DISCURSOS – NOVO MANDATO – METAS

Ruth Boucault Judice, associada titular, cadeira n.º 33, patrono Padre Antônio Tomás de Aquino Correia

Amigos consócios,

Aceitei continuar meu mandato por mais dois anos. Por que? Eu mesma não sei dizer ao certo. Porque não tinha intenção de aceitar. Não viso glórias, status, viso apenas realização, e o saldo não foi tão positivo quanto desejei. Talvez por isso mesmo tenha aceitado. É um desafio para mim mesma. Sou tinhosa. Os desafios me atraem. Comecei alguma coisa, quero continuá-la e vê-la frutificar para que não se perca.

Houve quem perguntasse pelo nosso plano de trabalho. Não pude responder então por dois motivos:

1º – Porque todo trabalho precisa ser lastreado por dinheiro e nós não temos verbas, a não ser a anuidade dos nossos sócios, que pouco soma.

2º – Porque houve programação, inclusive com sugestões dos próprios sócios que assistiram assíduos às reuniões mensais.

Por isso, nesses dois anos anteriores, a minha maior preocupação foi criar possibilidades de verbas. E continuarei na mesma linha.

Meta n.º 1 – Revista do Instituto de n.º 3, que está sendo impressa, e já vamos pensar na n. º4. Pediria aos sócios que quiserem participar que dêem seu nome, o título de seu trabalho à nossa secretária Márcia. Receberemos os artigos até o final de junho impreterivelmente.

Meta n.º 2 – Através de nossa prefeitura, reativar o centro de pesquisas históricas que é feita com a mesma P.M.P. e com a Universidade Católica de Petrópolis.

Reorganizar a comissão encarregada desse setor, exigir dela produção e participação prévia de seus trabalhos. Acho que o prudente também seria que todos os trabalhos, antes de serem impressos, passassem pelas nossas reuniões, para sugestões talvez, e também avaliação do que se está publicando em nome do nosso Instituto.

Meta n.º 3 – Preservação de Patrimônio, como guardiões da cultura de nossa cidade; não podemos ver de braços cruzados o nosso patrimônio ecológico, cultural e arquitetônico ir progressivamente desaparecendo sem uma atuação mais enérgica de nossa parte. Temos que estar presentes, opinar, reagir quando necessário e sobretudo fiscalizar. Teremos que aguardar a retomada dos estudos sobre o Zoneamento e Uso do Solo e voltar a participar tão ativamente quanto da primeira vez. É um trabalho honesto, de peso, que precisa de nosso apoio.

Precisaremos continuar com o trabalho cuidadoso de conscientização do patrimônio, por seus proprietários. E dos mesmos, é preciso afastar o tabu que a palavra “tombamento” provoca. Explicar o que é tombar, mostrar que não traz prejuízo e sim benefícios a longo prazo a toda a população. Retomaremos o caso Ana Mayworn e outros se necessário.

Meta n.º 4 – Conscientização. Como não temos os meios de comunicação nas nossas mãos, temos que criar os nossos próprios meios, levando a História e despertando a vontade de preservar. (Fica prometido para a próxima reunião uma palestra sobre Preservação).

É preciso que nós estejamos por dentro dos nossos conceitos de preservação, é preciso que saibamos usar as palavras exatas para cada caso específico e, por isso, me proponho a ilustrar e falar sobre Preservação.

Daí sairemos conscientizando através de palestras, conferências e seminários.

Meta n.º 5 – Nossa biblioteca que já foi organizada, deverá ser aumentada na medida do possível para poder servir a população.

Teremos, em futuro próximo, que estar aptos a informar e abrir mais um espaço às pesquisas.

Convém lembrar que muita gente tem acervo do passado. Mas o passado recente, por exemplo, o passado de nossa indústria e mesmo o presente terão também que ser guardados, para que o futuro os consulte. Penso que isso é ainda missão nossa, das pessoas que se preocupam com a cultura de Petrópolis.

Estaremos de portas abertas para aceitar sugestões e cooperações de trabalho.