As origens do Instituto Histórico de Petrópolis podem ser encontradas na Comissão encarregada de promover as comemorações do Centenário de Petrópolis, já que foi numa das reuniões desta Comissão, realizada em 10 de setembro de 1938, que foi sugerida a criação de um Instituto de estudos históricos que levaria o nome de Pedro II.

Em outra reunião da referida Comissão, realizada no Salão Nobre da Câmara Municipal, foi lido, discutido e aprovado o projeto de Estatuto do Instituto, já então denominado INSTITUTO HISTÓRICO DE PETRÓPOLIS.

Na oportunidade, foi eleita uma diretoria provisória constituída por Henrique Carneiro Leão Teixeira Filho, Walter João Bretz e Paulo de Matos Rudge, secretariada por Alcindo Sodré.

Para instalação do Instituto, foi escolhida a data de 2 de dezembro, muito cara aos brasileiros, por ser a do nascimento, em 1825, de sua Majestade o Imperador D. Pedro II, ” o rei magnânimo que soube exercer a clemência e tornou-se um sábio”¹.

Tendo como presidentes de honra o Príncipe D. Pedro de Orleans e Bragança, o Dr. Manoel Cicero Peregrino da Silva e os prefeitos Dr. Mário Aloísio Cardoso de Miranda e o Dr. Yeddo Fiuza, compunha-se o Instituto de figuras de grande renome, conforme enfatizou a Tribuna de Petrópolis de 2 de dezembro de 1938. Referindo-se ao importante evento, assim se pronunciou o citado órgão de imprensa: “Formando a egrégia instituição, que inicia seus trabalhos sob os mais promissores auspícios, contam-se nomes dos mais destacados e prestigiosos do nosso país, aliados a elementos locais, propriamente ditos, identificados nos alteados propósitos de tudo envidarem pela Pátria comum e pela nossa adorada cidade, em particular”².

Na histórica sessão de instalação solene do Instituto, fizeram uso da palavra o Dr. Henrique Carneiro Leão Teixeira Filho e o Dr. Pedro Calmon. O primeiro discorreu sobre o histórico da fundação da nova instituição e o segundo dissertou sobre a Personalidade do Imperador D. Pedro II.

Presidiu a referida sessão o Dr. Mário Aloísio Cardoso de Miranda, a quem coube dar posse à 1ª Diretoria, eleita para o biênio 1939 / 1940, que ficou assim constituída: Presidente, Dr. Henrique Carneiro Leão Teixeira Filho; Vice-Presidente, Dr. Paulo de Matos Rudge; 1º Secretário, Dr. Alcindo Sodré: 2º Secretário, Antônio Machado; Tesoureiro, Gabriel Kopke Fróes e Bibliotecário, Walter Bretz. Comissão de contas: Magalhães Bastos, Germana Gouveia e Paulino de Souza. Comissão de História: Dr. Wanderley de Pinho, Dr. Aristides Werneck e Dr. Rangel Pestana. Comissão de Estatutos e Admissão de Sócios: Dr. Ascânio da Mesquita Pimentel, Dr. Cláudio Ganns e Dr. Américo Jacobina Lacombe.

Sessão solene de instalação, na Câmara Municipal

Sessão solene de instalação, na Câmara Municipal

Finda a solenidade os Srs. Alcindo Sodré, Paulo de Matos Rudge e Walter Bretz, depositaram no pedestal da estátua de D. Pedro II, um lindo ramo de flores.

No decorrer de sua luminosa trajetória o Instituto Histórico de Petrópolis foi presidido: Henrique Carneiro Leão Teixeira Filho (1938-1946); Mário Aloísio Cardoso de Miranda (1946-1950); Alcindo de Azevedo Sodré (1950-1952); Ascânio da Mesquita Pimentel (1952-1957); Henrique Carneiro Leão Teixeira Filho (1958-1960); Lourenço Luiz Lacombe (1960-1966); Paulo Machado Costa e Silva (1966-1976); Jorge Bouças (1976-1980); Ruth Boucault Júdice (1980-1986); Claudionor de Souza Adão (1986-1994); Antônio Eugênio de Azevedo Taulois (1994-1996); José L. De Cusatis (1996-1997); Jeronymo Ferreira Alves Netto (1997……..).

Três presidentes não chegaram a concluir seus mandatos, Alcindo de Azevedo Sodré (falecido em 17 de março de 1952), Henrique Carneiro Leão Teixeira Filho (adoentado ao final de seu mandato transmitiu o cargo ao vice-presidente, Francisco Marques dos Santos) e José L. De Cusatis (falecido em 8 de junho de 1997).

Não possuindo sede própria, funcionou o Instituto em lugares diversos, numa sala da Câmara Municipal, no extinto Museu Histórico da Cidade, no Grupo Escolar D. Pedro II, nas dependências do Museu Imperial. A partir de 1981, em razão do entendimento havido entre a então presidente do Instituto, Ruth Boucault Judice, e o Diretor do Museu Imperial, professor Lourenço Luiz Lacombe, o IHP passou a funcionar na Casa Cláudio de Souza..

O estatuto de 1938 passou por várias reformas, em 1962, 1982, 1985 e 1986, sendo o atual aprovado em 8 de abril de 1996. Tendo por finalidade a investigação, o estudo, a discussão e a divulgação da História, em especial a de Petrópolis e a colaboração na preservação de seus bens culturais, o Instituto admite as seguintes categorias de sócios: Fundadores (ad perpetuam rei memoriam); Efetivos, em número de 40, dos quais pelo menos 30, residentes e domiciliados em Petrópolis; Correspondentes; Honorários e Eméritos. Seus órgãos de Direção são a Assembléia Geral, a Diretoria e a Comissão de Contas.

Pelo Instituto Histórico de Petrópolis passaram figuras luminares, verdadeiros expoentes da historiografia brasileira como Luís Afonso D’Escragnole, Afonso Arinos de Melo Franco, Américo Jacobina Lacombe, Alberto Lamego, Alceu Amoroso Lima, Arthur César Ferreira Reis, Otávio Taquínio de Souza, Afonso D’Escragnole Taunay, Hélio Viana que, unidos as figuras representativas do Município, só fizeram por elevá-lo, dignificá-lo e exaltá-lo no cenário cultural de nossa terra.

Realizando conferências, simpósios, congressos, exposições e publicando trabalhos, atualmente na coluna que mantém na Tribuna de Petrópolis, que vem se transformando numa importante fonte de informação para estudantes, professores, pesquisadores, enfim, para todos os que buscam informações acerca da história de Petrópolis, o Instituto Histórico de Petrópolis tem procurado contribuir para preservar o patrimônio histórico cultural da cidade, trabalho árduo que ele tem abraçado com muito empenho.

Referências:

1. CALMON, Pedro. O perfil espiritual de D. Pedro II. Conferência proferida por ocasião da instalação do IHP, em 2 de dezembro de 1938.

2. Tribuna de Petrópolis, 2 de dezembro de 1938, p. 1.