OSCAR WEINSCHENCK, 2º PREFEITO DE PETRÓPOLIS
(1917 – 1921)

Raul Lopes, ex-Associado Titular, falecido –

(Nota: Este resumo biográfico foi extraído da pesquisa de Joaquim Eloy Duarte dos Santos, membro do I.H.P., publicada em 1993.)

Oswaldo Gonçalves Cruz, cientista de fama internacional, nosso 1º prefeito, por motivo de doença e hostilizado por políticos da terra, deixou o cargo em 31 de janeiro de 1917.

Com a vacância do cargo, o presidente do Estado do Rio de Janeiro, Nilo Peçanha, “iniciou a pinçagem de um nome para ocupar tão relevante posto”. Desejava o presidente continuar a obra tão bem iniciada por Oswaldo Cruz, firmando definitivamente a Prefeitura Municipal de Petrópolis. Candidatos não faltaram. Ele queria nomear uma pessoa de peso, apolítico como Oswaldo Cruz. Ponderava, ouvia, e não se deixava envolver.

Nesse período de espera, Petrópolis vinha sendo administrada, interinamente, pelos vereadores-presidente da Casa Legislativa: José Leopoldo de Bulhões Júnior e Domingos de Souza Nogueira.

Nessa época, destacava-se em suas atividades profissionais e participativas em várias comissões de estudos em favor da comunidade, nestas sem remuneração, o engenheiro Oscar Weinschenck, atuando na Capital e no Estado do Rio de Janeiro.

Nilo Peçanha, após ponderações políticas, não vacilou em nomear para segundo prefeito de Petrópolis o Dr. Oscar Weinschenck.

Ele era natural do Rio de Janeiro, onde nasceu no ano de 1880. Formou-se em engenharia e tornou-se, apoliticamente, um homem público de notória probidade e eficiência.

No dia 05 de maio de 1917, finalmente assumia a Prefeitura Municipal de Petrópolis, como seu 2º Prefeito, recebido e empossado sob geral expectativa. Seu primeiro ato foi nomear o engenheiro Antonio de Andrade Botelho, Diretor Geral da Prefeitura.

Sua operosidade foi marcante, reestruturando eficientemente a Prefeitura e as normas que disciplinariam a vida da cidade. As deliberações e atos assinados durante seu governo foram inúmeros e de primordiais importância.

“Dentro dos assuntos da relevância que Oscar Weinschenck deitou especial atenção e resolveu em benefício da cidade, merecem ser destacados:

Em 1917 organização de um serviço de extinção de incêndios da cidade, assunto que fora veiculado na administração de Oswaldo Cruz; aquisição de terrenos para alargamento do cemitério municipal do 1º distrito; ampliação dos serviços de diligências entre bairros e distritos; reorganização da Inspetoria de Higiene e Assistência Municipal; criação da Inspetoria Agrícola; subvenção às linhas de Tiro, inclusive com a construção do “stand” para o Tiro nº 302; criação de diversos cargos na Prefeitura, tais como o de pegador na Tesouraria e de depositários públicos para a guarda de animais apreendidos em via pública; estabeleceu o horário de funcionamento comercial, inclusive determinando o respeito aos domingos e feriados nacionais, além de disciplinar a abertura especial de estabelecimentos comerciais em dias sem trabalho, porém de elevado interesse público, como padarias, açougues, casas de frutas, etc., estabeleceu providências sobre a matança e distribuição do gado, com tabelas; providenciou aberturas de ruas, avenidas e praças, somente com expressa autorização do Prefeito e sob condições que determinou na postura nº 04 de 30 dezembro; nomeou peritos para vistoriarem o Teatro Petrópolis e o Cinema Rio Branco, casas de diversões, a fim de verificar as condições de segurança e higiene. Nesse particular, os peritos constataram que ambas as casas não ofereciam todos os requisitos de segurança e higiene, determinando o prefeito Oscar Weinschenck, pelos atos nºs 72 e 73, que os proprietários procedessem aos imediatos reparos e colocassem as casas em funcionamento de acordo com as posturas em vigor.”

Nos anos de 1918 e 1919, continua com atos de grande importância para a cidade, destacando-se alguns: instalação da exposição de produtos industriais e agrícolas no Palácio de Cristal; criação do Recolhimento dos Desvalidos de Petrópolis, ao qual deu a primeira subvenção de seis contos de réis anuais; organização dos serviços internos da Prefeitura, distribuindo-os em sete departamentos administrativos; promulgação da deliberação que substituiu a denominação da Rua Palatinato para Rua Dr. Sá Earp, numa justa homenagem a uma das grandes figuras da cidade; criação do Corpo de Bombeiros Municipais: criação do Imposto de Testada, que fora tentado por Oswaldo Cruz, sem êxito por problemas políticos; criação do Código Sanitário; continuação das obras de reconstrução da Estrada União e Indústria; instalação da ponte de ferro sobre o Rio Preto, no 5º Distrito do município.

“Iniciou uma série de obras públicas, classificadas em duas etapas: obras na cidade (canalização de águas, calçamento, ajardinamento e construção de feiras livres, etc.); obras nos distritos (melhoramento de estradas e construção de novas vias, novas pontes, calçamento de ruas, abastecimento de água e iluminação elétrica).”

Em seu governo, dois fatos prejudicaram sua administração: a primeira guerra mundial que trouxe apreensões, perseguições, instabilidade financeira e a célebre epidemia de “gripe espanhola” que ceifou elevado número da população carioca, trazendo, por conseqüência, para Petrópolis acentuada leva de “veranistas” fora de época e, depois, a chegada da epidemia ao Município que, igualmente, atingiu muita gravidade.

Oscar Weinchenck era casado com Hortênsia Weinschenck e foi pai de três filhos: Guilherme, Walter e Heloísa.

Vários empreendimentos profissionais, públicos e filantrópico – culturais na Capital, no Estado do Rio e Petrópolis, tiveram sua participação como profissional ou como conselheiro. Sempre foi operoso e eficiente.

No dia 18 de setembro de 1921, passou o cargo para o Dr. José de Barros Franco Júnior, passando a dedicar-se aos seus assuntos particulares, sem se furtar a continuar prestando grande e inestimável colaboração à cidade de Petrópolis, que tanto amava.

Faleceu no dia 09 de outubro de 1949 em sua residência, à Rua Voluntários da Pátria, nº 204, Rio de Janeiro, e foi sepultado no Cemitério São João Batista.