SOBRE A FUNDAÇÃO

Joaquim Eloy Duarte dos Santos, associado titular, cadeira n.º 14, patrono João Duarte da Silveira

Na década de 30, o Centenário de Petrópolis agitou o segmento histórico-cultural da cidade com a preocupação de ser marcada plenamente a data e, destarte, inseri-la definitivamente no calendário histórico do Município. Por esse tempo surgiram duas correntes que digladiavam pela fixação da data da fundação. A primeira, com Antônio Joaquim de Paula Buarque, médico, político, ex-prefeito, de grande prestígio pessoal e profissional, defendendo o 29 de junho de 1845, data da chegada dos colonos germânicos a Petrópolis; a segunda, à frente Alcindo de Azevedo Sodré, de mesmos atributos, objetivando a data da assinatura do Decreto Imperial nº 155, em 16 de março de 1843, pelo então jovem Imperador D. Pedro II. A disputa intelectual foi acirrada, de elevado nível, resultando na ampliação dos estudos históricos petropolitanos. Ganhou a pesquisa, o município, a historiografia, sendo despertado de forma positiva e direta o interesse pela nossa História, até então pesquisada por alguns interessados, em artigos de interesses pontuais, hoje excelentes auxiliares da moderna pesquisa.

A peleja intelectual foi vencida pelo grupo de Alcindo de Azevedo Sodré, fixando-se o 16 de março de 1843 como a data da fundação e o 29 de junho de 1845 o marco da colonização. Em virtude desse consenso, vencedores e vencidos uniram-se para a elaboração de um calendário de comemorações para a data centenária. Alcindo Sodré, então vereador no ano de 1936, tomou a iniciativa e apresentou a 28 de novembro uma indicação para a criação de uma comissão destinada ao levantamento da História de Petrópolis. O prefeito interventor Yeddo Fiúza acolheu e deu curso ao projeto por Ato de 28 de junho de 1937, instituindo uma Comissão de alto nível integrada por “figuras representativas da cidade e outras residentes fora do Município mas ligadas a Petrópolis pela atuação pública de seus antepassados ou, ainda, pelo próprio renome dos convidados”.

A Comissão encarregou-se do levantamento da história, de seus personagens de vulto e preparou o calendário das comemorações do centenário, em 16 de março de 1943, tendo publicado importante obra “Trabalhos da Comissão”, com rica poliantéia de trabalhos de renomados participantes do colegiado.

Em uma sessão da Comissão, em 10 de setembro de 1938, o Dr. Henrique Carneiro Leão Teixeira Filho sugeriu a criação do Instituto Pedro II, idéia que evoluiu para um designativo mais amplo, encontrando ressonância em membros pertencentes ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que encaminharam a idéia àquele Instituto e este prontificou-se a apadrinhar e assessorar os primeiros tempos do Instituto Histórico de Petrópolis.

Uma reunião no salão nobre da Câmara Municipal de Petrópolis, a 24 de setembro de 1938, estabeleceu a fundação, examinou a aprovou o projeto do Estatuto e formalizou a administração, elevando à presidência o autor da idéia primeira, o Dr. Henrique Carneiro Leão Teixeira Filho.

Transcrevo, em seguida, a ata de fundação e, em seguida, a ata de instalação do Instituto, documentos lavrados no Livro de Atas nº 1: (nr: utiliza-se aqui link para o já constante do site, no arquivo de Histórico, ressaltando-se que o autor, por motivos óbvios, não incluiu em sua transcrição para o Boletim a íntegra dos estatutos)

ATA DA FUNDAÇÃO DO INSTITUTO HISTÓRICO DE PETRÓPOLIS, POR INICIATIVA DA COMISSÃO DO CENTENÁRIO E SOB OS AUSPÍCIOS DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO. 24 DE SETEMBRO DE 1938.

ATA DA SESSÃO SOLENE DE INSTALAÇÃO DO INSTITUTO HISTÓRICO DE PETRÓPOLIS E POSSE DA PRIMEIRA DIRETORIA EFETIVA, REALIZADA A 2 DE DEZEMBRO DE 1938, NO SALÃO NOBRE DA MUNICIPALIDADE (Assembléia Geral Ordinária, de acordo com ao artigos 36 e 41 dos Estatutos).

No Estatuto primeiro estabelecia-se um quadro social de 40 efetivos, 30 correspondentes, 20 honorários e uma quarta categoria, de Presidente de Honra, com 4 integrantes: o Príncipe D. Pedro de Orleans e Bragança, Manuel Cícero Peregrino da Silva, presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e os ex-prefeitos de Petrópolis Yeddo Fiúza e Mário Aloysio Cardoso de Miranda. O porquê desses dois prefeitos municipais: foi na administração Yeddo Fiúza a criação da Comissão do Centenário e Cardoso de Miranda, prefeito na data da fundação da entidade.

O IHP chega, em 2008, aos 70 anos de existência, graças ao trabalho de seus associados e diretorias. Nominamos, em seguida, os nossos presidentes : Henrique Carneiro Leal Teixeira Filho, de 1938 a 1946 e 1959-1960; Mário Aloysio Cardoso de Miranda de 1947 a 1950; Alcindo de Azevedo Sodré de 1951 a 1952; Ascânio Da Mesquita Pimentel de 1953-1958; Francisco Marques dos Santos complementando mandado do biênio 1959-1960, a partir de 15 de setembro de 1960; Lourenço Luiz Lacombe de 1961 a 1966; Paulo Machado da Costa e Silva de 1969 a 1976; Jorge Coelho Bouças de 1977 a 1980; Ruth Boucault Judice de l981 a 1986; Claudionor de Souza Adão de 1987 a 1992; Antônio Eugenio Taulois de 1993 a 1995; José Leonice Pessanha de Cusatis de 1996 a 1997, falecendo no exercício do mandato e eleito Jeronymo Pereira Alves Netto de 1997 a 2002; Joaquim Eloy Duarte dos Santos de 2003 até nossos dias. No ano de 2007 foi eleito e assumiu Reinhold Godofredo Haack por um período de 6 meses, renunciando, por motivo de doença e passando a presidência ao vice-presidente Paulo Roberto Damico e este, por compromissos profissionais, renunciou, retornando Joaquim Eloy Duarte dos Santos, no mesmo ano, por nova eleição, para completar o mandato até dezembro de 2007. Em dezembro de 2007, Joaquim Eloy foi eleito para o biênio 2008-2009, estando em exercício.

O IHP já organizou seminários, colóquios, encontros de historiadores, concursos; tem realizado conferências, palestras e participado da vida ativa do Município sempre que consultado para os esclarecimentos históricos e relacionados aos fatos e acontecimentos do dia-a-dia; integra os conselhos municipais ligados à cultura, às honrarias, ao meio-ambiente, ao patrimônio histórico e artístico e a todo movimento que vise o resgate da auto-estima de nossa população.

Editamos alguns números de nossa Revista e, no momento, publicamos o presente Boletim, enquanto muitos de nossos sócios colaboram com artigos e crônicas sobre a História do Município e Fluminense na imprensa local. É grande destaque nacional o nosso “site” na Internet: www.ihp.org.br.

Para completar essas reminiscências, como preito de homenagem, citamos os nomes de todos os associados que participaram e assessoraram os presidentes nas Diretorias, desde 1938 até nossos dias: Alcindo de Azevedo Sodré, Alcindo Roberto Gomes, Álvaro Correia Bastos Junior, Américo Jacobina Lacombe, Antônio Izaias da Costa Abreu, Antônio Machado, Arthur Leonardo de Sá Earp, Ascânio da Mesquita Pimentel, Aristides Werneck, Arthur de Sá Earp Netto, Aurea Maria de Freitas Carvalho, Brazilio Felipe Bretz, Carlos Alberto da Silva Lopes, Carlos Alberto Magalhães Bastos, Carlos Alberto Werneck, Carlos Grandmasson Reinghantz, Cláudio Ganns, Claudionor de Souza Adão, Dora Maria Pereira Rego Correia, Emmanuel Cresta de Moraes, Eneas Martins Filho, Eugênio Lopes Barcellos, Eurico José Essinger, Evany Rita Noel, Fernando Antônio Faria, Fernando de Souza da Costa, Francisco de Paula Rocha Lagoa, Francisco José Ribeiro de Vasconcellos, Francisco Marques dos Santos, Gabriel Kopke Fróes, Germana Gouveia, Hamilton Chrisóstomo Frias Martins, Hélio Vianna, Gil Mendes, Guilherme Martinez Auler, Guilherme Pedro Eppinghaus, Gustavo Ernesto Bauer, Henrique José Rabaço, Herbert Canabarro Reichardt, Ivo de Carvalho Werneck, Jeronymo Ferreira Alves Netto, João Duarte da Silveira, Joaquim Eloy Duarte dos Santos, Jorge Ferreira Machado, José Kopke Fróes, José Vieira, José Wanderley de Araujo Pinho, Leopoldo Feijó Bittencourt, Lourenço Luiz Lacombe, Luiz Affonso d´Escragnolle, Luiz Carlos Gomes, Luiz Cláudio D´Álamo Louzada, Luiz Silva Oliveira, Maria Amélia Porto Migueis, Maria das Neves Leite Krüger, Mário Aloysio Cardoso de Miranda, Mário Fonseca, Miguel Pachá, Murilo Cabral Silva, Nereu Rangel Pestana, Nestor Ahrends, Paulino José Soares de Souza Netto, Paulo Machado da Costa e Silva, Paulo de Matos Rudge, Paulo Gomes da Silva, Paulo Roberto Damico, Paulo Roberto Martins de Oliveira, Pedro Calmon Muniz de Bittencourt, Raul Ferreira da Silva Lopes, Rodrigo Octavio Filho, Sérgio Ferreira da Cunha, Vicente Amorim, Vicente Tapajós, Virgilio Correia Filho, Walter João Bretz e Wanderley Pinho.

Por último, nossos associados titulares no ano de 2008: Antônio Eugênio Taulois, Antônio Izaias da Costa Abreu, Arthur Leonardo de Sá Earp, Aurea Maria de Freitas Carvalho, Carlos Alberto da Silva Lopes, Carmen Lobato, Célia Lobo Paulo, Décio José Kronemberger, Dora Maria Pereira Rego Correia, Eduardo Henrique de Castro, Fernando de Mello Gomide, Fernando de Souza da Costa, Gil Mendes, Hamilton Chrisóstomo Frias Martins, Ivo de Albuquerque, Jany de Oliveira Limongi, Jeronymo Ferreira Alves Netto, João Alberto Dale Coutinho, Joaquim Eloy Duarte dos Santos, Júlio Ambrózio, Kenneth Lionel Light, Luiz Antônio Alves de Souza, Luiz Carlos Gomes, Luiz Cláudio D´Álamo Louzada, Maria de Fátima Moraes Argon, Oazinguito Ferreira Silvera Filho, Patrícia Ferreira de Souza Lima, Paulo Machado da Costa e Silva, Paulo Roberto Damico, Paulo Roberto Martins de Oliveira, Pedro Carlos de Orleans e Bragança, Raul Ferreira da Silva Lopes e Ruth Boucault Judice.