bertha ingressaram na Congregação Religiosa da Imaculada Conceição de Nossa Senhora de Lourdes, que mais adiante comentarei, e Alzira foi para a Companhia das Filhas de Caridade de São Vicente de Paulo.

IRMÃ LUIZA, cujo nome de batismo era Alzira Eugênia Eppinghaus, nasceu aos 24/11/1899, em Petrópolis (RJ). Após ingressar na vida religiosa, foi professora na Escola Normal Santa Isabel em Petrópolis e durante certa época, prestou serviços religiosos na Cruz Vermelha em São Paulo (SP). Em Petrópolis, foi a fundadora da Casa Providência – Hospital Alzira Vargas do Amaral Peixoto e por muitos anos foi Superiora Ecônoma da Região Leste do Brasil. Em 07/03/1999, aos 99 anos de idade a Irmã Luíza (Alzira) faleceu na Casa Providência e foi sepultada no Cemitério Municipal de Petrópolis.

Vale ressaltar que o Colégio Santa Isabel, acima citado, foi fundado por volta de 1870 e em 1880 fundou-se a Associação das Filhas de Maria Imaculada e muitas destas, como as irmãs Eppinghaus, consagraram-se ao estado religioso. Infelizmente, como não me permitiram acesso à pesquisa nesta Instituição, não pude verificar o elenco religioso e muito menos saber sobre o currículo da Irmã Luíza (Alzira) acima citada.

Uma outra instituição católica que atende ao setor feminino e que aqui se instalou foi o das Irmãs da Imaculada Conceição de Nossa Senhora de Lourdes, cuja fundação em Petrópolis, RJ (a primeira casa da Congregação no Brasil), deu-se em 30/10/1908, no prédio n.º 655 da Rua 7 de Abril, que durante alguns anos, pertenceu ao Sr. José Luiz Cardoso de Salles – Barão de Ibira-mirim. Foi adquirida de doação feita pela sua esposa então viúva, Sra. Maria Carolina Evangelista de Souza (filha do Barão de Mauá – Irineu Evangelista de Souza) – Baronesa de Ibira-mirim.

Vale informar também que os primeiros habitantes, instalados num grande barracão, em condições provisórias, no antigo terreno do prédio acima citado, foram os colonos germânicos, enquanto aguardavam a demarcação dos seus prazos de terras nos quarteirões próximos.

Quanto à Olga Clotilde e Bertha Francisca Eppinghaus, anteriormente mencionadas, estas, após concluírem o curso de professorado, na Escola Normal do Colégio Santa Isabel, seguiram os passos de religiosidade da irmã Maria Eugênia, através do Convento de Lourdes em Petrópolis, acima mencionado. Seguiram para a Itália e em Roma foram para a Casa Generalícia da Congregação das Irmãs da Imaculada Conceição de Nossa Senhora de Lourdes para iniciarem os seus caminhos vocacionais.

IRMÃ MARIE BERTHE DE JESUS, cujo nome de batismo era Olga Clotilde Eppinghaus, nasceu aos 22/09/1891, em Petrópolis (RJ). Na Casa Generalícia da Ordem de Nossa Senhora de Lourdes em Roma, em 20/08/1924 ingressou como postulante e em 01/05/1925 passou para o noviciado. Em 16/06/1927 fez a sua primeira Profissão de Fé e em 03/07/1933 teve a sua Profissão Perpétua. Em 1927 veio para o Brasil cumprir as suas atividades religiosas na Casa – Convento de Nossa Senhora de Lourdes, no Bairro de Vila Isabel, na Cidade do Rio de Janeiro (RJ), onde ficou até o ano de 1938. Em 1939 voltou à Europa e foi para o Convento de Nossa Senhora de Lourdes em Liege na Bélgica e lá permaneceu até 1955, quando então, retornou em definitivo para o Brasil – Petrópolis, para o Convento de Nossa Senhora de Lourdes daqui. Em 09/06/1986, aos 94 anos de idade, faleceu na Casa Providência e foi sepultada no Cemitério Municipal de Petrópolis.

IRMÃ MARIE MECHTILDE DE JESUS, cujo nome de batismo era Bertha Francisca Eppinghaus, nasceu em 01/12/1893 em Petrópolis (RJ). Para melhores dados e esclarecimentos sobre a Irmã acima citada, vale ressaltar que, segundo a Irmã Teresa Motta do Convento de Nossa Senhora de Lourdes de Petrópolis, através de pesquisa feita, no Arquivo da Casa – Sede Provincial da dita Congregação, entre várias e preciosas informações, disse-me que a Irmã Marie Mechtilde de Jesus esteve a princípio como postulante e noviça, na Casa Generalícia da Ordem de Lourdes em Roma e que ainda no estado de noviça foi para a França e neste país veio a falecer, antes de professar e fazer os primeiros votos. Segundo sua sobrinha a Senhora Maria Luiza Eppinghaus, sua tia a Irmã Marie Mechtilde de Jesus, faleceu em 26/05/1920, durante uma viagem de trem entre Nice e Marseille, na França, onde ia à procura de tratamento médico, pois sofria de um mal pertinaz e foi sepultada no Cemitério das Irmãs, nos fundos do Convento que pertence à Basílica de Lourdes, na cidade de Lourdes, na França.

Em 19/10/1937, estabeleceu-se em Petrópolis (RJ) a Companhia da Virgem, mais tarde denominada Congregação Beneditina – Ordem de São Bento. Primeiro instalou-se em endereço provisório à Rua Sete de Setembro (atual Rua da Imperatriz), nº 327, na Vila Imperial e em 30/11/1939 foi para a Avenida Ipiranga, nº 555, no Quarteirão Francês, onde adquiriram a sua atual propriedade.

Com o aproveitamento de antigos prédios que havia no terreno e mais algumas construções que fizeram para a adaptação do Convento, hoje, lá encontra-se o belíssimo Mosteiro da Virgem.

Com a instituição religiosa acima mencionada, surgiu mais uma oportunidade no campo religioso de nossa cidade, para atender às vocações, porém, as postulantes que ingressam no Convento, geralmente vêem de outros lugares do país.

De Petrópolis e descendente dos nossos colonos germânicos, houve apenas a IRMÃ GERTRUDES – OSB, cujo nome de batismo é Maria Inês Costa Dürig, nascida aos 29/01/1966, filha de Aloysio Dürig e de Maria Aparecida Costa. Pela parte materna do seu pai, é tetraneta dos colonos Franz BENDER e de Elisabeth BIEHL e Michael KOETZER e de Catharine GOETTNAUER e pentaneta dos colonos Mathias BIEHL e de Margareth DOHM. Em 01/02/1989, Maria Inês entrou para a Congregação Beneditina – Ordem de São Bento – Mosteiro da Virgem, onde, em 05/03/1989, iniciou o postulado. Em 27/08/1989, com outras 6 Irmãs do Convento de Petrópolis, transferiu-se para a Fundação do Mosteiro Mãe de Deus Conquistadora, na Cidade de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul (RS). Em 07/01/1990, ingressou no noviciado e passou a chamar-se Irmã Gertrudes – OSB. Em 05/01/1992 teve sua Profissão Trienal e em 08/01/1995, recebeu a sua Consagração Monástica, dedicando os seus votos à pobreza e até hoje, encontra-se no Mosteiro Mãe de Deus Conquistadora em Santa Rosa (RS).

Praticamente, em quase todas as Instituições e Congregações Religiosas Católicas de Petrópolis que foram pesquisadas, houve ou há no mínimo um representante da cidade. Portanto, realmente somos privilegiados no campo da religiosidade.

DADOS BIBLIOGRÁFICOS

AUTORES, PUBLICAÇÕES, PESQUISAS ESPECÍFICAS E AGRADECIMENTOS

AUTORES:

LIMA, CFA, Irmã Margarida Pinheiro e Irmã Neli do Santo Deus, CFA. “Irmã Francisca Pia” – Coração de Mãe Espaço para os Pequeninos – Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Amparo – Petrópolis, 1933.
PETRY, Irmã Maria Cecília. “A Nova e Brilhante Estrela” – História da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, VM, no Brasil – 1º Tomo editado no mês de junho de 2003 e o 2º Tomo no mês de junho de 2004.
THIEL, CSC, Irmã Maria Josefine. “Na Força da Semente” – 60 anos das Irmãs da Congregação de Santa Catarina, VM, no Brasil, em 1996.
GARRIGOU – Lagrange, Reginaldo. “Madre Francisca de Jesus”- Fundadora da Companhia da Virgem – São Paulo, em 1937.

PUBLICAÇÕES:

Anuários dos anos de 2003 e de 2004 da Diocese de Petrópolis.
Vida Franciscana, revistas dos anos de 1991, 1993 e de 1959 – Instituto Teológico Franciscano.
“Conhecendo Lourdes” – Revista da Província do Rio de Janeiro – Ano 1 – n.º 1 do ano de 2004.

PESQUISAS ESPECÍFICAS:

Arquivo da Cia. Imobiliária de Petrópolis (Títulos de Aforamentos).
Arquivo da Igreja Matriz Catedral São Pedro de Alcântara – Petrópolis (livros: batizados, casamentos e óbitos).
Arquivo Histórico da Cúria Diocesana de Petrópolis.
Biblioteca do Instituto Teológico Franciscano (livros e demais documentos sobre o elenco dos religiosos falecidos).
Arquivo e Sala Histórica da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Amparo (elenco das Religiosas e registros das alunas da Escola Doméstica).
Arquivo do Convento Madre Regina, VM, da Congregação de Santa Catarina (fichas com registros de dados das Irmãs da Congregação).
Arquivo de documentos da Biblioteca Municipal de Petrópolis (certidões de óbitos e diversas publicações religiosas).

NOTA:
Os demais dados bibliográficos foram apontados no decorrer da matéria.

AGRADECIMENTOS:

Aos parentes dos Religiosos (as), que facilitaram as pesquisas com documentos e fotografias pertencentes aos seus arquivos particulares.
A todos os responsáveis e demais colaboradores, dos Institutos e Congregações Religiosas de Petrópolis, tanto os do setor masculino como os do setor feminino, que me facilitaram as pesquisas em livros e documentos diversos, além de me emprestarem inúmeras fotografias. São eles:
Mitra Diocesana, Reitor Padre Gilson Andrade Silva – Seminário Diocesano, Frei Antônio Moser, OFM e Frei Eloy Piva, OFM – Instituto Teológico Franciscano, Padre José Augusto Carneiro – Igreja Matriz Catedral São Pedro de Alcântara, Padre Getúlio Mota Grossi – Seminário Inter Provincial São Vicente de Paulo – Lazaristas, Irmã Neli do Santo Deus, CFA – Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Amparo, Irmã Maria Cecília Petry e Irmã Angelina – Congregação das Irmãs de Santa Catarina do Convento Madre Regina, VM, Madre Maria Auxiliadora, OSB e Irmã Natividade, OSB – Congregação Beneditina do Mosteiro da Virgem, Madre Maria Helena de São Lourenço e Irmã Pilar – Comunidade do Carmelo de São José, Irmã Rosa e Irmã Teresa Motta do Convento de Nossa Senhora de Lourdes.
Paulo Roberto Martins de Oliveira
Av. Ipiranga, 880 – F (Centro) – Vila Imperial
CEP 25610-150 – Petrópolis – RJ
Tel.: (24) 2231-1838