A INFLUÊNCIA DAS “VOZES” NA CULTURA PETROPOLITANA

Paulo Machado da Costa e Silva, Associado Emérito, ex-Titular da Cadeira n.º 2 – Patrono Alcindo de Azevedo Sodré, falecido

A EDITORA VOZES LIMITADA, por motivo da celebração de seu primeiro centenário de existência, vem recebendo em vários pontos do País um grande ciclo de homenagens.

Por isso, também nós aqui, em Petrópolis, com o apoio do Professor Jeronymo Ferreira Alves Netto, Presidente do Instituto Histórico de Petrópolis, do qual temos a honra de ser Vice-Presidente, queremos nos associar a esse merecido reconhecimento e louvor da EDITORA VOZES. Ela, há mais de cem anos, espalha entre o Povo Brasileiro sementes de instrução, de fé, de ciência, de arte, de história e de civilização com o objetivo de elevar a cultura do Povo como base de um progresso sustentado para toda a Nação.

Naquele início do século XX, o grande instrumento dessa renovação cultural escolhido para realizar tão magna tarefa, que para os fundadores tinha o significado e o alcance de uma nova missão, além da publicação de livros escolares e religiosos, foi o lançamento das “VOZES DE PETRÓPOLIS, Revista mensal, religiosa, científica e literária, dirigida pelos Padres Franciscanos.”

Era o que se lia na página de rosto do seu primeiro número. Isto ocorreu em julho de 1907. Completavam-se apenas 11 anos que os Franciscanos haviam chegado a Petrópolis, onde se encontravam desde 16 de janeiro de 1896.

A modestíssima Tipografia da Escola Gratuita São José, montada pelos Frades, em 1901, nos porões do Convento, estava apenas em seu sexto ano de existência.

Cabe aqui, antes de desenvolvermos o tema proposto, mas com ele conexo, prestarmos nossa homenagem à Editora Centenária.

Melhor homenagem não poderia tributar do que a que fez Frei Vitório Mazzuco, OFM, seu Diretor Editorial, em o número 2 da revista CULTURA VOZES deste ano. Citaremos alguns trechos desse artigo, em que, rememorando a existência passada da Editora, lança olhares ambiciosos para seu futuro.

“Qual o segredo desta obra franciscana que chega ao seu centenário? O segredo é coerência e fidelidade a seus princípios. De Inácio Hinte, seu primeiro Diretor, até os dias de hoje, VOZES tem claro sua missão, visão e valores.”

…”A missão tem seus componentes que são a sua razão de ser: captar e gerar idéias para o diálogo entre as culturas e a fé cristã; o negócio: oferecendo produtos editoriais de boa qualidade; o mercado-alvo: a partir do público religioso e universitário, atingir todas as camadas da sociedade; as condições de desempenho: com credibilidade, preço adequado e cordialidade.”

…”Para realizar o seu lema: Uma vida pelo bom livro e a sua missão, VOZES conseguiu, em 100 anos, credibilidade pela excelência da qualidade; fez a sua logomarca, o selo VOZES, ser expressivo, revelando uma tradição.”

…”O momento celebrativo do centenário faz a VOZES determinar sua visão de futuro que é ser a melhor editora na sua área de atuação.”

…”A visão tem que ser mobilizadora de uma objetivo audacioso: ser a editora forte na área das ciências humanas. Retomar a sua vocação como a grande editora da educação, da conscientização, isto é, formadora de opinião e da evangelização.”

…”Esta é a filosofia que norteia a Editora que impulsionou o pensamento cristão-católico deste país, que fomentou movimentos intelectuais, que destacou-se pela corajosa publicação de obras em defesa dos Direitos Humanos, Justiça e Liberdade, que sempre ousou nas idéias como uma editora de vanguarda, pluralista, ecumênica e moderna.”

…”Em seu espírito de pioneirismo e vanguarda, VOZES trouxe para o país temas como Globalização, Neoliberalismo, Teologia da Libertação, Qumran, Questão Indígena, Concílio Vaticano II, Teologia Feminina, Ética, Questões Agrárias, o sucesso impactante da Coleção Zero à Esquerda e a sempre presente Revista de Cultura VOZES, rosto, identidade e vitrine do pensamento desta Editora.”

Até aqui, Frei Vitório Mazzuco.

Esta a merecida homenagem à Editora centenária que evoluiu de humilde produtora de material didático para uma escola gratuita de meninos até chegar à pujança de maior editora católica da América Latina.

Lembro ainda que a VOZES não foi apenas uma editora.

Mais do que isso, antecedendo ao SENAI, o benemérito Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, ela foi uma escola de artes gráficas, formadora de gerações de técnicos gráficos, que se espalharam pelo Brasil honrando o nome das VOZES e dignificando esta cidade de Petrópolis.

Meu saudoso pai – permitam-me recordar -, muito jovem, entrou para a Tipografia da Escola Gratuita São José, tendo passado por quase todas as seções da editora para aprender tudo o que um bom gráfico, polivalente, devia saber, até da parte de encadernação.

Foi assim que também chegou a aprender música para poder editar as partituras compostas pelos pioneiros Padres franciscanos e livros de cantos, como o conhecido “Cecília”, manual de cantos religiosos, utilizado em todo o Brasil, por muitos e muitos anos, até os dias presentes.

Em virtude dessa formação profissional, dada pela Editora, meu pai, JOSÉ MACHADO COSTA E SILVA, foi indicado, em novembro de 1927, pelos Franciscanos Frei INÁCIO HINTE e Frei CÂNDIDO SPANNAGEL para assumir a Gerência da Editora VOZES DE PETRÓPOLIS. É que o então Gerente, Sr. Antônio Magno GEOFFROY estava se afastando do cargo para montar a depois conhecida “Papelaria do Povo”, com Tipografia, na avenida 15 de Novembro, hoje, rua do Imperador, no local onde se encontra o atual Serra Bingo.

Meu pai colaborou decidida e dedicadamente com os Franciscanos de 1927 a 1942. Foi exatamente, nesse período que a ainda pequena Editora iniciou uma série de transformações e expansão, que prepararam a fase industrial, desenvolvida a partir de então.

Recordando esses fatos, que sobremaneira honram a memória de meu pai, quero homenagear igualmente o numeroso grupo de funcionários da Editora VOZES, de ontem e de hoje, modestos, dedicados e totalmente envolvidos com os objetivos e ideais da Empresa, que lutaram e lutam, lado a lado com os Franciscanos, possibilitando à Editora VOZES alcançar a posição de prestígio e de esplendor que no presente ostenta.

Mas, minha homenagem à Editora VOZES não estaria completa, embora breve, se não destacasse uma faceta de alto valor cultural, à qual, do início aos dias presentes, a VOZES sempre foi fiel: o seu caráter de promotora e de Mecenas da Educação e, em conseqüência, da formação cultural.

Tendo surgido para apoiar a obra da Escola Gratuita São José, a VOZES, foi sempre seu sustentáculo financeiro, permitindo que gerações de petropolitanos pudessem ter seus estudos básicos, que a muitos permitiram galgar estudos superiores ou se desenvolverem em múltiplas áreas de atividades.

O também conhecido e reconhecido CORAL DOS MENINOS CANTORES DE PETRÓPOLIS – os CANARINHOS – que o digam Frei Leto Bienias e Frei José Luiz Prim, somente se manteve e se expandiu graças à generosa e constante contribuição financeira e ao apoio logístico dados pela Editora VOZES.

Por essa forma, a VOZES pode apregoar, com verdade e justiça, que ela participou e continua participando da obra ingente da Educação em Petrópolis. Até hoje, seguramente, um milhar de Canarinhos pode realizar seus estudos e receber sólida formação cultural, além de terem encantado a muitos e louvado a Deus com o som melodioso de suas vozes.

Há, porém, um outro grupo aqui, em Petrópolis, e em outros Estados do Brasil, que também se beneficiou das generosas contribuições da Editora VOZES: os estudantes franciscanos.

Eles as receberam em suas Casas de Formação, em seus Seminários de diferentes níveis, de que faz parte o petropolitano Instituto Teológico Franciscano, o ITF, hoje, no local de antigo Colégio São Vicente, à rua Coronel Veiga, em fase de promissora expansão, sob a direção firme de Frei Antônio Moser.

Desses Seminários têm saído muitos e muitos Franciscanos, Sacerdotes exemplares, dedicados à evangelização, à educação e à cultura nas mais diversas áreas do saber. Além disso, muitos outros, egressos dessas Casas, com os estudos adquiridos e com a formação recebida, se têm revelado cidadãos prestantes nos vários campos de atividades da sociedade brasileira, sobretudo, nas áreas da Educação e da Cultura.

Honra, pois, à Editora VOZES como promotora prestante da Educação e da Cultura em Petrópolis e em muitas terras do Brasil.

Concluída esta parte, que também é principal em nossa homenagem, retornemos ao tema proposto.

De que modo, em particular, a Revista VOZES influenciou a cultura em Petrópolis?

Para tanto, vejamos o que dizia o Editorial da Revista VOZES DE PETRÓPOLIS em seu número de lançamento, em julho de 1907, sob o instigante título: Quo Vadis? (Para onde vais?)

Após enfatizar a importância das revista de cultura na formação de uma Nação, o redator, Frei Hugo Mense observa que, no Brasil do início do século XX, ainda era ” exíguo o número de revistas que, entretanto, representam um papel não menos importante na vida religiosa e literária d’um país”.

Por isso, a Revista VOZES DE PETRÓPOLIS se apresenta “para o fim declarado de oferecer ao povo, por preço módico, uma leitura civilizadora e moralizadora de artigos variados e de interesse geral”.

Com relação ao preço, a assinatura era realmente módica. Os 12 números de assinatura anual custavam na moeda da época 5$000 (cinco mil réis) isto é, cada número saía por cerca de $416 (quatrocentos e dezesseis réis).

Mais adiante, o redator explicitava com bastante clareza qual seria a abrangência da Revista.

“VOZES DE PETRÓPOLIS terá caráter geral e não puramente religioso. Trará a nossa revista artigos variados, que terão o cunho da atualidade. Nenhuma região da ciência e da técnica, da teoria e da prática será excluída do programa.”

O primeiro volume da revista, que vai de julho de 1907 a junho de 1908, evidencia que o esquema traçado foi cumprido à risca. Ele contém artigos, contos, poesias, informações de caráter religioso, seção teatral, noticiário, bibliografia e ainda um suplemento musical.

O Conde de Afonso Celso, grande colaborador nos seus primeiros tempos, no início do segundo ano da revista, pode comemorar seu primeiro ano de existência com o artigo “Benemérito aniversário”, de que destaco os seguintes trechos:

“Numerosos e de extrema relevância são os serviços prestados não só à cidade, como ao município de Petrópolis, pelos Rev.mos Padres Franciscanos, serviços que unicamente a inciência ou a má fé poderão negar ou diminuir.”

“Beneméritos, em verdade, são os Franciscanos, dirigidos por homens lidimamente superiores, como Frei Ciríaco, Frei Celso, Frei Ambrósio e entre os quais se contam cultores da ciência como Frei Hugo, oradores como Frei Luiz, artistas como Frei Basílio Rower e Frei Pedro Sinzig.”

“Judiciosos, eruditos, experientes, habituados a seguirem os conselhos e obedecerem às determinações de seus superiores hierárquicos, ouvindo em tudo a magna voz de Roma, criaram os Franciscanos, em julho de 1907, a VOZES DE PETRÓPOLIS e, desde então, com admirável regularidade, melhorando de número em número, cada vez mais insinuante e atrativa, num constante esforço de progredir, tem sido dada à lume essa revista mensal, religiosa, científica e literária, impressa na Tipografia da Escola Gratuita de São José.”

Ao comemorar seus 25 anos de existência árdua e vitoriosa, vou respigar na própria revista os comentários sobre essa efeméride.

“Publicação perfeitamente ortodoxa, … – escreve Frei Fernando Fiene, seu redator – a revista VOZES DE PETRÓPOLIS conquistou posição de primazia na imprensa brasileira, espargindo-se, com tão modesto quão seguro passo, por toda a extensão de nosso território …”

“Petropolitana é ela pela razão do lugar onde se edita e do amor que se desvanece de nutrir pela lindíssima e generosa cidade serrana; nacional, universal, católica, na amplitude esplêndida do termo, se poderia denominar, atendendo-se à largueza de seus intuitos, à magnitude de suas aspirações, à luminosa imensidade de seus horizontes, à sublimidade do pendão que arvora, pendão trazido do céu pelo próprio Filho do Onipotente.”

Nos primeiros anos da Revista de Cultura VOZES, tão importantes como os artigos de caráter religioso, científico ou cultural, são os noticiários, sintéticos, mas repletos de informações e comentários, distribuídos em várias seções: Crônica Universal, Ecos e Fatos, Crônica Nacional, Pelo Brasil, Crônica Local, Caixa Postal e O que dizem nossos leitores.

Evidente, os enfoques dados pela Revista VOZES DE PETRÓPOLIS variaram de acordo com os assuntos ou preocupações mais em voga, ano a ano. Assim, passam a merecer destaque artigos sobre Ciência e Religião – Questões político-sociais – Ciências naturais e técnicas – Literatura e Arte – Boa Imprensa – Pedagogia – História – Geografia – Estatística – E até sobre Gravuras.

Esta era a forma concreta de levar a cultura civilizadora a uma boa parte da população.

Revelador do que esse esforço estava conseguindo era a seção O que dizem nossos leitores. Falam como era aguardada a chegada de cada novo número da Revista. Percebe-se como sua ação se difundia, atingindo lugares distantes deste Brasil continental. Revelam o interesse pelos assuntos tratados e até sugerem matérias sobre as quais a Revista deveria informar.

De fato, a Revista VOZES exerceu profunda influência civilizadora. Até os anos 40 do século passado, ela era um dos poucos faróis culturais que espargiam luzes das serranias de Petrópolis para todo o Brasil.

A partir de então, lançando mão de outros elementos, com base na experiência vitoriosa de sua Revista, a Editora VOZES DE PETRÓPOLIS, continuou em seu combate a favor da CULTURA, lançando outros produtos, dirigidos a diferentes setores da população. Foram o Almanaque de Santo Antonio, a Folhinha do Sagrado Coração de Jesus, a Revista Eclesiástica Brasileira, Grande Sinal, Sedoc (ou Serviço de Documentação), Concilium e outras publicações periódicas.

Entre elas, não posso deixar de mencionar, pela influência que exerceu em todo o Brasil sobre os membros da Ordem Terceira da São Francisco, hoje, Ordem Franciscana Secular, a revista mensal ECHO SERAPHICO, como órgão formador da espiritualidade franciscana entre os seculares e como fonte de notícias sobre as atividades desses mesmos Terceiros e sobre a história de suas Fraternidades e da própria Ordem Terceira Franciscana do Brasil.

Insistindo em nosso tema, isto é, que a Revista VOZES DE PETRÓPOLIS foi sempre fiel às suas origens e ao seu objetivo, a saber, um órgão disseminador de cultura em nosso país, vamos encontrar na própria Revista os comprovantes desta afirmação.

Por isso, frei Aurélio Stulzer, que era o Redator, pode escrever por ocasião do cinquentenário da Revista, que esta, não obstante as profundas mudanças operadas na sociedade, mantinha os mesmos objetivos iniciais.

Por ser interessante, transcrevo também a justificativa, apresentada por ele, por ter sido suprimida a adjetivação “de Petrópolis” no título da Revista e no nome da Editora.

Ouçamos o que ele escreve, em 1957.

“No período de tempo ocorrido desde o primeiro número desta revista até hoje, o panorama político, social, cultural, religioso e mesmo moral do Brasil sofreu sob o peso dos anos. Quantas estruturas, que compuseram sua formação, desapareceram e quantas ainda, estarão de pé?”

“Nos últimos quatro decênios fomos arrancados da placidez patriarcal duma existência burguesa para os embates derivados da luta surda de muitos fatores, entre si de natureza tão diversa. Em outras palavras, estamos mergulhados no fervilhamento duma crise que procura atingir uma nova “fácies”.

“Passam os anos e, no entanto, a revista permanece fiel à sua origem, aos seus princípios e objetivos”.

“Se mudança maior ocorre, será porque omitimos no título a adjetivação “de Petrópolis”?

“Evidentemente, não saímos da cidade de Petrópolis. Continua a ser nossa revista a filha primogênita da Editora, esta antigamente intitulada VOZES DE PETRÓPOLIS. Revista e Editora, conhecidas em todos os quadrantes da vasta Pátria, perderam o sentido duma instituição local para assumirem projeção nacional. Quem diz Editora VOZES Ltda, diz Editora VOZES DE PETRÓPOLIS, quem diz VOZES, diz Revista VOZES DE PETRÓPOLIS. Já conquistamos totalmente o País numa marcha continuada de meio século.”

Vamos rememorar, agora, ao menos, alguns nomes de escritores que foram os autores dessas sementes de cultura, formadoras de mentalidades mais abertas, mais cultas e mais críticas.

Comecemos por aqueles que, sendo redatores da Revista, tinham o encargo de orientá-la e de escolher os colaboradores e os assuntos.

Eis, pois, os redatores responsáveis, em simples enumeração para não alongarmos em demasia este trabalho, visto que dizer algo sobre cada um deles, de multifacetada atividade, implicaria, para ser correto, na necessidade de multiplicar o número dessas páginas.

Foram eles: Frei Ambrósio Johanning, Frei Hugo Mense, Frei Pedro Sinzig, Frei Fernando Fiene, Frei Henrique Golland Trindade, Frei Saturnino Schneider, Frei João Capistrano Binder, Frei Thomaz Borgmeier, Frei João de Castro Abreu Magalhães, Frei Ludovico Gomes de Castro, Frei Aurélio Stulzer.

Paremos aqui nesta enumeração, para nos atermos apenas aos primeiros cinqüenta anos da Revista Católica de Cultura, como se intitulava, a Revista VOZES DE PETRÓPOLIS, em subtítulo, desde julho de 1932.

No entanto, dois nomes ao menos, merecem ser acrescentados em destaque especial por sua ininterrupta dedicação à Editora VOZES. São eles: Frei Inácio Hinte e Frei Cândido Spannagel.

Na lista imensa de COLABORADORES, inclusive, escondidos sob pseudônimo, entre os frades franciscanos, merecem ser recordados Frei Ciríaco Hiersch, Frei Celso Dreiling, Frei Luiz Reinhe, Frei Basílio Rower, Frei Estanislau Schatke, Frei Rogério Neuhaus, Frei Domingos Schmitz, Frei Diogo de Freitas, além dos redatores com numerosa colaboração.

Mas, não foram apenas franciscanos. Dentre os jesuítas, destacam-se: Pe. Germano Dieckmann, Pe. José Schrader, Pe. Ambrósio Schupp, Pe. João Baptista Hafkemeyer, Pe. Carlos Teschauer, Pe. Leonel Franca, Pe. Luiz Gonzaga Jaeger, Pe. Henrique Koeler, Pe. Alexandre Baumgartner.

Do Clero regular e secular muitos outros deram sua colaboração à Revista. Entre outros, os Cônegos premonstratenses Thomas de Aquino e Guilherme Adriaansen; vários beneditinos; o capuchinho Frei Jacinto de Palazzolo e o Padre João Baptista Lehmann, da Sociedade do Verbo Divino. Entre os seculares, assinalamos o Padre José Rubim dos Santos, o Pe. Melo Lula, o Pe. Heliodoro Pires, o Pe. Maurílio Teixeira Leite Penido, o Cônego Luiz Castanho de Almeida e outros, muitos outros.

Também os autores leigos aparecem em grande número contribuindo com trabalhos de valor nas áreas de suas especialidades. Dos intelectuais de Petrópolis o número não é pequeno. Salientam-se os nomes de Dr. Aristides Werneck, Dr. Carlos de Sabóia Bandeira de Mello, João Roberto d’Escragnolle, Antero Palma, Dr. Augusto Olímpio Viveiros de Castro, Júlio Tapajós, Dr, Joaquim Moreira da Fonseca, o jornalista Soares d’Azevedo, Dr, Nelson de Sá Earp, Mário Aloísio Cardoso de Miranda, Dr. Ascânio Dá Mesquita Pimentel, Dr. Jorge Ferreira Machado, Alcindo Sodré, José Sampaio Fernandes, Lourenço Luiz Lacombe.

Muitos outros escritores de diversas regiões do Brasil figuram entre os colaboradores ilustres da Revista. O rol também não é pequeno. São eles: o Conde de Afonso Celso, o deputado federal pelo Pará, Dr. João Hosannah de Oliveira, Jônatas Serrano, o Dr. Pio Ottoni, o Conde Dr. Carlos de Laet, Lúcio José dos Santos, Justino Mendes, Ancilla Domini, Amélia Rodrigues, Maria Desidéria, Tristão de Athayde, Eugênio Vilhena de Moraes, Dr. Adroaldo Mesquita da Costa, José de Sá Nunes, João Camilo de Oliveira Torres, Carlos Oswald, Everardo Bachheuser, Carolina Nabuco, Maria Eugênia Celso, Armando Dias de Azevedo, Ataliba Nogueira, José Pedro Galvão de Souza, Gladstone Chaves de Mello…

Embora não tenha esgotado a relação dos colaboradores da Revista de Cultura VOZES nos seus primeiros cinqüenta anos, o que se pretendeu foi demonstrar, à saciedade, que, de todas as áreas do saber humano, houve escritores de alto conhecimento e valor que, com seus artigos, divulgaram cultura entre os leitores das VOZES, aprimorando-lhes a capacidade de crítica objetiva na apreciação dos fatos e na compreensão das realidades nacionais e universais.

Nessa preocupação por divulgar cultura, a Revista VOZES publicou vários trabalhos, produzidos no “Circulo de Estudos São Norberto”, dirigido pelo Cônego Eugenio Avivar y Avivar, do Colégio São Vicente.

Também os Franciscanos organizaram um “Centro de Estudos Franciscanos”, no qual eles, convidados especiais e intelectuais da Cidade debatiam questões de Filosofia, de Teologia, de Direito, de Ciências e Questões Sociais. Esses trabalhos eram, depois, divulgados pela Revista VOZES, ao menos, em resumo.

Ficou memorável a conferência do filósofo francês ETIENE GILSON, do Collège de France, sobre os THEOREMATA de Duns Scotus, grande filósofo franciscano medieval.

Esta última informação pela qual se verifica a movimentação cultural existente na Cidade e na área da Editora, vem robustecer o que nos propusemos provar, isto é, que as VOZES, a Editora e seu principal e declarado meio de formação, sua Revista de Cultura, contribuíram, de forma continuada e decisiva, para o desenvolvimento da cultura petropolitana e para a conceituação, que adveio para a cidade, como importante centro cultural do país.

Cabe a nós, não desprezarmos essas conquistas.

Depois de tão diversas considerações, a importância da EDITORA VOZES LTDA, por seus livros e suas revistas, com particular relevo para a Revista VOZES de Cultura, continua a exigir que outros estudiosos deste Instituto Histórico, da Academia Petropolitana de Letras e de outras Instituições Culturais prossigam no levantamento de tantos valores, até agora desconhecidos ou minimizados, e de tantos méritos acumulados, que merecem vir à luz do dia pra serem devidamente exaltados.

Se este for o resultado de tão modesta palestra, Deus seja louvado! Meu esforço estará sobejamente compensado.

Obrigado pela oportunidade que me foi dada e pela atenção que todos tiveram a gentileza de me dispensar.