O COLÉGIO DE APLICAÇÃO DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS

Jeronymo Ferreira Alves Netto, Associado Titular, Cadeira n.º 15 – Patrono Frei Estanislau Schaette

Em fins de 1968, sendo reitor da Universidade Católica de Petrópolis, Dom José Fernandes Veloso, foram adquiridas as instalações do Colégio Notre Dame de Sion, situado à Rua Benjamin Constant, 213.

A ampliação das instalações da Universidade Católica de Petrópolis tornava-se imperiosa para atender à extraordinária expansão e ao desenvolvimento da mesma, com a instalação de novos cursos, laboratórios e oficinas, bem como de um Colégio de Aplicação capaz de propiciar campo de estágio e pesquisa aos alunos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, assim como proporcionar ensino de alto padrão, integrado com a Universidade, desde o nível infantil.

Assim, em 8 de novembro de 1968, reuniram-se, no Rio de Janeiro, para acertar os termos da transação, o Dr. Celso da Rocha Miranda e o Dr. Graça Couto, representando o Conselho de Administração e Finanças da Universidade; pelo Colégio Sion, a Superiora de Petrópolis, a assistente da Madre Provincial, a Superiora do Rio de Janeiro e o advogado do Sion, Dr. Leonel Veloso, tendo ficado estabelecido o valor da transação em NCR$ 4.000.000,00 a ser pago em seis anos.

No ano seguinte transferiram-se para o novo prédio as quartas séries das diversas licenciaturas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras e alguns serviços administrativos da Reitoria.

O Colégio de Aplicação começou a funcionar a 27 de fevereiro de 1969, embora a cerimônia de sua instalação se tenha realizado a 1º de março do mesmo ano.

A 22 de março de 1969, o Conselho Universitário aprovou a nomeação de uma Comissão para estudar a estruturação do Colégio, coordenando-lhe as atividades com as da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Na oportunidade foram nomeados os seguintes professores para integrar a referida Comissão: Maria de Glória Rangel Sampaio Fernandes, diretora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras; Onésio Mariano Henrichs, Diretor do Colégio; Therezinha Fernandes Barbosa, Suelena Pessoa de Campos, Albertina Conceição Nunes da Cunha, Irmã Rosalina de Sion e Edson Paulo Lobo.

Como resultado dos estudos realizados pela citada Comissão foi elaborado o Regimento do Colégio, o qual foi aprovado pela Inspetoria Seccional de Niterói, do Ministério da Educação e Cultura, a 8 de setembro de 1969, e pelo Conselho Estadual de Educação, em 27 de novembro de 1969.

Este primeiro regimento apresentava uma série de novidades, entre as quais destacamos: o fato da Direção Geral do Colégio ser sempre exercida pelo Vice-Diretor da Faculdade de Educação, para facilitar sua integração com a mesma; a criação de um Conselho de Coordenação Didático-Pedagógica, órgão normativo e de superior instância do Colégio; o agrupamento de disciplinas afins ou homogêneas em Departamentos e a criação de um Serviço de Orientação Educacional, para, com a colaboração do Serviço Médico, dos professores, do Orientador Vocacional, dos Assistentes Religiosos e dos Pais, atender aos múltiplos problemas da criança e do adolescente.

Na ocasião, o Colégio de Aplicação mantinha os seguintes cursos: pré-primário, primário, ginasial, colegial e normal.

Com a aprovação da Lei 5692, de 11 de agosto de 1971, o Conselho Universitário constituiu uma comissão especial para elaborar o novo regimento do Colégio, constituída pelos professores Jeronymo Ferreira Alves Netto, diretor geral do Colégio, Henrique José Rabaço, diretor de Ensino do Colégio e Edson Paulo Lobo, pró-reitor administrativo da Universidade Católica de Petrópolis.

O novo regimento caracterizou-se por algumas medidas inovadoras. O Colégio de Aplicação obteve a condição de Centro de Ensino Experimental, servindo para o aperfeiçoamento de métodos de ensino, de formas de organização e administração escolar e de modalidades de coordenação pedagógica, adotando-se o ensino de línguas estrangeiras por níveis e a constituição das turmas de Educação Física, de conformidade com o biotipo dos alunos. O Serviço de Orientação Educacional (SOE) foi transformado em Serviço de Orientação Psicológico e Educacional (SOPE). Foram criados: o Círculo de Pais e Mestres, objetivando a integração família-escola, favorecendo a troca de experiências educativas e o Centro Cívico Escolar João Pandiá Calógeras, visando principalmente a desenvolver nos alunos o espírito de iniciativa, o sentimento de responsabilidade e as atividades da vida democrática.

O Colégio passou a manter os seguintes cursos: Pré-Escolar (Jardim I e II e C.A), lº e 2º Graus. Ao nível de 2º Grau foram oferecidos os Curso de Auxiliar Técnico de Mecânica, Técnico em Turismo, Laboratorista de Análises Clínicas e Técnico em Processamento de Dados, um dos primeiros a ser criado no Brasil. Estes cursos encontravam apoio nos laboratórios e cursos mantidos pela Universidade Católica de Petrópolis, sendo que o Laboratorista de Análises Clínicas era ministrado em convênio com o Laboratório Germano Bretz, um dos mais conceituados da cidade.

Em dezembro de 1973, o Colégio de Aplicação celebrou com o Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis um importante convênio de aprimoramento educacional, em todos os ramos de atividade dos dois estabelecimentos.

Em 1988, em conseqüência das inovações introduzidas pela nova lei de ensino, a de nº 9394/96, o Colégio de Aplicação elaborou sua proposta pedagógica intitulada “Aprender a aprender”, abrindo a Universidade Católica de Petrópolis, a todos os professores do Colégio, a oportunidade de ingressar em seus cursos de Pós-Graduação.

Em 1999, a Universidade Católica de Petrópolis adquiriu o Educandário Professores Associados (EPA), com todas as suas instalações localizadas à Rua Buenos Aires, nº 108, sendo a direção do mesmo entregue ao professor Jeronymo Ferreira Alves Netto que promoveu a integração do citado educandário ao Colégio de Aplicação. Deste modo, a partir de 2000, as citadas instalações abrigaram os alunos do ensino infantil e ensino fundamental, até a 4ª série.

Preocupado em propiciar a seus alunos uma formação musical, o Colégio de Aplicação mantém atualmente dois corais: o Regina Coeli e o Laus Deo, este último fundado em 25 de agosto de 1990, especializado em canto gregoriano, ambos sob a competente regência do maestro Marcelo Vizanni.

As atividades extraclasses sempre mereceram atenção especial do corpo administrativo e docente do Colégio. Palestras, concursos literários, exposições de trabalhos, competições esportivas, solenidades cívicas, excursões, festivais de poesias, representações teatrais, têm sido desenvolvidas, estimulando-se deste modo a iniciativa pessoal, a originalidade criadora, a observação, o senso de responsabilidade e o espírito associativo dos alunos.

Neste sentido, saudosa recordação evocam o Concerto Progressivo de Criatividade Êmbio, as Olimpíadas Internas, as Festas Juninas e do Folclore, a participação do Colégio nos Jogos Fluminenses, os Festivais de Teatro Infantil e a participação dos alunos em concursos de âmbito nacional.

No decorrer de seus 35 anos de profícua existência e de relevantes serviços prestados à causa da educação, com seu elevado padrão de ensino, o Colégio de Aplicação foi dirigido pelos professores: Onésio Mariano Henrichs (1969-1970), Jeronymo Ferreira Alves Netto (1970-1981), Nédia Ciambelli (1981-1989), Célia Lobo Paulo (1989-1991), Luís Carlos do Carmo Malheiros (1991-1994), Regina Celi dos Santos de Faria (1994-1997), Vanda Sutter Pessurno (1997-1999), Regina Celi dos Santos de Faria (2000-2002) e Lucy Lima Zanatta (2002…).

Graças à ação pedagógica destes dirigentes e de um corpo docente recrutado entre pessoas de grande competência técnica e capacidade didática, o Colégio de Aplicação tem buscado sempre harmonizar e equilibrar o trabalho docente e administrativo, de modo a favorecer uma perfeita integração entre os professores das diversas áreas de ensino. Graças a este esforço contínuo, o Colégio vem despertando em seus alunos o interesse pelos valores da arte, da ciência, da filosofia e da religião, avivando seu amor à liberdade, seu respeito à dignidade da pessoa humana, incutindo nos mesmos, ideais de saúde, trabalho, sociabilidade, civismo, humanismo e de elevação espiritual.