DECÊNIO DE OURO
Joaquim Eloy Duarte dos Santos, Associado Titular, Cadeira n.º 14 – Patrono João Duarte da Silveira
A atual Academia Brasileira de Poesia – Casa de Raul de Leoni surgiu no ano de 2006, quando o poeta
Hamilton Lopes alterou o Estatuto da Academia Petropolitana de Poesia Raul de Leoni, rebatizando-a
Brasileira e registrando a nova denominação.
A entidade passara a existir no dia 15 de agosto de 1983 para os primeiros acertos e instalada a 21 de
novembro do mesmo ano, em solenidade realizada no Museu Imperial. No dia 15 último completou 30
anos de atividade na soma das suas denominações, mantida a homenagem ao imortal poeta
petropolitano Raul de Leoni Ramos.
Até a adoção do nome de Raul de Leoni como patrono maior da Academia, era ele festejado como um
dos bons poetas nacionais, porém timidamente inserido na história da Literatura Brasileira. Críticos e
apreciadores da arte poética tinham-no como um dos maiores, com sua obra em 11ª edição, mas eram
bastante restritas e sem a merecida divulgação sua vida, seus feitos, sua poesia de rara, reconhecida e
bela inspiração. Seu nome se projetara em Petrópolis em uma rua petropolitana, quando o Prefeito e
Homem de Letras Antônio Joaquim de Paula Buarque publicou o Ato nº 44, em 10 de novembro de 1928.
Anos após, ocorreu a inauguração de uma herma, sob doação do Mercador de Livros Carlos Ribeiro, seu
editor e proprietário da Livraria São José, no Rio de Janeiro, em parceria com a Academia Petropolitana
de Letras. Bela solenidade assinalou o feito no dia 8 de novembro de 1975, recebendo a Cidade, em seu
Centro Histórico, a justa homenagem. O acadêmico Professor-Poeta Roberto Francisco, quando
vereador, fez denominar o Centro de Cultura com o nome do poeta, alterado posteriormente e retomado
quando presidente da Academia de Poesia, a grande Edith Marlene de Barros.
E versará sobre ela e seu trabalho, a presente crônica.
Criada a Academia de Poesia, em honra ao poeta, ela viveu seus primeiros 10 anos em organização. Em
janeiro de 1993 Edith Marlene ascendeu à presidência da Entidade cumprindo o decênio (1993 a 2003)
somando mais um ano (2004).
Chamo de “Decênio de Ouro”, sim, de ouro, porque neste período mágico, a presidente Edith Marlene de
Barros honrou a entidade e seu patrono ao reconhecimento local, nacional e internacional. Seu
dinamismo, seu amor à figura do patrono, sua dedicação acadêmica, elevaram a Academia a patamares
nunca antes atingidos, com realizações de vulto e, principalmente, por amealhar rica documentação sobre
o patrono, divulgando seu nome no País e no Exterior. Copiosa foi a correspondência de Edith (leia-se
Academia de Poesia) com escritores, poetas, entidades de letras, sempre sob o nome de Raul de Leoni,
em perfeita divulgação dos versos desse que foi (e é) um dos maiores poetas brasileiros de todos os
tempos.
No decênio de Edith foi comemorado o centenário do poeta com a edição de sua obra completa, reunindo
poesia, iconografia, documentação, fortuna crítica, bibliografia, em divulgação extraordinária de Raul. No
ano de 1996, a presidente criou a revista anual “Argila”, digna publicação que circulou até 2010, com 15
edições, contendo poemas e escritos dos acadêmicos titulares de cadeiras, honorários, correspondentes,
difundindo o nome e honrando a obra de Raul de Leoni pelos quadrantes do mundo. Na sua gestão a
poesia ganhou o gosto dos jovens e desabrocharam talentos em todos os quadrantes sob seu incentivo e
entusiasmo.
Exagero?! Não! O trabalho da presidente Edith Marlene de Barros tornou-se referência para outras
entidades literárias congêneres, diante de seu avanço além do tempo e de sua visão espacial de rara
competência.
Em minha comemoração particular e afetiva dos trinta anos da Academia de Poesia, para que a memória
curta de muita gente não sepulte valor e obra, transmito à Comunidade Literária Petropolitana a
recordação do melhor e mais produtivo período administrativo cultural da poesia petropolitana: o Decênio
de Ouro da grande e querida amiga e presidente Edith Marlene de Barros, na Academia Petropolitana de
Poesia Raul de Leoni.
Para o melhor registro de nossa História, com meu fraterno abraço.