HUGO LEAL, UM AMIGO DE PETRÓPOLIS

Maria de Fátima Moraes Argon, Associada Titular, Cadeira n.º 28 – Patrono Lourenço Luiz Lacombe

 

Esse foi o pseudônimo adotado, em 1911, por Vasco Machado de Azevedo Lima, conhecido como Vasco Lima. Filho dos portugueses Alfredo de Azevedo Lima e de Silvina Faria Machado Lima nasceu no Porto em 6 de setembro de 1886 e veio para o Brasil aos quinze anos de idade. Em 1906, casou-se com Adelaide Guiomar d’Ávila. Faleceu em 8 de agosto de 1973.

Desenhista, caricaturista e ilustrador, Vasco Lima foi colaborador de vários revistas e jornais como “O Malho”, revista ilustrada de grande prestígio, onde ingressou em 1905. Seu colega, o caricaturista Álvaro Marins (pseudônimo Seth) recorda: “Enquanto se trabalhava, discutia-se arte, literatura, filosofia e metia-se o pau na vida alheia. Vasco, o eterno irreverente contador de anedotas, ria e fungava através dos seus vastos bigodes da moda”.

Em julho de 1911, lançou com Álvaro Marins a revista “Álbum de Caricaturas”, que depois passou a chamar-se “O Gato”, que fazia sucesso entre a elite intelectual. Segundo Álvaro Marins, “Vasco Lima, pelos seus notáveis dotes de atividades e tino de negócio, além dos de artista, dispunha de crédito e boas relações”. O que explica a sua presença na reunião de fundação e instalação da Sociedade Amigos de Petrópolis realizada no dia 24 de março de 1946, na residência do professor Chryso Fontes, na Independência, na qual compareceram várias pessoas de destaque na sociedade carioca e petropolitana, com a finalidade de discutir os problemas da cidade e cooperar para o seu progresso.

Em 1912, ingressou no Jornal A Noite e, mais tarde, ocupou o cargo de diretor-técnico. Em Petrópolis funcionou uma sucursal de A Noite.

Amigo de Petrópolis, Vasco Lima doou ao Museu Imperial, em 1941, vários objetos, pinturas, gravuras, fotografias, manuscritos e livros. Em cerimônia realizada no gabinete do diretor Alcindo de Azevedo Sodré, em 1944, recebeu das mãos do diretor Alcindo de Azevedo Sodré uma carta do ministro da Educação, Gustavo Capanema, enaltecendo o seu gesto que revelava desinteresse pessoal e esclarecido espírito de cooperação. O ministro concluiu dizendo que considerava “inapreciável a contribuição dos particulares para a formação dos conjuntos artísticos e históricos organizados pelo poder público e que ao público pertence”.

Referências

MURUCI, Lucio Picanço. Seth: um capítulo singular na caricatura brasileira. Tese apresentada no PPJ em História Social da Cultura, PUC-RIO, 2006. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/9437/9437_5.PDF. Acesso em 4 de março de 2019.

SETH, Reminiscências de. Nas asas da memória. Gazeta de Notícias. Edições de 22/06 e 06/07/1947.

A Noite, edição 11636, de 1944. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=348970_04&pagfis=27928&url=http://memoria.bn.br/docreader#. Acesso em 4 de março de 2019..

Correio da Manhã, edição 19258, de 1956. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=089842_06&pagfis=57019&url=http://memoria.bn.br/docreader#. Acesso em 4 de março de 2019.