Aurea Maria de Freitas Carvalho, historiadora e arquivista

Maria de Fátima Moraes Argon, Associada Titular, Cadeira n.º 28 – Patrono Lourenço Luiz Lacombe

Filha única do casal José Carvalho e Aurea de Freitas Carvalho, nasceu em Petrópolis no dia 03 de julho de 1933 e faleceu na mesma cidade em 11 de dezembro de 2008. Solteira, não deixou descendência.

Em 1955, fez o curso de “Técnica de Arquivo” no Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) e, no ano seguinte, ingressou no Museu Imperial no cargo de Arquivologista, por Decreto Presidencial de 11.01.1956. Em 1959 e 1960, cursou “Preparação de Pessoal de Arquivos” e “Aperfeiçoamento de Pessoal de Arquivo”, ambos promovidos pelo DASP. Em 8 de maio de 1970 foi nomeada para exercer a função gratificada de Chefe do Arquivo, Documentação Fotográfica, Publicações e Intercâmbio Cultural, do Museu Imperial. Dois anos depois, foram criados os cursos de Arquivologia em nível superior no Brasil e, em 1979, ela obteve o título de bacharel em Arquivologia pela Federação das Escolas Federais Isoladas do Estado do Rio de Janeiro (FEFIERJ), hoje Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

Graduou-se em História, em 1967, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, da Universidade Católica de Petrópolis. Foi designada, em 1970, subcoordenadora do projeto “Levantamento de fontes primárias em território fluminense” pela Comissão Executiva do Centro de Pesquisa de História (Convênio: Instituto Histórico de Petrópolis, Museu Imperial, Prefeitura Municipal e Universidade Católica de Petrópolis).

Desenvolveu toda a sua vida profissional no Museu Imperial até a sua aposentadoria em 11 de junho 1991. Coordenou diversos projetos e exerceu a chefia da Divisão de Documentação Histórica. Foi professora da cadeira Tipo de Fontes Documentais no Curso de Elementos de Técnica de Pesquisa de História, realizado no Museu Imperial, em convênio com a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, da Universidade Católica de Petrópolis. Representou a instituição em várias oportunidades como, por exemplo, no I Congresso Brasileiro de História em Brasília (1967), no I Colóquio de Estudos Fluminenses em Petrópolis (1968), II Congresso Regional de Documentação no Rio de Janeiro (1969). A importância de sua participação no Guia Brasileiro de Fontes para a História da África, da Escravidão Negra e do Negro na sociedade atual (1988) foi reconhecida pela Comissão Executiva do Projeto ao destacar a sua larga experiência na área documental.

Prestou assessoria ao Arquivo Municipal de Resende e outros. Publicou diversos trabalhos, dentre eles: Arquivos eclesiásticos de Petrópolis (1981); Fotografia como fonte de pesquisa: histórico, registro, arranjo, classificação e descrição (1986) e O Munícipio de Petrópolis (1991).

Formou-se em Língua Italiana pelo Istituto Italiano di Cultura, no Rio de Janeiro e falava fluentemente francês.

Era católica, devota de Santa Teresinha do Menino Jesus, frequentadora assídua da Igreja do Sagrado Coração de Jesus e colaboradora de não poucas instituições beneficentes.

 Tomou posse no Instituto Histórico de Petrópolis em 24 de novembro de 1972 na cadeira nº 4, patronímica de Arthur Alves Barbosa, e exerceu o cargo de vice-presidente, no biênio 2003-2004, na gestão de Joaquim Eloy Duarte dos Santos. Foi membro também do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, em cuja cadeira tenho a honra de sucedê-la.

Foi Conselheira de Preservação da Associação dos Moradores e Amigos do Centro Histórico da Cidade Imperial de Petrópolis, e de outros Conselhos (Cultura, Tombamento, Turismo, Honrarias).

Lutou incansavelmente para o desenvolvimento de Petrópolis especialmente na preservação da história, do patrimônio histórico, artístico, paisagístico e cultural e do meio ambiente. Defendeu inúmeras causas como o turismo histórico-ecológico, a criação do Parque Ecológico, a revitalização do Arquivo Municipal e tantas outras. Combateu a especulação imobiliária.

Aurea, mulher de baixa estatura, olhos claros, de personalidade forte, travou inúmeras lutas e venceu desafios. Seus trabalhos nas áreas de História e Arquivo são referências até os dias de hoje. Foi responsável pela formação de vários profissionais que atuam na cidade lutando e defendendo os mesmos ideais.

Aurea Maria de Freitas Carvalho

Aurea Maria de Freitas Carvalho